A humildade é maldoso e cruel mas mesmo

HUMILDADE, NECESSIDADE DE:

NA OPINIÃO DO BILL 10
Livre da escuridão
A autoanálise é o meio pelo qual trazemos uma nova visão, ação e graça para influir no lado escuro e negativo de nosso ser. Com ela vem o desenvolvimento daquele tipo de humildade, que nos permite receber a ajuda de Deus. No entanto, ela é apenas um passo. Vamos querer ir mais longe. Vamos querer que o bem que está dentro de todos nós, mesmo dentro dos piores, cresça e floresça. Mas, antes de mais nada, vamos querer a luz do sol; pouco se pode crescer na escuridão. A meditação é nosso passo em direção ao sol.
* * *
“Uma luz clara parece descer sobre nós – quando abrimos os olhos. Uma vez que nossa cegueira é causada por nossos próprios defeitos, precisamos primeiro conhecê-los a fundo. A meditação construtiva é o primeiro requisito para cada novo passo em nosso crescimento espiritual”.
1 – Os Doze Passos, pág. 89
2 – Carta de 1946

NA OPINIÃO DO BILL 36
A humildade em primeiro lugar
Encontramos muitos em A.A. que antes pensavam, como nós, que humildade era sinônimo de fraqueza. Eles nos ajudaram a nos reduzir ao nosso verdadeiro tamanho. Com seu exemplo nos mostraram que a humildade e o intelecto poderiam ser compatíveis, contanto que colocássemos a humildade em primeiro lugar. Quando começamos a fazer isso, recebemos a dádiva da fé que funciona. Essa fé também é para você.
Apesar da humildade ter anteriormente representado uma humilhação agora ela começa a significar o ingrediente que pode nos trazer serenidade.
1 – Os Doze Passos, pág. 21
2 – Os Doze Passos, pág. 64

NA OPINIÃO DO BILL 38
Caminho direto para Deus
“Acredito firmemente tanto na orientação como na oração. Mas estou bem consciente e espero que humilde o suficiente para ver que não há nada de infalível em minha orientação.
“No momento em que acreditar que encontrei um perfeito caminho para Deus, eu me tornarei egoísta o suficiente para entrar em verdadeira dificuldade. Ninguém pode causar mais sofrimento desnecessário do que aquele que possui força e acha que a obteve diretamente de Deus”.
Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 40
Conquista material
Nenhum membro de A.A. quer condenar os avanços materiais. Nem entramos em discussão com muita gente que se agarra à crença de que satisfazer nossos desejos básicos é o objetivo principal da vida. Mas estamos convencidos de que nenhum tipo de pessoa no mundo jamais se atrapalhou tanto, tentando viver segundo esse pensamento, como os alcoólicos.
Estávamos à procura de mais segurança, prestígio e romance. Quando parecíamos estar sendo bem-sucedidos, bebíamos para viver sonhos ainda maiores. Quando estávamos frustrados, mesmo um pouco, bebíamos para esquecer.
Em todas essas lutas, muitas delas bem-intencionadas, nosso maior obstáculo era nossa falta de humildade. Faltava-nos ver que a formação do caráter e os valores espirituais tinham que vir em primeiro lugar e que as satisfações materiais eram simplesmente subprodutos e não o principal objetivo da vida.
Os Doze Passos, pág. 61

NA OPINIÃO DO BILL 46
A verdadeira ambição e a falsa
Concentrávamos muito em nós mesmos e naqueles que nos cercavam. Sabíamos que éramos cutucados, por medos ou ansiedades descabidos, a uma vida que levava à fama, dinheiro e ao que supúnhamos que fosse liderança. Assim, o falso orgulho tornou-se o outro lado da terrível moeda com a marca do “medo”. Simplesmente tínhamos que ser a pessoa mais importante, a fim de encobrir nossas inferioridades mais profundas.
* * *
A verdadeira ambição não é aquilo que achávamos que era. Ela é o profundo desejo de viver de maneira útil e caminhar humildemente, sob a graça de Deus.
1 – Os Doze Passos, pág. 109
2 – Os Doze Passos, pág. 110

NA OPINIÃO DO BILL 74
Rompa as paredes do ego
As pessoas que são impulsionadas pelo orgulho, inconscientemente não enxergam seus defeitos. Os recém-chegados desse tipo certamente não precisam de consolo. O problema é ajudá-los a descobrir uma trinca nas paredes construídas pelo seu ego, através da qual a luz da razão possa brilhar.
* * *
Adquirir uma humildade maior é o princípio fundamental de cada um dos Doze Passos de A.A., pois sem um certo grau de humildade, nenhum alcoólico pode permanecer sóbrio.
Quase todos os AAs descobriram, também, que a não ser que desenvolvam essa preciosa qualidade, muito mais do que a necessária para se obter a sobriedade, ainda não têm muita probabilidade de virem a ser verdadeiramente felizes. Sem ela não podem viver com um propósito útil ou, nas horas difíceis, apelar para a fé que pode enfrentar qualquer emergência.
1 – Os Doze Passos, pág. 37
2 – Os Doze Passos, pág. 60

