A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII está diretamente associada ao aumento do uso de combustíveis fósseis como: o carvão, o gás natural e os derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel, óleos combustíveis, entre outros). A queima desses combustíveis significa a emissão de gases do efeito estufa (GEE) para a atmosfera. Da mesma forma, o desmatamento ocorrido com a expansão agrícola em todo o mundo também tem como conseqüência a transferência de carbono da forma sólida para a forma gasosa pela queima da biomassa representada pela vegetação. 1. Principais gasesOs principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas, são os seguintes: CO2 – Responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centena de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar. De acordo com o IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da ordem de 7,6Gt por ano. E a natureza não tem capacidade de absorção de todo esse volume o que vem resultando em um aumento da concentração atmosférica mundial desses gases. CH4 – Responsável por 15 a 20% do efeito estufa, é.componente primário do gás natural, também produzido por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros sanitários, plantações de arroz inundadas, mineração e queima de biomassa. N2O – Participando com cerca de 6% do Efeito-Estufa, o óxido nitroso é liberado por microorganismos no solo (por um processo denominado nitrificação, que libera igualmente nitrogênio – NO). A concentração deste gás teve um enorme aumento devido ao uso de fertilizantes químicos, à queima de biomassa, ao desmatamento e às emissões de combustíveis fósseis. 1 CFCs – Responsáveis por até 20% do efeito estufa, os clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras, aparelhos de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como propelentes de aerossóis, além de outros usos comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem com o ozônio na estratosfera, decompondo-o e reduzindo, assim, a camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos raios ultravioletas. Estudos recentes sugerem que, as propriedades de reter calor, próprias do CFCs, podem estar sendo compensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu papel na destruição do ozônio. Ao longo das últimas duas décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 a 0,5ºC, foi medido na baixa estratosfera, onde a perda do ozônio é maior. 2 O3 – Contribuindo com 8% para o aquecimento global, o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob estímulo do sol, a partir de óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelétricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas. O vapor d’água presente na atmosfera também absorve parte da radiação emanada pela Terra e é um dos maiores contribuintes para o aquecimento natural do globo. Apesar de não ser produzido em quantidade significativa por atividades antrópicas, considera-se que, com mais calor, haverá mais evaporação d’água e, por conseguinte, um aumento de sua participação no aumento do efeito estufa.3 O Protocolo de Quioto também menciona os gases: hidrofluorocarbonos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs) e hexafluorsulfúrico (SF6). A tabela 1 apresenta resumo dos mesmos. http://campus.fct.unl.pt/campusverde/pt_GEE.html
2 Penna, Carlos Gabaglia. O Estado do Planeta – Sociedade de Consumo e Degradação Ambiental. Rio de Janeiro: Record; 1999. 3 Penna, Carlos Gabaglia. O Estado do Planeta – Sociedade de Consumo e Degradação Ambiental. Rio de Janeiro: Record; 1999. A tabela 2 mostra detalhadamente todos GEEs e algumas de suas características intrínsecas. Tabela 2 – Os Gases de Efeito Estufa
