Quando determinada economia apresenta crescimento econômico revelará também necessariamente desenvolvimento econômico justifique?

O PIB (Produto Interno Bruto) representa o desempenho econômico de um país, durante o período de um ano. É a soma anual de todas as atividades produtivas (bens e serviços) realizadas dentro do país, independente da nacionalidade das empresas e das remessas de lucros feitas por elas ao exterior. Não são contabilizadas as rendas obtidas em atividades externas por empresas que atuam fora das fronteiras nacionais, nem as rendas e salários de pessoas que trabalham no exterior.

Taxa positiva do PIB é indicador de que a economia está em crescimento, embora nem sempre o suficiente para gerar emprego e elevar a renda média da população. Taxa próxima de zero, como ocorreu no Brasil em 2003 (0,5%), revela uma situação de estagnação econômica. Abaixo de zero é um indicador de recessão.

Ao longo do século 20, o crescimento do PIB brasileiro foi surpreendente e só esteve abaixo do apresentado pelo Japão. A partir das duas últimas décadas do século 20, o Brasil perdeu esse dinamismo. Hoje a economia brasileira cresce abaixo da média mundial, mais abaixo ainda das taxas conquistadas pelos principais países emergentes, como China, Índia, Argentina, Chile e Venezuela. Todos eles com taxas superiores a 6% ao ano.

Crescimento lento

Antes da divulgação oficial do PIB brasileiro de 2005, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) previa um crescimento médio do PIB em torno de 4,3% para o conjunto dos países da América Latina (incluindo o Caribe), bem acima do crescimento alcançado pelo Brasil. O desempenho brasileiro, de acordo com as projeções da CEPAL, superaria apenas o do Haiti, na região, e deveria se igualar somente ao de El Salvador.

Esses dados são decorrentes de medidas econômicas adotadas que privilegiaram o pagamento da dívida pública, o controle da inflação através da manutenção de elevadas taxas de juros e restrição de investimento governamental em setores de infra-estrutura. Somam-se a isso a valorização do Real, que impediu um melhor desempenho das atividades exportadoras - especialmente o agronegócio -, e a crise política que se arrastou por todo o ano de 2005.

  • Quando determinada economia apresenta crescimento econômico revelará também necessariamente desenvolvimento econômico justifique?

Os Estados Unidos, a maior economia do planeta, chegaram ao final de 2005 com um PIB de U$S 11.2 trilhões, mas com um crescimento de 3,5% em relação ao ano de 2004. Não é desprezível, mas foi também abaixo das expectativas projetadas para o ano.

Excluindo a China, que tem registrado taxas de crescimento contínuas e elevadas há três décadas (por volta de 10% ao ano), é natural que as grandes economias do mundo cresçam mais lentamente, pois esse crescimento é calculado sobre valores extremamente elevados. Para se ter uma idéia: a soma das economias dos sete países de maior PIB representa uma fatia de aproximadamente 70% do PIB mundial. O resto do mundo fica com os 30% restantes.

Distorções

Valor absoluto e taxa de elevação do PIB são referenciais importantes de desempenho econômico, mas não servem para medir o nível de desenvolvimento do país. Embora o crescimento econômico seja a base necessária à melhoria da qualidade de vida da população, não é condição suficiente.

O desenvolvimento está associado à forma como os frutos do crescimento são distribuídos socialmente e aos impactos positivos que manifestam na sociedade e no ambiente.

Além disso, o PIB não é o reflexo apenas do lado construtivo da economia de um país. Cada vez que um cidadão acelera o seu automóvel está contribuindo para elevar o PIB. Melhor ainda se bater o carro e tiver despesas com funilaria e pronto socorro. Neste caso, quanto maior o acidente melhor para o PIB. Essa contabilidade não leva em conta os custos ambientais, os problemas sociais e o desperdício tão necessário à sociedade de consumo.

O PIB passou a ser utilizado a partir da Segunda Guerra Mundial como instrumento para medir a situação e o crescimento econômico dos países e, por algum tempo, o PIB per capita (PIB dividido pela população do país) transformou-se em importante indicador de qualidade de vida. Desde a década de 1990, a ONU utiliza um índice mais abrangente para avaliar a qualidade de vida: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além da variável econômica, o IDH considera também a longevidade e a escolaridade.

O crescimento económico pode ser definido como sendo o aumento sustentado de uma unidade económica durante um ou vários períodos longos. A sua avaliação faz-se através da análise de certos índices: Produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB).

O termo crescimento distingue-se de desenvolvimento por significar um aumento quantitativo da produção, cujas consequências serão o enriquecimento da nação e a elevação do nível de vida, mas sem a preocupação da melhoria das condições de vida da sociedade. Contrapõe-se, por isso, ao desenvolvimento, que, para além do crescimento propriamente dito, pressupõe a sua repercussão sobre a qualidade de vida das pessoas e sobre o sistema social em geral. Ou seja, toma em atenção a estrutura de repartição dos rendimentos a par do aumento do PNB.

W. W. Rostow caracterizou cinco etapas no processo de crescimento económico:

1 - A sociedade tradicional.
2 - As condições prévias do arranque.
3 - O arranque (take off).
4 - A maturidade.
5 - O consumo de massa.

Privilegiando o quantitativo, os autores clássicos ignoram o desenvolvimento global da sociedade, cuja política deverá ser autónoma. Já sabemos que um crescimento desmedido, sem uma política de desenvolvimento capaz que o suporte, leva a situações que negam o próprio crescimento; a poluição, o desperdício das riquezas naturais, as situações de conflitos mundiais, a insustentável acumulação de bens, as desigualdades sociais, são exemplos de gritos de alarme dados pelos teóricos do desenvolvimento, que atribuem ao crescimento económico o papel de assegurar a repartição mais equilibrada dos recursos para assegurar a satisfação das necessidades vitais dos homens e, assim, prosseguir a erradicação da pobreza e da miséria.

Estas são formas de exclusão social que se tornam cada vez mais visíveis, a nível mundial, à medida que o crescimento económico prossegue de forma discrepante.

Quando ocorre crescimento econômico necessariamente ocorre desenvolvimento econômico?

Enquanto o crescimento econômico significa que durante um ou vários períodos, ocorreu um aumento sustentado de uma unidade econômica, o desenvolvimento econômico vai além, impactando diretamente a qualidade de vida das pessoas e a sociedade em geral.

Quando determinada economia apresentar crescimento econômico revelará também necessariamente desenvolvimento econômico justifique?

Não, porque pode haver crescimento econômico sem, necessariamente, ocorrer o desenvolvimento econômico. Nesse caso, o crescimento estaria acontecendo, mas sem promover mudanças nos processos de produção e na distribuição da renda que levassem a uma maior inclusão social e redução das desigualdades de renda e riqueza.

Seria possível dizer que o crescimento é a mesma coisa que desenvolvimento econômico explique?

A principal diferença entre crescimento e desenvolvimento é que o primeiro não leva em consideração a igualdade social, pois não se interessa em nada além da produção de riquezas.

Por que um país que apresenta crescimento econômico é necessariamente desenvolvido?

Não. Brasil por exemplo é um país economicamente desenvolvido, porém não é um país desenvolvido, devido às taxas de natalidade e crescimento ainda serem muito elevadas.