Ao planejar o processo educativo é preciso considerar os objetivos educacionais e relacioná-los

1.3 Planejamento Curricular - O Planejamento Curricular tem por objetivo orientar o trabalho do professor na prática pedagógica da sala de aula. Segundo Coll (2004), definir o currículo a ser desenvolvido em um ano letivo é uma das tarefas mais complexas da prática educativa e de todo o corpo pedagógico das instituições. De acordo com Sacristán (2000), “[...] planejar o currículo para seu desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática do ensino. ” Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), elaborados por equipes de especialistas ligadas ao Ministério da Educação (MEC), têm por objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma proposta do MEC para a eficiência da educação escolar brasileira. São referências a todas as escolas do país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos conscientes, responsáveis e participantes.

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Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é determinado nos PCNs, mas sim, interpretar e operacionalizar essas determinações, adaptando-as de acordo com os objetivos que quer alcançar, coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida. Portanto, o planejamento curricular segundo Turra et al. (1995),

“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é viável através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais comuns no seu dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada pela escola, em consonância com os objetivos educacionais, tendo por foco o aluno, constitui o planejamento curricular. Portanto, este nível de planejamento é relativo à escola. Através dele sãos estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho[...].

1.4 Planejamento de Ensino - O Planejamento de Ensino é a especificação do planejamento curricular. É desenvolvido, basicamente, a partir da ação do professor e compete a ele definir os objetivos a serem alcançados, desde seu programa de trabalho até eventuais e necessárias mudanças de rumo. Cabe ao professor, também, definir os objetivos a serem alcançados, o conteúdo da matéria, as estratégias de ensino e de avaliação e agir de forma a obter um retorno de seus alunos no sentido de redirecionar sua matéria. O Planejamento de Ensino não pode ser visto como uma atividade estanque. Segundo Turra et al. (1995), "[...] o professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. O planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios necessários para os alcançar. A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento."

O Planejamento de Ensino deve prever: 1. objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais; 2. conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido determinado pelos objetivos; 3. procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as atividades de aprendizagem;4. procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a qualificação e a apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo menos a função pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo educacional.

O resultado desse planejamento é o plano de ensino, um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano, um semestre ou um bimestre. Esse plano deve conter: ementa da disciplina, justificativa da disciplina em relação aos objetivos gerais da escola e do curso, objetivos gerais, objetivos específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade), tempo provável (número de aulas do período de abrangência do plano), desenvolvimento metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da disciplina), recursos tecnológicos, formas de avaliação e referencial teórico (livros, documentos, sites etc.). Do plano de ensino resultará, ainda, o plano de aula, onde o professor vai especificar as realizações diárias para a concretização dos planos anteriores. Aprendemos a planejar, planejando: É com isso que as habilidades relacionadas ao planejamento são desenvolvidas na medida em que o professor se envolve nessa atividade. A simples leituras de manuais, sem os respectivos exercícios de aplicação, não desenvolverá a competência necessária para o desempenho da função do planejamento.

A falta de planejamento para orientar uma ação e sua realização, sem os cuidados da análise objetiva ou da precisão na descrição, se torna imprecisa e sujeita a vários problemas.

A educação pode ser concebida com um processo de ensino-aprendizagem, e por processo de influência interpessoal, visando à produção de mudanças comportamentais no aluno. A produção de mudanças comportamentais no aluno depende, portanto, do padrão de influências exercido sobre ele.

O planejamento submete uma dada realidade a um plano. Portanto, define-se como um processo de controle, já que ele dirige e determina as ações de uma pessoa, em busca de um objetivo determinado. Por essa razão, podemos concebê-lo como um processo de tomada, execução e teste de decisões – decisões essas que estão, por assim dizer, cristalizadas em um plano. Planejamento educacional é uma intervenção deliberada e racional no processo ensino-aprendizagem.

1.5 Fases e Etapas do Planejamento de Ensino - O professor ao planejar o ensino, antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. Cuidadosamente, identifica os objetivos que pretende atingir, indicar os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como estratégia de ação e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos alunos.

