O que é asma bronquica

Asma (CID 10 - J45) é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, que pode ser revertida espontaneamente ou com tratamento. Durante a crise de asma, os brônquios se inflamam e reduzem a passagem de ar, causando sintomas como tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito.

O principal motivo para ter dificuldade de respirar é a exposição a agentes irritantes. Diante dessa situação, o organismo contrai a musculatura que existe em volta do brônquio, diminuindo a passagem de ar. Os gatilhos mais comuns são:

  • Poeira
  • Mofo
  • Perfumes
  • Odores fortes

Asma é uma das condições crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que, no Brasil, cerca de 3 a 5 % da população sofra com o problema.

O diagnóstico de asma também faz com que o indivíduo integra o grupo de risco da COVID-19, doença provocado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Isso ocorre porque o vírus se aloja no pulmão. Logo, pessoas com doenças respiratórias crônicas, precisam ser cuidadosos com as medidas preventivas contra a doença.

Cada pessoa sofre crises asmáticas por motivos diferentes. Por isso, é importante investigar o que causa seus ataques de asma, e tentar reduzir a exposição a esses agentes, além de buscar tratamentos mais adequados. Os gatilhos mais comuns da asma são:

Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo ar, como:

  • Ácaros e poeira
  • Poluição
  • Pólen
  • Mofo
  • Pelos de animais
  • Fumaça de cigarro
  • Partículas de insetos

Substâncias químicas como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear uma crise. Quando aspirados, esses agentes irritam os brônquios, levando a uma crise.

Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe, também constituem causa importante para o desencadeamento de uma crise de asma.

Alergias alimentares podem causar crises de asma. Os alimentos mais comuns associados com sintomas alérgicos são:

  • Ovos
  • Leite de vaca
  • Amendoins
  • Soja
  • Trigo
  • Peixe
  • Camarão e outros crustáceos
  • Saladas e frutas frescas

Alguns conservantes e aditivos acrescentados nos alimentos industrializados também podem desencadear uma crise de asma.

Muitas pessoas com asma experimentam algum grau de sintomas ao praticar atividade física. Neste caso, o estreitamento das vias aéreas tem um pico de cinco a vinte minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do fôlego.

Um médico pode lhe dizer se você precisa usar um broncodilatador antes do exercício, para evitar os sintomas incômodos. Quem apresenta essa forma de asma não pode esquecer de tomar a medicação prescrita antes da atividade física.

É muito comum em pessoas que trabalham em usinas ou são expostas a agentes químicos, tinturas e agrotóxicos. Com este tipo de asma, você pode ter dificuldade em respirar, além de sofrer outros sintomas de asma apenas nos dias em que você está no trabalho.

Muitas pessoas com este tipo de asma sofrem com sintomas de rinite alérgica ou alergia de pele, como:

  • Nariz escorrendo
  • Congestão
  • Irritação nos olhos
  • Tosse
  • Chiado no peito

Outros trabalhos comuns associados com a asma ocupacional incluem criadores de animais, veterinários, agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros.

Se você tem asma, as chances de sofrer uma crise são mais elevadas durante o sono, porque a asma pode ser influenciada pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do nosso corpo, geralmente de acordo com a luz do sol).

Acredita-se que a asma noturna acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao resfriamento das vias aéreas, a posição reclinada, favorecendo refluxo gastroesofágico, ou associada ao ronco e apneia do sono.

O choque de temperaturas é uma mudança bastante agressiva para quem tem as vias respiratórias mais sensíveis. Além das crises de asma, é comum haver piora de rinite ou tosse.

A mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta na mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos de temperatura, acaba desencadeando uma crise.

Medicamentos anti-inflamatórios não hormonais - como o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco e o ibuprofeno - podem desencadear crises de asma. Isso acontece porque esses remédios inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que tem forte relação com a crise asmática em quem sofre da doença.

Uma variedade de doenças pode causar alguns dos mesmos sintomas da asma. Por exemplo, a asma cardíaca é uma espécie de falha do coração em que os sintomas podem imitar alguns dos presentes na asma regular.

Algumas anomalias nas cordas vocais podem provocar um chiado no peito, que é muitas vezes confundido com a asma. Alterações na deglutição (ato de engolir), ronco, apneia do sono, tumores pulmonares e embolia pulmonar também provocam sintomas semelhantes, e devem ser investigados.

Para classificar a gravidade da sua asma, o seu médico considera a análise clínica juntamente com os resultados de seus exames. Determinar o quão grave é sua asma auxilia o médico a escolher o melhor tratamento.

