Brasil“Um dos pressupostos essenciais da chamada sociedade ou economia do conhecimento é, para muito além da capacidade de produção e de reprodução industriais, a capacidade de gerar conhecimento tecnológico e, por meio dele, inovar constantemente para um mercado ávido e nervoso nas exigências de consumo.” Tais palavras fizeram parte do discurso do presidente da FAPESP, Carlos Vogt, ao receber no dia 18 de novembro o título de doutor honoris causa da Escola Normal Superior de Letras e Ciências Humanas (ENS-LSH) em Lyon, na França. O tema era mais que oportuno. A sociedade do conhecimento, conceito que define um tipo de sociedade já não baseada na produção agrícola ou industrial, mas na capacidade de pesquisar, inovar e produzir informação, é o tema do relatório lançado em novembro pela Unesco, braço da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura. “Na economia tipicamente industrial, a lógica de produção era multiplicar o mesmo produto, massificando-o para um número cada vez maior de consumidores. Costuma-se dizer que na sociedade do conhecimento essa lógica de produção tem o sinal invertido: multiplicar cada vez mais o produto, num processo de constante diferenciação, para o mesmo segmento e o mesmo número de consumidores”, definiu. Show Vogt discorreu sobre o conhecimento e seus limites. “Todo conhecimento é útil. Como o fundamento da moral é a utilidade, é possível afirmar que a utilidade do conhecimento o torna ético por definição. Nesse sentido, não há conhecimento inútil, já que a ação de conhecer está voltada para proporcionar felicidade, prazer e satisfação à sociedade”, disse. “O conhecimento é útil porque, como outras ações éticas do ser humano, corresponde à necessidade de uma prática desejável, aquela que nos leva a buscar a felicidade de nossos semelhantes e nela sentir o prazer de sua realização no outro.” Professor titular em semântica lingüística da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desde 1969, Vogt foi reitor da instituição entre 1990 e 1994 e coordena o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Unicamp. Republicar Quando o assunto é a globalização, muito se tem a falar. Mas, quando voltamos esse tema para a gestão do conhecimento nas empresas, ainda encontramos resistência, reservas e incompreensão de alguns empresários. O que nos traz grande preocupação acerca do tipo de estratégia de marketing que empregam para se manterem vivos em meio a hipercompetição do mercado. Como todos sabemos, e bem sabemos, a vinda da tecnologia e da globalização acabou com as fronteiras físicas, trazendo ao mundo uma dinâmica comunicativa nunca vista anteriormente. Esse avanço expandiu o acesso à informação de tal forma que empresas podem viralizar sua reputação positiva ou, acabar com o negócio de uma hora para outra – inbound marketing.
A título de informação, no ano de 2019, segundo o IBGE, 86,7% dos brasileiros possuíam acesso à internet, sendo que, 98,6% desses usuários a realizavam através de seus aparelhos smartphones [1]. Esse poder de informação na palma da mão integrou o mercado brasileiro ao global conferindo-lhe outro rumo, o posicionamento do produto ou serviço deixou de ser local e passou a ser digital de longo alcance. Os comerciantes locais deixaram de competir pelo mercado em que se inserem e passaram a dividir clientes com outras empresas nacionais e internacionais. Com isso, as empresas se viram cada vez mais desafiadas a alinhar seus produtos e serviços com as necessidades e expectativas dos clientes, em diferentes culturas, idades, etc., sendo objeto não só do consumo, mas também de opiniões. Mais além, a nova concepção global do limite de recursos naturais e preservação do planeta trouxe novas políticas e opiniões sobre o mercado – ESG – afunilando a competição na conformidade das empresas com os Objetivos de Desenvolvimento Sociais – ODS. Nesse contexto, onde entra a educação corporativa? Ela está interligada a tudo! Importância da Gestão do ConhecimentoEssa dinâmica do novo mundo digital e globalizado fez das empresas um “camaleão”, cada vez mais desafiado a se mesclar com as cores e sintonias dos andamentos comerciais dominantes. A nova lei de sobrevivência se tornou a capacidade da inovação e adaptabilidade em meio a nova performance de mercado. Na sociedade do conhecimento, tanto os consumidores quanto os colaboradores são mais exigentes, pois detêm acesso às informações na palma da mão, então trabalham e contratam produtos e serviços com uma análise prévia do fornecedor. Com isso, tanto a gestão de pessoas quanto a produção propriamente dizendo sofreram alterações, objetivando-se responder a demanda do novo mercado. As empresas se obrigaram a se comportar como organismos de valores pautados na inovação, transparência e responsabilidade socioambiental, o que somente se viabiliza através da educação corporativa. Nesse sentido, a educação corporativaalém de alinhar as competências e otimizar a linha de frente do negócio, retém talentos e incrementa a qualidade tão exigida na customização dos produtos e serviços. Bem como, traz dinâmica aos procedimentos permitindo às empresas a percepção dos erros que cometem, abrindo-lhes espaço para a implementação de qualidade com atualização de procedimentos. Quanto maior a formação dos funcionários sobre o cenário atual da empresa e sua posição no mercado, maior será a resposta aos desafios propostos pela hipercompetitividade. Outrossim, na medida da exploração de treinamentos, os colaboradores ganham responsabilidade coletiva e passam a atuar em rede, pois desenvolvem consciência dos desafios à luz da transcendência e interdisciplinaridade exigida pelo mercado: a empresa compreende pela capacitação que a falha de um setor reflete em cadeia nos demais e, que a organização corporativa se funda como um organismo emaranhado e interno. Nesse ponto, é muito mais fácil trabalhar com um time capacitado que oferece resultados certeiros, do que o oposto, que ameaça a subsistência da equipe e qualidade do trabalho. O despreparo atua com os riscos e prejudica a qualidade dos serviços, bem como a autossatisfação dos colaboradores. Funcionários com sentimento de pertencimento e valorização tendem a se sentir mais motivados e ativos na corporação – se engajam com a cultura e procedimentos da empresa. É indiscutível a ideia de que a imagem de uma empresa reflete os pensamentos e comportamentos de quem a constitui. Assim, a grande ameaça contemporânea é a reputação obtida como resultado do produto ou serviço, onde se expressa toda a intenção e capacidade da empresa, o que é rapidamente compartilhada na internet.
