Por que o Brasil participou da guerra qual era o objetivo do FEB?

Por que o Brasil participou da guerra qual era o objetivo do FEB?

(Crédito: Imagem: Marcelo Breyner)

No dia 1º de setembro de 1939, as forças nazistas alemãs de Adolf Hitler invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. O Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942. Na época, o presidente da República era Getúlio Vargas.

A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois de alguns ataques a navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu entrar em acordo com o presidente americano Roosevelt para a participação do país na Guerra.

LEIA MAIS   Churchill na Segunda Guerra: não foi bem assim que aconteceu

Embora a história dos pracinhas - diminutivo de praça, que é soldado - seja ainda pouco comentada no Brasil, Marcus Firmino Santiago da Silva, coordenador do curso de Direito da Escola Superior Professor Paulo Martins, do Distrito Federal, e estudioso sobre a Segunda Guerra, afirma que a participação brasileira foi muito importante. "O apoio do Brasil foi disputado na Segunda Guerra. De forma um pouco velada por parte dos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão) e de maneira clara pelos aliados, especialmente os norte-americanos, além da Inglaterra e da França", afirma.

O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália em julho de 1944. O Brasil ajudou os norte-americanos na libertação da Itália, que, na época, ainda estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).

PLANOS DE AULA
- O Nazismo e o Holocausto
- O surgimento da ONU
- O Fascismo e suas faces
- Violação dos direitos da criança em locais de conflitos armados

Por que o Brasil participou da guerra qual era o objetivo do FEB?
Tropas brasileiras embarcando em aviões que participariam das missões de invasão da Itália na Segunda Guerra Mundial. Foto: FAB/Fotos Públicas

Os pracinhas conseguem vitórias importantes contra os alemães, tomando cidades e regiões estratégicas que estavam no poder destes, como o Monte Castelo, Turim, Montese, entre outras. Mais de 14 mil alemães se renderam aos brasileiros, que também ficaram com despojos como milhares de cavalos, carros e munição.A ação dos pracinhas não foi fácil por vários motivos. O primeiro, porque o treinamento recebido no Brasil e nos Estados Unidos não era muito próximo à realidade da guerra que encontraram. Os soldados não estavam habituados ao clima frio dos montes Apeninos, que atravessam a Itália e nem acostumados a lutar em local montanhoso. Só na batalha do Monte Castelo, houve mais de 400 baixas entre os brasileiros.

"Além disso, foi fundamental para o esforço de guerra a cessão de bases navais e aéreas no território brasileiro. Um desses locais que teve participação decisiva foi Natal, no Rio Grande do Norte", afirma o professor. A capital potiguar serviu como local para abastecimento dos aviões de guerra americanos e base naval antissubmarinos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a FEB foi desfeita em 1946.

  • Brasil na Segunda Guerra - primeiros anos
  • Brasil na Segunda Guerra - Vargas e Hitler
  • Brasil na Segunda Guerra - terror no Atlântico
  • Brasil na Segunda Guerra - FEB na Itália
  • Brasil na Segunda Guerra - Monte Castelo

Entre o Brasil declarar guerra e conseguir enviar um contingente para lutar nos campos de batalha na Europa houve um longo intervalo de tempo. Os obstáculos eram muitos. Dentre outras razões, o material bélico de que o país dispunha já era obsoleto na época.

Não bastasse isso, os militares brasileiros ainda seguiam uma organização e uma doutrina que remontavam à Primeira Guerra Mundial, nos moldes da escola militar francesa. Ou seja, os militares brasileiros seguiam um modelo criado na França, país que, desde junho de 1940, estava sob ocupação militar da Alemanha nazista.

Uma das razões para a França ter sido ocupada pelos nazistas foi o fato de que a maioria dos estrategistas franceses apostava que a Segunda Guerra seria uma guerra de trincheiras (tal como havia sido a Primeira Guerra), subestimando a tática da blitzkrieg ("guerra-relâmpago") adotada pela Alemanha, que consistia num ataque maciço utilizando armamentos modernos, principalmente tanques de guerra.

O modelo militar francês que ainda era adotado no Brasil também pecava por táticas militares fundadas em regras muito rígidas que, em determinadas circunstâncias, podiam ser totalmente inúteis ou inaplicáveis. Por exemplo, o modelo militar francês ditava que um pelotão de fuzileiros deveria sempre assaltar em ataques frontais as resistências inimigas. Tal regra podia ser adequada em terrenos planos, mas totalmente ineficaz num terreno montanhoso. Como se vê, o modelo francês era bastante inapropriado e nada flexível.

Apoio dos EUA

Para se modernizar e estar preparado para a guerra, o Brasil precisou da ajuda dos Estados Unidos. No dia 27 de janeiro, Vargas e Roosevelt encontraram-se em Natal para firmar os termos da cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos. Os dois presidentes conversaram dentro de um destróier norte-americano, o Jouett, ancorado no rio Potengi. Os dois presidentes conversaram no idioma usado pela diplomacia da época: o francês. Nesse encontro, ficou acertada a criação da FEB (Força Expedicionária Brasileira).

No esforço de modernizar as forças armadas brasileiras, alguns oficiais brasileiros foram mandados aos Estados Unidos para realizar cursos e estágios. Assim, aos poucos, os então obsoletos modelos militares franceses passaram a ser substituídos pelos modernos modelos norte-americanos.