Além disso, a gravidade da asma pode alterar com o passar do tempo, necessitando um reajuste da medicação.

Classificamos a asma tanto pelo seu controle, quanto pela gravidade. A asma é “controlada” quando os sintomas estão ausentes e a pessoa leva uma vida normal, como se nem tivesse a doença.

Na asma “parcialmente controlada”, os sintomas estão presentes, mas não tão frequentes. Por fim, a asma é “não controlada” quando os sintomas aparecem frequentemente.

  • Controlada: não existe limitação às atividades, nem sintomas diurnos e noturnos, nem uso de medicação de alívio (bombinhas para crise)
  • Parcialmente controlada: 1 a 2 vezes no último mês houve limitação às atividades, sintomas diurnos, noturnos e/ou uso de medicação de alívio (bombinhas para crise)
  • Não controlada: 3 ou mais vezes no último mês houve limitação às atividades, sintomas diurnos, noturnos e/ou uso de medicação de alívio (bombinhas para crise)

Também classificamos a asma quanto a sua gravidade:

Neste quadro, é difícil atingir o controle dos sintomas, mesmo com doses adequadas de medicação.

A asma grave acontece quando os sintomas persistem apesar do uso de altas doses de medicações de forma adequada e regular. Trata-se da minoria dos casos.

A maioria das pessoas com asma fica longos períodos sem sintomas, intercalados com as crises quando expostos a algum agente. No entanto, algumas pessoas têm a deficiência respiratória quase que cronicamente, com alguns episódios mais graves em determinados períodos. Os ataques de asma podem durar minutos a dias e podem se tornar perigosos se o fluxo de ar estiver muito restrito.

Os principais sintomas são:

  • Tosse com ou sem produção de escarro (muco)
  • Repuxar a pele entre as costelas durante a respiração (retrações intercostais)
  • Deficiência respiratória que piora com exercício ou atividade
  • Chiado
  • Falta de ar
  • Aperto no peito

Também atente-se a qualidade da sua respiração. Se ela apresentar algumas das características abaixo, procure um médico:

  • Respiração ofegante seguida de períodos sem sintomas
  • Respiração que piora à noite ou no início da manhã
  • Falta de ar repentina, que melhora quando se usa medicamentos que abrem as vias respiratórias (broncodilatadores)
  • Respiração falha ao inspirar ar frio
  • Respiração comprometida ao fazer exercícios
  • Piora com azia (refluxo).

Situações de emergência:

  • Lábios e rosto de cor azulada
  • Nível diminuído de agilidade, como sonolência grave ou confusão, durante um ataque de asma
  • Extrema dificuldade de respirar
  • Pulsação rápida
  • Ansiedade grave devido à deficiência respiratória
  • Sudorese
  • Chiado audível, parece com miado de gato.

Outros sintomas que podem ocorrer com essa doença:

  • Padrão de respiração anormal
  • Respiração para temporariamente
  • Dor no peito
  • Aperto no tórax.

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O principal para o diagnóstico de asma é a história do paciente e os exames subsidiários. Pacientes que têm crises esporádicas com melhora depois de um tempo são suspeitos para asma, principalmente se tiverem outro tipo de alergia.

O médico também poderá pedir alguns exames para avaliar o funcionamento dos seus pulmões, sendo o principal, a função pulmonar.

No teste de função pulmonar, você assopra um tubo ligado a um computador que vai medir a função dos pulmões. Se o paciente estiver tendo uma crise de asma naquele momento, ele assopra no tubo uma primeira vez, e novamente após usar um broncodilatador.

O seu médico lhe dará instruções sobre como controlar a respiração corretamente. Se a função pulmonar estiver alterada no primeiro resultado e estabilizada no segundo, tem-se um diagnóstico de asma.

Entretanto, muitas vezes o asmático chega ao médico contando uma história típica de asma, mas o exame dá normal, pois ele não está em crise. Nesses casos, o médico pode solicitar a chamada broncoprovocação, ou seja, a exposição do paciente a um agente inflamatório em nível controlado.

Se uma crise for iniciada, é possível que seja asma. A função pulmonar simples também é chamada de Espirometria.

A asma é uma doença que tem em seu bojo características genéticas. Pessoas com casos de alergias na família tem uma predisposição genética para desenvolver quadros alérgicos no geral, como a rinite alérgica e asma.

