Como a população participa da politica na italia

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  • Nome Oficial – República Italiana / Capital – Roma
  • Cidade mais populosa – Roma
  • Gentílico – Italiano/Italiana
  • Moeda – Euro (EUR)
  • Sistema Governamental – República Parlamentarista
  • Religião Predominante – Católica
  • Idioma – Italiano (Oficial)

A Itália localiza-se no centro-sul da Europa, é uma península que se estende ao longo do Mar Mediterrâneo. Faz fronteira com França, Suíça, Áustria e Eslovênia. A população aproximada de 61 milhões de habitantes está distribuída em uma extensão de 301.333 Km2. O país tem uma economia industrial diversificada, que é dividida em uma indústria forte, impulsionada em grande parte pela fabricação de bens de alta qualidade de consumo (MRE-DPR, 2012).

Contexto Econômico

A Itália é possuidora de uma economia industrial diversificada e que é, basicamente, dividida em duas partes: o norte do país, área industrial desenvolvida e dominada por empresas privadas; e o sul, essencialmente agrícola, com elevada taxa de desemprego, logo, bem menos desenvolvida e por isso ainda muito dependente de políticas assistencialistas do governo central.

Em grande parte, a economia italiana é impulsionada pela fabricação de bens de consumo de alta qualidade produzidos por pequenas e médias empresas, muitas delas de propriedade de família. A Itália também detém uma economia informal considerável, que segundo algumas estimativas, chega a ser responsável por 17% do PIB. Essas atividades são mais comuns dentro da agricultura, construção civil e de serviços.

Esta é a terceira maior economia da zona do euro, porém elevados encargos da dívida pública e impedimentos estruturais ao crescimento vêm tornando o país cada vez mais vulnerável às intervenções dos mercados financeiros. Sua dívida pública tem aumentando ao longo dos anos, e em 2011 chegou a 120% do PIB. Durante o segundo semestre de 2011, o governo aprovou uma série de três pacotes de austeridade para equilibrar seu orçamento até 2013 a fim de que os números dessa dívida sejam diminuídos.

O governo também enfrenta a pressão de investidores e parceiros europeus para resolver problemas em suas inflexíveis leis de trabalho e de sua evasão fiscal que com o passar tempo tem se tornado maior. A crise financeira internacional agravou as condições no mercado de trabalho da Itália, com o aumento do desemprego de 6,2% em 2007 para 8,4% em 2011. Ainda, segundo estimativas do governo, as baixas taxas de natalidade somadas às políticas imigratórias irão, em longo prazo, forçar ainda mais sua economia.

A crise da zona do euro, juntamente com medidas internas de austeridade, reduziram as exportações italianas e, também, fizeram os níveis de consumo interno despencar, retardando ainda mais a recuperação do país, o que por sua vez, faz com que seu PIB ainda esteja 5% abaixo do nível de 2007.

  • PIB (US$) – 2.2 trilhões (2011);
  • PIB PPC* per capita (US$) – 32.309 (2011);
  • Força Laboral por ocupação – Agricultura: 3.9%, Indústria: 28.3% e Serviços: 67.8% (est. 2011);
  • Principais Produtos de Exportação – Máquinas e equipamentos de transporte; produtos químicos; vestuário.

* Poder de Paridade de Compra

As exportações italianas destinadas aos mercados europeus representaram 45% da pauta em 2011. A Alemanha foi o principal destino com 13%. Na sequência destacaram-se: França (12%); Estados Unidos (6%); Espanha (5%); Suíça (5%) e Reino Unido (5%). O Brasil obteve o 17º lugar entre os principais destinos em 2011, participando com 1,3% do total. (MRE-DPR, 2012).