NA OPINIÃO DO BILL 97
Respeito próprio através do sacrifício
No princípio sacrificamos o álcool. Tivemos que fazê-lo, ou ele nos teria matado. Mas não poderíamos nos libertar do álcool, a menos que fizéssemos outros sacrifícios. Os extremismos e os falsos pensamentos tiveram que desaparecer. Tivemos que atirar pela janela a auto justificação, a auto piedade e a raiva. Tivemos que nos livrar da competição louca, em busca do prestígio pessoal e grandes saldos bancários. Tivemos que assumir a responsabilidade pelo nosso estado lamentável e deixar de culpar os outros por isso.
Foram realmente sacrifícios? Sim, foram. Para obter suficiente humildade e respeito próprio, a fim de permanecer vivos, tivemos que abandonar o que tinha realmente sido nossa possessão mais querida – nossa ambição e nosso orgulho ilegítimos.
A.A. Atinge a Maioridade, pág. 256

NA OPINIÃO DO BILL 106
A humildade “perfeita”
Por mim mesmo, tentei encontrar a definição mais verdadeira de humildade que posso. Essa não será a definição perfeita porque serei sempre imperfeito.
Nesse artigo, escolheria uma como esta: “A humildade absoluta consistiria num estado de completa libertação de mim mesmo, libertação de todas as exigências que meus defeitos de caráter atualmente lançam em peso sobre mim. A humildade perfeita seria uma total boa vontade, em todas as épocas e lugares, de reconhecer e fazer a vontade de Deus.
Quando penso nesse ideal, não preciso ficar desanimado porque nunca o atingirei, nem preciso me encher de presunção de que algum dia alcançarei todas essas virtudes. Preciso apenas me concentrar na visão da própria humildade, esperando que ela cresça e encha meu coração. Isso feito, posso compará-la a meu último inventário pessoal. Então, obtenho uma saudável ideia de onde me encontro no caminho da humildade. Vejo que minha caminhada em direção a Deus apenas começou.
À medida que me reduzo ao meu verdadeiro tamanho, me fazem rir a importância e o interesse por mim mesmo.
Grapevine de julho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 139
A base de toda a humildade
Uma vez que estávamos convencidos de que poderíamos viver exclusivamente pela nossa força e inteligência, tornava-se impossível a fé num Poder Superior.
Isto era assim, mesmo quando acreditávamos que Deus existia. Podíamos na verdade ter as mais fervorosas crenças religiosas, que continuavam estéreis, porque nós mesmos ainda tentávamos fazer o papel de Deus. Já que púnhamos a autoconfiança em primeiro lugar não era possível uma verdadeira confiança num Poder Superior. Faltava aquele ingrediente básico da humildade, o desejo de buscar e fazer a vontade de Deus.
Os Doze Passos, pág. 62

NA OPINIÃO DO BILL 160
Os racionalizadores e os modestos
Nós, os alcoólicos, somos os maiores racionalizadores do mundo. Fortalecidos com a desculpa de que estamos fazendo grandes coisas para o bem de A.A., podemos, através da quebra do anonimato, continuar com nossa antiga e desastrosa busca do poder e prestígio pessoal, honras públicas e dinheiro – as mesmas ambições implacáveis que quando frustradas uma vez nos conduziram à bebida.
* * *
O Dr. Bob foi na realidade uma pessoa muito mais humilde do que eu, e o anonimato ele compreendeu muito facilmente. Quando se soube com toda a segurança que ele estava para morrer, alguns de seus amigos sugeriram que se erguesse um monumento ou mausoléu em sua homenagem e de sua esposa Anne – digno de um fundador e sua esposa. Contando-me a esse respeito, o Dr. Bob sorriu e disse: “Deus os abençoe. Eles têm boa intenção, mas que sejamos enterrados, tanto você como eu, da mesma maneira como são todas as pessoas”.
No cemitério de Akron, onde jazem o Dr. Bob e Anne, a lápide simples não diz sequer uma palavra a respeito de A.A. Esse exemplo comovedor e definitivo de modéstia provará ser de maior valor para A.A., a longo prazo, do que qualquer promoção pública ou qualquer monumento grandioso.
1 – A.A. Atinge e Maioridade, pág. 262
2 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 122 e 123