A asma é uma doença caracterizada pela presença de uma reação exagerada das vias aéreas, ou seja, por um mecanismo de defesa aumentado. Esse é o pano de fundo em outras alergias, de respiratórias a cutâneas.

Dessa forma, uma pessoa que tenha algum tipo de alergia tem uma maior predisposição a ter outros tipos, dentre eles a asma, uma vez que seu corpo tende a reagir de forma excessiva aos estímulos externos.

As pessoas com obesidade têm maior risco de asma. Isto ocorre porque a obesidade desencadeia uma série de processos inflamatórios - e a asma nada mais é do que um processo inflamatório em nossos brônquios.

A obesidade é uma "facilitadora" desse processo. O tratamento da asma no paciente obeso é mais difícil. Perder peso pode fazer a asma sumir da sua vida.

Os bebês filhos de mães tabagistas têm menor peso, devido aos infartos que o cigarro causa na placenta, dificultando a nutrição do bebê durante a vida intrauterina. Apesar de alguma controvérsia, existe uma relação entre baixo peso ao nascer e asma até os cinco anos de idade.

Isso acontece porque o pulmão só se forma plenamente no fim de gestação. Por isso, o bebê prematuro tem mais risco de ter quadros inflamatórios no pulmão.

É importante ressaltar que só podemos dizer que uma criança é asmática após os dois anos de vida. Antes disso ela é um bebê chiador. Em resumo, mães que fumam na gestação ou tem forte contato com fumaça podem facilitar o desenvolvimento da asma nos filhos.

Algumas condições durante a gestação aumentam o risco do bebê ter alergia, como dormir mal, transtorno de ansiedade e depressão.

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição na qual o conteúdo do estômago vaza em direção contrária para o esôfago. Essa ação irrita o esôfago, causando azia e outros sintomas.

Se for aspirado, o conteúdo do refluxo gastroesofágico pode ir parar dentro dos pulmões. Isso pode desencadear uma inflamação e favorecer quadros como pneumonia, bronquite e asma. Muitos asmáticos só atingem o controle da doença quando tratam adequadamente o refluxo, seja com medicamentos ou cirurgia.

Prevenção e controle são a chave para impedir que os ataques de asma comecem. As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros.Pessoas que não realizam o tratamento contínuo adequadamente acabam deixando cicatrizes em seus brônquios, que podem tornar o quadro irreversível.Nessas situações, mesmo com altas doses de medicamentos não é possível o controle da asma, resultado do não uso da medicação durante anos.Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do brônquio, os medicamentos contínuos corticosteróides funcionam para evitar que essas reações aconteçam.

Veja as linhas de tratamento para a asma:

Os medicamentos de asma para o seu perfil dependem de uma série de coisas, incluindo sua idade, seus sintomas, seus gatilhos de asma e o que parece funcionar melhor para manter a sua doença sob controle. Os medicamentos preventivos de controle em longo prazo reduzem a inflamação nas vias aéreas, impedindo que os sintomas se iniciem.

Os medicamentos contínuos, geralmente tomados diariamente, são a base do tratamento da asma. Eles incluem:

Essa classe de medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide, beclometasona e outros. Você pode precisar usar esses medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o seu máximo benefício.

Ao contrário de corticosteroides orais, esses medicamentos têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são geralmente seguros para uso contínuo, uma vez que agem diretamente nos pulmões, em vez de passarem primeiro pela corrente sanguínea.

As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó – esse último inalado por meio de um instrumento próprio. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. Mais de 95% dos casos de asma podem ser controlados com o uso de corticoides.

São medicamentos orais, incluindo o montelucaste, zafirlucast e zileuton. Eles podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sachês.

Eles interferem no processo inflamatório dos pulmões, e raramente são usados de forma isolada, sendo associado ao uso de corticoides. As doses e intervalos de utilização variam conforme o caso e a associação de medicamentos que está sendo feita.

São medicamentos inaláveis, e incluem salmeterol e formoterol. Sua função é abrir as vias aéreas – ou seja, é um broncodilatador.

Normalmente são usados em associação com corticosteroides – chamados assim de inaladores de combinação. Esses medicamentos não devem ser usados durante um ataque de asma.

A teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides.

O medicamento deve ser ministrado a cada 12 horas, e as doses também variam conforme o paciente.

É importante ressaltar que os broncodilatadores servem para aliviar uma crise de asma. Durante uma crise de asma, você tem o fechamento dos brônquios, impedindo a entrada de ar nos pulmões.

