Quais as consequências das mudanças climáticas para a saúde da população?

Os efeitos do aquecimento global começam a se fazer sentir sobre a saúde humana. Análise dos impactos atuais e esperados.

“O maior risco do século XXI para a saúde pública, mas também a maior oportunidade.” É assim que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apreende a desregulação climática atual. Numa avaliação, ela estima inclusive as possíveis consequências: em média, cerca de 250 mil mortes suplementares por ano, entre 2030 e 2050.

Como as mudanças climáticas afetarão nossa saúde? Já estamos sofrendo seus efeitos? Quem será mais afetado? O que podemos fazer para limitar seus efeitos?

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Todos nós ressentiremos os efeitos da desregulação climática. Porém, algumas populações estão mais expostas do que outras, como, por exemplo, as de pequenos Estados insulares, as do litoral, as das montanhas, as das regiões tropicais, as das zonas polares e as das grandes metrópoles.

Outras, também, são mais vulneráveis, por viverem em países onde o trabalho ao ar livre é comum, os aparelhos de ar condicionado pouco utilizados e, sobretudo, dotados de sistemas de saúde muito débeis. “Nos países menos desenvolvidos, os sistemas de saúde estruturalmente frágeis, subfinanciados, que já enfrentam os desafios das transições demográficas e epidemiológicas, não poderão responder a essas situações sem robustos esforços de reforço de suas capacidades”, previne Christophe Paquet.

Quais as consequências das mudanças climáticas para a saúde da população?
Um quarto de hospital na cidade tailandesa de Binh, Vietnã. © Francois Carlet-Soulages / Imagens da NOI / AFD

Estima-se hoje que 100 milhões de pessoas são confrontadas a cada ano a despesas de saúde as que levam a cair na pobreza, por falta de proteção social adequada. Na África e no sudeste da Ásia, uma em cada três famílias é obrigada a vender bens ou endividar-se para financiar cuidados vitais.

Mais frágeis que o resto da população, as crianças, as mulheres grávidas, as pessoas idosas, deficientes ou doentes serão ainda mais vulneráveis às consequências sanitárias do aquecimento global.
Uma grande injustiça está surgindo lentamente: embora pouco tenham contribuído para o aquecimento planetário, os cidadãos dos países pobres e em desenvolvimento são os que pagarão o preço mais alto.

  • Soluções

Derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, temperaturas extremas, deslizamentos e enchentes são apenas algumas das consequências desencadeadas pelas mudanças climáticas, que vem representando uma grande ameaça à vida humana. 

A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou sobre os riscos deste cenário em relatório divulgado no ano passado, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia.

A organização estima que, entre 2030 e 2050, as mudanças climáticas serão responsáveis por cerca de 250 mil mortes por ano.

Os eventos climáticos extremos impactam direta e indiretamente a saúde da população, com efeitos psicológicos e físicos. 

Quais são os impacto das mudanças climáticas na saúde?

Um estudo feito pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que o aumento acelerado das mudanças climáticas é uma grande ameaça à saúde mental e ao bem-estar psicossocial, incluindo problemas como sofrimento emocional, ansiedade, depressão, luto e comportamento suicida.

Já os impactos para a saúde física vão desde à fome e desnutrição, causadas pela queda na produção de alimentos à proliferação de doenças infecciosas, como leishmaniose, malária, dengue e hepatite, decorrentes da má qualidade da água - frequentes principalmente nas regiões carentes de saneamento básico. 

A poluição e má qualidade do ar, por outro lado, têm provocado um aumento significativo nos casos de câncer de pulmão, inclusive em pessoas que nunca fumaram. 

De acordo com o Oncoguia, estima-se que 300 mil mortes por câncer de pulmão por ano em todo o mundo sejam causadas por partículas poluentes finas, emitidas pelo escapamento de veículos e a queima de combustíveis fósseis.

E os problemas não param por aí. Segundo o Observatório do Clima e Saúde, da Fiocruz, o aumento da temperatura e, especificamente, as ondas de calor, afetam os sistemas cardiovasculares e cerebrovasculares. 

A exposição em longo prazo a altas temperaturas diminui a capacidade do corpo de ter uma temperatura constante, levando à insolação, síncope e exaustão ao calor. 

Estudos mostram ainda que os indicadores de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares e cerebrovasculares aumentam com a elevação da temperatura. Em eventos como as ondas de calor, ocorre o dobro de casos de AVC em relação às demais doenças cardiovasculares.

As consequências das mudanças climáticas para a saúde da população em todo o planeta têm se tornado cada vez mais evidentes e indicam a urgência de que governantes sejam ágeis na busca por soluções.

Entre as principais demandas está, por exemplo, a ampliação dos investimentos nos sistemas de saúde para aumentar a capacidade de adaptação e reação aos impactos do clima e, dessa forma, reduzir os riscos de doenças e mortes tanto para as gerações atuais quanto para as futuras.

Como as mudanças climáticas afetam a saúde da população?

As mudanças no tempo e no clima estão ameaçando a segurança alimentar e aumentando as doenças transmitidas por alimentos, água e vetores, como a malária, enquanto os impactos climáticos também afetam negativamente a saúde mental.

Como fica a nossa saúde com as mudanças climáticas?

As mudanças climáticas interferem diretamente em diversas frentes da nossa vida, comprometendo a qualidade da água, do ar, das temperaturas (ondas de calor extremo), colocando em risco a segurança alimentar e aumentando a disseminação de doenças infecciosas e a desnutrição.

Quais são as consequências das mudanças climáticas?

As consequências das mudanças climáticas agora incluem, entre outras, secas intensas, escassez de água, incêndios severos, aumento do nível do mar, inundações, derretimento do gelo polar, tempestades catastróficas e declínio da biodiversidade.