Pelo ensino executado de acordo com planos bem definidos e flexíveis, o professor imprime um cunho de maior segurança ao seu trabalho, e oportuniza aos alunos um progressivo enriquecimento do seu saber e da sua experiência. O planejamento é o processo, enquanto que o plano e o projeto são o seu produto. Denomina-se à descrição de larga abrangência em termos de tempo e problemática. Projeto corresponde à descrição de abrangência menor. Existem diversas situações correlatas entre si que, por sua natureza negativa, contribuem para e reforçam a criação e manutenção de uma imagem negativa da orientação educacional, bem como de limitações a essa área.

A experiência nos mostra que, do planejamento bem feito, resulta uma série de vantagens que recompensam, de longe, o tempo e energia nele despendidos. Os resultados desse esforço talvez não sejam imediatos, mas a prática tem comprovado que são de longo e largo alcance. É evidente que nenhuma atuação pode ter condições de eficiência e eficácia, se dirigida pela improvisação e pela falta de sistematização.

As vantagens que o planejamento oferece são de definir e ordenar objetivos perseguidos. Também estruturar e direcionar as ações a serem tomadas, tornando claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações, racionalizando a distribuição de tempo, energia e recursos.

A principal finalidade do planejamento consiste em produzir um guia orientador para a ação a ser desencadeada, de maneira que os objetivos sejam transformados em realidades. Para que a transformação ocorra adequadamente, o planejamento visa a garantir que a ação proposta seja de forma objetiva, operacional, funcional, executável, contínua e produtiva, dando aspectos que estão relacionados às qualidades do planejamento. Embora o planejamento seja reconhecido como condição necessária para que a ação produza de maneira mais adequada os resultados desejados, se observa que muitas pessoas resistem a se envolver nesta função. É por isso que professores percebem certas dificuldades e limitações em seus esforços de planejamento de trabalho. Essas dificuldades e limitações são de diversas origens: a falta de compreensão dos benefícios do planejamento, pressões do ambiente de trabalho para que sejam realizadas tarefas de resultado imediato, disponibilidade de tempo limitada, falta de habilidades para planejar.

O planejamento envolve habilidades de análise, previsão e decisão. Mais especificamente, habilidades de identificar necessidades, estabelecer prioridades, analisar alternativas de ação, definir objetivos, estabelecer estratégias, atividades e cronogramas de ação ajustados e definir programa de avaliação preciso e ajustado.

1.2 Origem e Evolução Histórica do Planejar na Educação

“O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida. ” (MENEGOLLA; SAN’TANNA, 2001, p.15).

Há mais ou menos vinte e cinco séculos, Esparta instituía um sistema educacional com exata adequação a objetivos militares, sociais e econômicos precisamente definidos, que remete ao entendimento como uma forma de planejamento. Assim como na obra “A República” de Platão, em que o mesmo descreve um plano destinado a colocar a escola a serviço da sociedade.

Outros povos e civilizações também se utilizaram de alguma espécie de atividade que, hoje, poderíamos descrever como planejamento, tais como a China, durante a dinastia dos Han, e o Peru, dos Incas, além de muitas outras civilizações que tiveram, com maior ou menor rigor, seus planos de educação.

É nas épocas de grandes mudanças intelectuais e sociais que se desenvolve particular interesse pelo planejamento da educação, como na época da Renascença, John Knox delineou um sistema nacional de educação que prometia conduzir a Escócia ao bem-estar espiritual e material; Comenius traçou as grandes linhas de um plano de organização e administração escolares destinado a favorecer a conquista da unidade nacional. [...] o “Plano de uma Universidade para o Governo da Rússia”, preparado por Diderot a pedido de Catarina II. Na mesma época, Adam Smith e vários outros economistas acentuaram as relações existentes entre a educação e a economia (UNESCO, 1975, p.4).

O termo que conhecemos hoje como planejamento é moderno e surgiu no século XX, por volta de 1923, na antiga URSS.

A partir da experiência russa de planificação da economia, o planejamento avança por todos os setores da sociedade ocidental e a escola não ficou imune a esse movimento. Quando chega a necessidade de adequar a escola ao movimento do capitalismo o ato de planejar é incorporado ao campo educacional (MESQUITA; COELHO, 2008, p. 164).