NA OPINIÃO DO BILL 168
Aceitando as dádivas de Deus
“Embora muitos teólogos afirmem que as súbitas experiências espirituais levem a uma distinção especial ou a algum tipo de ordenação divina, eu questiono esse ponto de vista. Todo ser humano, qualquer que sejam seus atributos para o bem ou para o mal, é uma parte da economia espiritual divina. Portanto, cada um de nós tem seu lugar, e não posso aceitar que Deus pretenda exaltar um mais que o outro.
“Desta forma, é preciso que todos nós aceitemos qualquer dádiva positiva que recebamos, com profunda humildade, tendo sempre em mente que nossas atitudes negativas foram em primeiro lugar necessárias, como um meio de nos reduzir a um estado tal que nos deixasse prontos para receber uma dádiva positiva, através da experiência da conversão. Nosso próprio alcoolismo e a imensa deflação que finalmente daí resultou, constituem na verdade a base sobre a qual repousa nossa experiência espiritual”.
Carta de 1964

NA OPINIÃO DO BILL 199
A arrogância e seu oposto
Um provável membro muito teimoso foi levado pela primeira vez a uma reunião de A.A., onde dois oradores (ou talvez palestrantes) falavam sobre o tema “Deus, como eu O concebo”. Sua atitude lembrava arrogância. De fato, o último orador se excedeu em suas convicções teológicas.
Os dois estavam repetindo o que eu fazia anos atrás. Em tudo o que diziam estava implícita a mesma ideia: “Gente, ouça o que estamos dizendo. Nós temos a única verdadeira marca de A.A. – e seria melhor que vocês a aceitassem!”
O novo provável membro disse que ele sabia disso – e saiu. Seu padrinho protestou que isso não era realmente A.A. Mas era tarde demais; ninguém pôde abordá-lo depois disso.
***
Vejo a “humildade por hoje” como uma posição sadia e segura entre os violentos extremos emocionais. É um lugar tranquilo, onde posso ter bastante perspectiva e bastante equilíbrio para dar mais um pequeno passo pela estrada claramente marcada que indica a direção dos valores eternos.
1 – Grapevine de abril de 1961
2 – Grapevine de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 212
Fé e ação
A educação e o treinamento religiosos de seu provável membro podem ser bem superiores aos que você tenha. Nesse caso, ele vai duvidar que você possa acrescentar alguma coisa ao que ele já conhece.
Mas desejará saber por que as próprias convicções não funcionaram, enquanto as suas parecem funcionar bem. Talvez ele seja um exemplo de que a fé sozinha não basta. Para ser vital, a fé deve ser acompanhada de auto sacrifício, altruísmo e ação construtiva.
Admita a possibilidade dele saber mais a respeito de religião do que você, mas chame a atenção dele para o fato de que, por mais profundas que sejam sua fé e educação religiosa, essas qualidades não poderiam lhe ter servido muito, caso contrário ele não estaria solicitando ajuda.
***
O Dr. Bob não precisava de mim para sua orientação espiritual. Ele tinha mais do que eu. Na verdade o que ele mais precisava, quando nos encontramos pela primeira vez, era de uma profunda deflação e da compreensão que somente um bêbado pode dar a outro. O que eu precisava era de humildade, de esquecimento de mim mesmo e de estabelecer um verdadeiro parentesco com um outro ser humano de meu próprio tipo.
1 – Alcoólicos Anônimos, págs. 102 e 103
2 – A.A. Today, pág. 10

NA OPINIÃO DO BILL 223
Uma Irmandade – muitas crenças
Como sociedade, nunca devemos nos tornar tão vaidosos a ponto de supor que temos sido os autores e inventores de uma nova religião. Humildemente refletiremos que cada um dos princípios de A.A. foi tirado de fontes antigas.
***
Um ministro na Tailândia escreveu: “Levamos os Doze Passos de A.A. ao maior mosteiro budista dessa província, e o sacerdote responsável pela organização disse: ‘Pois bem, esses Passos são excelentes! Para nós, budistas, isso poderia ser ligeiramente mais aceitável, se vocês tivessem inserido a palavra ‘bem’ em seus Passos, em vez de ‘Deus’. Entretanto, vocês dizem nesses Passos que é um Deus como cada qual O concebe, e isso certamente incluir o bem. Sim, os Doze Passos de A.A. certamente serão aceitos pelos budistas daqui.’ ”
***
Os membros mais antigos de St. Louis recordaram como o Padre Edward Dowling ajudou a começar o grupo deles, que era composto por uma grande maioria de protestantes, mas isso não o perturbava em absoluto.
1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 207
2 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 73 e 74
3 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 34