O que é a Educação Corporativa?A educação corporativa é uma gestão de riscos, porque alinha a capacidade técnica dos colaboradores e os gerencia através do reconhecimento de suas competências frente às demandas do mercado, conferindo respostas mais assertivas para as expectativas do cliente. É um facilitador que permite flexibilidade aos colaboradores para atuarem alinhados com a demanda de mercado, e chave para a manutenção da lucratividade e sobrevivência do negócio. Sem organização, não há atividade lucrativa/ empresarial. Assim, usar da capacitação dos funcionáriospara atingir um ideal reflete duas vias de benefício: responsabilidade social, como alinhamento dos interesses pessoais e corporativos, para quem busca desenvolvimento e, atividade fim de uma empresa, o lucro e prestígio no mercado. Uma empresa que não se atualiza se torna obsoleta, isto é, fica em desuso e perde o posicionamento na mente do cliente. Assim como, aquela que não atende as expectativas do cliente, o perde para o concorrente. Nesse sentido, já dizia Derek Bok: “Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância” Portanto, importante concluir que o despreparo operacional de uma empresa não traz qualquer rentabilidade, mas a leva à ruína pela desatualização e falta de otimização de respostas ao mercado hipercompetitivo. Por isso, investir na educação dos colaboradores deixou de ser um modismo altruístico para uma necessidade à sobrevivência de mercado.
Você é quem escolhe o destino do seu negócio. Caso ainda tenha alguma dúvida sobre a gestão do conhecimento, ou queira deixar algum comentário ou sugestão, utilize o espaço abaixo. AUTOR: Henrique Alencar Fiorentino, Advogado, pós-graduando da Fundação Getúlio Vargas (Gestão e Business Law). Responsável pela área de Treinamento e desenvolvimento de Pessoas do VIGNA ADVOGADOS ASSOCIADOS. Sobre o escritório: Fundado em 2003, o VIGNA ADVOGADOS ASSOCIADOS possui sede em São Paulo e está presente em 9 estados do Brasil. Atualmente, conta com uma banca de cerca de 200 advogados, profissionais experientes, inspirados em nobres ideais de justiça. A capacidade de compreender as necessidades de seus clientes se revela em um dos grandes diferenciais da equipe, o que permite desenvolver soluções econômicas, ágeis e criativas, sem perder de vista a responsabilidade e a qualidade nas ações praticadas. [1] IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O uso de Internet, televisão e Celular no Brasil. Disponível acesso, via internet através: acesso realizado em 30/05/2022. O que é conhecimento e qual a sua importância para a sociedade?O conhecimento é a capacidade humana de entender, apreender e compreender as coisas, além disso ele pode ser aplicado, criando e experimentando o novo. O conhecimento é a capacidade humana de apreender algo. A partir do que for apreendido, pode-se criar, como fazem as ciências e as artes.
Qual a importância do conhecimento para o mundo?A abordagem ao Conhecimento do Mundo implica também o desenvolvimento de atitudes positivas na relação com os outros, nos cuidados consigo próprio, e a criação de hábitos de respeito pelo ambiente e pela cultura, evidenciando-se assim a sua inter-relação com a área de Formação Pessoal e Social.
O que é conhecimento na sociedade?A sociedade do conhecimento, conceito que define um tipo de sociedade já não baseada na produção agrícola ou industrial, mas na capacidade de pesquisar, inovar e produzir informação, é o tema do relatório lançado em novembro pela Unesco, braço da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Qual é a importância da busca do conhecimento?A busca pelo conhecimento faz com que possamos enxergar bem mais do que os nossos próprios limites. Assim, depois de descobrir a importância de romper as barreiras da ignorância, a coisa mais indispensável é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.
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