Quais os principais fatores que contribuem para a perda da biodiversidade?

Descrição

Perda da Biodiversidade

Índice

• 1. Início de conversa
• 2. Diário de Bordo
• 3. Conhecendo o nosso Porto
• 4. Registrando Marcos
• 5. Explorando nosso Porto
• 6. Mão à Obra
• 7. Para saber mais
• 8. Construindo a Cidadania
• 9. Antes de o navio partir novamente

1. Início de conversa

Até agora, falamos basicamente de ganhos associados a ela: origem e desenvolvimento da diversidade, riqueza de espécies, ocorrência e constituição de biomas, a biodiversidade da “nossa casa”, o Brasil.

Nesta semana, discutiremos sobre como tudo isso pode ser perdido, diminuído.

Em um cenário no qual presenciamos a ação do ser humano – em outras palavras: nossa ação – interferindo diretamente sobre o ambiente e demais organismos, torna-se não só atual como imprescindível a discussão acerca dos seus efeitos sobre o planeta.

Nesse contexto, focaremos nossa reflexão, nesta semana, especificamente sobre os seus resultados a respeito da biodiversidade. Infelizmente, aqui, nosso panorama deixa de ser colorido e passa a adquirir tons de cinza e queimado...

Contudo, é necessário encará-lo objetivamente para que, por um lado, tenhamos consciência do que fizemos e, por outro, saibamos o que fazer ao planejar o futuro.

Preparado(a) para esse enfrentamento?

2. Diário de Bordo

Se você pensou em extinção, acertou!

A extinção leva à diminuição do número de espécies e, como consequência, à perda da diversidade.

A extinção, na verdade, é o resultado de um processo. Em outras palavras, ela não ocorre por si só, mas é decorrência de uma causa anterior.

Você já ouviu falar ou leu sobre grupos de organismos que tenham sido extintos? Quais? Quais as causas dessa extinção?

Elabore um pequeno texto sobre essas questões e poste-o no blog. Lembre-se de que, como sempre, esta atividade do blog é optativa.

3. Conhecendo o nosso Porto

Diferentes tipos de extinção

Já que estamos falando em história da vida, você faz ideia de quantas espécies já existiram em nosso planeta desde o surgimento da vida até agora?

Faça as contas: estima-se que hoje existam entre 2% e 4% de todas as espécies que já existiram na Terra. Isso já nos dá uma indicação: tanto as extinções naturais como aquelas causadas por catástrofes são fenômenos corriqueiros na história do nosso planeta. Estima-se que, em média, 2,5 espécies por ano se tenham extinguido nos últimos 600 milhões de anos. De novo, faça as contas! Isso dá um total de 1,5 bilhão de espécies!

A extensão e, portanto, as consequências das extinções podem variar. Uma espécie que só existe em uma única ilha será totalmente extinta se essa única população desaparecer. Por sua vez, uma espécie que ocorre em grande área de um continente, por exemplo, pode ter algumas de suas populações extintas em partes de sua distribuição. Essas extinções locais, geralmente, resultam na diminuição da variabilidade genética da espécie, mas não em sua extinção, que só ocorreria se todas as populações fossem extintas. Além disso, as extinções locais podem ser revertidas, caso o fator causador seja controlado, ao passo que as extinções globais são irreversíveis.

Podemos classificar as extinções por meio de suas causas. Por exemplo, uma espécie pode ser extinta simplesmente se seu habitat for totalmente destruído e ela não for capaz de viver em outros habitats. Adivinhe qual é o tipo de extinção mais provocado pelo ser humano? Você acaba de receber um prêmio: é esse mesmo! Outra causa: a humanidade pode explorar uma espécie a tal ponto que ela acaba por se extinguir. Isso não lhe lembra um pouco do parasitismo? Em outros casos, o homem introduz predadores ou herbívoros em comunidades das quais eles não faziam parte anteriormente, o que pode levar a extinções.

Seja qual for a causa das extinções provocadas pela interferência humana – direta ou indireta –, o fato é que a lista mundial de espécies ameaçadas (lista vermelha da IUCN – sigla em inglês para União Internacional para Conservação da Natureza) conta atualmente com 707 espécies animais e 84 espécies de plantas extintas, quase a totalidade delas desaparecida nos últimos 400 anos. Essa lista fúnebre inclui 76 mamíferos, 132 aves, 58 peixes, 20 répteis, 37 anfíbios e cerca de 380 invertebrados.