NA OPINIÃO DO BILL 226
Humildade é para a Irmandade, também
Nós, AAs, às vezes exageramos as virtudes de nossa Irmandade. Vamos nos lembrar de que na verdade só algumas dessas virtudes caíram do céu. Para começar, fomos forçados a elas pelo cruel chicote do alcoolismo. Finalmente adotamos essas atitudes, não porque quisemos, mas porque tivemos que fazê-lo.
Então, à medida que o tempo confirmava que nossos princípios básicos eram certos, começamos a ficar de acordo, porque achamos que isso era o correto. Alguns de nós, principalmente eu, então ajustamo-nos com alguma relutância.
Mas finalmente chegamos a um ponto onde estamos dispostos a concordar, com alegria, com os princípios que a experiência, sob a graça de Deus, nos tem ensinado.
A.A. Atinge a Maioridade, pág. 200

NA OPINIÃO DO BILL 244
Em direção à maturidade
Muitos membros mais antigos, que têm submetido a “cura das bebedeiras” de A.A. a severos, mas bem-sucedidos testes, descobrem que ainda lhes falta sobriedade emocional. Para obter isso, devemos desenvolver uma maturidade e equilíbrio verdadeiros (quer dizer, humildade) em nossas relações com nós mesmos, com nossos semelhantes e com Deus.
***
Não permitamos nunca que A.A. seja uma entidade fechada; nunca devemos negar nossa experiência, quando ela for útil e valiosa para o mundo que nos rodeia. Devemos permitir que nossos membros, individualmente, atendam o chamado de cada um dos campos da atividade humana. Devemos permitir a eles que levem a experiência e o espírito de A.A. em todos esses assuntos, sempre que exista algo de bom que possa ser realizado, porque não somente Deus nos salvou do alcoolismo; o mundo nos recebeu de volta em sua cidadania.
1 – Grapevine de janeiro de 1958
2 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 208

NA OPINIÃO DO BILL 271
A.A. em duas palavras
“Todo o progresso de A.A. pode ser expressado em apenas duas palavras: humildade e responsabilidade. Todo nosso desenvolvimento espiritual pode ser medido, com precisão, conforme nosso grau de adesão a esses magníficos padrões.
“Uma humildade aprofundando-se sempre, acompanhada de uma crescente boa vontade para aceitar e cumprir as responsabilidades bem definidas – estas são realmente nossas pedras de toque para todo o crescimento na vida do espírito. Elas nos proporcionam a essência do bem, tanto no ser como no atuar. É por meio delas que conseguimos encontrar e fazer a vontade de Deus.”
Palestra de 1965 (publicada na Grapevine de janeiro de 1966)

NA OPINIÃO DO BILL 304
O único propósito
Existem aqueles que profetizam que A.A. pode muito bem tornar-se uma nova ponta de lança para um despertar espiritual no mundo todo. Quando nossos amigos dizem essas coisas, estão sendo não só generosos como sinceros. Mas nós, de A.A., devemos refletir que tal tributo e tal profecia poderiam bem provar ser uma bebida intoxicante para a maioria de nós – isto é, se realmente viermos a acreditar que esse é o verdadeiro propósito de A.A., e se começarmos a nos comportar dessa maneira.
Portanto, nossa sociedade deverá ajustar-se prudentemente a seu único propósito: o de levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Devemos resistir à orgulhosa ideia de que uma vez que Deus nos tem feito bem numa área, estamos destinados a ser um meio de graça salvadora para todos.
A.A. Atinge a Maioridade, págs. 207 e 208

NA OPINIÃO DO BILL 325
A humildade traz a esperança
Agora que não somos mais fregueses de bares e bordéis, agora que trazemos para casa o dinheiro recebido pelo trabalho, agora que estamos tão ativos em A.A. e agora que as pessoas nos felicitam por esses sinais de progresso – bem, naturalmente continuamos a nos felicitar. Claro que ainda não estamos ainda muito perto da humildade.
***
Deveríamos estar dispostos a tentar a humildade, procurando remover nossas imperfeições, da mesma forma que fizemos quando admitimos que éramos impotentes perante o álcool e viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver à sanidade.
Se a humildade pôde nos permitir encontrar a graça, através da qual pôde ser banida a obsessão mortal do álcool, então deve haver esperança de se obter o mesmo resultado, em relação a qualquer outro problema que possamos ter.
1 – Grapevine de junho de 1961
2 – Os Doze Passos, pág. 66

HUMILDADE – CAMINHOS EM DIREÇÃO A:

NA OPINIÃO DO BILL 2
Nas mãos de Deus
Quando olhamos para o passado, reconhecemos que as coisas que nos chegaram quando nos entregamos nas mãos de Deus foram melhores do que qualquer coisa que pudéssemos ter planejado.
* * *
Minha depressão aumentou de forma insuportável, até que finalmente me pareceu estar no fundo do poço, pois aquele momento o último vestígio de minha orgulhosa obstinação foi esmagado. Imediatamente me encontrei exclamando: “Se existe um Deus, que Ele se manifeste! Estou pronto para fazer qualquer coisa, qualquer coisa!”
De repente, o quarto se encheu de uma forte luz. Pareceu-me com os olhos de minha mente, que eu estava numa montanha e que soprava um vento, não de ar, mas de espírito. E então tive a sensação de que era um homem livre. Lentamente o êxtase passou. Eu estava deitado na cama, mas agora por instantes me encontrava em outro mundo, um mundo novo de conscientização. Ao meu redor e dentro de mim, havia uma maravilhosa sensação de presença e pensei comigo mesmo: “Então, esse é o Deus dos pregadores!”
1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 108
2 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 57 e 58

