Quais são os dois países do Oriente Médio industrializados que não dependem do petróleo?

Petróleo e Água são dois elementos geopolíticos de extrema importância no contexto do Oriente Médio. O primeiro pela sua abundância, o segundo pela sua escassez.

Dados demonstram que a região do Oriente Médio conta com 5% da população mundial e 1% da quantidade de água, ao passo que é a zona de maior produção de petróleo do mundo. Tal realidade contribuiu para que esses recursos naturais formassem o pano de fundo de intensos conflitos nessa região.

Além do uso doméstico, a importância da água se faz principalmente para a manutenção da agricultura, uma vez que essa é a atividade humana que mais consome água. Por outro lado, o petróleo é muito importante não tão somente para a produção de combustíveis, mas serve também como matéria-prima para a produção de plástico, um dos materiais mais utilizados atualmente.

Os dois principais rios do Oriente médio são o Tigres e o Eufrates, que nascem na Turquia, passam por Síria, Iraque e deságuam no Golfo Pérsico. Em razão de vários países se situarem na mesma bacia hidrográfica, há alguns desentendimentos nessa região por causa da água.

Tudo isso porque a Turquia resolveu represar parte dos rios para a construção de hidrelétricas e açudes, além de vários projetos de represamento em fase de elaboração. Caso esses projetos sejam concluídos, ocorrerá uma grande diminuição da vazão dos rios, o que pode incitar a ocorrência de conflitos futuros entre esses países em busca do controle das águas dos dois rios.

A água também protagonizou alguns conflitos entre israelenses e árabes. Na Guerra dos Seis dias, em 1967, Israel se apropriou de regiões que são muito importantes para o abastecimento hídrico dos países, como as Colinas de Golã, que ajudam no controle do acesso à água no Mar da Galileia. Além disso, os israelenses detêm o controle da água subterrânea da Cisjordânia, de forma que os palestinos só podem construir poços de água sob a autorização do Governo de Israel.

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Em virtude da falta de água potável na região, alguns países do Oriente Médio já adotaram tecnologias de dessalinização das águas do mar, uma vez que o acesso aos recursos hídricos depende da posição geográfica de cada país e do poder geopolítico de cada nação para controlar o acesso a esse recurso.

Quais são os dois países do Oriente Médio industrializados que não dependem do petróleo?

Quanto ao petróleo, apesar de ser um recurso abundante na região, sua produção também está concentrada em torno de alguns poucos países, principalmente aqueles que compõem o entorno do Golfo Pérsico, a saber: Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Em face da abundância de petróleo na região, muitas nações imperialistas despertaram interesses geopolíticos com a intenção de ocupar ou controlar o Oriente Médio, a fim de obterem com maior facilidade a principal matéria-prima do mundo atualmente. Por esse motivo, a briga pelo petróleo foi o principal motivo de praticamente todos os conflitos no Oriente Médio, como a Guerra do Golfo, em 1991, e a invasão dos EUA ao Iraque em 2003 (uma vez que os EUA são os maiores consumidores de petróleo no mundo).

O domínio da Inglaterra sobre a região da Palestina na primeira metade do século XX também buscava um melhor e mais facilitado acesso a esse recurso natural, o que, no final das contas, acabou originando os conflitos entre judeus e árabes.

Diante desses fatos, observa-se a contradição presente: um recurso natural é extremamente abundante e o outro, muito escasso e disputado, mas isso não impede que ambos sejam alvos de disputas e conflitos imperialistas.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Protagonistas de um novo conflito armado na Europa, a Rússia e a Ucrânia têm economias associadas à exportação de commodities. No caso dos russos, as energéticas, e no dos ucranianos, as agrícolas. Mas a complexidade dessas economias vai além —com semelhanças e diferenças.

A principal divergência é no tamanho. A Rússia é a 11ª economia do mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2020, enquanto a Ucrânia é a 55ª.

