Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?

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Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10400.26/14213

Título:  Fatores que contribuem para o abandono precoce do aleitamento materno
Autor: 
Orientador:  Parreira, Maria Vitória
Palavras-chave:  Aleitamento materno
Abandono precoce
Data de Defesa:  2016
Resumo:  Objetivo: documentar o percurso realizado ao longo do estágio profissionalizante, de acordo com o previsto no regulamento do 2º ciclo de estudos da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), com vista à conclusão do curso de mestrado em enfermagem de saúde materna e obstetrícia (MESMO). Introdução: sendo o âmbito das competências e áreas de atuação do Enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia (EESMO) muito abrangentes, torna-se impossível reproduzir todas as experiências de crescimento pessoal e profissional vivenciadas ao longo deste processo formativo. Por esse motivo é dado destaque às áreas que mais privilegiamos ao longo da prestação de cuidados e às atividades desenvolvidas que suscitaram maior reflexão de acordo com os objetivos do estágio. Foi, também, focada com especial atenção uma problemática transversal a todos os contextos de estágio e com interesse peculiar: o aleitamento materno (AM). A escolha desta temática foi baseada na importância que a amamentação representa, não só para as mães, mas também para o EESMO, pelo impacto que podem ter os seus saberes e a sua partilha, para ajudar os casais, tendo como objetivo o sucesso e a eficácia do processo de amamentação, numa dupla perspetiva que privilegie o binómio mãe-filho. Metodologia: considerando a pertinência e a mais-valia de uma prática baseada na evidência, procedeu-se à descrição e fundamentação teórica das atividades realizadas nos diferentes contextos formativos proporcionados, com base nesta metodologia. Na prática clinica, um dos focos de atenção transversal a todos os contextos formativos de estágio foi o aleitamento materno. Com o objetivo de identificar os fatores que contribuem para o seu abandono precoce e perceber que contributo preventivo pode ser dado pelo EESMO, realizou-se uma revisão integrativa da literatura na qual se contemplou a análise crítica de publicações científicas indexadas em bases de dados de saúde. Resultados: embora o ato de amamentar seja visto como um comportamento inato e natural constatou-se que diversas condicionantes interferem no seu decurso. Da análise dos resultados concluiu-se que diversos fatores pessoais, sociais, culturais, demográficos e biológicos contribuem para o abandono precoce do aleitamento materno nos primeiros meses de vida do bebé. Ressalta-se, também, que, ao nível preventivo, o contributo dos enfermeiros em geral, e em particular do EESMO, diz respeito à importância da atenção dada não só ao foco da amamentação e às atividades diagnosticas para a identificação dos fatores condicionantes, mas também, às necessidades fisiológicas e psicológicas das mulheres durante a gravidez, parto e período pós-parto. Dos resultados emergentes é, ainda, identificada a necessidade da capacitação e aperfeiçoamento contínuo dos profissionais de saúde para que cada mulher receba suporte e assistência individualizados que permitam um olhar humanizado, considerando-se a mulher como o principal interveniente no processo de amamentar.
URI:  http://hdl.handle.net/10400.26/14213
Designação:  Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia
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Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?
Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?

Fatores que levam ao abandono do aleitamento materno exclusivo antes dos seis meses de vida: uma revis�o de literatura

Factores de determinan el abandono de la lactancia materna exclusiva antes de los seis meses de vida: una revisi�n de la literatura

Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?

 

*Enfermeira graduada pela Universidade

Estadual de Montes Claros. UNIMONTES, MG

**Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual

de Montes Claros, UNIMONTES, MG

Mestre em Ci�ncias da Sa�de

(Brasil)

Ana Am�lia Silva Guimar�es*

Clara de C�ssia Versiani**

Luciana Barbosa Pereira**

Valdete da Silva**

 