NA OPINIÃO DO BILL 12
Buscando o ouro do insensato
O orgulho é o grande causador da maioria das dificuldades humanas, o principal obstáculo ao verdadeiro progresso. O orgulho nos induz a exigir de nós e dos outros; e as exigências não podem ser cumpridas sem perverter ou fazer mau uso dos instintos que Deus nos deu. Quando a satisfação de nossos instintos em relação ao sexo, segurança e posição social se torna o único objetivo de nossa vida, então o orgulho entra em cena para justificar nossos excessos.
* * *
Posso alcançar a “humildade por hoje” apenas na medida em que sou capaz de evitar, por um lado, o lamaçal de sentimento de culpa e revolta, e por outro, essa bela mas enganadora terra semeada de moedas de ouro do orgulho do insensato. É assim que posso encontrar e permanecer no verdadeiro caminho da humildade, que está situado entre esses dois extremos. Logo, é necessário um inventário constante que possa mostrar quando me afasto do caminho.
1 –Os Doze Passos, pág. 39
2 –Grapevine de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 31
O sistema econômico de Deus
“No sistema econômico de Deus nada é desperdiçado. Através do fracasso, aprendemos uma lição de humildade que é provavelmente necessária, por mais dolorosa que seja”.
* * *
Nem sempre chegamos mais perto da sabedoria por causa de nossas virtudes; nossa melhor compreensão frequentemente tem fundamento nos sofrimentos de nossos antigos desatinos. Pelo fato disso ter sido a essência de nossa experiência individual, é também a essência de nossa experiência como irmandade.
1 – Carta de 1942
2 – Grapevine de novembro de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 44
Aceitação diária
“Grande parte de minha vida foi passada, repisando as faltas dos outros. Essa é uma das muitas formas sutis e maldosas da auto satisfação, que nos permite ficar confortavelmente despreocupados a respeito de nossos próprios defeitos. Inúmeras vezes dissemos: ‘Se não fosse por causa dele (ou dela), como eu seria feliz!'”
* * *
Nosso primeiro problema é aceitar nossas circunstâncias atuais como são, a nós mesmos como somos, e as pessoas que nos cercam como também são. Isso é adotar uma humildade realista sem a qual nenhum verdadeiro progresso pode sequer começar. Repetidamente precisaremos voltar a esse pouco lisonjeiro ponto de partida. Esse é um exercício de aceitação que podemos praticar com proveito todos os dias de nossas vidas.
Desde que evitemos arduamente transformar esses reconhecimentos realistas dos fatos da vida em álibis irreais para a prática da apatia ou do derrotismo, eles podem ser a base segura sobre a qual pode ser construída a crescente saúde emocional e, portanto, o progresso espiritual.
1 – Carta de 1966
2 – Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 83
Não podemos viver sozinhos
Todos os Doze Passos de A.A. nos pedem para irmos contra nossos desejos naturais; todos eles reduzem nosso ego. Quando se trata da redução do ego, poucos Passos são mais duros de aceitar do que o Quinto. Dificilmente qualquer um deles é mais necessário à sobriedade prolongada e à paz de espírito.
A experiência de A.A. nos ensinou que não podemos viver sozinhos com os problemas que nos pressionam e com os defeitos de caráter que os causam ou agravam. Se passarmos o holofote do Passo Quatro sobre nossas vidas, e se ele mostrar, para nosso alívio, aquelas experiências que preferimos não lembrar, então se torna mais urgente do que nunca desistirmos de viver sozinhos com aqueles atormentadores fantasmas do passado. Temos que falar deles para alguém.
* * *
Não podemos depender totalmente dos amigos para resolver todas as nossas dificuldades. Um bom conselheiro nunca pensará em tudo, por nós. Ele sabe que a escolha final deve ser nossa. Entretanto, ele pode ajudar a eliminar o medo, oportunismo e a ilusão, tornando-nos capazes de fazer escolhas afetuosas, prudentes e honestas.
1 – Os Doze Passos, pág. 45
2 – Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 91
Coragem e prudência
Quando o medo persistiu, nós já o conhecíamos e fomos capazes de lidar com ele. Começamos a ver cada adversidade como uma oportunidade enviada por Deus para desenvolver a espécie de coragem que nasce da humildade, não do desafio.
* * *
A prudência é um terreno trabalhável, um canal de navegação seguro entre os obstáculos do medo de um lado e descuido do outro. A prudência na prática cria um clima definido, o único clima em que harmonia, eficiência e progresso espiritual firmes podem ser conseguidos.
* * *
“A prudência é o interesse racional sem preocupação.”
1 – Grapevine de janeiro de 1962
2 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 66
3 – Palestra de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 106
A humildade “perfeita”
Por mim mesmo, tentei encontrar a definição mais verdadeira de humildade que posso. Essa não será a definição perfeita porque serei sempre imperfeito.
Nesse artigo, escolheria uma como esta: “A humildade absoluta consistiria num estado de completa libertação de mim mesmo, libertação de todas as exigências que meus defeitos de caráter atualmente lançam em peso sobre mim. A humildade perfeita seria uma total boa vontade, em todas as épocas e lugares, de reconhecer e fazer a vontade de Deus.
Quando penso nesse ideal, não preciso ficar desanimado porque nunca o atingirei, nem preciso me encher de presunção de que algum dia alcançarei todas essas virtudes. Preciso apenas me concentrar na visão da própria humildade, esperando que ela cresça e encha meu coração. Isso feito, posso compará-la a meu último inventário pessoal. Então, obtenho uma saudável ideia de onde me encontro no caminho da humildade. Vejo que minha caminhada em direção a Deus apenas começou.
À medida que me reduzo ao meu verdadeiro tamanho, me fazem rir a importância e o interesse por mim mesmo.
Grapevine de julho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 126
“Admitimos para Deus…”
Desde que você não esconda nada, ao fazer o Quinto Passo, sua sensação de alívio aumentará de minuto a minuto. As emoções reprimidas durante anos saem de seu confinamento e, milagrosamente, desaparecem à medida que são reveladas. Com a diminuição da dor, uma tranquilidade restauradora toma seu lugar. E quando a humildade e a serenidade estiverem assim combinadas, algo mais de grande significação é capaz de ocorrer.
Muitos AAs, anteriormente agnósticos ou ateus, nos dizem que foi nessa fase do Quinto Passo que de fato sentiram, pela primeira vez, a presença de Deus. E mesmo aqueles que já tinham fé, muitas vezes tomaram consciência de Deus como nunca antes.
Os Doze Passos, pág. 51