Referências:
BBC. Country profile. Disponível em <http://news.bbc.co.uk/2/hi/country_profiles/default.stm>
BRASIL. BrasilGlobalNet. Disponível em <http://www.brasilglobalnet.gov.br>
BRASIL. Embaixadas e consulados. Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/servicos-do-itamaraty/enderecos-de-consulados-estrangeiros-no-brasil>
CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The word factbook. Disponível em <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/index.html>

Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914–1918), a Itália foi ignorada nos tratados que selaram o conflito. O desgaste social e econômico mal recompensado mobilizou diferentes grupos políticos engajados na resolução dos problemas da nação italiana. No ano de 1920, uma greve geral de mais de dois milhões de trabalhadores demonstrava a situação caótica vivida no país. No campo, os grupos camponeses sulistas exigiam a realização de uma reforma agrária.

Crescimento do fascismo na Itália

A mobilização dos grupos trabalhadores trouxe à tona o temor dos setores médios, da burguesia industrial e dos conservadores em geral. A possibilidade revolucionária em solo italiano refletiu-se na ascensão dos partidos socialista e comunista. De um lado, os socialistas eram favoráveis a um processo reformador que traria a mudança por vias estritamente partidárias. Do outro, os integrantes das facções comunistas entendiam que reformas profundas deviam ser estimuladas.

O processo de divisão ideológica das esquerdas acontecia enquanto os setores conservadores e da alta burguesia pleitearam apoio ao Partido Nacional Fascista. Os fascistas, liderados por Benito Mussolini, louvavam uma ação de combate contra os focos de articulação comunista e socialista. Desse modo, o “fasci di combattimento” (fascismo de combatimento) passou a atacar jornais, sindicatos e comícios da esquerda italiana.

Criando uma força miliciana conhecida como “camisas negras”, os fascistas ganharam bastante popularidade em meio às contendas da economia nacional. A demonstração de poder do movimento deu-se quando, em 27 de outubro de 1922, os fascistas realizaram a Marcha sobre Roma. A manifestação, que tomou as ruas da capital italiana, exigia que o rei Vitor Emanuel III passasse o poder para as mãos do Partido Nacional Fascista. Pressionado, a autoridade real chamou Benito Mussolini para compor o governo.

Inseridos nas esferas de poder político central, os fascistas teriam a oportunidade de impor seu projeto político autoritário e centralizador. Já nas eleições de 1924, os representantes políticos fascistas ganharam a maioria no parlamento. Os socialistas, inconformados com as fraudes do processo eleitoral, denunciaram a estratégia antidemocrática fascista. Em resposta, o socialista Giacomo Matteotti foi brutalmente assassinado por partidários fascistas.

Mussolini já tomava ações no sentido de minar as instituições representativas. O poder legislativo foi completamente enfraquecido e o novo governo publicou a Carta de Lavoro, que declarava as intenções da nova facção instalada no poder. Explicitando os princípios fascistas, o documento defendia um Estado corporativo onde a liderança soberana de Mussolini resolveria os problemas da Itália. No ano de 1926, um atentado sofrido por Mussolini foi a brecha utilizada para a fortificação do Estado fascista.

Repressão e corrida imperialista

Os órgãos de imprensa foram fechados, os partidos políticos (exceto o fascista) foram colocados na ilegalidade, os camisas negras incorporaram-se às forças de repressão oficial e a pena de morte foi legalizada. O Estado fascista, contando com tantos poderes, aniquilou grande parte das vias de oposição política. Entre os anos de 1927 e 1934, milhares de civis foram mortos, presos ou deportados.

O apelo aos jovens e à família instigou grande apoio popular ao regime do Duce (forma como os italianos referiam-se a Mussolini). Em 1929, os acordos firmados com a Igreja no Tratado de Latrão aproximaram a população católica italiana ao regime totalitário. Ao mesmo tempo, o crescimento demográfico e o incentivo às obras públicas começaram a reverter os sinais da profunda crise que tomava conta da Itália. O setor agrícola e industrial passou a ganhar considerável incremento, interrompendo o processo inflacionário da economia.