A escola que deveria ser um espaço de acesso e apropriação do conhecimento científico, criação, recriação, e discussão, por conta de uma estrutura maior, torna-se um espaço de conservação e valorização do capital.

Com este enfoque o planejamento passa a ser utilizado na educação e serve como instrumento de controle para o cumprimento da cartilha liberal-capitalista.

A escola, por sua vez, se constitui historicamente como uma das formas de materialização dessa divisão, ou seja, como o espaço, por excelência, do acesso ao saber teórico, divorciado das práxis, representação abstrata feita pelo pensamento humano, e que corresponde a uma forma peculiar de sistematização, elaborada a partir da cultura de uma classe social. [...]. Assim, a escola, fruto da prática fragmentada, expressa e reproduz essa fragmentação, por meio de seus conteúdos, métodos e formas de organização e gestão (KUENZER, 2002, p. 53).

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de investimentos na área educacional tornou-se um fator decisivo para o desenvolvimento de muitas nações. Consequentemente, o planejamento educacional foi adotado como norma e, de certa forma, passou a fazer parte integrante dos vários planos nacionais.

De acordo com Guarda, Ribas e Zanotto (2007), após a Segunda Guerra Mundial o planejamento tem sido tema constante para debate nas diversas esferas da sociedade, sendo considerado um procedimento capaz de auxiliar no desenvolvimento econômico e social.

Assim, tanto o Estado como a iniciativa privada adotam o planejamento como uma das suas atividades mais racionais, para se chegar aos objetivos esperados administrando os recursos e minimizando os riscos de ação.

Na América Latina, a primeira destas grandes conferências foi o Seminário Interamericano sobre o Planejamento Global da Educação (Washington, junho de 1958), organizado conjuntamente pela Unesco e pela Organização dos Estados Americanos. Marcou a inserção do planejamento no quadro de Projeto Maior de Expansão e Aperfeiçoamento do Ensino Primário na América Latina. (Opus cit., p.6) De forma geral, os progressos no campo do planejamento educacional evoluíram de maneira mais rápida nos países mais desenvolvidos e industrializados e mais lentamente, e bem mais tarde, nos países, então, denominados de terceiro mundo. De acordo com Lafer (apud PADILHA, 1998, p.99), a primeira experiência de planejamento governamental no Brasil foi a executada pelo Governo Kubitschek com o seu Plano de Metas (1956-1961). Antes disso, os chamados planos que se sucederam desde 1940 foram propostas, diagnósticos e tentativas de racionalização de orçamento do governo. No referido Plano, a educação era a meta número 30 e, segundo Moreira e Silva (1989), pode-se dizer que o setor de educação entrou no conjunto pressionado pela compreensão de que a falta de recursos humanos qualificados poderia ser um dos pontos de estrangulamento do desenvolvimento industrial previsto. O governo federal promulga a Lei nº 4.024/61, conhecida como a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, a qual “faz pela primeira vez, referência à formulação de um plano nacional de educação, mas em 1962, elaborou-se um plano que era apenas, basicamente, um conjunto de metas quantitativas a serem alcançadas num prazo de 8 anos”. (PADILHA, 1998, p.100)

No início da história da humanidade, o planejamento era utilizado sem que as pessoas percebessem sua importância, porém com a evolução da vida humana, principalmente no setor industrial e comercial, houve a necessidade de adaptá-lo para os diversos setores. Nas escolas ele também era muito utilizado; a princípio, o planejamento era uma maneira de controlar a ação dos professores de modo a não interferir no regime político da época. Hoje o planejamento já não tem função reguladora dentro das escolas, ele serve como uma ferramenta importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do professor.

Dessa forma, segundo Mesquita e Coelho (2008), o planejamento deve ser compreendido como elemento potencializador e organizador do trabalho pedagógico. Por esse motivo, o professor não deve abrir mão desse instrumento, pois representa a ferramenta norteadora de sua prática docente. 1.3 Objetivos do Planejamento Educacional - São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy:

“Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular;

- “Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);

- Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los;

- Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema”.

