Como fazer um comparativo de ocorrência de ano par outro

A batida de carro pode acontecer em uma via rápida, em uma viagem e até na porta de casa. É desgastante, mas não há motorista que não esteja sujeito a um pequeno acidente de trânsito. O melhor é, então, estar preparado para a possibilidade. Veja o que fazer quando acidentes, com ou sem vítimas, na cidade ou rodovia, acontecem.

Em primeiro lugar, verifique alguém se feriu. Se houver uma vítima no acidente de trânsito, independentemente da gravidade, ligue para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), por meio do telefone 192, e sinalize a batida. A polícia deve ser acionada sempre que alguém se machucar. Nesses casos, o boletim de ocorrência (B.O.) para acidentes de trânsito é realizado pelo agente no local.

É dever do condutor prestar socorro às vítimas de acidentes; deixar de fazê-lo é crime previsto no artigo 135 do Código Penal Brasileiro.

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Acidente de trânsito sem vítima

Se não houver nenhuma vítima na batida de carro, é necessário retirar os veículos da via. Bloquear a passagem é uma contravenção média passível de multa. Para mais detalhes, leia o artigo 178 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O próximo passo é anotar a placa do outro veículo envolvido e pedir um documento do condutor.

A troca de telefones entre as partes envolvidas pode não ser uma boa ideia. Isso porque a índole dos envolvidos na batida de carro é desconhecida. Caso tenha uma seguradora, passe o telefone da empresa para o outro condutor – ela está melhor preparada para lidar com a situação.

Sinalize a batida de carro com triângulo e pisca-alerta

Também é importante, quando o acidente tem alguma vítima, fazer sinalização correta. Pegue o triângulo – normalmente localizado no porta-malas do carro – e o posicione de acordo com as regras brasileiras. A distância mínima entre a sinalização e a batida de trânsito é de 30 metros, segundo a Resolução 36/98 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Ainda é recomendado, para garantir que os demais veículos percebam com clareza o acidente, a regra de 1 metro a mais para cada km/h permitido na via.

Por exemplo: em uma avenida cujo limite é 60 km/h, a distância do triângulo deve ser de 60 metros. Em caso de condições adversas, pode-se dobrar essa distância. Também acione o pisca-alerta do automóvel.

Motoristas devem esperar a perícia?

Caso as partes envolvidas discordem da responsabilidade do acidente de trânsito, é possível contratar uma perícia particular para analisar a batida e emitir um parecer. O laudo realizado por um especialista pode ser utilizado, inclusive, num processo judicial.

Como fazer um comparativo de ocorrência de ano par outro
Batida de carro sem vítimas: veículos devem ser removidos da via

Atenção, a Polícia Civil só faz esse tipo de serviço se veículos oficiais estiverem envolvidos no acidente de carro ou se a batida de trânsito tiver uma ou mais vítimas.

Faça o B.O. registrando o seu acidente de trânsito

Sempre faça o registro da batida de carro por meio de um boletim de ocorrência. Ainda que as partes envolvidas entrem em acordo no momento do acidente, é importante relacionar o ocorrido. O documento também é necessário para o acionamento do seguro ou para solicitação do seguro DPVAT.

Na maioria dos Estados brasileiros, se não houver uma vítima no acidente de carro, os B.O. são feitos pela internet, o que facilita o processo. Em Minas Gerais, por exemplo, todos os acidentes de trânsito que não envolvam vítimas devem ser realizados pela página da Polícia Civil.

Abaixo, as páginas das delegacias virtuais para que você confira se no seu Estado há como registrar o B.O de acidente de carro pela internet:

Delegacias Virtuais

Fotos da batida de carro

Fotos podem ajudar durante o registro do boletim de ocorrência para acidentes de carro. Converse e pegue o contato de pessoas que estavam por perto durante a batida de trânsito, elas podem ser usadas como testemunhas, caso haja necessidade.

Em processos de colisão de trânsito, quanto mais provas, melhor.

Acidente de carro em rodovia federal

O processo é parecido quando a batida de trânsito acontece em uma rodovia. Para acionar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) – nos casos em que há feridos ou veículos interrompendo a pista – ligue no telefone 191.

Se o acidente não for grave e as partes optarem por seguir viagem, os motoristas podem fazer uma Declaração de Acidente de Trânsito (e-DAT) pela página da PRF.