Dificuldades

Outro problema enfrentado pelo Brasil foi a dificuldade para encontrar gente qualificada para serviços essenciais nas Forças Armadas: eletricistas, motoristas, mecânicos de automóveis, radiotelegrafistas, profissionais especializados em conserto de rádios, etc. Havia também um número insuficiente de oficiais da ativa, especialmente capitães e tenentes. A solução encontrada foi convocar reservistas, ex-alunos do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva). A maioria desses reservistas era formada por profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros, professores...) que, de uma hora para outra, se tornaram oficiais combatentes.

Os reservistas transformados em oficiais combatentes ajudaram a desenhar um novo perfil para o exército brasileiro. Muitos oficiais graduados, que estavam servindo por mais tempo, tratavam os subordinados de maneira excessivamente ríspida. Esses subordinados costumavam sofrer prisões disciplinares por motivos insignificantes. Os novos oficiais, vindos do CPOR, adotavam uma postura diferente e mais sensata: como sabiam que a confiança mútua seria essencial em situações de combate, preferiam tratar os subordinados de maneira mais amigável e respeitosa. Tal tratamento era feito sem sacrifício da disciplina e da hierarquia.

Outro obstáculo foi recrutar homens fisicamente aptos para prestar o serviço militar. Por razões médicas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, um grande número de brasileiros foi dispensado. Entre os motivos da dispensa médica, os mais frequentes eram problemas de dentição, subnutrição, doenças sexualmente transmissíveis, verminoses e outras infecções.

Parecia quase impossível que o Brasil conseguisse formar um contingente para lutar na guerra. Os mais céticos diziam, em tom de deboche, que era mais fácil "ensinar uma cobra a fumar" do que o Brasil conseguir formar uma força expedicionária para enfrentar os alemães.

Operação sigilosa

O plano original era enviar a FEB para lutar no norte da África, mas os brasileiros acabaram sendo enviados para lutar nos campos de batalha da Itália. Outra coisa que saiu diferente do plano original foi o número de homens que fariam parte da FEB: a ideia inicial era mandar cem mil homens para a linha de frente, mas tal meta seria impossível de ser alcançada. Acabaram sendo enviados 25.334 homens.

No dia 29 de junho de 1944, um trem trazendo os homens da FEB chegou à Vila Militar no Rio de Janeiro. Parecia mais um rotineiro exercício de embarque e desembarque, igual a outros praticados por aqueles homens naqueles meses.

A FEB estava subdividida em três regimentos de infantaria (o 1º do Rio de Janeiro, o 6º de Caçapava, São Paulo, e o 11º de São João del-Rei, Minas Gerais). Apenas o 6º de Caçapava atravessaria a cidade do Rio, enquanto os demais seriam enviados a outros lugares. Tratava-se de uma forma de manter em sigilo o embarque da FEB.

A operação foi feita à noite, em etapas e com vários cuidados durante um dos blecautes realizados na cidade do Rio. Tais blecautes eram feitos com o objetivo de proteger a população de um improvável ataque aéreo alemão, mas o sigilo da operação era para evitar um perigo bem mais provável: o de que algum submarino alemão soubesse do embarque e torpedeasse o navio que transportava os homens da FEB.

O sigilo era tal que os pracinhas brasileiros sequer puderam se despedir dos familiares. A proibição não impediu que muitos encontrassem um jeito de visitar os familiares e as namoradas antes de partir. Houve casos de oficiais que permitiram, informalmente, que alguns pracinhas realizassem essas visitas, desde que dessem a palavra de que não desertariam (promessa geralmente cumprida). Vale lembrar que o número de deserções na FEB foi insignificante.

Até mesmo o destino final da viagem foi mantido em segredo. A maioria dos pracinhas acreditava que ia lutar no norte da África, mas só ficaram sabendo que iam lutar na Itália quando, após treze dias de viagem, avistaram o monte Vesúvio na baía de Nápoles. A cobra estava prestes a fumar.
 

Leia também

  • Brasil na Segunda Guerra - primeiros anos: Da neutralidade ao rompimento com o Eixo
  • Brasil na Segunda Guerra - Vargas e Hitler: Ditador brasileiro preferia a neutralidade
  • Brasil na Segunda Guerra - terror no Atlântico: Navios torpedeados e declaração de guerra
  • Brasil na Segunda Guerra - FEB na Itália: Brasileiros receberam treinamento intensivo
  • Brasil na Segunda Guerra - Monte Castelo: Vitória, volta da FEB e fim do Estado Novo

Qual era o objetivo da FEB?

O objetivo da FEB, ao lado do V Exército Americano e dos Aliados, era conter o avanço alemão sobre o território da Itália para que eles não chegassem à França ㅡ local estratégico da ofensiva final aliada.

Por que o Brasil participou da guerra Qual era o objetivo?

O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial após ceder à pressão do governo norte-americano para encerrar o período de neutralidade adotado pelo presidente Getúlio Vargas. Até 1937, o Brasil mantinha relações cordiais com a Alemanha, condição que foi rompida no ano seguinte. Ainda assim, o país manteve a neutralidade.

Como foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial com a FEB?

O Brasil ajudou os norte-americanos na libertação da Itália, que, na época, ainda estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).

Qual é a principal função do FEB e como ele atua?

O sistema de alerta inteligente de colisão e assistente de frenagem (FEB)* é automaticamente ativado ao dar partida ao motor e pode ser desativado atra- vés do menu de configurações do display de informações Tipo A*. A luz indicadora (laranja) se acende no painel quando o sistema está indis- ponível.