NA OPINIÃO DO BILL 149
Orientação para um caminho melhor
Quase nenhum de nós gostava de fazer o autoexame, a demolição de nosso orgulho e a confissão das imperfeições que os Passos requerem. Mas víamos que o programa realmente funcionava para os outros e tínhamos chegado a acreditar na desesperança da vida, da forma como a estávamos vivendo.
Portanto, quando fomos abordados por aquelas pessoas que haviam resolvido o problema, só nos restava pegar o simples conjunto de instrumentos espirituais que foi colocado a nosso alcance.
* * *
Nas Tradições de A.A. está implícita a confissão de que nossa Irmandade tem suas falhas. Confessamos que temos determinados defeitos, como sociedade, e que esses defeitos nos ameaçam continuamente. As Tradições nos orientam para melhorar nossa maneira de trabalhar e viver, e elas são para a sobrevivência e harmonia do grupo o que os Doze Passos de A.A. são para a sobriedade e paz de espírito de cada membro.
1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 48
2 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 87

NA OPINIÃO DO BILL 156
Percepção de humildade
Uma melhor percepção de humildade inicia uma mudança revolucionária em nossa maneira de ver. Nossos olhos começam a se abrir aos excelentes valores que vieram diretamente do doloroso esvaziamento do ego. Até agora, nossas vidas foram em grande parte dedicadas à fuga do sofrimento e dos problemas. A fuga através da garrafa foi sempre nossa solução.
Então, em A.A., observamos e escutamos. Por todo lado vimos o fracasso e a miséria transformados, pela humildade, em valores inestimáveis.
* * *
Para aqueles que têm progredido em A.A., a humildade leva a um claro reconhecimento do que e de quem realmente somos, seguido de uma tentativa sincera de nos tornar aquilo que poderíamos ser.
1 – Os Doze Passos, pág. 64
2 – Os Doze Passos, pág. 48

