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AFP

Americanos vão às urnas para eleições cruciais de meio de mandato

Os americanos votam nesta terça-feira (8) para eleições cruciais de meio de mandato, nas quais estão em disputa as maiorias na Câmara de Representantes e no Senado, o que determinará a margem de manobra do presidente democrata Joe Biden até as eleições presidenciais de 2024, assim como o futuro de Donald Trump. "Nos Estados Unidos, nunca nos rendemos", tuitou Biden, que se declara "otimista", apesar de correr o risco de perder o controle do Congresso nestas eleições. Sinal do forte interesse, mais de 40 milhões de eleitores votaram antecipadamente, ou por correio, para renovar toda Câmara de Representantes, um terço do Senado e toda uma série de cargos municipais, ou regionais, incluindo vários governadores. Dezenas de referendos também estão sendo decididos. Longas filas se formaram nos locais de votação logo nas primeiras horas do dia. "Quero garantir que minha voz seja ouvida", explicou à AFP Quonn Bernard, um engenheiro de 39 anos de Atlanta. "Muitos candidatos arrastaram seus oponentes na lama", lamentou. "Houve muita tensão e desinformação", concordou Robin Ghirdar, um médico de 61 anos que foi votar pelos democratas em Pittsburgh, Pensilvânia. Cada campo dramatizou as questões centrais dessas eleições: os democratas se colocaram como defensores da democracia e do direito ao aborto, em comparação aos republicanos, considerados "extremistas". Por sua parte, os conservadores atuaram como certificadores da ordem contra a chamada esquerda "frouxa e radical" em questões de segurança e imigração. Mas a inflação superou todas as outras questões nas últimas semanas, deixando os republicanos mais confiantes do que nunca em suas chances de derrotar Joe Biden, a quem culpam pelo aumento dos preços. "Precisamos de uma política do bom pai de família, que os impostos caiam e que a economia vá bem", disse Kenneth Bellows, um estudante de direito de 32 anos que votou no partido Republicano em Phoenix, Arizona (sudoeste), decepcionado com a política econômica de Biden. Mas na cidade de McAllen, no sul do país, onde mais de 80% da população é latina, a maior preocupação é saber o que as autoridades farão diante da crescente migração que transborda suas fronteiras. "Eles quebraram o sistema migratório (...) Os Estados Unidos sofreram uma invasão silenciosa de onze milhões de imigrantes", declarou Francisco Cabral, um trabalhador de ascendência mexicana, nascido e criado nos Estados Unidos e abertamente republicano. Mas essa cidade é historicamente democrata, e Juanita Gonzales, uma dona de casa aposentada, espera que continue assim. - Voto de castigo - Estas eleições de meio de mandato acontecem dois anos após as eleições presidenciais e equivalem, de certa forma, a um referendo sobre o ocupante da Casa Branca. Por isso, o partido do presidente raramente escapa do voto punitivo. Biden tentou evitar isso apresentando-se como "o presidente da classe média", insistindo que reduziu a dívida estudantil, protegeu a saúde e investiu em infraestrutura e clima, mas seus esforços não parecem ter dado frutos. De acordo com as pesquisas mais recentes, a oposição republicana tem chances de conquistar pelo menos de 10 a 25 cadeiras na Câmara, mais do que suficiente para ter maioria. Há menos clareza sobre o destino do Senado, mas os republicanos também podem sair vitoriosos. Privado da maioria, o presidente ficaria paralisado. Os republicanos adiantaram que planejam abrir investigações na Câmara sobre os negócios de seu filho Hunter, assim como de alguns de seus ministros. Por sua parte, Donald Trump parece disposto a aproveitar uma "onda vermelha" - a cor dos republicanos - para se lançar novamente na corrida pela Casa Branca. Onipresente na campanha, o bilionário de 76 anos afirmou que fará um "grande anúncio na terça-feira, 15 de novembro, em Mar-a-Lago", sua residência na Flórida. Ele quer se antecipar de possíveis rivais republicanos e atrapalhar as investigações sobre seu suposto papel no ataque ao Capitólio ou a forma como lidou com os arquivos da Casa Branca. - Duelos - Concretamente, as eleições de meio de mandato são definidas em alguns estados-chave, os mesmos da votação presidencial de 2020. Todos os olhos estão voltados para a Pensilvânia, antigo reduto da indústria siderúrgica, onde o milionário cirurgião republicano Mehmet Oz, apoiado por Donald Trump, enfrenta o democrata John Fetterman, ex-prefeito de uma pequena cidade, pela cadeira mais disputada do Senado. O resultado nesta eleição pode definir o equilíbrio de poder no Senado. Assim como em 2020, a Geórgia também chama a atenção. O democrata Raphael Warnock, o primeiro senador negro eleito neste estado do sul com um forte passado segregacionista, tenta a reeleição contra Herschel Walker, afro-americano e ex-jogador de futebol americano, que tem o apoio de Trump. Arizona, Ohio, Nevada, Wisconsin e Carolina do Norte do Norte também são cenários de disputas acirradas entre os democratas e os candidatos apoiados por Donald Trump, que juram lealdade absoluta ao ex-presidente. As campanhas custaram centenas de milhões de dólares e transformaram estas eleições de meio de mandato nas mais caras da história dos Estados Unidos. Os primeiros resultados podem ser conhecidos a partir das 19h00 (21h00, no horário de Brasília), mas pode levar dias para o desfecho dos duelos mais acirrados. cjc/erl/ag/fp/tt/aa/ap