Resumo

          Introdu��o

: O leite humano � considerado o alimento ideal para o lactente, principalmente nos primeiros seis meses de vida. A decis�o das m�es em amamentar e o tempo, s�o cercadas por v�rios fatores que podem interferir na manuten��o do aleitamento materno exclusivo. Objetivo: Identificar os fatores que interferem na manuten��o da amamenta��o exclusiva at� o sexto m�s de vida da crian�a. Metodologia: A metodologia utilizada para desenvolver este estudo foi a revis�o narrativa de literatura, utilizando 14 artigos dos anos de 2007 a 2012 nas bases de dados BVS, Lilacs e Scielo. Resultados: Destacou-se os principais fatores que interferem na manuten��o do aleitamento materno exclusivo at� sexto m�s de vida da crian�a, divididos em dois grupos onde o primeiro menciona os fatores maternos como: cultura local; trabalho fora de casa; falta de orienta��o, suporte e incentivo dos profissionais de sa�de; n�vel socioecon�mico, escolaridade; dor; patologias e prim�paras. E o segundo relaciona os fatores ligados a crian�a: uso de chupetas; comportamento da crian�a; baixo peso e prematuridade; doen�as e tipo de parto. Conclus�o: Os profissionais de sa�de, principalmente o enfermeiro, s�o co-respons�veis pelo sucesso da amamenta��o junto � m�e a fim de diminuir os fatores de riscos do desmame precoce.

          Unitermos:

Aleitamento materno exclusivo. Amamenta��o. Desmame precoce.

Abstract

          Background:

Human milk is considered the ideal food for infants, especially in the first six months of life. The decision of mothers to breastfeed and time, are surrounded by several factors that can interfere with the maintenance of exclusive breastfeeding. Objective: To identify factors that interferes with the maintenance of exclusive breastfeeding until the sixth month of child�s life. Methodology: The methodology for this study was to develop a narrative review of the literature, 14 articles using the years 2007 to 2012 in database, BVS, Lilacs and Scielo. Results: He highlighted the main factors that influence the maintenance of exclusive breastfeeding until six months of a child's life, divided into two groups where the first mention maternal factors such as local culture, work outside the home, lack of guidance, support and encouragement health professionals; socioeconomic status, educational level, pain, disease and primiparous. And the second lists the factors related to child: pacifiers, child behavior, low birth weight and prematurity, illness and type of delivery. Conclusion: Health professionals, especially nurses, are co-responsible for the success of breastfeeding by the mother in order to reduce the risk factors for early weaning.

          Keywords:

Exclusive breastfeeding, Breastfeeding, Early weaning.
 
Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - A�o 18 - N� 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

Quais são os fatores que podem levar ao abandono desistência da amamentação?

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Introdu��o

    Sabidamente o leite humano � considerado o alimento ideal para o lactente, principalmente nos primeiros seis meses de vida, devido aos seus benef�cios em termos nutricional e imunol�gico (EUCLYDES, 2000). Al�m disso � a forma mais segura, simples e menos dispendiosa para fornecer a nutri��o completa a crian�a. (BARROS, 2006.)

    Segundo Brasil (2009) , amamentar � muito mais do que nutrir a crian�a. � um processo que envolve intera��o profunda entre o bin�mio m�e-filho, com repercuss�es no estado nutricional da crian�a, em sua habilidade de se defender � infec��es, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, al�m de ter implica��es na sa�de f�sica e ps�quica da m�e.

    O aleitamento materno exclusivo (AME) � idealizado, por Brasil (2009), em ser mantido nos primeiros seis meses de vida e complementado at� os dois anos ou mais, n�o havendo vantagens em introduzir alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, trazer preju�zos � sa�de da crian�a.

    Assim, a manuten��o do AME requer esfor�os n�o s� da m�e, mais de diversos seguimentos sociais que buscam a auxiliar e orientar quanto a essa pr�tica. (BARROS, 2006)

    Segundo Carvalho; Carvalho e Magalh�es (2012) a amamenta��o � um ato cujo o sucesso depende de fatores hist�ricos, biopsicosocial da pu�rpera e do compromisso e conhecimento t�cnico cient�fico dos profissionais da sa�de envolvidos na promo��o, incentivo e apoio ao aleitamento materno exclusivo.