É importante notar que essas listas se referem apenas às extinções conhecidas. Certamente números muito maiores de animais e plantas foram extintos – especialmente pela destruição de seus habitats – sem que a humanidade sequer se desse conta. Para as plantas, embora apenas 84 espécies estejam comprovadamente extintas, estima-se que quase 400 espécies já tenham desaparecido.

É possível que o número de extinções em ecossistemas pouco estudados, como os marinhos, seja comparável ou até maior do que naqueles sobre os quais temos informação. Com base na biodiversidade das florestas tropicais e nas taxas de desmatamento atuais, estima-se que dezenas de milhares de espécies estão sendo extintas a cada ano ao redor do planeta.

Como você viu, uma das principais causas de extinção e, por conseguinte, de perda de biodiversidade, é a destruição de habitats. Hoje, se admite que praticamente não exista habitat tropical que não tenha sido impactado, em maior ou menor grau, pelo ser humano.

Para você ter uma ideia, se somarmos as áreas de floresta tropical de todo o planeta, teremos uma vez e meia a área do Brasil. Há pouco mais de 500 anos, essa área total equivalia a cerca de quatro vezes a área do nosso país. Conseguimos destruir mais em 500 anos do que em toda a história anterior da humanidade!

Hoje, mais da metade do que restou das florestas tropicais se encontra nas Américas e, nesse cenário, o Brasil é, de longe, o país com a maior área florestal tropical do mundo. Orgulho? Sim! Mas também responsabilidade.

Quer saber um pouco mais sobre o histórico de destruição da Mata Atlântica?

Então, leia o livro A ferro e fogo, de Warren Dean, Companhia das Letras, 1995.

Outro fator que certamente tem colaborado para a diminuição do número de espécies do planeta é o aquecimento da atmosfera (as “mudanças climáticas”) que temos presenciado nas últimas décadas, resultado do efeito estufa desregulado.

O aumento da temperatura em certas regiões do planeta tem causado o deslocamento da área ocupada por várias espécies (em direção às latitudes mais altas), além da extinção de algumas delas. Pelo menos uma espécie animal parece ter sido extinta, recentemente, em decorrência desse aumento de temperatura: Bufo periglenes.

Pesquise na Internet quem é essa espécie, onde vivia e de que forma o aquecimento global pode ter contribuído para a sua extinção.

Aproveite que você já está conectado e pesquise também sobre “branqueamento de corais”. Você verá mais um efeito do aumento da temperatura no planeta afetando a diversidade.

4. Registrando Marcos

Bem resumidamente, o efeito estufa é o fenômeno de aquecimento terrestre por meio da apreensão da radiação térmica proveniente do Sol. Explicando melhor, podemos usar o exemplo de um gás, o CO2 (gás carbônico), que está presente na atmosfera, é transparente aos raios visíveis e ao ultravioleta, mas reflete a radiação térmica, o que acaba gerando um aquecimento no globo. Esse aquecimento é chamado de efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural (já que os chamados gases do efeito estufa – GEE – estão presentes na atmosfera desde muito antes da nossa existência por aqui), e é graças a ele que podemos viver atualmente, caso contrário as temperaturas frias impediriam nossa sobrevivência.

Assim, o efeito estufa é um fenômeno que ocorre desde antes da nossa existência. Mas, por que só atualmente tem-se dado tanta atenção a esse fenômeno? O que ocorre é que temos na nossa sociedade pós-industrial um efeito estufa desregulado. O aumento na concentração dos GEE na atmosfera (oriundos de atividades humanas) desregula esse fenômeno, gerando um aumento da temperatura além do que poderíamos chamar de “natural”. Concluindo, é importante quando se está passando esses termos aos alunos deixar claro que o problema que enfrentamos atualmente é o desregulamento do efeito estufa, e não o efeito apenas. Os alunos tendem a entender que o efeito estufa é um “problema ambiental atual”, e que, portanto, precisa ser combatido e evitado.

Agora reflita: O que leva a essa irregularidade no efeito estufa? E quais os efeitos dessa irregularidade para a vida terrestre?

Para responder a essas questões, temos como sugestão:

- Leitura do texto em: <http://educacao.uol.com.br/ciencias/efeito-estufa-emissao-excessiva-de-gases-aumenta-temperatura-da-terra.jhtm>. Acesso em: 25/07/2012. O texto apresenta um resumo didático sobre o efeito estufa e seu desregulamento.