Com a crise de 1929, a prosperidade econômica vivida nos primeiros anos do regime sofreu uma séria ameaça. Tentando contornar a recessão econômica, o governo de Benito Mussolini passou a entrar na corrida imperialista. No ano de 1935, os exércitos italianos realizaram a ocupação da Etiópia. A pressão das demais potências capitalistas resultaria nas tensões que desaguaram na deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939–1945), momento em que Mussolini aproxima-se do regime nazista alemão.

*Crédito da imagem: Olga Popova e Shutterstock.com

Por Rainer Sousa
Graduado em História

A configuração político-territorial da Itália, no início de século XIX, sofreu grande intervenção por parte das medidas firmadas pelo Congresso de Viena de 1814. Com os acordos consolidados, a atual região da Itália ficou dividida em oito estados independentes, sendo que alguns deles eram controlados pela Áustria. Nesse mesmo período de recondicionamento da soberania monárquica, movimentos nacionalistas afloraram em diferentes partes da Itália. Ao mesmo tempo, as motivações e projetos desses grupos nacionalistas eram bastante variados. Envolvendo grupos de trabalhadores urbanos e rurais e alcançando até mesmo a burguesia nacional, o Risorgimento manifestava-se em ideais que passavam por tendências republicanas e, até mesmo, monárquicas. Outra interessante manifestação nacionalista também pôde ser contemplada com o aparecimento dos carbonários. A ação dos carbonários se estabeleceu ao sul da Itália sob a liderança do comunista Filippo Buonarotti. Lutando contra a ação dos governos absolutistas, o carbonarismo foi um dos mais importantes movimentos nacionalistas de bases popular da Itália. Em 1831, Giuseppe Mazzini liderou outro movimento republicano representado pela criação da Jovem Itália. Mesmo não obtendo sucesso, o nacionalismo italiano ainda teve forças para avivar suas tendências políticas. No ano de 1847, uma série de manifestações antimonárquicas tomaram conta da região norte, nos reinos de Piemonte e Sardenha, e ao sul no Reino das Duas Sicílias. No Reino da Lombardia consolidou-se um dos maiores avanços republicanos quando o rei foi obrigado a instituir um Poder Legislativo eleito pelos cidadãos. Mesmo com a agitação dessas revoltas, a presença austríaca e o poder monárquico conseguiram resistir à crescente tendência republicana. Só com o interesse da burguesia industrial do norte da Itália, politicamente patrocinada pelo primeiro-ministro piemontês Camilo Benso di Cavour, que o processo de unificação começou a ter maior sustentação. Angariando o apoio militar e político dos Estados vizinhos e do rei francês Napoleão III, em 1859, a guerra contra a Áustria teve seu início. Temendo a deflagração de movimentos de tendência socialista e republicana, o governo Francês retirou o seu apoio ao movimento de unificação. Ainda assim, Camilo di Cavour conseguiu unificar uma considerável porção dos reinos do norte. Nesse mesmo período, ao sul, Giuseppe Garibaldi liderou os “camisas vermelhas” contra as monarquias sulistas. Para não enfraquecer o movimento de unificação, Garibaldi decidiu abandonar o movimento por não concordar com as ideias defendidas pelos representantes do norte. Dessa maneira, os monarquistas do norte controlaram a unificação estabelecendo o rei Vítor Emanuel II. No ano de 1861, o Reino da Itália era composto por grande parte do seu atual território. Entre 1866 e 1870, após uma série de conflitos, as cidades de Veneza e Roma foram finalmente anexadas ao novo governo. A unificação da Itália teve seu fim no ano de 1929, quando após anos e anos de resistência da autoridade papal, o tratado de Latrão completou a formação da nação italiana.

Apesar de representar uma luta histórica ao longo do século XIX, a unificação italiana não conseguiu prontamente criar uma identidade cultural entre o povo italiano. Além das diferenças de cunho histórico, linguístico e cultural, a diferença do desenvolvimento econômico observado nas regiões norte e sul foi outro entrave na criação da Itália. 

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Por Rainer Sousa
Graduado em História