Quais são os dispositivos de segurança usados nos circuitos elétricos?

Durante minha experiência na área de manutenção elétrica , me deparei com situações de queima de equipamentos por falta ou por mal dimensionamento de um dispositivo de segurança e proteção. Os dispositivos de segurança e proteção são componentes que, inseridos nos circuitos elétricos, servem para interrompê-los quando alguma anomalia acontece.

Seguranças fusíveis

As seguranças fusíveis são elementos inseridos nos circuitos para interrompê-los em situações anormais de corrente, como curto-circuito ou sobrecargas de longa duração. De modo geral, as seguranças fusíveis são classificadas segundo a tensão de alimentação em alta ou baixa tensão; e, também, segundo as características de desligamento em efeito rápido ou retardado.

Fusíveis de efeito rápido

Os fusíveis de efeito rápido são empregados em circuitos em que não há variação considerável de corrente entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento. Esses fusíveis são ideais para a proteção de circuitos com semicondutores (diodos e tiristores).

Fusíveis de efeito retardado

Os fusíveis de efeito retardado são apropriados para uso em circuitos cuja corrente de partida atinge valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em circuitos que estejam sujeitos a sobrecargas de curta duração. Como exemplo desses circuitos podemos citar motores elétricos, as cargas indutivas e as cargas capacitivas em geral. Os seguranças fusíveis de efeito retardado mais comumente usados são os NH e DIAZED

Fusíveis NH

 Os fusíveis NH suportam elevações de tensão durante um certo tempo sem que ocorra fusão. Eles são empregados em circuitos sujeitos a picos de corrente e onde existam cargas indutivas e capacitivas. Sua construção permite valores padronizados de corrente que variam de 6 a 1000 A. Sua capacidade de ruptura é sempre superior a 70 kA com uma tensão máxima de 500 V

Fusíveis DIAZED

 Os fusíveis DIAZED podem ser de ação rápida ou retardada. Os de ação rápida são usados em circuitos resistivos, ou seja, sem picos de corrente. Os de ação retardada são usados em circuitos com motores e capacitores, sujeitos a picos de corrente.

Esses fusíveis são construídos para valores de, no máximo, 200 A. A capacidade de ruptura é de 70 kA com uma tensão de 500 V.

Características dos fusíveis NH e DIAZED

 As principais características dos fusíveis DIAZED e NH são:

 • Corrente nominal - corrente máxima que o fusível suporta continuamente sem interromper o funcionamento do circuito. Esse valor é marcado no corpo de porcelana do fusível;

 • Corrente de curto-circuito - corrente máxima que deve circular no circuito e que deve ser interrompida instantaneamente;

 • Capacidade de ruptura (kA) - valor de corrente que o fusível é capaz de interromper com segurança. Não depende da tensão nominal da instalação;

• Tensão nominal - tensão para a qual o fusível foi construído. Os fusíveis normais para baixa tensão são indicados para tensões de serviço de até 500 V em CA e 600 V em CC;

• Resistência elétrica (ou resistência ôhmica) - grandeza elétrica que depende do material e da pressão exercida. A resistência de contato entre a base e o fusível é a responsável por eventuais aquecimentos que podem provocar a queima do fusível; • Curva de relação tempo de fusão x corrente - curvas que indicam o tempo que o fusível leva para desligar o circuito. Elas são variáveis de acordo com o tempo, a corrente, o tipo de fusível e são fornecidas pelo fabricante. Dentro dessas curvas, quanto maior for a corrente circulante, menor será o tempo em que o fusível terá que desligar.

A escolha do fusível é feita considerando-se a corrente nominal da rede, a malha ou circuito que se pretende proteger. Os circuitos elétricos devem ser dimensionados para uma determinada carga nominal dada pela carga que se pretende ligar. A escolha do fusível deve ser feita de modo que qualquer anormalidade elétrica no circuito fique restrita ao setor onde ela ocorrer, sem afetar os outros.