    � necess�rio que a mulher esteja completamente orientada quanto a import�ncia da amamenta��o e saiba como e o porque ela deve amamentar, considerando as vantagens do aleitamento tanto para a crian�a quanto para ela. A confian�a adquirida pela m�e faz com que ela se torne independente e segura no cuidado com a crian�a.(BRASIL, 2009)

    Mesmo com todas as vantagens oferecidas pelo aleitamento materno, Becker (2012), nota em seu estudo que essa atividade j� n�o � t�o habitual como nos tempos mais antigos o que reflete significativamente na sa�de das crian�as. Quando se finda precocemente o aleitamento materno da crian�a e h� acr�scimo de outros tipos de alimentos, aumenta o risco de exposi��o a doen�as e infec��es, uma vez que, coloca a crian�a em contato com subst�ncias desconhecidas por seu organismo e � agentes infecciosos.

    Diante deste contexto, este estudo tem como objetivo Identificar os fatores que interferem na manuten��o da amamenta��o exclusiva at� o sexto m�s de vida da crian�a.

Metodologia

    A metodologia utilizada para desenvolver este estudo foi a revis�o narrativa de literatura. O cen�rio de realiza��o da pesquisa foram os s�tios eletr�nicos cadastrados e reconhecidos como fontes seguras nas pesquisas de artigos o que proporcionou confiabilidade nos dados obtidos atrav�s dos estudos selecionados.

    Utilizado os descritores "aleitamento materno", "amamenta��o exclusiva" e "desmame precoce", cadastrado no portal dos Descritores em Ci�ncias da Sa�de (DeCS), a respeito da tem�tica em quest�o, dando inicio a um estudo explorat�rio para promover uma compreens�o mais ampla e cr�tica sobre o tema abordado. A sele��o dos artigos foi feita por meio dos seguintes crit�rios de inclus�o: que estivessem na �ntegra; em portugu�s; datados de 2007 a 2012 e abordasse sobre o tema proposto, descartados todos os outros que apresentavam somente resumo.

    A an�lise preliminar resultou em 30 artigos que, a partir de leitura criteriosa, foram selecionados 14 para o desenvolvimento do trabalho. Publicados entre os anos de 2007 e 2012 nas bases de dados da La Literatura Latino Americana e do Caribe em Ci�ncias da Sa�de (Lilacs), Scielo (Scientific Electronic Library Online) e atrav�s de sites de busca.

    Definido o material a ser trabalhado, deu-se in�cio a duas fases: a leitura criteriosa dos artigos e realiza��o de fichamentos. Ap�s a identifica��o das id�ias dos autores acerca do tema proposto, houve a divis�o em dois grupos, a fim de facilitar o entendimento dos resultados e da discuss�o. No primeiro grupo foram relacionados os fatores que estavam ligados � m�e e o segundo a crian�a. Assim, possibilitou a cria��o da revis�o de literatura sobre o tema proposto alcan�ando os objetivos estabelecidos.

Resultados e discuss�o

Fatores relacionados � m�e

Cultura local

    Monteiro et al. (2011), aponta como justificativa ao desmame, o conceito do "leite fraco" que foi adotado no come�o do s�culo XX por m�es n�o conseguiam desempenhar seu papel de nutriz, o que resultava no desmame precoce da crian�a. Assim, constru�a-se o conceito da hipogalactia, que com fundamenta��o cientifica da �poca, justificava o abandono da amamenta��o e exclu�a da m�e a responsabilidade do fracasso perante a sociedade.

    Utilizado nos dias de hoje, os conceitos de �leite insuficiente� e de �leite fraco� est�o presentes na concep��o das m�es acerca do aleitamento materno, apoiado fortemente pelas cren�as socioculturais, sem embasamento biol�gico - cientifico que levam ao abandono do AME. Ainda, a press�o imposta por pessoas que participa do c�rculo cultural da m�e para iniciar o uso de outros l�quidos e bicos artificiais, impacta negativamente nesse abandono. (POLIDO et al. 2011)

Trabalho fora de casa

    Campos (2011), em sua pesquisa, revela que as m�es citam a volta ao trabalho como ponto decisivo para o desmame precoce.

    As modifica��es no modelo tradicional das fam�lias e as mudan�as no modo de vida da mulher, faz com que, cada vez mais, ela se torne participativa do or�amento familiar. A mulher passa a ter sua pr�pria independ�ncia financeira, tendo que trabalhar fora de casa para ajudar, ou muitas vezes, assumir as despesas do lar, dificultando assim, o repasse natural dos costumes e influindo no modo de alimenta��o da crian�a. Esse novo comportamento espelha-se negativamente na pr�tica da amamenta��o bem sucedida, podendo diminuir ou findar o AME, influenciando no aumento da morbi-mortalidade infantil. (MONTEIRO, NAKANO E GOMES 2011).