NA OPINIÃO DO BILL 159
Entre os extremos
“A pergunta de fato é se podemos aprender tudo de nossas experiências, pelas quais podemos crescer e ajudar outros a crescerem à semelhança e imagem de Deus.
“Sabemos que se nos negarmos a fazer aquilo que é razoavelmente possível para nós, seremos castigados. E seremos igualmente castigados se presumirmos ter uma perfeição, que simplesmente não existe.
“Aparentemente, o caminho da relativa humildade e do progresso teria que estar entre esses extremos. Em nosso lento progresso, fugindo da revolta, a verdadeira perfeição está sem dúvida muito distante”.
Carta de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 191
O começo da humildade
“Há poucos absolutos inerentes nos Doze Passos. Quase todos os Passos estão abertos à interpretação, baseada na experiência e visão do indivíduo.
“Consequentemente, o indivíduo é livre para começar os Passos no ponto em que ele puder ou quiser. Deus, como nós O concebemos, pode ser definido como um ‘Poder maior…’ ou o Poder Superior. Para milhares de membros, o próprio grupo de A.A. tem sido, no início, um ‘Poder Superior’. Esse conhecimento é fácil de aceitar, se o recém-chegado sabe que os membros, em sua maioria, estão sóbrios e ele não.
“Sua admissão é o começo da humildade – pelo menos o recém-chegado está disposto a renunciar à ideia de que ele mesmo é Deus. Esse é o começo de que ele precisa. Se seguir esse procedimento, ele vai relaxar e praticar todos os Passos que puder, e certamente crescerá espiritualmente”.
Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 211
Alcançando a humildade
Percebemos que não precisávamos sempre apanhar e levar cacetadas para ter humildade. Ela poderia ser alcançada, ou procurando-a voluntariamente, ou pelo constante sofrimento.
***
“Em primeiro lugar, procuramos obter um pouco de humildade, sabendo que morreremos de alcoolismo se não o fizermos. Depois de algum tempo, embora ainda possamos nos revoltar, até certo ponto, começamos a praticar a humildade, porque essa é a coisa certa a se fazer. Chega então o dia em que, finalmente livres da revolta, praticamos a humildade, porque no fundo a queremos como um modo de vida.”
1 – Os Doze Passos, pág. 65
2 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 213
Complete a limpeza da casa
Muitas vezes, os recém-chegados procuram guardar para si mesmos os fatos desagradáveis referentes às suas vidas. Tentando evitar a experiência humilhante do Quinto Passo, eles se voltaram para métodos mais fáceis. Quase sem exceção se embriagaram. Tendo perseverado no resto do programa, perguntaram-me por que recaíram.
Achamos que a razão é que eles nunca completaram sua limpeza de casa. Fizeram seu inventário, mas continuaram agarrados a alguns de seus piores defeitos. Reconheceram que apenas tinham perdido seu egoísmo e medo; reconheceram que apenas tinham se humilhado. Mas não tinham aprendido a suficiente humildade, coragem e honestidade, como deveriam ter aprendido, até que contaram a uma outra pessoa, toda sua vida.
Alcoólicos Anônimos, págs. 85 e 86

NA OPINIÃO DO BILL 236
Perfeição – apenas o objetivo
Nós, seres humanos, não podemos ter humildade absoluta. No máximo, podemos apenas vislumbrar o significado e o esplendor desse perfeito ideal. Só Deus pode Se manifestar no absoluto; nós, seres humanos, precisamos viver e crescer no domínio do relativo.
Assim sendo, buscamos o progresso, na humildade, para o dia de hoje.
***
Poucos de nós podem estar prontos, rápida ou facilmente, mesmo para olhar em direção à perfeição moral e espiritual; queremos obter somente o tanto de perfeição que possamos alcançar na vida, de acordo, é claro, com as mais variadas ideias que tenhamos sobre o que nos é necessário. Lutamos erradamente por um objetivo autodeterminado, em vez de lutar pelo objetivo perfeito que é aquele que pertence a Deus.
1 – Grapevine de junho de 1961
2 – Os Doze Passos, págs. 57 e 58

NA OPINIÃO DO BILL 246
O instinto de viver
Quando homens e mulheres ingerem tanto álcool, a ponto de destruir suas vidas, cometem um ato totalmente contra a natureza. Contrariando seu desejo instintivo de autopreservação, parecem estar inclinados à autodestruição. Lutam contra seu mais profundo instinto.
À medida que vão progressivamente se humilhando pela terrível surra administrada pelo álcool, a graça de Deus pode penetrar neles e expulsar sua obsessão. Aqui, seu poderoso instinto de viver pode cooperar plenamente com o desejo de seu Criador de lhes dar uma nova vida.
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“A característica central da experiência espiritual consiste em dar a quem a recebe uma nova e melhor motivação, fora de toda proporção a qualquer processo de disciplina, crença e fé.
“Essas experiências não podem nos tornar íntegros de uma vez; constituem um renascimento a uma nova e verdadeira oportunidade.”
1 – Os Doze Passos, pág. 54
2 – Carta de 1965

