Que espécie de bactéria é a principal responsável pelos casos de pneumonia em pessoas com mais de 60 anos?

O uso prolongado da ventilação mecânica pode causar uma série de complicações à saúde dos internados pela Covid-19. Entre elas, o maior risco de contrair a pneumonia bacteriana, como ocorreu com o ator e diretor Paulo Gustavo.

A pneumonia bacteriana é uma inflamação nos pulmões, causada pela multiplicação desordenada de bactérias. Ela acomete geralmente pessoas que estão com imunidade baixa ou em condições maiores de se contaminar, como em um ambiente hospitalar.

Em pacientes intubados, duas das principais causas que levam à pneumonia bacteriana são o uso do tubo que atravessa a garganta e chega aos pulmões e a ausência de reflexos básicos como engolir saliva, tossir ou regurgitar, devido à sedação. 

“Um paciente que está com um tubo na garganta acumula secreção que pode vazar para os pulmões, já que ele não tosse, não tem o reflexo da deglutição da saliva, está sempre deitado, e ainda com um corpo estranho na via área”, explica Aldo Agra, pneumologista do Hospital São Luiz Jabaquara.

Como geralmente estes pacientes já estão com os pulmões comprometidos pelo coronavírus, e a imunidade está mais debilitada pela doença, o organismo fica mais suscetível à multiplicação destas bactérias nos pulmões, causando a inflamação que pode se tornar grave.

Soma-se a isso a necessidade de procedimentos invasivos em ambientes repletos de bactérias, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que aumentam a chance de o paciente se contaminar pelo sangue ou pelas vias áreas, ressalta o pneumologista.

A pneumonia pode ser bacteriana, viral ou causada por fungos que infectam os pulmões. Apesar de o risco ser muito maior no ambiente hospitalar, é possível sofrer com uma pneumonia bacteriana fora dele, o que é conhecida como pneumonia bacteriana de comunidade.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), 60% dos casos de pneumonia bacteriana ocorridos no Brasil em 2020 foram por contaminação pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo). 

Saiba mais sobre a doença:

1. Quais são os sintomas?

Os sintomas principais da pneumonia bacteriana são febre, tosse, expectoração de cor amarelada, dor torácica e, em alguns casos, queda da pressão arterial. O diagnóstico deve ser feito por exame clínico e confirmado com uma radiografia ou tomografia de tórax, para mostrar a extensão das lesões causadas pela pneumonia.

2. Como tratar? 

O tratamento da pneumonia bacteriana é realizado com antibióticos e medicação para os sintomas. Se não tratados, os quadros de pneumonia podem ter complicações, como insuficiência respiratória, septicemia, e sequelas pulmonares.

3. Há risco de morte?

A pneumonia é a infecção que mais mata no mundo, segundo a SBPT. Em 2019, cerca de 672 mil crianças com menos de cinco anos morreram em decorrência da doença.

Os idosos com mais de 70 anos e pessoas com comorbidades, como doenças crônicas (respiratórias ou não), cardiopatias, diabetes e doenças que causam imunossupressão também correm mais riscos.

Se não tratada de forma eficiente, a pneumonia bacteriana pode evoluir para um quadro de infecção generalizada, que pode causar a morte do paciente. 

4. Como prevenir?

É necessário manter o sistema imunológico saudável, com boa alimentação, exercícios físicos regulares e bons hábitos de higiene, como lavar sempre as mãos antes de ter contato com as vias áreas ou os olhos.

Por ser uma bactéria causadora de doenças como pneumonia e meningite, a prevenção contra ela ocorre também pela vacinação. A vacina antipneumocócica 13 valente e, seis meses depois, a antipneumocócica 23 valente, repetidas a cada cinco anos, são eficazes contra a Streptococcus pneumoniae, orienta a SBPT.

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A pneumonia é uma infecção que acomete os pulmões e pode ser provocada tanto por bactérias, vírus ou fungos. Quando um desses agentes infecciosos penetra o espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa, ocorre a infecção¹. Os agentes infecciosos da pneumonia podem ser adquiridos através do ar, pela saliva ou secreções de outra pessoa contaminada ou por meio de transfusão de sangue². No caso da pneumonia bacteriana tem como principais agentes infecciosos as bactérias Streptococcus pneumoniae (também conhecida como pneumococo), Mycoplasma pneumoniae e Haemophilus influenzae².