 Para dimensionar um fusível, é necessário levar em consideração as seguintes grandezas elétricas:

 • Corrente nominal do circuito ou ramal;

 • Corrente de curto-circuito;

• Tensão nominal.

Você é aquele síndico que se preocupa com a segurança e o conforto dos moradores do seu condomínio? Então, é uma boa ideia conferir se o edifício está equipado com os principais dispositivos de proteção elétrica, pois são esses que evitarão acidentes e desconfortos no ambiente.

Além de trazer segurança para o condomínio, a presença dos dispositivos de proteção é obrigatória para as instalações elétricas prediais, segundo a norma técnica ABNT NBR5410.

Aqueles que ignoram as novas normas podem estar colocando seus moradores em risco. A estimativa é que, desde 2013, mais de 4300 pessoas perderam suas vidas em acidentes envolvendo choques elétricos (dados da Abracopel), situação que poderia ser evitada pelos dispositivos de segurança. 

Se você está incerto sobre a situação atual do condomínio, continue lendo este artigo que iremos abordar nele os principais dispositivos de proteção elétrica que são obrigatórios de acordo com as normas brasileiras.

Disjuntores

Os disjuntores são projetados para desarmarem ao detectar um calor acima do normal, o que indica que há fuga de corrente na instalação elétrica. Podemos mencionar os dois modelos mais comuns: térmico e termomagnético

A diferença entre esses dois modelos está no seu modo de acionamento. O disjuntor térmico aciona apenas quando detecta uma temperatura acima do normal. Já o disjuntor termomagnético conta com a proteção térmica citada, mas também com a proteção magnética, que tem uma resposta mais rápida para a fuga de corrente. 

Interruptor Diferencial Residual (IDR ou DR)

O interruptor diferencial residual (DR) é um dispositivo de proteção elétrica que tem a função de proteger pessoas e animais contra choques elétricos. Quando a fuga de corrente da instalação ultrapassa de 30mA (um pouco abaixo do suportável por um ser humano), o DR desliga automaticamente o circuito. Dessa forma, é bom salientar que o perigo de tomar um choque é a continuidade dele, portanto o DR é indispensável para prevenir tragédias.

Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)

O Dispositivo de Proteção Contra Surtos é um dispositivo elétrico que é conectado à malha de aterramento da instalação elétrica. Dessa forma, ao ocorrer uma descarga atmosférica (raio) que adentre à instalação, o DPS age como “um escudo”, pois ele redireciona a sobretensão para as hastes de aterramento presentes no solo e, por consequência, ele “queima” no processo. Assim, o surto causado pelo raio é dissolvido de maneira equipotencial, possibilitando que ele não percorra pelos circuitos. 

Mas afinal, o que ocorre caso não haja DPS na casa ou no prédio?

O Brasil lidera o ranking de países com maior incidência de raios, cerca de 77,8 milhões de descargas elétricas ocorrem todos os anos no território brasileiro. 

Diante disso, há uma grande chance de um raio cair próximo a sua casa e, por meio da rede elétrica, chegar na sua residência. Saiba que a descarga atmosférica não precisa atingir diretamente sua moradia, um raio a quilômetros de distância pode provocar danos a sua residência.

Portanto, caso sua instalação não possua DPS, você estará propício que ao haver qualquer descarga elétrica, o surto adentre aos seus circuitos e danifique qualquer aparelho conectado à tomada, ocasionando prejuízos.

Conclusão

É muito importante atentar-se ao seu quadro elétrico e notar se há ou não a presença desses dispositivos, pois eles podem salvar você de ter grandes dores de cabeça com uma televisão, videogame ou até mesmo geladeira queimada.

Alertamos para os cuidados ao manusear o quadro elétrico, pois, dependendo das condições dele, você corre o risco de se acidentar. Durante nossas inspeções, utilizamos equipamentos especiais para um seguro manuseio. Pela sua segurança, prefira entrar em contato com um profissional da área para realizar essa função.

Não sabe se algum desses dispositivos estão presentes no seu prédio? A C2E te ajuda! É só entrar em contato pelo e-mail e responderemos em seguida.

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