Além disso, a economia russa, grande herdeira da antiga União Soviética, é mais desenvolvida que a ucraniana, que ainda é considerada um país em desenvolvimento.

Mesmo assim, os países apresentam semelhanças nos principais produtos e parceiros comerciais, e também têm uma relação comercial intensa que vem perdendo forças devido ao cenário que culminou na invasão da Rússia ao país.

Ucrânia: celeiro da Europa

Vinicius Teixeira, professor da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), afirma que a economia ucraniana é de um país em desenvolvimento, mas mais diversificada em termos de áreas de atuação que a média.

Mesmo assim, a base dela ainda é voltada para minérios e produtos agrícolas. “A Ucrânia é uma grande exportadora de grãos, como trigo, milho e cevada. Outra parte do país produz maquinaria pesada e material de defesa”, diz.

As “raízes” dessa divisão vêm do período em que o país era uma das repúblicas da União Soviética, atuando como uma “oficina” do bloco e concentrando um grande número de fábricas.

“Quando conseguiu sua independência, a Ucrânia tinha essas indústrias, de locomotivas, motores de navios, geradores de energia, mas são bem específicas, difíceis de exportar, e o maior comprador é a Rússia, que é até dependente do país em um certo nível”, afirma Teixeira.

Conforme a relação entre os países se deteriorou, principalmente com a anexação da Península da Crimeia em 2014, as exportações ucranianas caíram, com o país incapaz de achar novos consumidores. A dívida e o déficit comercial passaram a subir.

Ao mesmo tempo, o país possui um dos solos mais férteis do mundo, o chamado “solo negro”, que é rico em húmus. “Desde a época soviética a Ucrânia é considerada um celeiro da produção de vários grãos, além de batata e de ter também uma importante produção leiteira e de laticínios”, diz o presidente da Câmara Brasil-Rússia, Gilberto Ramos.

Boa parte disso, explica o executivo, é o que ajuda a abastecer os países da União Europeia. “A Ucrânia tem enorme relevância para a comunidade europeia, que é hoje sua principal parceira comercial, além da própria Rússia.”

Já a região do leste ucraniano, que concentra os movimentos separatistas apoiados pela Rússia, é conhecida pela grande presença de indústria e pela mineração de carvão, produto importante da pauta comercial da Ucrânia.

Rússia: potência energética e industrial

Do outro lado, a Rússia é caracterizada, segundo Teixeira, como um país “mais desenvolvido e muito mais complexo”. A principal fonte de receitas das exportações ainda está nas commodities, em especial as energéticas. O país é um dos maiores produtores de petróleo e tem a maior reserva de gás do mundo, fornecendo mais de 40% de toda a demanda europeia do produto.

A diversificação da economia veio por meio de indústrias como a automotiva e de defesa. Isso dá à Rússia, de acordo com os especialistas, um perfil de produção e exportações razoavelmente balanceado entre os produtos básicos de um lado, como os combustíveis, itens agrícolas e minérios, e bens industriais de alto valor agregado do outro.

“A Rússia tem uma indústria forte de bens de capital e equipamentos pesados, além de ter um grande desenvolvimento para a área de tecnologia, como a indústria do blockchain, das startups e das incubadoras”, diz Ramos.

Ele lembra, também, da importância russa no fornecimento de fertilizantes para o resto do mundo —incluindo o Brasil, que importa de lá boa parte dos produtos que sustentam suas lavouras.

“A Rússia é uma grande fornecedora de nitrogenados, cloreto de potássio e ureia, e daí a necessidade de o Brasil mantê-la como uma grande parceira estratégica“, afirma.

Impactos da guerra

Com o conflito bélico, Teixeira, da Unemat, avalia que a Ucrânia deve ter os maiores impactos econômicos, por ser palco do embate. “Provavelmente a produção agrícola vai cair significativamente entre este ano e o próximo. As indústrias devem ser as mais afetadas, porque, na guerra, a indústria de defesa, que é importante, deve virar alvo de ataques.”