De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, ao fazer o registro, o envolvido precisa descrever a BR, o km e o horário do ocorrido. Outros dados, embora sejam opcionais, poderão ser utilizados: placas e documentos dos demais envolvidos.

Fotos dos veículos e do acidente de trânsito não são incluídas na e-DAT, mas poderão ser úteis ao usuário em eventuais demandas judiciais.

Como fazer um comparativo de ocorrência de ano par outro

Atenção! A e-DAT só pode ser realizada se a batida de carro for de natureza simples, sem vítimas e vazamentos, ou não ter provocado danos ao meio ambiente ou patrimônio público. Também é necessário que o acidente de carro não tenha correlação com crime de trânsito, provoque interrupções na pista ou envolva carros oficiais.

  • Leia também: acidentes de trânsito custam mais de R$ 50 bilhões ao Brasil

Outra opção para o motorista que se envolveu em uma batida de carro nas rodovias do país que tenha deixado feridos ou apresente risco de incêndio é telefonar para o corpo de bombeiros. Para isso, basta discar 193.

Boletim feito, é hora de procurar a seguradora ou as oficinas para consertar os veículos envolvidos.

Como acionar o seguro

O professor da Escola Nacional de Seguros, Bruno Kelly, descreveu quais são as orientações mais importantes aos condutores assegurados por empresas privadas.

No primeiro momento é preciso avaliar se o dano ao veículo no acidente de trânsito foi leve ou grave o suficiente para que seu conserto tenha valor superior à franquia.

Visto que será necessário acionar o seguro, o cliente deve ligar para o 0800 da empresa contratada ou pedir para que o seu segurador abra um aviso de sinistro. “O ideal é que o motorista ligue para a seguradora, isso porque ele poderá dar todas as informações necessárias. Está com a memória fresquinha e pode esclarecer melhor os fatos sobre a batida de carro”,  explica Bruno Kelly.

Os documentos necessários para começar os trâmites variam de acordo com as companhias e tipos de sinistro. Mas o professor alerta que todas as seguradoras são obrigadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a descrever, na apólice, quais são os documentos básicos para o registro de cada caso de acidente.

Seguro DPVAT

Independente de pagar um seguro privado, é direito das vítimas de acidentes de trânsito receber uma indenização. O Seguro DPVAT é o responsável por esta cobertura.

A proteção é assegurada por um período de até 3 anos dentro das três coberturas previstas em lei: morte, com indenização de R$ 13.500; invalidez permanente, com indenização de até R$ 13.500, sendo o valor estabelecido de acordo com o local e intensidade da sequela; e reembolso de despesas médicas e suplementares (DAMS), com valor que pode chegar a R$ 2.700.

Para aprender pedir a indenização, o motorista ou passageiro que se feriu em uma batida de carro deve acessar a página da Seguradora Líder, a responsável pelo DPVAT.

Apesar do direito estar previsto em lei, nem todas as vítimas de acidentes são ressarcidas. Veja, no vídeo abaixo, alguns casos de condutores ou passageiros que tiverem a indenização negada pela Seguradora Líder:

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Uma colisão leve é o suficiente para os veículos ficarem parados na rua Marcos Torres - Spiral/Quatro Rodas

Você já deve ter ficado irritado com essa cena: 15 minutos no anda e para do engarrafamento, acaba se distraindo por um segundo e lá vem uma batidinha.

Você percebeu que amassou levemente o para-choque dos dois carros, mas é o suficiente para os veículos ficarem parados na rua.

Os outros começam a buzinar, os dois motoristas não sabem o que fazer e começa o bate-boca. Calma, pois essa situação é fácil de resolver.

QUATRO RODAS ouviu autoridades policiais e especialistas em seguros sobre os procedimentos básicos para colisões tão comuns do nosso trânsito. Veja o que fazer (e não fazer) nessas situações.

Em busca de vítimas

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Verifique se não há vítimas e vazamento de óleo ou combustível Divulgação/Internet

O primeiro procedimento é verificar se não há mesmo vítimas e se motorista ou passageiro não sofreram ferimento decorrente da batida.

Procure ainda por um vazamento de óleo ou combustível. Se houver, é necessário acionar o atendimento de emergência dos bombeiros (193) e registrar o caso na delegacia.

