Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

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Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

Princesa Isabel: 6 fatos para entender o papel da regente na história (Foto: Domínio público)

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon e Bragança, ou simplesmente Princesa Isabel, foi a segunda filha de Dom Pedro II. Nascida no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846, tornou-se sucessora da Corte brasileira em 1950, após a morte de seus dois irmãos homens. Foi a terceira mulher a ser chefe de estado no país, ocupando o cargo de Regente três vezes. Na última, em 1888, entrou para a história por ter assinado a Lei Áurea, colocando fim oficial à escravidão no Brasil.

Após a Proclamação da República, Isabel se exilou na França, onde viveu seus últimos 30 anos de vida ao lado do marido. Morreu em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos, debilitada pela idade.

Conheça alguns fatos sobre sua vida.

1. Herdeira ao trono

Isabel se tornou sucessora oficial do trono do Império após a morte de seus dois irmãos homens: Afonso Pedro, em 1847, e Pedro Afonso, em 1850. Na primeira ocasião, ela chegou a ser declarada “herdeira presuntiva”, mas perdeu o posto com o nascimento do segundo filho homem, em 1848. Somente dois anos depois se tornou, oficialmente, Princesa Imperial, primeira na linha de sucessão da Coroa.

2. Infância e educação

Na condição de filha do imperador e sucessora do trono, Isabel teve uma educação completa e rígida. Vivia praticamente reclusa no Paço do São Cristóvão, o palácio imperial no Rio de Janeiro. Aos 10 anos, teve Luísa Margarida de Barros, a Condessa de Barral, como sua tutora.

Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

Retrato da Princesa Isabel com 7 anos de idade (Foto: Reprodução/Agência Senado)

Ao longo da infância e da adolescência, aprendeu sobre astronomia, química, geografia, desenho, dança, piano, economia, geografia, e foi alfabetizada também em francês. Mesmo sendo a sucessora, porém, teve pouco contato com o dia a dia da política durante sua formação intelectual.

3. Casamento

Como de praxe nas dinastias, o casamento de Princesa Isabel foi arranjado pelo pai. Em busca de reforçar laços franceses, Dom Pedro II procurou o príncipe Pedro, Duque de Penthièvre, membro da Casa Orléans, neto de Luís Filipe I, rei da França. No entanto, o pai do duque, Francisco, o Príncipe de Joinville, recusou a proposta e indicou outros nomes, entre eles o sobrinho Gastão, o Conde d’Eu.

O casamento foi celebrado em 15 de outubro de 1864 e resultou em quatro filhos: Luísa Vitória, Pedro, Luís e Antônio. Embora tenha sido arranjado, há registros históricos, como correspondências, que mostram que Isabel nutriu uma paixão verdadeira pelo Conde d’Eu.

4. Regência

A Princesa Isabel foi a terceira mulher da história a ocupar o cargo de chefe de estado no Brasil, mas nunca de maneira definitiva. Exerceu, por três vezes, o cargo de regente, durante as ausências do pai, o Imperador. Na primeira, em 1871, coube a ela homologar a Lei do Ventre Livre, um dos primeiros passos rumo ao fim da escravidão.

Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

Princesa Isabel andando a cavalo (Foto: Domínio público)

Na segunda, entre 1876 e 1877, um conflito político entre grupos maçons e católicos abalou sua popularidade como chefe da nação, e por causa do estresse ela sofreu um aborto e decidiu se retirar para Petrópolis (RJ). Já na terceira oportunidade, em 1888, entrou para a história definitivamente ao sancionar a Lei Áurea.

5. Abolição

Historicamente, Isabel ocupou um papel de protagonismo na abolição da escravatura no Brasil ao assinar a Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Popularmente, a regente passou a ser chamada de “A Redentora'', e inclusive foi condecorada com a Rosa de Ouro pelo Papa Leão XIII.

Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

Pintura representa o momento da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel (Foto: Victor Meirelles)

Mas muito desse protagonismo vem sendo revisto pela historiografia atual, que afirma que, embora existam registros de um posicionamento de Isabel contrário à escravidão, a abolição, mais que um ato de generosidade, era um processo inevitável, fruto dos esforços do movimento abolicionista ao longo da década e das pressões das grandes nações, como a Inglaterra.

6. Fuga

O declínio veio para a princesa antes que ela pudesse assumir, de fato, o trono que havia herdado do pai. Foi expulsa do país após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Inclusive, o fato de ela ser mulher se somou à baixa popularidade política e ao fim da escravidão como motivos que impulsionaram militares a conspirar para depor a Corte.

Por que a Princesa Isabel perdeu o trono ao assinar a Lei Áurea?

Isabel, o Conde d'Eu e seus netos, na França, década de 1910. (Foto: Arquivo Nacional)

Ela então se exilou na França, terra natal do marido, onde viveu os últimos 30 anos de vida sem nunca pisar novamente no Brasil. Morreu em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos, de causas naturais.

Porque Isabel nunca chegou ao trono?

Nunca assumiu o trono, porque a Proclamação da República pôs fim à monarquia. A princesa Isabel era filha de Dom Pedro II, imperador do Brasil entre 1840 e 1889, e é uma figura extremamente conhecida de nossa história por ter assinado a lei que aboliu a escravatura do Brasil – a Lei Áurea.

O que aconteceu com a princesa Isabel Após assinar a Lei Áurea?

A princesa Isabel faleceu em 14 de novembro de 1921, com 75 anos de idade. A princesa morreu no exílio e nunca retornou ao Brasil depois de 1889. Em 1920, a expulsão da família real foi revogada, mas, por motivos de saúde, a princesa não pôde retornar.

Por que a princesa Isabel aboliu a escravidão?

A sanção ou aprovação da lei foi, principalmente, o resultado da campanha abolicionista que se desenvolvia no Brasil desde a década de 1870, mas não se pode negar o empenho pessoal da princesa Isabel, então regente do Império do Brasil, para sua aprovação.