Semelhanças e diferenças entre a colonização do Brasil e dos Estados Unidos

 

O in�cio do s�culo XV foi marcado pelo �descobrimento� do Novo Mundo. Era a �poca dos grandes navegadores, como Crist�v�o Colombo, Pedro �lvares Cabral, Jo�o Ramalho, Vicente Piz�n, Am�rico Vesp�cio. Este �ltimo, inclusive, emprestou o nome ao novo continente descoberto por Colombo. Portugal e Espanha, as duas pot�ncias hegem�nicas da �poca, estavam na vanguarda da tecnologia n�utica e bancavam as grandes expedi��es explorat�rias.

Crist�v�o Colombo teria �descoberto� a Am�rica do Norte pouco antes de Cabral �descobrir� o Brasil. Apenas oito anos separam as duas datas. Contudo, 500 anos depois, uma dist�ncia abissal separa o atual est�gio de desenvolvimento dos dois pa�ses. Os Estados Unidos s�o uma na��o altamente desenvolvida. O Brasil� continua sendo �o pa�s do futuro�. Apesar de o grande salto desenvolvimentista americano ter ocorrido somente ap�s a II Guerra Mundial, quando as pot�ncias europ�ias se destru�ram mutuamente, as bases para este progresso j� estavam solidamente constru�das desde o tempo da coloniza��o.

Para o historiador Viana Moog, s�o tr�s os principais fatores determinantes do progresso americano frente ao atraso brasileiro. Primeiro, o geogr�fico: a hidrografia americana foi favor�vel � expans�o da coloniza��o. Os rios Mississipi e Misouri, considerados de �integra��o nacional�, s�o extensamente naveg�veis. No Brasil, o rio S�o Francisco integra apenas parcialmente o pa�s, do Centro-Oeste ao Nordeste.

Segundo, o processo de coloniza��o. No caso americano, os ingleses, colonizadores, emigraram maci�amente para a Nova Inglaterra. Os portugueses colonizaram o Brasil com outra filosofia. Apenas exploravam as riquezas da terra num extrativismo predat�rio, mandando para c� os expatriados. As malfadadas Capitanias Heredit�rias dividiram o pa�s em 13 partes, dando origem aos latif�ndios, nossos velhos conhecidos.

Nossa agricultura era baseada em latif�ndio, monocultura de cana-de-a�ucar, e trabalho escravo.
L�, apenas os estados do sul apresentam este perfil, latifundi�rio e escravagista. Nos estados do norte, as propriedades eram minif�ndios, cultivadas em regime de policultura (milho, soja, algod�o, etc.), pelas pr�prias fam�lias dos colonos.

O terceiro fator, ainda segundo Moog, foi o religioso. Enquanto a religi�o Cat�lica, trazida pelos portugueses, era contr�ria ao lucro, os americanos acharam uma forma de conciliar o lucro e os juros ao c�digo de �tica de sua religi�o, Protestante. O conceito medieval de que Deus se envergonha da riqueza � recha�ado pelo argumento protestante de que �� a pobreza que envergonha Deus.�

O professor de Hist�ria, Sandro Lombardi, da Universidade Cat�lica de Pernambuco, acrescenta outro detalhe importante. No Brasil, toda a riqueza produzida, seguia para Portugal. Os colonizadores portugueses nascidos no Brasil, al�m de n�o poderem obter lucros, por causa da filosofia anti-capitalista da Igreja Cat�lica, n�o podiam comercializar seus produtos com nenhum pa�s, exceto Portugal. Os americanos, que lucravam e cobravam juros nas transa��es financeiras, podiam comercializar livremente seus produtos, desde que os transportassem em navios ingleses � �nica exig�ncia dos colonizadores.

Lombardi chama aten��o ainda para o fator humano. O povo brasileiro foi formado a partir da miscigena��o racial, entre o branco (n�o obstante o portugu�s j� seja miscigenado com os mouros), os �ndios e os negros africanos. Os americanos seguiram o caminho da segrega��o racial. Certamente n�o foi este segregacionismo que impulsionou o desenvolvimento americano, embora possa ter ajudado a incutir no povo a id�ia de cidadania americana. Uma vociferante parcela daquela popula��o autodenominou-se Wasp, sigla inglesa para �brancos, anglo-sax�es, protestantes�. Os Wasps, com seu lema de �Am�rica para os americanos�, n�o consideravam os nativos como sendo americanos. Ao contr�rio, foram considerados �hostis� e exterminados. E n�o foram os �nicos.

O exterm�nio sistem�tico dos abor�genes n�o � privil�gio dos gringos. Os brasileiros tamb�m varreram do mapa os antigos habitantes da Terra Brasilis. Se os gringos carregam o estigma de ter criado a p�tria do Tio Sam sobre os escombros da na��o ianque, tamb�m n�s brasileiros temos nossa parcela de culpa. Afinal, nossa Na��o foi constru�da em cima das ru�nas da p�tria tupiniquim.

De fato, a descoberta do Novo Mundo selou o fim das tr�s grandes civiliza��es americanas nativas. Os Incas, que habitavam entre o Peru e a Bol�via; os Maias, na Am�rica Central, e os Aztecas, no M�xico, foram completamente dizimados em tr�s dos maiores genoc�dios da hist�ria. Das cinzas daquelas antigas civiliza��es nasceriam as novas.

Os Estados Unidos alcan�aram um n�vel de desenvolvimento que ainda estamos longe de conseguir. As raz�es para esta diferen�a s�o in�meras, mas certamente podem ser explicadas por um estudo atento da hist�ria dos dois pa�ses. Afinal, 500 anos fazem a diferen�a.

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Semelhanças e diferenças entre a colonização do Brasil e dos Estados Unidos

Qual a diferença entre a colonização do Brasil e dos Estados Unidos?

Enquanto o Brasil foi colonizado por portugueses e espanhóis, os Estados Unidos foram colonizados pela Inglaterra.

Quais semelhanças existem entre a colonização dos Estados Unidos e a colonização do Brasil?

Ambas podem ser caracterizadas como colonização de exploração, baseadas na grande propriedade rural, na utilização da mão-de-obra escrava, na monocultura e na produção voltada para abastecimento do mercado externo.

Quais são as principais diferenças e semelhanças entre a cultura americana e brasileira?

Apesar de se localizarem no mesmo continente, o Brasil e os Estados Unidos são países que possuem muitas diferenças, que se devem principalmente pelo processo de colonização. Uma das principais é o idioma, enquanto no Brasil falamos português, nos Estados Unidos a língua nativa é o inglês.

Quais as diferenças entre Brasil e Estados Unidos?

Uma das diferenças mais complexas entre Brasil e EUA se dá no campo das relações raciais, destaca a professora. Apesar de ambos os países terem instituído sistemas brutais de escravidão, o Brasil passou por um processo intenso de miscigenação entre brancos, negros e índios, que não se viu na mesma medida nos EUA.