    A introdu��o de outro tipo de leite ou alimento � destacado, por Frota (2009), como compuls�rio quando a m�e tem que assumir o trabalho extra lar. Esse comportamento de manter a seguran�a financeira e atender as necessidades familiares � destacado pelo autor como fator de risco � manuten��o do AME contribuindo para o desmame precoce.

Falta de apoio por parte dos profissionais de sa�de

    Monteiro, Nakano e Gomes (2011), dizem que os pr�prios profissionais de sa�de, �s vezes, desvalorizam � pr�tica de amamentar, promovendo pr�ticas hospita�lares inadequadas principalmente no per�odo do puerp�rio. Fato que reflete contrariamente no que diz respeito ao incentivo e manuten��o da pr�tica da amamenta��o exclusiva.

    Carrascoza et al. (2011), no contexto de profissionais de sa�de, percebe em seu estudo que h� incentivo de alguns profissionais de sa�de em introduzir bicos artificiais em crian�a para "prepar�-la" para o retorno da m�e ao trabalho fora de casa. Por�m, O acompanhamento do profissional de sa�de durante o pr�-natal, foi considerado um fator de relev�ncia para reduzir o desmame precoce, entretanto, n�o interferindo muito na introdu��o de outros tipos de alimentos durante a AME.

    Em grande parte, os profissionais de sa�de restringem-se apenas no repasse de aspectos t�cnicos contidos nos manuais, deixando de lado os sentimentos que envolvem a mulher no per�odo da amamenta��o. Assim, elas n�o encontram o apoio que precisam no setor da sa�de, podendo resultar em inseguran�a, angustia e preocupa��o, n�o prosseguindo com a amamenta��o at� o tempo esperado. (MONTEIRO, NAKANO E GOMES, 2011)

N�vel socioecon�mico e escolaridade

    Martins et al. (2011), fala que a motiva��o materna quando se trata da amamenta��o, pode sofrer influ�ncia dependendo do n�vel instrucional materno. Atribui como fator de dura��o do AME, o contato maior com informa��es sobre os benef�cios da amamenta��o, sendo essas mais presentes, nos pa�ses desenvolvidos, por m�es que apresentam um padr�o de instru��o maior. Por�m, em pa�ses que est�o em fase de desenvolvimento, � observado que m�es que pertencem a uma classe social mais baixa e um menor n�vel de instru��o, cujo inicio do pr�-natal d�-se mais atrasado, optam tardiamente pelo modo de alimenta��o da crian�a .

    J� Carrascoza et al. (2011), apontam que contradiz o que os autores anteriores, ele comprova que a interrup��o teve predom�nio entre as mulheres que tinham poder socioecon�mico alto. Afirma tamb�m que, nos pa�ses que n�o possuem industrializa��o, a amamenta��o � mais duradoura entre as mulheres pertencentes �s classes baixa e m�dia do que na classe de melhor n�vel socioecon�mico.

    Frota et al. (2009) consideram que o tempo de aleitamento materno no Brasil n�o � satisfat�rio, e que, dependendo da regi�o, h� diferen�a. O autor cita a propaganda e a urbaniza��o como influenciadores na divulga��o de f�rmulas infantis e mudan�as nos h�bitos de vida, reduzindo o tempo para a pr�tica da amamenta��o.

    Ao quesito educa��o h� uma forte associa��o da baixa escolaridade com a descontinuidade da amamenta��o exclusiva. Quanto maior for o tempo de escolaridade, possivelmente maior ser� o tempo de aleitamento natural e mais demorado ser� a introdu��o de �gua e ch�s no primeiro dia de vida da crian�a. (MARTINS et al. 2011)