“A maior dica é observar se o acidente realmente é sem vítimas, pois qualquer sintoma decorrente da colisão já o torna um acidente com vítima. Nesse caso, é necessário enviar uma viatura policial ao local”, diz o coronel Márcio Lima, assessor técnico do Estado-Maior Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Hora da foto

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Faça uma foto mais aberta, que permita ver o local Divulgação/Internet

Com seu celular, registre imagens do acidente. Faça uma foto mais aberta, que permita ver o local, e outras mais fechadas, com detalhes das avarias nos carros e em que apareça nitidamente as placas dos veículos.

Isso pode facilitar o procedimento do registro da ocorrência e também auxilia no uso do seguro.

As imagens ajudam a entender a dinâmica do ocorrido e servem para a seguradora avaliar se o segurado é responsável, se é vítima ou se os dois envolvidos têm culpa.

informações na mão 

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Anote nome completo, número da habilitação, modelo e placa do veículo Reprodução/Internet

É preciso pegar os dados do causador do acidente, como nome completo, número da habilitação, além de modelo e placa do veículo.

Não atrapalhe o tráfego

Sem vítimas ou feridos, se for possível, não deixe os carros tortos ou ocupando uma ou mais faixas da via.

Faça as fotos e ponha o carro de forma que não atrapalhe os pedestres ou o trânsito. Não retirar o veículo, inclusive, é passível de multa pelo Código de Trânsito Brasileiro.

O artigo 178 prevê que “deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a segurança e fluidez do trânsito” é infração média, com 4 pontos na CNH e multa de R$ 130,16.

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Isso não vale, naturalmente, para veículos cujos danos impedem que ele seja movimentado, seja por conta própria ou empurrado.

Pelo telefone ou…

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Telefone para o 190 para fazer o registro de ocorrência Divulgação/Internet

Após liberar a pista, telefone para o 190 para os policiais irem até o local fazer o registro de ocorrência ou faça o B.O. (Boletim de Ocorrência) em uma delegacia mais tarde.

… pelo celular

Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul já dispõem de registros de ocorrência de trânsito online.

Por meio do celular ou tablet é possível fazer a descrição do acidente e anexar as fotos da colisão, sem a necessidade de acionar a polícia.

“É importante observar, no caso da inclusão de fotos, se as imagens foram realmente anexadas, e também a descrição do acidente. Relate somente o que aconteceu de forma bem simples.

Essas situações, quando não observadas, são motivos do indeferimento do registro”, explica o coronel Lima, que também é gerente do sistema e-BRAT, a versão digital do Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito (Brat), vigente no Rio de Janeiro.

Discordância

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Se houver discordância, caberá à PM julgar quem foi o causador do acidente reprodução/Internet

Se as partes não concordarem sobre o acidente, cada uma pode registrar a ocorrência com sua versão. Caberá à PM e, se for o caso, à Justiça julgar quem foi o causador. Se o causador fugir, também deve-se fazer o registro.

Pegue também o contato de testemunhas que viram o acidente. “O registro de ocorrência é uma maneira de preservar seus direitos se houver alguma polêmica em relação ao culpado”, alerta Manes Erlichman, sócio-diretor da Minuto Seguros.

Seguro

Com o protocolo da ocorrência, já é possível acionar o seguro. Nesses casos, as fotos agilizam a burocracia do processo de sinistro, assim como os contatos de testemunhas.

Um exemplo: a seguradora faz compatibilidade de danos e vai verificar nas imagens se a avaria que tem na traseira de um carro é compatível com o dano na dianteira do outro.

“É bom pecar pelo excesso. Fotos, registro da ocorrência e testemunha, tudo isso agiliza a seguradora a liberar o conserto, pois a empresa já tem informações que vão ajudar a aprovar o orçamento. Caso contrário, ainda terá de ir a campo para investigar”, explica Erlichman.

E se houver vítimas?

Nesses caso, é preciso chamar o socorro médico (Bombeiros, pelo telefone 193), solicitar a viatura da polícia e aguardar no local. Depois, o caso deve ser registrado na delegacia.

Tal procedimento também deve ser feito mesmo no caso de um carro colidir em um poste ou muro e o motorista se ferir sozinho.

Em situações de atropelamentos, além de chamar o serviço de emergência e a polícia, é fundamental preservar o local e chamar testemunhas que possam avaliar a responsabilidade do motorista.

Importante lembrar que as vítimas de trânsito só podem pedir a indenização do seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) com o registro de ocorrência e atestados médicos e hospitalares.