Os broncodilatadores servem justamente para relaxar essa musculatura dos brônquios, permitindo que o ar entre nos pulmões novamente. Essas medicações têm início de ação rápido, gerando um alívio imediato do paciente.

Há broncodilatadores de curta duração (de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo, devendo ser associado aos corticoides inalados.

Os broncodilatadores são usados conforme necessário para alívio rápido dos sintomas durante um ataque de asma. Se você tem asma associada ao exercício, pode ser que o médico indique usar o broncodilatador logo antes de uma série.

Os broncodilatadores são ministrados com um inalador portátil ou um nebulizador, para que possam ser inalados por meio de uma máscara ou um bocal.

Se você usa o broncodilatador várias vezes ao dia, é um sinal de que a sua asma está descontrolada e precisa de outras medicações. O maior risco de uma pessoa ter várias crises e usa apenas o broncodilatador é mascarar uma crise mais grave.

Isso pode fazer com que você subestime a intensidade do quadro, ignorando sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma asfixia, pois o broncodilatador somente pode não dar conta da crise.

Pessoas que usam ou usaram o broncodilatador mais do que três ou quatro vezes em um único dia devem procurar um pronto socorro ou ligar para seu médico, a fim de buscar formas de tratamento da doença como um todo, não apenas da crise.

Os medicamentos mais usados para o tratamento de asma são:

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Saiba mais: esclareça dúvidas sobre medicamentos que tratam asma

Não há cura para asma, existe controle. Não raro os sintomas somem por anos e o asmático nem se lembra de um dia ter tido asma. Com autogerenciamento e tratamento apropriados, a maioria das pessoas com asma leva uma vida normal.

A asma em si não pode ser prevenida, uma vez que é decorrente de uma inflamação dos brônquios sem causa aparente. Entretanto, é possível controlar as crises e ter uma qualidade de vida melhor:

Os testes para alergias respiratórias são feitos para detectar qual é o agente causador da asma. Entram nessa lista ácaros, fungos, mofo, pelos de animais, entre outros. Com o teste, é possível evitar a exposição ao agente, prevenindo crises.

Além disso, é comum que a asma esteja associada a outras doenças alérgicas, como a rinite alérgica e o eczema. Controlando os causadores dessas alergias é possível evitar crises asmáticas.

É muito importante lembrar que a asma é uma doença crônica cujo tratamento, nos casos de asma persistente, deve ser contínuo, mesmo que não existam sintomas. Esse tratamento consiste no uso de corticoide inalatório diariamente, em doses que deverão ser determinadas pelo médico.

O uso irregular dos medicamentos que controlam a asma é uma das causas mais comuns de crises. O paciente não deve ter receio de usar a medicação diária da asma.

A carência da vitamina D está sendo relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico e a asma é uma delas. O papel da vitamina D na importância do tratamento da asma é recente. Estudos apontam que a deficiência do nutriente pode aumentar os riscos de doenças pulmonares mais graves em crianças.

De qualquer forma, vale a pena ressaltar que a principal fonte de vitamina D é a exposição solar, que dever ser feita por cerca de 15 minutos, três vezes por semana. Ovos, manteiga, iogurtes e peixes, como atum e sardinha, são fontes da vitamina.

Mofo, pelos de animais, insetos, ácaros e poeira domiciliar devem ser cuidadosamente eliminados. É importantíssimo que a roupa de cama seja lavada semanalmente e secada ao sol. Também é recomendado o uso de fronhas e capas de colchão antiácaros, que diminuem a possibilidade de crises. Podem ser usados até produtos de limpeza que matam os ácaros, mas nunca na presença do asmático.

O carpete deve ser substituído por outros tipos de piso, tapetes devem ser retirados do quarto e umidificadores devem ser banidos, já que a umidade favorece o aparecimento de alguns alérgenos.

Velas, sprays aromatizadores e essências. Esses produtos podem até deixar sua casa perfumada, mas são um perigo para quem tem asma. Cheiros fortes e fumaça irritam as vias aéreas e podem desencadear crises de asma.

Se você é ou tem algum familiar asmático, elimine todos esses produtos ou, pelo menos, opte por versões que não possuem aroma.

Os vírus causadores de infecções respiratórias - entre os quais está o vírus da gripe - também inflamam as vias aéreas e podem causar crises de asma. Por isso, tomar a vacina da gripe pode ajudar a controlar a doença.