Ele também afirma que os esforços russos de bloquear o espaço aéreo ucraniano e o acesso a portos deve impedir as importações e exportações do país, gerando um “custo muito maior e duradouro do que na Rússia”.

No caso russo, ele diz que o principal impacto econômico deve vir das sanções prometidas pelos Estados Unidos e países europeus. Mesmo assim, considera que “elas são pouco efetivas no médio e longo prazo porque a Rússia pode achar outros caminhos para se desenvolver”.

“A Rússia é herdeira de um país que sempre soube viver com sanções, e ela mesma já teve várias. Elas impactam no curto prazo, mas pode se realinhar e reorientar para sair desses becos”, diz.

Teixeira observa que a Rússia já vinha dando sinais de que estava preparada para lidar com possíveis sanções, aumentando suas reservas cambiais e firmando acordos com a China —importante consumidora da sua indústria bélica— para sustentar as exportações, o que deve reduzir os efeitos das sanções.

Parceiros comerciais

Segundo o Observatório de Complexidade Econômica, em 2019 a Rússia totalizou US$ 407 bilhões em exportações, e US$ 238 bilhões em importações. Naquele ano, ela foi a maior exportadora de trigo, aços semi-finalizados, óleo de alcatrão, níquel e fertilizantes nitrogenados.

As maiores exportações foram de petróleo bruto, petróleo refinado, gás natural, carvão e trigo, com os principais destinos sendo, respectivamente, a China, Países Baixos, Belarus, Alemanha e Itália.

Já as principais importações foram de carros, medicamentos, peças de veículos, equipamentos de telecomunicação e aeronaves e helicópteros. Os maiores vendedores foram a China, Alemanha, Belarus, Estados Unidos e Itália.

No mesmo ano, a Ucrânia exportou US$ 49,5 bilhões em produtos, e importou US$ 55,4 bilhões. Os principais produtos exportados foram milho, óleos de sementes, minério de ferro, trigo e aço semi-finalizado, tendo como destino Rússia, China, Alemanha, Polônia e Itália.

Na pauta de importação, os principais produtos foram petróleo refinado, carros, medicamentos, carvão e gás natural. Os maiores vendedores foram a China, Rússia, Alemanha, Polônia e Belarus.

Especificamente com o Brasil, os dois países estão bem distantes dos principais parceiros comerciais. Em 2021, as exportações para a Rússia somaram US$ 1,587 bilhão, enquanto que, para a Ucrânia, foram de US$ 226 milhões.

Os principais produtos brasileiros exportados para a Rússia foram soja, café, frango, açúcar, amendoim, carne bovina e ferro-nióbio. Já para a Ucrânia, foram amendoim, bauxita, açúcar, café, pulverizadores, soja e tabaco.

No mesmo ano, as importações da Rússia totalizaram US$ 5,698 bilhões, e da Ucrânia US$ 211 milhões. Os principais produtos russos importados foram componentes químicos para produção de fertilizantes, adubos, produtos semimanufaturados de ferro ou aço e alumínio.

Já da Ucrânia, foram ferro, produtos para produção de fertilizantes, medicamentos que contém insulina e aparelhos para preparação de café ou chá.

Quais são os países industrializados do Oriente Médio que não dependem do petróleo?

São esses países: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Quais são os países industrializados do Oriente Médio?

Inserem nessa organização onze países, seis são do Oriente Médio: Arábia Saudita (maior produtor mundial), Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Catar.

Qual dos países do Oriente Médio é considerado o mais industrializado?

Por sua vez, o setor secundário apresenta uma participação tímida na maior parte dos países do Oriente Médio. O único país industrializado da região é Israel, que possui uma forte indústria bélica, eletrônica e de informática.

Qual país árabe não produz petróleo?

"A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos têm capacidade ociosa, mas se recusam a aumentar a produção por conta própria", diz Kate Dourian. "Eles não querem ser ditados pelo Ocidente.