2. GWP (potencial de aquecimento global)É importante lembrar que os gases de efeito estufa mencionados acima têm diferentes potenciais de aquecimento global (GWP) como mostra a Tabela 2. Exemplificando, sendo o GWP do dióxido de carbono 1, o do metano 21, o do óxido nitroso 310, o do SF6. 29.500, significa que o metano (CH4) absorve cerca de 21 vezes mais radiação infravermelha do que o CO2, que o óxido nitroso absorve cerca de 310 e que o SF6 absorve cerca de 23900, respectivamente, considerando o horizonte de tempo de 100 anos. Vale dizer que, apesar do GWP de todos os gases ser maior que o GWP do CO2, este se apresenta em maior quantidade que os demais, tendo, portanto, maior representatividade no efeito estufa. Links complementares e tabela da UNEP dos principais gases de efeito estufa www.sitecurupira.com.br/index.htm www.maua.br/IMT/imprensa/paginas/sr.htm www.brasilpunk.hpg.ig.com.br/link%20de%20anti%20coca-cola.htm www.pubrasil.com.br/pu08/agentes/agentes.html www.alcoa.com/brazil/pt/info_page/greenhouse_gas.asp www.mct.gov.br/clima/convencao/guia.htm#Conclusao www.airliquide.com/safety/msds/pt/110_AL_pt.pdf 8 novembro 2021 Legenda da foto, Ao longo do período de uma vida, cerca de 40 anos, ocorreram mais da metade das emissões de CO2 da humanidade "A maior parte da queima (de combustíveis fósseis) aconteceu desde o início de Seinfeld. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, esse número é cerca de 85%. A história da missão suicida do mundo industrial é a história de uma vida — o planeta foi levado de uma aparente estabilidade à beira da catástrofe nos anos entre um batismo ou um bar mitzvah e um funeral." Foi assim que o escritor e jornalista americano David Foster Wallace, especialista na crise climática, descreveu, em seu livro A Terra Inabitável: uma história do futuro, a história das emissões de CO2 da humanidade. O gráfico abaixo confirma a afirmação de Wallace: cerca de 52,74% da emissão de CO2 em todo o mundo ocorreu a partir de 1990 (a série americana Seinfeld começou em 1989). Mesmo depois da Revolução Industrial, a emissão do que hoje sabemos ser um dos principais gases de efeito estufa ainda cresceu de maneira relativamente lenta até meados do século 20. Em 1950, apenas cinco anos depois do fim da Segunda Guerra, as emissões globais por ano saltaram de 4 bilhões para 6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Mas, em 1989, esse número já tinha chegado a 22 bilhões de toneladas, quase quatro vezes mais. Em 2019, o dado mais recente, o mundo emitiu 36,4 bilhões de toneladas do gás. A redução das emissões de gases de efeito estufa é o principal tema da COP26 (a conferência do clima da Organização das Nações Unidas), que acontece em Glasgow, na Escócia. Para essa conferência, mais de 190 países foram instados a apresentar planos de corte de emissões até 2030. Todos eles concordaram em 2015 em promover mudanças para manter o aquecimento global "bem abaixo" de 2°C acima dos níveis pré-industriais — e tentar atingir 1,5°C — para evitar uma catástrofe climática. De onde vêm as emissões?Cerca de 86% das emissões de dióxido de carbono do mundo vêm da queima de combustíveis fósseis para a produção de energia e materiais. As primeiras eras da industrialização foram dominadas pela queima de carvão vegetal. Só no final do século 19 começam a aumentar as emissões por petróleo e gás natural. E, no final do século 20, as emissões pela produção de cimento e pela chama — um dispositivo de combustão de gases inflamáveis usado na indústria, se tornam mais significativas. Os outros 14% das emissões de CO2 são decorrentes da mudança de usos da terra, principalmente desmatamento e queimadas. Segundo o Acordo de Paris, os países têm que continuar fazendo cortes até chegar à neutralidade nas emissões de dióxido de carbono em 2050. Ou seja, as emissões que não podem ser evitadas por tecnologia limpa em 2050 deverão ser soterradas com a tecnologia de captura e armazenamento de carbono ou absorvidas por plantas e solos.
Uma nova pesquisa sobre acumulado histórico de emissões de CO2 põe o Brasil entre os maiores poluidores do mundo. No estudo, que leva em consideração pela primeira vez o desmatamento ao contabilizar a liberação do gás, o Brasil aparece em quarto lugar no ranking de emissões desde 1850. A China, gigante emergente que só pretende começar a reduzir suas emissões a partir de 2030, é apontada como o segundo maior emissor de gases do efeito estufa no acumulado histórico, atrás dos Estados Unidos. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal! Pule YouTube post, 1Legenda do vídeo, Alerta: Conteúdo de terceiros pode conter publicidade Final de YouTube post, 1 Pule YouTube post, 2Legenda do vídeo, Alerta: Conteúdo de terceiros pode conter publicidade Final de YouTube post, 2 Pule YouTube post, 3Legenda do vídeo, Alerta: Conteúdo de terceiros pode conter publicidade Final de YouTube post, 3 |