Se a Terra girasse mais devagar em torno do seu eixo o dia seria mais longo ou mais curto

Programa Ciência no Rádio é uma parceria ON-Rádio MEC e vai ao ar em todas as quartas-feiras às 7h20 da manhã

O "Ciência no Rádio" é um dos quadros do programa "Rádio Sociedade" e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h20min da manhã (Hora Legal de Brasília). O programa é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.

Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.

Na próxima edição do programa, o convidado será o pesquisador e diretor substituto do Observatório Nacional Dr. Fernando Roig. Ele possui Graduação em Astronomia pela Universidad Nacional de Córdoba, Mestrado em Astronomia pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Astronomia pela Universidade de São Paulo. Roig recebeu o Prêmio Sylvio Ferraz Mello da Sociedade Astronômica Brasileira, o Prêmio Wagner Sessin do Colóquio Brasileiro de Dinâmica Orbital e foi homenageado com o asteroide número 17860 Roig pela International Astronomical Union. Atualmente é pesquisador titular do ON/MCTI.

No programa, Roig vai falar sobre as variações na rotação do planeta Terra. O dia 29 de junho foi registrado como o mais curto desde a década de 1960, quando os cientistas começaram a medir a rotação do planeta com a UTC (Tempo Universal Coordenado). Naquele dia, a Terra girou 1,59 milissegundos mais rápido que o habitual. Contudo, há alguns anos, os cientistas perceberam que, na verdade, a Terra está girando ligeiramente mais devagar do que o habitual.

Conforme explica o Dr. Roig, desde a sua formação, a Terra está girando cada vez mais devagar. Quando a Terra se formou, há cerca de 4,5 bilhões de anos, ela tinha um período de rotação entre 5 e 10 horas. E hoje ela gira em um período de quase 24 horas. Então, a rotação da Terra tem desacelerado e continua, sistematicamente, desacelerando. Ou seja, os dias estão se tornando, no geral, cada vez mais longos.

Mas o que acontece é que, em meio a essa desaceleração permanente, existem variações sazonais, variações que ocorrem por eventos fortuitos, que fazem com que, às vezes, a Terra gire um pouco mais rápido ou um pouco mais devagar. Ou seja, em média, a rotação da Terra vai se freando, mas existem eventos naturais que podem fazer com que, temporariamente, a Terra se acelere um pouquinho.

A desaceleração sistemática da Terra já é conhecida há vários anos. Esse fenômeno começou a ser estudado ainda no século XVIII e foram estabelecidas teorias também no final do século XIX. Já as outras variações mais pontuais, de aceleração ou desaceleração momentânea, dependem de eventos fortuitos como, por exemplo, a ocorrência de grandes terremotos que podem causar deslocamentos das massas terrestres e mudar um pouco a forma da Terra. Essa pequena mudança muda o que chamamos de ponto de inércia, alterando a velocidade de rotação do planeta.

Acredita-se que essa leve aceleração da Terra, que faz com que os dias fiquem um pouquinho mais curtos do que era 20 ou 30 anos atrás, é devido a um terremoto que aconteceu em 2004 no Pacífico, e que causou uma variação do momento de inércia da Terra. 

Além de grandes terremotos, as mudanças climáticas em grande escala também têm impactos na velocidade de rotação da Terra, porque a rotação da Terra é influenciada por um efeito conhecido como “maré atmosférica", que seria equivalente à maré oceânica. Assim como as marés oceânicas sobem e descem, as marés atmosféricas têm massas de ar que se deslocam de forma periódica e isso influencia no movimento de rotação da Terra.

A maré atmosférica depende da temperatura média da atmosfera e da superfície terrestre. Então, quando há mudanças muito abruptas de temperatura, como na transição da era glacial para a atual, há mudanças no período de rotação do planeta. Acredita-se que isso aconteceu há cerca de 600 milhões de anos, quando o dia durava cerca de 21 horas e, por causa da mudança de temperatura vinculada a essa transição, a velocidade de rotação da Terra continuou desacelerando até chegar ao período de 24 horas que tem hoje.

Mas, vale destacar que, essas pequenas variações não têm nenhum impacto na vida das pessoas, pois são imperceptíveis para o ser humano. É algo da ordem dos milisegundos.

Não perca! Na 4ª feira, dia 17 de agosto, às 7h20min!

Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.

O que aconteceria se a Terra girasse mais devagar em torno do seu eixo?

Resposta verificada por especialistas. Se a rotação do planeta fosse mais lenta os dias seriam mais longos, visto que duração de um dia depende do tempo que a Terra leva para completar uma volta ao redor do próprio eixo.

O que acontece com a duração do dia se a Terra girasse mais lentamente ao redor do seu eixo?

Se a Terra girasse mais lentamente ao redor do próprio eixo, os dias teriam maior duração, com mais horas de dia e mais horas de noite.

O que aconteceria se a Terra saísse do eixo?

“É impossível que o planeta pare de girar de modo abrupto, mas, se isso acontecesse, tudo aquilo que se encontra na superfície terrestre seria arrancado violentamente: as cidades, os oceanos e até o ar da atmosfera”, afirma Rubens Machado, do departamento de astronomia da USP.

O que aconteceria com os dias é as noites se a Terra parasse de girar sobre o próprio eixo é continuasse o movimento de translação ao redor do Sol?

Seria quase impossível sobreviver, a Terra continuaria sua trajetória ao redor do Sol, mas a falta de rotação acabaria com o conceito de dia e noite, seriam seis meses exposição solar — um deserto com temperaturas altíssimas — e seis meses de escuridão — tão frio que crostas de gelo seriam formadas rapidamente.