NA OPINIÃO DO BILL 248
Precisamos de ajuda de fora
Era evidente que uma auto avaliação, feita a sós, e admissão de nossos defeitos, baseada só nessa avaliação, nem de longe seriam suficientes. Tínhamos que ter ajuda de fora, se quiséssemos saber e admitir a verdade a nosso respeito – a ajuda de Deus e de um outro ser humano.
Somente através de uma discussão sobre nós mesmos, sem esconder nada, somente com a disposição de seguir conselho e aceitar orientação, poderíamos caminhar em direção ao pensamento correto, à honestidade sólida e à verdadeira humildade.
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Se estivermos enganando a nós mesmos, um conselheiro competente pode ver isso rapidamente. E, à medida que ele habilmente nos afasta de nossas fantasias, ficamos surpresos ao descobrir que temos poucos dos costumeiros ímpetos de nos defender das verdades desagradáveis. De nenhuma outra forma podem desaparecer prontamente o medo, o orgulho e a ignorância. Depois de um certo tempo, percebemos que estamos colocados, numa nova e firme base para a integridade, e agradecidos damos crédito a nossos padrinhos, cujos conselhos nos indicaram o caminho.
1 – Os Doze Passos, pág. 49
2 – Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 291
Aquilo que acaba ou que alivia o sofrimento
“Acredito que, quando éramos alcoólicos ativos, bebíamos principalmente para acabar com o sofrimento de um tipo ou de outro –físico, emocional ou psíquico. É claro que cada pessoa tem um ponto fraco, e suponho que você tenha encontrado o seu – por essa razão é que recorremos à garrafa outra vez.
“Se eu fosse você, não me culparia tanto por isso; por outro lado, a experiência deveria redobrar sua convicção de que o álcool não tem um poder permanente para acabar com o sofrimento.”
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Em cada história de A.A., o sofrimento tinha sido o preço da admissão para uma nova vida. Mas esse preço tinha comprado mais do que esperávamos. Ele trouxe humildade, que logo descobrimos que era um remédio para o sofrimento. Começamos a ter menos medo do sofrimento e a desejar a humildade mais do que nunca.
1 – Carta de 1959
2 – Os Doze Passos, págs. 64 e 65

NA OPINIÃO DO BILL 305
Desde a raiz principal
O princípio de que não encontraremos qualquer força duradoura, sem que antes admitamos a derrota total, é a raiz principal da qual germinou e floresceu nossa sociedade toda.
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É dito a todo recém-chegado, e logo ele reconhece por si mesmo, que sua admissão humilde de impotência perante o álcool constitui seu primeiro passo em direção à libertação de seu poder embriagador.
É dessa forma que, pela primeira vez, vemos a humildade como uma necessidade. Mas isso é apenas o começo. Afastar completamente nossa aversão à ideia de ser humildes, obter uma visão da humildade como o caminho que leva à verdadeira liberdade do espírito humano, dispostos a trabalhar para a conquista da humildade, como algo a ser desejado por si mesmo, demora muito, muito tempo para a maioria de nós. Uma vida inteira engrenada ao egocentrismo não pode ser mudada de repente.
1 – Os Doze Passos, pág. 14
2 – Os Doze Passos, págs. 62 e 63

NA OPINIÃO DO BILL 311
Contando o pior
Embora fossem muitas as variações, meu principal tema era sempre: “Como sou terrível!” Do mesmo modo como muitas vezes exagerava minhas mais modestas qualidades, por orgulho, assim também exagerava meus defeitos, através do sentimento de culpa. Em todos os lugares, eu vivia confessando tudo (e muito mais) a quem quisesse ouvir. Acreditem ou não, eu achava que essa ampla exposição de meus erros era uma grande humildade de minha parte e considerava isso um consolo e um grande bem espiritual.
Mas, mais tarde, percebi profundamente que na verdade não tinha me arrependido dos danos que causei aos outros. Esses episódios eram apenas a base para contar histórias e fazer exibicionismo. Com essa compreensão, chegou o começo de um certo grau de humildade.
Carta de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 316
Nosso manto protetor
Quase todo repórter que faz a cobertura de A.A. se queixa, a princípio, da dificuldade de escrever sua história sem nomes. Mas esquece rapidamente sua dificuldade, quando compreende que há um grupo de pessoas que não se preocupa de forma alguma com a aclamação.
Provavelmente é a primeira vez em sua vida que faz uma reportagem sobre uma organização que não quer publicidade pessoal. Embora ele seja cético a respeito, essa sinceridade evidente transforma-o num amigo de A.A.
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Movidos pelo espírito do anonimato, tentamos deixar de lado nossos desejos naturais de distinção pessoal como membro de A.A., tanto entre nossos companheiros alcoólicos como ante o público em geral. À medida que pomos de lado aquelas aspirações mais humanas, acreditamos que cada um de nós toma parte na confecção de um manto protetor que cobre toda nossa sociedade e sob o qual podemos crescer e trabalhar em unidade.
1 – Grapevine de março de 1946
2 – As Doze Tradições, pág. 62