O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o território nacional. Show
A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, que lutou para preservar o modo de vida dos africanos escravizados que conseguiam fugir da escravidão. A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira. Os principais temas que podem ser abordados nessa data são o racismo, a discriminação, a igualdade social, a inclusão do negro na sociedade, a religião e cultura afro-brasileiras, dentre outros. Como surgiu o Dia da Consciência Negra?Durante o governo Lula (2003-2010), a Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003, determinava a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. Nesse mesmo documento, ficou estabelecido que as escolas iriam comemorar a consciência negra:
No entanto, foi somente no governo de Dilma Rousseff e através da Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011, que essa data foi oficializada. Nesse documento foi criado o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, sem obrigatoriedade de que ele fosse feriado. Saiba mais: Origem do Dia da Consciência Negra Leia mais: Fepesp Nesse mês de novembro, o tema da Consciência Negra está em pauta aqui no Fialho Salles e em diversos outros locais. Entretanto é importante lembrar que o movimento de conscientização deve acontecer durante todo o ano. Por isso, separamos 5 indicações de conteúdos e projetos sobre a temática racial, produzidos por intelectuais e produtores de conteúdo negros. 1. Portal Geledés Geledés é uma organização da sociedade civil que há 30 anos compartilha informações e promove eventos em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigente na sociedade brasileira. Site | Instagram | Facebook | Youtube 2. Documentário Emicida: AmarElo – É Tudo Pra Ontem (Original Netflix) Com cenas do seu show no Theatro Municipal de São Paulo em 2019, o rapper e ativista, Emicida celebra e apresenta pessoas e histórias que marcam o rico legado da cultura afro-brasileira. Trailer | Documentário na Netflix 3. Coleção de livros Feminismos Plurais Essa coleção, organizada pela jornalista e filósofa Djamila Ribeiro, apresenta livros acessíveis e de fácil compreensão, sobre temas como o racismo, empoderamento, colorismo e apropriação cultural, escritos por diversos autores, como por exemplo do advogado, filósofo e professor, Silvio de Almeida. Site da coleção 4. Projeto Incluir Direito – CESA O Projeto Incluir Direito busca aumentar a participação do negro no mercado jurídico, promovendo dessa forma a inclusão e a diversidade. Fornecem desenvolvimento educacional e pessoal para que jovens negros e negras participem em condições de igualdade nos processos seletivos para ingressar nas sociedades de advogados, além de gerar mudança na estrutura e cultura organizacional com o rompimento de paradigmas e preconceitos, pois contribui para a composição de equipes de trabalho mais diversas. Site do Projeto 5. Podcast AfroPausaO AfroPausa é um podcast onde comunicadores pretos compartilham suas vivências pessoais, profissionais e também algumas das urgências da comunidade negra, com o intuito de tornar o mercado de comunicação brasileiro mais plural. Perfil do Podcast no Spotify Acesse, reflita e compartilhe! Faça parte desse movimento de conscientização. Publicidade “O papel precisa ser ativo. Muitas vezes, as pessoas brancas escutam, dizem que entendem, mas a gente vê pouca coisa na prática.[…] É a forma que as pessoas agem quando têm que abdicar do privilégio e pautar isso nas suas empresas ou núcleos de amizade, que diz muito sobre elas”, disse a influencer Lorena Monique, conhecida como Neggata, em uma das entrevistas feitas para o estudo Consciência entre urgências: pautas e potências da população negra no Brasil. Não perca o que está bombando nas redes sociais Apresentado pelo Google e realizado pela consultoria Mindset-WGSN e o instituto Datafolha, o levantamento realizado com 1.225 pessoas – que se reconhecem como pretas ou pardas – revela quais são as questões mais importantes e urgentes para os negros no Brasil. Além de identificar os temas emergenciais, a pesquisa também perguntou aos entrevistados qual era a opinião deles sobre o Dia da Consciência Negra. Vale