Dor e patologias

    O ato de amamentar n�o gera dor quando realizado de forma correta. Mas muitas vezes, por falta de conhecimento das t�cnicas de amamenta��o, da inexperi�ncia materna, da falta de educa��o em sa�de por parte dos profissionais, pode se tornar uma pr�tica dolorosa trazendo preju�zos tanto para a sa�de da crian�a quanto para a m�e. Mesmo n�o sendo esperada, a dor � uma das principais causas de problemas durante a amamenta��o interferindo diretamente no reflexo da sa�da do leite. Como resultado, h� cess�o da amamenta��o comprometendo a nutri��o da crian�a e desenvolvendo na m�e a sensa��o de afli��o determinando o fracasso da amamenta��o. (ARA�JO 2008)

    FROTA et al.(2009) cita algumas patologias como respons�veis por dificultar e at� mesmo findar a amamenta��o exclusiva. As mais comuns s�o: dor, ingurgitamento mam�rio, fissuras mamilares e mastites, as quais os profissionais de sa�de dever estar atentos para poderem intervir a fim de n�o deixar que essas, finde o AME. O estabelecimento de medidas profil�ticas durante a gesta��o e puerp�rio faz-se de extrema import�ncia para evitar essas complica��es.

Prim�paras

    Ramos e Ramos (2007), apresentam a primiparidade como fator de risco ao desmame precoce. Ele ressalta que a quest�o cultural e os saberes transmitidos atrav�s das gera��es e a falta de experi�ncia influem desfavoravelmente na manuten��o do AME.

    Polido et al. (2011), refor�a em seu estudo que a quest�o da amamenta��o com o primeiro filho gera muita inseguran�a para as m�es, relacionada a falta de experi�ncia e conhecimento desse grupo de mulheres acerca da pr�tica. � dito ainda que a maneira que elas realizavam o aleitamento era de forma superficial, n�o agregando o valor necess�rio ao aleitamento. Consideravam a introdu��o de l�quidos e outros alimentos necess�rios independente da idade da crian�a, asseguradas por alguns profissionais de sa�de que estimulavam o uso, segundo a fala das m�es.

    Uma compara��o das prim�paras com as mult�paras � realizada por Martins et al. (2011), ressaltando que a chance de cessa��o do AME � mais presente nas m�es com primeiro filho que apresentam caracter�sticas como: menor idade, pouca instru��o, inexperi�ncia e influ�ncia cultural.

Fatores relacionados � crian�a

Uso de chupeta

    Em estudo realizado por Fran�a et al (2007), o uso de chupetas � descrito como o motivo mais importante da crian�a n�o continuar com o AME.

    Moimaz (2011) responsabiliza o uso de chupetas como o indicador de maior destaque para os h�bitos de suc��o n�o nutritivo na crian�a, afirmando tamb�m, que o uso de bicos artificiais esta intimamente associado ao tipo e a dura��o do aleitamento materno.

    O uso da chupeta � assimilado por Frota et al. (2009) com a diminui��o da produ��o do leite materno pelo fato da crian�a n�o sugar o seio de forma adequada prejudicando no est�mulo da produ��o do leite materno.

    Carrascoza et al. (2011), faz uma an�lise do uso de chupetas por crian�as em aleitamento materno e conclui que o seu uso influi negativamente no tempo de dura��o do AME. Cita tamb�m que, a maneira que a crian�a chupa os bicos artificiais, pode atrapalhar a amamenta��o e que, a inser��o da chupeta, seja uma forma que a m�e insegura encontra para tentar tranq�ilizar o beb� quando ela tem dificuldade para amamentar. Sendo assim, representa um forte indicio para a cessa��o do aleitamento materno.

Comportamento da crian�a

    Frota et al. (2009: 63) diz que, "As m�es justificam o desmame, atribuindo a causa a fatores ligados ao comportamento do rec�m-nascido, bem como a outros fatores determinados pela interpreta��o da experi�ncia de amamentar."

    O choro pode ser a tradu��o de descontentamento e fome da crian�a sendo as vezes interpretado pela m�e de forma err�nea. Elas associam essa rea��o � elas, com a quest�o da qualidade e quantidade do seu leite julgando n�o ser satisfat�rio para seu filho, o que leva a introdu��o de outros alimentos e at� mesmo a total substitui��o do leite materno pelo artificial. (FROTA et al.2009)

    Comportamentos como nervosismo e falta de paci�ncia da crian�a � citada pelas m�es no trabalho realizado por Polido et al. (2011), como uma das causas que atrapalha na manuten��o da amamenta��o.

