A chinesa Lifan Motors não vai mais erguer uma fábrica no Brasil em 2014, como havia anunciado no ano passado a diretoria anterior, controlada pelo grupo Effa. O anúncio vem do próprio presidente da montadora, Yin Mingshan, que participa do lançamento do X60 em Punta Del Leste. Segundo o executivo, as políticas do governo brasileiro nas questões do IPI “não favorecem em nada” importadores de pouco volume. Por conta disso, a empresa vai se concentrar na expansão da fábrica no Uruguai, que receberá um investimento de US$ 200 milhões para criar uma linha de montagem completa. Show “Assumimos a operação e praticamente começamos a empresa do zero, tanto na estrutura administrativa quanto na parte industrial”, contou José Roberto Favarin, vice-presidente da Lifan para a América do Sul. A medida, no entanto, pode prejudicar quem comprou um carro da marca antes da nova diretoria assumir o negócio na região. Perguntado sobre como ficará o serviço de assistência, Mingshan desconversou, mas exaltou que a marca chinesa já briga lado a lado em qualidade com montadoras tradicionais “com mais de 100 anos de mercado”. Perguntado sobre o design dos carros da Lifan, que imitam veículos de outras marcas, Mingshan mudou o tom e foi bem humorado. “Os ocidentais acham os orientais todos iguais, mas não somos. Temos muitos detalhes diferentes e com os carros é a mesma coisa. No passado os mercados ocidentais desprezavam os carros japoneses e coreanos e hoje houve uma reviravolta. Portanto, muito cuidado com os chineses”. O presidente global da Lifan também aproveitou para anunciar a chegada de mais produtos ao mercado brasileiro, no caso a picape comercial Foison e o sedã 530, previstos para o segundo semestre. Outros modelos também confirmados, mas ainda sem data definida de lançamento, são o hatch 330 (a evolução do 320) e um utilitário-esportivo de porte pequeno – a marca ainda vai se decidir entre o X40 e o X50. Por fim, Mingshan ainda afirmou que a Lifan tem a intenção de comprar uma fábrica de autopeças no Brasil e também construir um centro tecnológico, o que ajudará no desenvolvimento de produtos voltados especificamente ao público brasileiro. Estilo, conteúdo e espaço são atributos do sedã compacto, mas qualidade e desempenho do motor 1,5-litro não convencemTexto: Fabrício Samahá e Edison Ragassi – Fotos: divulgaçãoO segmento de sedãs pequenos, um dos mais disputados por marcas chinesas como Chery e JAC, ganha uma opção de outra empresa daquele país asiático, a Lifan. O modelo 530, lançado no mercado de origem no ano passado, chega ao Brasil em duas versões com motor de 1,5 litro e 16 válvulas a gasolina, com potência de 103 cv e torque de 13,6 m.kgf, e câmbio manual de cinco marchas. A opção básica custa R$ 39 mil, e a Talent, R$ 41 mil. Os equipamentos de série da primeira incluem freios a disco (também na traseira) com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica (EBD), fixações Isofix para cadeiras de crianças, ar-condicionado, faróis de neblina, assistência elétrica de direção, rodas de alumínio de 15 pol, computador de bordo, volante e banco do motorista com regulagem de altura e sensores de estacionamento traseiros. A Talent acrescenta central multimídia com toca-DVDs, tela de 7 pol, navegador, interface Bluetooth e imagens da câmera traseira de manobras. O pacote Hyperpack acrescenta a tal versão bancos de couro e luzes diurnas por R$ 1,5 mil. A garantia é de cinco anos. O desenho atual do 530 sugere robustez e parece seu mais forte atributo; o conteúdo das versões é bom para a faixa de preço em que competem A concorrência para o modelo trazido de Montevidéu, Uruguai, é intensa, com opções como Chery Celer, Chevrolet Cobalt e Prisma, Ford Ka+, Fiat Grand Siena, Hyundai HB20S, JAC J3 Turin, Nissan Versa, Renault Logan, Toyota Etios e Volkswagen Voyage. A meta da Lifan é vender 4.000 unidades no próximo ano, o que significaria dobrar seu volume no mercado brasileiro.
Um dos argumentos do 530 para isso é o desenho atual e equilibrado, com formas e vincos que sugerem robustez. No interior o acabamento é bastante simples (salvo pelo couro dos bancos), com materiais plásticos e montagem que não transmitem boa qualidade. A central multimídia é fácil de usar e há ajuste elétrico dos faróis, mas faltou acertar o computador de bordo para o padrão brasileiro de km/l (vem em litros/100 km). O interior decepciona pelos materiais e sua montagem, embora a central multimídia seja prática; capacidade de bagagem é boa, 475 litros A maior qualidade do sedã compacto da Lifan é o espaço interno: os ocupantes dos bancos dianteiros e traseiro são acomodados em dimensões acima da média da categoria, como o entre-eixos de 2,55 metros. No entanto, os da frente ressentem-se de bancos curtos e estreitos. Bom o volume do porta-malas, 475 litros, ampliável pelo banco traseiro rebatível bipartido; há comando remoto para sua abertura na chave. O motor é de construção moderna, com variação do tempo de abertura das válvulas. Diferente de outros chineses, usa correia sincronizadora em vez de corrente — a solução adotada é mais silenciosa, mas a Lifan recomenda a troca a cada 40.000 km, enquanto a corrente costuma durar toda a vida útil do motor. A potência de 103 cv, modesta para um 1,5 de quatro válvulas por cilindro, indica que o fabricante quis oferecer bom torque em baixa rotação: de fato, o pico de 13,6 m.kgf aparece a 3.500 rpm, regime abaixo do usual, mas o valor assim mesmo é insatisfatório para um sedã de 1.140 kg. Falta disposição ao motor de 1,5 litro e 103 cv do Lifan para o peso de 1.140 kg; estabilidade e câmbio, porém, são adequados à categoria A avaliação de imprensa na via Anhanguera, nos arredores de Campinas, interior paulista, foi com três pessoas no carro. Nessas condições o desempenho do 530 fica um tanto limitado: sua aceleração é modesta e requer bom uso do câmbio, sobretudo ao encarar uma subida. Se tivesse um pouco mais de torque, o resultado seria outro. A alavanca de mudanças é bem macia, com trocas rápidas, e nas curvas o 530 oferece boa estabilidade, mas o isolamento acústico precisa ser melhorado: o ruído do motor invade a cabine e, depois de um tempo, incomoda. Diante das falhas demonstradas e do desempenho modesto, o novo Lifan não convence já no primeiro contato. Tem um bonito desenho e conteúdo adequado ao preço, mas começa errado no ponto em que os chineses mais deveriam se esmerar — a percepção de qualidade — para compensar a má fama que muitos produtos do país conquistaram no Brasil. Como está, ele precisaria custar bem menos para ter chances em um segmento com tantas opções consagradas. Ficha técnica
Qual a montadora que fábrica o carro Lifan?Lifan Industry (Group) Co., Ltd.
é um grupo privado de manufatura da China. É a segunda marca em exportação de automóveis do país. Fundada em 1992 por Yin Mingshan, a Lifan começou a produzir carros no ano de 2006 com o lançamento global do Lifan 520.
Quem fábrica o motor da Lifan X60?A fábrica da LIFAN MOTORS no Uruguai tem hoje capacidade para produzir até 20 mil unidades em dois turnos de trabalho e abastece os mercados do Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela.
Qual montadora Lifan X60?
Quais são os modelos da Lifan?Lifan X80.. Novo Lifan X60.. Lifan Foison.. Lifan 530 Talent 1.5L 2018.. |