Qual é a finalidade de uma escala em um mapa?

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

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Todo mapa (planta de imóvel ou outros) é uma representação gráfica de um espaço real, um pedaço do mundo (ou o mundo todo) e existe com a finalidade de que seja possível observar todo aquele espaço sem precisar ficar vagando a todo o momento por ele todo. Portanto, os mapas não podem ser em tamanho real, mas precisam ser reduzidos.

De que adiantaria um mapa que fosse do exato tamanho de um local? Já imaginou uma folha cobrindo todo o planeta Terra com um mapa do mesmo? Porém, se o mapa é uma redução, para que ele seja útil é necessário manter a proporção entre as partes do mapa e ter conhecimento de o quanto ele está reduzido em relação ao local original. A esta redução proporcional entre si e em relação ao espaço real chamamos de escala cartográfica.

Esta escala cartográfica é definida por precisos cálculos matemáticos e pode ser representada de duas formas, sendo representada nos mapas como escala gráfica e como escala numérica.

Escala numérica

A escala numérica é a representação mais simples e comum. Nela, a escala cartográfica aparece da seguinte forma 1:x, sendo 1 o número de centímetros no mapa e x o número equivalente no espaço real.

Ex.: Um mapa com escala 1:100.000 é um mapa em que cada centímetro representado naquele mapa equivale a cem mil centímetros na vida real. Assim sendo, se temos uma estrada neste mesmo mapa que mede 5 cm no mapa, na realidade ela medirá 500.000 cm na vida real (5 km).

Escala gráfica

Se a escala numérica acaba exigindo o cálculo da conversão de medidas (geralmente para quilômetros ou metros), a escala gráfica já apresenta a escala cartográfica comparando cada centímetro do mapa já convertido em outra medida.

A escala gráfica é representada como se fosse uma régua com intervalos geralmente medindo um centímetro cada. Assim, acima de cada intervalo deste está escrito o quanto aquele intervalo (de um centímetro) mede na realidade. Assim, a “régua” seguirá o padrão: 0, x, 2x, 3x, 4x. Sob a régua estará escrita qual é a medida para qual o espaço real está convertido (metros ou quilômetros). Ex.: Em uma régua na qual cada centímetro do mapa vale 500 metros na vida real, a sequência será 0, 500, 1.000, 1.500, 2.000, etc.

Escala Cartográfica vs. Escala Geográfica

É importante diferenciar a escala cartográfica da escala geográfica, a escala cartográfica é a razão proporcional entre o espaço real e a representação gráfica dele. Quanto menor a localidade a ser representada, maior será a escala cartográfica pois será menor a redução e, portanto, mais detalhes serão representados. Enquanto que quanto maior for a área representada, menor será a escala e os detalhes apresentados.

A escala geográfica, por sua vez, na realidade fala sobre a abrangência de um determinado fenômeno. Se um fenômeno é local, regional, nacional ou mundial. Assim, a escala geográfica será menor se o fenômeno atingir apenas uma área menor, enquanto que um fenômeno em grande escala será o que atingir mais áreas.

Portanto o conceito de escala maior e menor são invertidos na escala geográfica e na escala cartográfica. Se a área de abrangência for menor, a escala cartográfica será maior e a escala geográfica será menor, enquanto que se a área abrangida for maior a escala cartográfica será menor e a escala geográfica maior.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cartografia/escala-cartografica/

Exercícios e questões de vestibulares

Questão 01: (UFPR 2010)

Num mapa da Região Metropolitana de Curitiba, na escala 1:250.000, uma das pistas da rodovia BR-116 aparece desenhada com um milímetro de largura. A partir dessa informação, é correto afirmar:

A)

A largura da pista é de 20 m.

B)

A largura da pista é de 15 m.

C)

A largura da pista é de 25 m.

D)

A representação da rodovia com um milímetro de largura, num mapa na escala 1:250.000, está de acordo com a largura real da rodovia.

E)

Trata-se de uma questão de generalização cartográfica e nesse caso o desenho da rodovia não obedece à relação de escala.

Arquivado em: Cartografia

Para localizar um endereço, usamos um guia de ruas. Para estudar a divisão política do planeta, um mapa-múndi. Cada uma dessas cartas geográficas tem a sua função e, justamente por isso, foi produzida com uma escala diferente. Afinal, a indicação de ruas, praças e outros pontos de referência é essencial para pedestres e motoristas se localizarem. Já quem busca um panorama geral do mundo tem o foco nas fronteiras entre os países. "Ao estudar um fenômeno de interesse, o autor pode destacar ou esconder fatores. De acordo com seus objetivos, ele vai determinar a escala a ser usada", explica a consultora de Geografia Sueli Furlan, de São Paulo. Devido à importância desse propósito para a compreensão de um mapa, a escala é um tema a ser explorado nas aulas de Geografia, e não somente por meio de cálculos matemáticos.

Quando a intenção é observar mais em um espaço reduzido, eliminam-se os detalhes. Em uma análise do uso do solo, por exemplo, deve-se utilizar cartas com escala média (1:50.000) ? 1 centímetro no mapa corresponde a 50 mil centímetros. Caso se queira observar a demarcação de lotes, no entanto, escolhe-se uma escala grande (1:2.000). Quanto maior a escala, maior será a precisão dos elementos transpostos.

Nem sempre um mapa construído em uma escala grande é sinônimo de informações completas. Isso fica evidente no caso da representação da Amazônia. "Como geralmente se faz o mapeamento por imagens aéreas, a copa das árvores esconde muito do relevo, dos rios e das ramificações da floresta", afirma o engenheiro cartográfico Paulo Gurgel, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De fato, professores da região amazônica sentem falta de um mapeamento que mostre a diversidade ambiental e social da área.