Sintomas da pneumonia bacteriana

Os sintomas clássicos da pneumonia bacteriana são falta de ar, mal-estar, dor no peito, tosse e febre. Ela também pode provocar alterações da pressão arterial, confusão mental, fraqueza, secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada e toxemia, que são danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue¹. Para realizar o diagnóstico, o médico, além de analisar os sintomas, pode solicitar uma radiografia do tórax. Outros exames podem ser solicitados para identificar seu agente causador².

Tratamento²

O tratamento para a pneumonia bacteriana é realizado por meio de antibióticos, conforme indicação médica. Também já existem vacinas que previnem contra as pneumonias.

Prevenção¹,²

Os principais fatores de risco da pneumonia são o tabagismo, que provoca uma inflamação, facilitando a penetração dos agentes infecciosos, o etilismo, que interfere no sistema imunológico, atrapalhando o sistema de defesa do organismo, as infecções virais não recuperadas e o ar seco e poluído. Algumas medidas simples podem ser tomadas para prevenir as formas de pneumonia, incluindo a pneumonia bacteriana:

Evite o consumo excessivo de álcool;

Evite fumar;

Que espécie de bactéria é a principal responsável pelos casos de pneumonia em pessoas com mais de 60 anos?
Limpe o filtro do ar-condicionado regularmente, conforme manual do fabricante;

Evite se expor a mudanças bruscas de temperatura;

Lave as mãos corretamente e, quando não for possível lavá-las, utilize álcool em gel;

Evite aglomeração e lugares fechados.

Procure tomar também a vacina da gripe (saiba mais sobre A importância da vacina da gripe neste artigo aqui). Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a vacinação contra a gripe pode reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, reduzindo entre 39% a 75% a mortalidade da doença. Nos idosos, a porcentagem é ainda maior, com redução de risco de 60% e hospitalização e morte entre 50% a 68%².

Bactérias Streptococcus pneumoniae³ 

A bactéria pneumococo é responsável por diversas outras doenças, conhecidas como Doença pneumocócica. São exemplos dessas doenças a pneumonias bacteriêmicas, meningite, sepse e artrite, chamadas de doenças pneumocócicas invasivas. Existem ainda as doenças pneumocócicas não-invasivas que são: a sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite e pneumonia.

A doença pneumocócica pode provocar infecções graves, que podem levar a internação hospitalar e, até mesmo, à morte.

Fontes: 1. Dicas em Saúde – Pneumonia. Ministério da Saúde. Último acesso no dia 31 de maio de 2021. 2. Pneumonia. Fiocruz. Último acesso no dia 31 de maio de 2021. 3. Doença pneumocócica: sintomas, transmissão e prevenção. Fiocruz. Último acesso no dia 31 de maio de 2021.

Que espécie de bactéria é a principal responsável pelos casos de pneumonia com mais de 60 anos?

Idosos são os mais afetados pela bactéria pneumococo.

O que acontece com o número de casos de pneumonia em função da idade e como isso pode ser explicado?

Anne: A incidência de pneumonia aumenta com a idade. À medida que o indivíduo envelhece, as modificações fisiológicas que o envelhecimento ocasiona nos sistemas respiratórios e imune deixam o geronte (idoso) mais suscetível à infecção bacteriana em decorrência da redução das defesas do organismo.

O que causa a bactéria Streptococcus pneumoniae?

) Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Essas bactérias habitualmente causam pneumonia, meningite, sinusite e infecção do ouvido médio. As bactérias pneumocócicas são dispersas no ar quando pessoas infectadas tossem ou espirram.

O que pode causar a bactéria Streptococcus?

Streptococcus pyogenes é uma bactéria patogénica altamente infecciosa e frequentemente responsável por faringites. Esta espécie também pode provocar doenças mais graves como a escarlatina e a febre reumática.