lembrar que a data foi escolhida por conta do dia em que Zumbi dos Palmares morreu. O líder do Quilombo dos Palmares foi uma das principais figuras na luta pelo direito à liberdade dos negros escravizados no período colonial. Segundo 91% dos entrevistados, o Dia da Consciência Negra serve para valorizar a trajetória de afrodescentes. As classes D e E são as que mais salientam a importância da data. 85% dos entrevistados desse grupo identificam que o dia é um momento de luta. Veja abaixo quais são as pautas mais urgentes identificadas pela pesquisa.1º Mercado de trabalho A falta de emprego é o principal problema enfrentado pelos negros segundo o estudo. 48% dos entrevistados acreditam que a pauta é urgente, mas pouco discutida atualmente. Para quem está no mercado de trabalho, o problema ainda não foi sanado, já que homens negros ganham em média 58% do salário dos brancos enquanto as mulheres negras recebem 55% do valor oferecido aos caucasianos. 2º Racismo estrutural e institucional Continua após a publicidade 44% dos entrevistados apontaram essa questão como urgente. O racismo estrutural e institucional é formado por um conjunto de práticas que coloca uma etnia em posição de vantagem em relação à outra. Ou seja, isso acontece em empresas que não contratam profissionais negros, universidades que não possuem sistema de cotas e até na ausência de representantes públicos. Inclusive, 7 entre 10 entrevistados revelaram que não se sentem representados pelos governantes e 68% também não se vê representado pela publicidade. 3º Feminismo negro Tanto os homens como as mulheres negras apontaram o feminismo negro, que teve 27% dos votos, como uma pauta que merece atenção. O estudo ainda identificou que o nível de escolaridade interfere na opinião sobre as questões de gênero. Vale lembrar que, segundo o Atlas da Violência, a taxa de feminicídio entre as mulheres negras subiu 29,9% em dez anos. 4º Genocídio da população negra “A gente normatiza a violência, é normal apanhar e dar graças a Deus que a gente não morreu”, desabafou um dos participantes da pesquisa. Essa foi a pauta que ficou em primeiro lugar entre os entrevistados jovens (16 a 34 anos), que também são os que mais morrem no país. Segundo a ONU, a cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil vítima de violência urbana. A pesquisa do Google ainda revela que, quanto maior o grau de escolaridade, maior a preocupação em relação ao genocídio da população negra. 5º Políticas afirmativas As medidas que visam combater discriminação por etnia, aumentando a participação em processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, entre outros ocuparam o 5º lugar do ranking, segundo os entrevistados. Para os homens negros, esse recurso é ainda mais urgente, já que 23% escolheu esse apontamento. As mulheres correspondem a 17%. Leia mais: 5 projetos liderados por mulheres negras para conhecer +Chef Aline Chermoula ensina pratos saborosos da culinária africana Continua após a publicidade
Quais os temas que são abordados no Dia da Consciência Negra?Os principais temas que devem ser abordados no Dia da Consciência Negra são o racismo, a discriminação, a igualdade social, a inclusão do negro na sociedade, a religião e cultura afro-brasileiras.
Qual é o tema central do texto Consciência Negra?A consciência negra é, basicamente, o orgulho da cor da pele negra. A ideia foi extraída dos movimentos sociais que lutam contra o racismo e pela igualdade racial.
O que trabalhar em sala de aula sobre a consciência negra?Músicas, danças, jogos, brincadeiras e atividades de origem africana, como a capoeira. A escola ainda pode investir em projetos como feiras, eventos e apresentações culturais para trabalhar o tema de forma integrada, aproveitando a oportunidade para envolver as famílias e a comunidade escolar na temática.
Que atividades podemos fazer para comemorar o Dia da Consciência Negra?Convidar os alunos para se aprofundar na história e cultura africana e afro-brasileira contribui para o autoconhecimento e aceitação da identidade das crianças e adolescentes negros, além de promover a igualdade étnico-racional não só na escola, como também em toda a sociedade.
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