Os alunos fazem mapas

Se a escassez de cartas dificulta o trabalho do conteúdo no Ensino Fundamental, a solução é produzi-las com a garotada. Foi o que fez a professora de Geografia Gislaine Munhoz, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Rivadávia Marques Junior, em São Paulo, com classes de 5ª e 6ª séries. "Minha intenção era levá-las a perceber que o mapa é resultado da visão de quem o está produzindo", justifica Gislaine.

Depois de conhecer algumas cartas antigas, a garotada realizou um estudo do meio no bairro da escola e consultou o guia de ruas para conferir o que tinha observado.Com os dados disponíveis, as classes produziram o mapa. Primeiro, sem a preocupação com noções de escala. "Um garoto refez o desenho três vezes até se dar conta de que a rua tinha que ser menor para caber na folha", conta a professora.

Na etapa seguinte, Gislaine explicou aos estudantes que os mapas são produzidos com base em um registro feito de cima para baixo. A carteira foi o exemplo. Muitos se surpreenderam, como Carolina Nhoque. "De cada ponto da sala que se olha dá para ver a carteira de uma maneira diferente."

Com os conceitos cartográficos aprendidos, todos planejaram uma única maquete da vizinhança da escola feita de sucata. Os jovens tiveram de usar muita argumentação para incluir no trabalho os pontos de referência de sua preferência escolhidos durante a aula-passeio. Terminado o trabalho, eles passaram os elementos da maquete para o papel mantendo a mesma escala.

Na hora da conclusão, a professora levou os estudantes a comparar, primeiro, a representação feita por eles com a do guia de ruas. Em seguida, essas duas visões com a realidade que haviam conhecido no estudo do meio. A turma teve que escolher, então, os edifícios que deveriam entrar na maquete, eliminando parte dos que haviam sido destacados no início da atividade. De acordo com a professora, o que mais chamou a atenção foi o tamanho da escola, que "ficou muito pequena". Gislaine aprovou o resultado da atividade. "Os alunos apreenderam o conceito de escala e verificaram que é preciso fazer escolhas para representar até mesmo o bairro em que está a escola."

Fotos de perto e de longe

No Colégio Nossa Senhora das Dores, também em São Paulo, o professor de Geografia Robson da Silva utiliza uma máquina fotográfica para introduzir um trabalho sobre escala na 5ª e na 7ª série. O professor exibe fotografias de um mesmo objeto tiradas de diferentes distâncias. "Quanto mais de perto a imagem é registrada, mais detalhes vemos, mas perdemos a noção do todo", ele explica aos adolescentes. Se o fotógrafo se afastar ? o que na escala corresponde a um denominador maior (escala pequena) ?, a imagem vai se perdendo. O zoom da máquina mostra o aumento ou a redução proporcional da imagem focada, num paralelo com a escala.

O trabalho continua com a demonstração de que existem mapas específicos para estudar cada tema. O primeiro a ser exibido é o do município. Depois são trabalhadas as cartas do estado, da região Sudeste, do Brasil e da América até chegar ao mapa-múndi. Nessa atividade, a classe percebe que, se o objeto de estudo são as ruas, é necessário usar o mapa do município. Caso seja os limites entre as cidades, deve-se estudar a carta do estado.

Começa, então, a etapa prática. Os alunos vão aos arredores da escola comparar a realidade com as informações que obtiveram na carta da cidade. No ano passado, durante as andanças, a garotada recolheu panfletos de propaganda de prédios de apartamentos à venda, que também foram analisados. Eles constataram que, nas plantas ali desenhadas, os pontos de referência, como parques e estações de metrô, estavam muito mais próximos da região dos edifícios do que o mostrado no guia. "As construtoras aproximam tudo para tentar vender o apartamento mais fácil", conta a aluna Mariana Maio, atualmente na 6ª série. "Ao final do trabalho, os estudantes percebem a intenção de quem produz o mapa e qual o uso que faz da escala", conclui Silva.

Quer saber mais?

Colégio Nossa Senhora das Dores, R. Relíquia, 691, 02517-001, São Paulo, SP, tel. (11) 3858-6099

Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Rivadávia Marques Junior, R. Dr. Paulo Queirós, 955, 03951-090, São Paulo, SP, tel. (11) 6919-3114

Qual é a finalidade de escala em um mapa?

A escala tem o objetivo de mostrar quantas vezes uma determinada área foi reduzida para que pudesse ser cartografada na folha de papel ou mesmo em uma maquete. Fazer com que o aluno entenda que cada centímetro do mapa representa tantos km representado na escala.

Qual a principal utilidade da escala?

A finalidade da utilização das escalas é permitir a representação de grandes ou pequenas regiões em mapas, tudo isso sem perder ou distorcer as dimensões da região representada. Consideremos um exemplo simples, para entender o funcionamento da escala.

Qual é a escala de um mapa?

Quanto ao tipo pode ser considerada: Grande (entre 1:1.000 a 1:50.000). Pequena (no mínimo 1:2.000.000); Escalas como 1:1000000, 1:500000, 1:250000, 1:100000 ou 1:50000, em geral, são usadas para mapas de continentes, e países, como: Brasil, EUA, Canadá e etc.

O que é uma escala geográfica?

A escala é a proporção entre a superfície e a sua representação, ou seja, é a proporção entre as dimensões reais e a que está representada em um mapa. O uso das escalas é de grande importância aos cartógrafos, pois assim, eles podem definir o grau de detalhamento em um mapa.