Além disso, lembre-se sempre de lavar as mãos ou higienizá-las com álcool em gel, o que ajuda a prevenir-se contra o vírus. Formas graves de pneumonia também podem ser evitadas, converse com seu médico para ver se você tem indicação de tomar também a vacina da pneumonia.

Existem algumas evidências de pessoas asmáticas com obesidade que conseguiram controlar melhor a asma ao perder peso. Uma teoria é a de que os pulmões de indivíduos com obesidade não se expandem como deveriam, o que predispõe o estreitamento dos brônquios.

A inflamação do tecido adiposo causada pela obesidade também pode afetar a musculatura das vias aéreas, aumentando a resposta inflamatória e estreitando os canais da via aérea, o que levará a uma crise asmática. Além disso, também existem os hormônios liberados pela gordura - como a leptina e a adiponectina - que podem agir na árvore brônquica causando os mesmos efeitos.

Se o contato com animais não te faz bem, seria aconselhável, no mínimo, não tê-los na sua própria casa. Mas, se isso está fora de cogitação, pelo menos não deixe que ele entre ou durma no seu quarto.

Outra medida importante é dar banho no animal pelo menos uma vez a cada duas semanas. O local em que o pet permanece a maior parte do tempo deve ser limpo toda semana.

É normal que, ao passar de um ambiente fechado para um externo, com ar frio, o alérgico logo apresente reações do sistema respiratório, como espirros e inchaço nasal. Por isso, o ideal é sempre sair de casa bem agasalhado e com um cachecol ou lenço cobrindo o nariz para que o ar gelado não entre em contato direto com ele.

Atenção àquelas roupas que ficaram meses guardadas no armário, eles podem conter ácaros e odores. Deixe roupas antigas expostas ao sol por algumas horas antes de usar.

Cigarro é prejudicial para todas as pessoas, mas para o alérgico ele pode ser ainda mais destrutivo. O fumo favorece a evolução de alergias respiratórias e asma. Alérgicos fumantes têm grandes chances de se tornarem futuros portadores da asma, e a permanência do hábito fará com que as crises fiquem cada vez mais fortes e mais difíceis de serem tratadas.

Além disso, câncer, enfisema e doenças cardíacas estão associadas ao tabagismo. Converse com seu médico para receber a ajuda necessária para largar o vício.

Faça pausas entre as tarefas e evite atividades que pioram os seus sintomas. Se achar melhor, faça uma lista diária de tarefas - isso pode ajudar a evitar que você se sobrecarregue. Você pode criar recompensas para a realização de objetivos simples.

Fóruns e outros grupos na internet podem ser usados para trocar experiências sobre a asma, além de ajudá-lo a se conectar com pessoas que enfrentam desafios semelhantes.

Se seu filho tem asma, tente concentrar a atenção nas coisas que seu filho pode fazer, e não sobre as coisas que ele ou ela não podem fazer. Envolver professores, enfermeiras escolares, treinadores, amigos e parentes podem ajudar a controla a asma infantil.

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Tomar medidas para reduzir a sua exposição a coisas que provocam sintomas de asma é uma parte fundamental do controle da asma. Manter a casa sempre limpa, sem mofo nas paredes nem umidade, evitar o acúmulo de poeira e deixar algumas atividades de lado podem ajudar a prevenir uma crise.

Ter asma não significa que você não pode se manter ativo. Inclusive, a atividade pode prevenir ataques de asma e fortalecer seu coração e pulmões. Além disso, os exercícios ajudam no controle do peso, que podem piorar um ataque de asma. Todos os esportes podem ser praticados, não existe um melhor que o outro, existe aquele que a pessoa faz e continua.

Alergias e a doença do refluxo gastroesofágico podem provocar ataques de asma. Se esse for o seu caso, tente tratar esses problemas antes de tratar a asma.

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As complicações da asma podem ser graves. Algumas incluem:

  • Capacidade reduzida de se exercitar e tomar parte em outras atividades
  • Falta de sono devido a sintomas noturnos
  • Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões
  • Tosse persistente
  • Dificuldade para respirar que requer ajuda na respiração (ventilação)
  • Hospitalização e internação por ataques severos de asma
  • Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma
  • Óbito.

Clóvis Galvão, alergista e Presidente da Associação Brasileira dos Asmáticos - CRM 75503

Roberto Rodrigues Junior, pneumologista do Laboratório Exame, em Brasília - CRM 133172

Marcia Pizzichini, pneumologista da comissão de asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - CRM 3025

Élcio Vianna, pneumologista da Comissão de Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia - CRM 57520

Revisado por: Franco Martins, pneumologista.