Baixo peso e prematuridade

    Salustiano et al. (2012) confere ao baixo peso da crian�a como presun��o em findar a amamenta��o. Ressalta que o beb�, n�o consegue fazer o est�mulo adequado que reflete na fabrica��o do leite materno, pois n�o tem for�a succional suficiente. Outro fator relacionado ao peso � a estadia demorada em unidades de terapia intensivas neonatais que atrapalha a realiza��o do aleitamento materno.

Doen�as

    Em rela��o � presen�a de patologias na inf�ncia e � amamenta��o, Moimaz et al. (2011), em seu estudo, aponta que existe uma associa��o com o aumento da alimenta��o mista e que a preval�ncia dos tipos de doen�as s�o as al�rgicas e respirat�rias.

Tipo de parto

    Salustiano et al. (2012), faz men��o em seu estudo do tipo de parto que a crian�a � concebida. Refere que a literatura � incerta acerca desse item, com uma linha de autores que apontam o parto ces�reo como favor�vel ao desmame precoce.

Conclus�o

    Ap�s a an�lise rigorosa acerca dos resultados e discuss�o realizados ao longo do estudo em volta da problem�tica que envolve a manuten��o do aleitamento materno exclusivo, foi poss�vel identificar os fatores que interferem nessa pr�tica, dificultando-a e muitas vezes colocando fim. Os fatores apontados nesse estudo foram: cultura local; trabalho fora de casa; falta de orienta��o, suporte e incentivo dos profissionais de sa�de; n�vel socioecon�mico; escolaridade; dor e patologias; prim�paras; uso de chupetas; comportamento da crian�a; baixo peso e prematuridade; doen�as e tipo de parto.

    A necessidade de intervir junto � esses fatores � de extrema relev�ncia para que se possa manter a pr�tica do aleitamento, objetivando-se garantir a prote��o e nutri��o adequada para a crian�a de maneira correta, natural e com baixo custo.

    Os profissionais de sa�de, principalmente o enfermeiro, s�o co-respons�veis pelo sucesso da amamenta��o junto � m�e. Tem a responsabilidade de fazer com que seja uma pr�tica prazerosa, correta e segura, sem causar danos ao bin�mio m�e-filho, levando sempre em considera��o os sentimentos, medos e a carga cultural da mulher. Deve ser um profissional capacitado e humanizado a fim de sanar d�vidas e transmitir com seguran�a conhecimentos e a��es de educa��o em sa�de garantindo a promo��o, prote��o e apoio a continuidade do aleitamento materno.

    Esta assist�ncia deve estar sempre voltada a essa pr�tica para garantir a continuidade da assist�ncia e manuten��o do AME, diminuindo o desmame precoce em causas que possam ser prevenidas, visando a qualidade da sa�de da crian�a que necessita do aleitamento materno.

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Quais as principais causas da interrupção da amamentação?

Os motivos para a interrupção do aleitamento materno precocemente foram a falta de tempo devido ao trabalho; introdução precoce de outros alimentos antes dos seis meses; pensar que seu leite é fraco devido a consistência aguada; demora na descida do leite; questões anatômicas como o bico plano ou invertido; a própria ...

Por que algumas mães deixam de amamentar seus filhos?

“Pode ser uma uma pega incorreta da mama, dores, doença que acomete a mãe ou o recém-nascido, críticas familiares, preocupações, depressão pós-parto, a mãe não estar em condições favoráveis para produzir leite, e até mesmo, por falta de informação, preparo ou orientação”, explica.

O que impede a mãe de amamentar?

Afinal, quais são as doenças que impedem a amamentação? No Brasil, de acordo com a recomendação feita pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), somente as mães portadoras de HIV, o vírus da imunodeficiência humana, e HTLV, o vírus T-linfotrópico humano, não devem amamentar seus bebês.

Quais problemas as crianças que não passam pelo processo de amamentação podem estar propensas?

É possível que a propensão de uma criança sofrer de sinusite e infecções de garganta e de ouvido seja determinada nos seus primeiros meses de vida. Segundo um estudo publicado nesta semana, um bebê que foi amamentado por mais tempo tem até 70% menos risco de apresentar esses problemas aos seis anos de idade.