- Documentário de Al Gore, Uma verdade inconveniente. Direção de Davis Guggenheim, EUA, 2006. Esse documentário pode trazer respostas a muitas dúvidas que temos acerca desse tema!

5. Explorando nosso Porto

Um deles é a exploração exaustiva de espécies, no diz respeito principalmente aos animais, já que, no caso das plantas, em geral, busca-se o cultivo.

Pesquise na Internet sobre o que aconteceu no caso dos mamutes ou da foca-monge-do-caribe.

São dois exemplos de extinção causada pelo ser humano em épocas diferentes de nossa história.

Outro fator que pode levar à perda da diversidade é a introdução de espécies exóticas em uma determinada área. Lembre-se de que já discutimos um pouco o problema da introdução de espécies exóticas e das invasões biológicas no final da disciplina de Ecologia. Mesmo assim, vale retomar um pouco esse assunto, interligando as disciplinas do nosso curso. Quer saber qual o significado de “espécie exótica” na Biologia e como as espécies exóticas podem reduzir a biodiversidade?

Acesse: <http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/conserva_exoticas.htm>.

Por fim, e já que estamos navegando pelos mares da biodiversidade, outro fator que diminui a diversidade é a biopirataria. Já ouviu falar sobre isso? Sabe o que significa? Sabe como pode afetar a biodiversidade?

Pesquise na Internet e busque suas respostas. Essas pesquisas poderão trazer material novo para ser apresentado aos alunos em aula, pois são exemplos interessantes de ações humanas que afetam a nossa biodiversidade.

6. Mão à Obra

Agora que já estudamos um pouco mais sobre o processo de extinção das espécies, leia o texto aqui (Características determinantes do risco de extinção global de mamíferos) e faça a seguinte atividade:

1. Leia o texto criticamente, em especial, a parte da discussão (p. 285 até 288).
2. Dentre as características biológicas citadas que estão relacionadas a um aumento na vulnerabilidade à extinção das espécies, escolha três e cite como elas influenciam na extinção dos mamíferos. Lembre-se de utilizar as suas próprias palavras.
3. Para cada uma das características citadas, cite ao menos um animal, não necessariamente um mamífero, que você acredita ter maior vulnerabilidade à extinção por apresentar alguns dos fatores citados no texto. Não se preocupe com nomes científicos, o importante é você relacionar esse novo conhecimento adquirido a um exemplo.

Pronto para responder a atividade?

7. Para saber mais

Complemento da Atividade

Com o intuito de ampliar ainda mais seus conhecimentos, entre no site da lista vermelha da IUCN <http://www.iucnredlist.org/> e pesquise sobre as espécies ameaçadas de extinção.

Reflita se existe uma consistência entre o que exploramos nesta questão e as espécies que estão listadas como mais ameaçadas.

Como o site é todo em inglês, o vídeo < > é um tutorial que auxilia como proceder para buscar as informações. Infelizmente este material também está em inglês, mas é didático e autoexplicativo, mesmo sem áudio.

Boa reflexão!

8. Construindo a Cidadania

Faça uma reflexão e veja o quanto você contribui, ativa ou passivamente, com muitos desses fatores que discutimos ao longo da semana. Por exemplo, as pessoas, quando vão à praia, querem hospedar-se o mais próximo possível do mar. Só que se esquecem de que, para isso, as construções são feitas em áreas de restinga, um ecossistema extremamente rico e ameaçado de nossa Mata Atlântica.

Para ficar em exemplos mais domésticos e corriqueiros ainda, basta pensarmos no quanto de água e de energia elétrica desperdiçamos todos os dias e no que é necessário, em termos de custos ambientais, para levar essa mesma água e energia para o interior de nossas residências.

Pois é... da próxima vez em que se olhar no espelho, faça uma pose menos inocente...

9. Antes de o navio partir novamente

Todo bom navegador sabe que “depois da tempestade vem a bonança”. Embora hoje tudo pareça meio cinza, na próxima semana, veremos que há alguma luz em nosso horizonte: discutiremos sobre a preservação da biodiversidade.

Podemos tocar o barco?

Quais são os cinco fatores de ameaça a biodiversidade?

Quais são os fatores que não contribuem para a perda da biodiversidade?

Quais são as consequências da perda da biodiversidade?

O que é a perda de biodiversidade?