O Controle Estatístico do Processo (CEP) é uma filosofia e método de gerenciamento da qualidade muito utilizado no Lean, que consiste em um conjunto de técnicas e habilidades, baseadas na estatística, que auxiliam no controle da qualidade de um dado
processo. O CEP tem o objetivo de garantir a estabilidade e a melhoria contínua de um processo, reduzindo sistematicamente a variabilidade das suas características da qualidade de interesse. O conjunto de ferramentas do CEP monitoram a qualidade em tempo real, permitindo uma descrição detalhada do comportamento do processo e seu controle ao longo do tempo, por meio da coleta continuada de dados, de sua interpretação e de análises das possíveis causas responsáveis pelas
instabilidades. As principais ferramentas utilizadas são: histograma; folha de controle; gráfico de Pareto; diagrama de causa e efeito (Ishikawa); diagrama de concentração de defeitos; diagrama de dispersão e gráfico de controle. O gráfico de controle é a principal ferramenta do CEP e objetiva verificar se o processo apresenta um desempenho estável ou previsível, ou seja, identifica desvios de parâmetros representativos do processo, por meio de medições de variáveis de interesse em pontos espaçados no tempo. Assim, permite a investigação detalhada dos pontos críticos de controle, identificando possíveis não conformidades, sinalizando suas possíveis fontes. Desse modo, o gráfico de controle permite separar variações devido a causas comuns – inerentes ao processo, responsáveis pela variabilidade natural desse – de variações devido a causas especiais – anômalas ao processo, específicas, acidentais ou imprevisíveis. A figura 1 representa um exemplo de gráfico de controle, composto por uma linha central, um par de limites de controle (superior e inferior) e valores característicos que representam o estado de um processo. Dessa forma, se todos os valores estiverem dentro dos limites, de controle de modo aleatório, sem apresentar tendências, o processo é considerado sob controle. Porém, caso os pontos incidam fora desses limites, o processo é considerado como fora de controle e ações devem ser tomadas para tornar o processo estável. Etapas
Benefícios
AplicaçãoA seguir, é descrito um exemplo de implantação do CEP em um processo de enchimento de botijão de gás. Primeiramente, foi realizado o mapeamento do macroprocesso da empresa, por meio de SIPOC e, com o desdobramento da qualidade, identificou-se que a principal característica a ser controlada, ou seja, aquela essencial sob o ponto de vista do cliente, era o peso do botijão, já que o cliente deseja receber botijões com o peso correto. Assim, utilizou-se o diagrama de Pareto para definir que o processo de enchimento deveria ser controlado e aprimorado para garantir o atendimento do desejo do cliente. Por meio de brainstorming, os envolvidos construíram um diagrama de causa e efeito para listar e avaliar as possíveis fontes da variação do peso nos botijões. Algumas das possíveis causas listadas foram: existência de sujeira na base da balança; lubrificação do pistão da balança e deslocamento do contrapeso da balança. Avaliaram-se, também, os sistemas de medição, verificando que não havia padrão entre as unidades e as manutenções e regulagens só eram realizadas com o intuito de correção. Tais fatos promoviam a falta de controle sobre os resultados do processo. Desse modo, o CEP foi definido como a ferramenta mais apropriada para analisar o processo de enchimento. Assim, passou-se a monitorar o processo, por meio de gráficos de controle, visando limitar o campo de variação admissível para os limites de controle; trabalhar com amostragem padronizada e utilizar os resultados do gráfico para interver no processo, dando autonomia aos operadores para interromper ou corrigir o processo, conforme necessário. Além disso, implantou-se a gestão à vista dos gráficos, para obter mais agilidade na visualização dos resultados. Os envolvidos no processo foram treinados tanto na teoria, quanto na prática, visando garantir a harmonização da implantação do CEP com o gerenciamento voltado a melhoria contínua. Assim, foi elaborada uma matriz de ações corretivas e preventivas para o CEP. Na tabela 1, estão ilustrados alguns exemplos de ações para determinadas possíveis causas. Após a implantação do CEP e do gerenciamento voltado para melhoria contínua, a empresa em questão obteve os seguintes resultados: No processo:
Nas pessoas:
Quais são as principais ferramentas do controle estatístico de processos?As principais ferramentas utilizadas são: histograma; folha de controle; gráfico de Pareto; diagrama de causa e efeito (Ishikawa); diagrama de concentração de defeitos; diagrama de dispersão e gráfico de controle.
São consideradas ferramentas no Controle Estatístico do processo CEP?O que é? O Controle Estatístico de Processos, ou simplesmente CEP, é considerado uma das 7 ferramentas da qualidade, e é um método de coleta e verificação de amostra de resultados de um processo, a fim de controlar seu funcionamento e diminuir as falhas decorrentes da sua execução.
Quais são as ferramentas do CEP?As ferramentas do Cep contemplam o uso de histogramas, listas de verificação, gráfico de pareto, diagrama de causa e efeito, diagrama de concentração de defeitos, diagrama de dispersão e gráficos de controle.
O que envolve o Controle Estatístico do processo?O Controle Estatístico do Processo (CEP) envolve o uso de técnicas estatísticas com o intuito de medir e analisar a variação nos processos. Com isso, a organização consegue mensurar a qualidade dos produtos, mantendo os processos sob controle.
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