É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país.

1.4 Requisitos do Planejamento Educacional - “Os requisitos fundamentais do planejamento educacional são:

- Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país;

- Apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;

- Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;

- Previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do planejamento;

- Continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins propostos;

- Coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do Estado, em todos os níveis da administração pública;

- Avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às novas necessidades e circunstâncias;

- Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou imprevisíveis;

- Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados;

- Formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores”. O planejamento educacional tem como pressupostos básicos: O delineamento da filosofia da Educação do País, evidenciando o valor da pessoa e da escola na sociedade;

- A aplicação da análise - sistemática e racional - ao processo de desenvolvimento da educação, buscando torná-lo mais eficiente e passível de responder com maior precisão às necessidades e objetivos da sociedade.

Podemos, portanto, considerar que o planejamento educacional constitui a abordagem racional e científica dos problemas da educação, envolvendo o aprimoramento gradual de conceitos e meios de análise, visando estudar a eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos aspectos.

1.5 Formas de Planejamento - O planejamento voltado para a área da educação apresenta variações, sendo que o mesmo pode ser educacional, curricular ou de ensino.

No planejamento Educacional, a visão que se tem é mais ampla. Segundo Coracy (1972), o planejamento é um processo continuo que se preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto às necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto as do indivíduo.

ReJá o planejamento curricular visa, sobretudo, a ser funcional, promovendo não só́ aprendizagem do conteúdo, mas também promovendo condições favoráveis a aplicação e integração desses conhecimentos. Pode-se definir o planejamento curricular nas palavras de Sarulbi (1971), como uma tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal modo que favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem.

O planejamento de ensino está pautado a nível mais especifico dentro do contexto da escola podendo ser compreendido como “previsão das situações do professor com a classe. ” (Mattos, p.14). Este tipo de planejamento varia muito de uma instituição para outra.

fDe acordo com Ostetto (2000), as formas de planejamento mais encontradas na Educação Infantil são: planejamento baseado em “listagem de atividades”, por “datas comemorativas”, baseado em “áreas de desenvolvimento”, baseado em “áreas de conhecimento”, por “temas” ou por “projetos de trabalho”. Embora a autora se refira à Educação Infantil, estas mesmas formas também são encontradas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Veja uma breve revisão de cada uma, segundo os estudos de Ostetto (2000):

e1. Planejamento baseado em listagem de atividades: É considerado um dos mais rudimentares. Está baseado na preocupação do educador em organizar vários tipos de atividades para realizar durante cada dia da semana e para preencher o tempo de trabalho com o grupo de crianças, entre um e outro momento da rotina (higiene, alimentação, sono e outros). Resume-se a uma listagem de atividades a serem desenvolvidas. Por exemplo: Segunda-feira: Modelagem com massinha, quebra-cabeças, audição de histórias, preenchimento de exercícios em folha mimeografada.

rê2. O planejamento baseado em datas comemorativas: Nesse, o planejamento da prática cotidiana é direcionado pelo calendário. A programação é organizada, considerando algumas datas escolhidas pela Instituição ou pelo professor. São datas tidas como importantes do ponto de vista do adulto, que as considera relevantes para a criança. Portanto, ao longo do ano são realizadas atividades referentes ao Carnaval, ao Dia de Tiradentes, ao Descobrimento do Brasil, ao Dia do Índio, à Pascoa, ao Dia do Trabalho, ao Dia das Mães…

nci3. Planejamento baseado em aspectos do desenvolvimento: Esse planejamento tem como parâmetro a psicologia do desenvolvimento, ou seja, está direcionado para as especificidades da criança de zero a seis anos, e a intenção maior é que sejam determinados objetivos a partir dos quais serão organizadas atividades que estimulem as crianças naquelas áreas consideradas importantes: áreas físico motoras, afetivas, sociais e cognitivas. Por exemplo: estimular a criatividade; estimular a motivação; e estimular a curiosidade.

as4. Planejamento baseado em conteúdos organizados por áreas de conhecimento: Nesse, os conteúdos decorrentes da Língua Portuguesa, da Matemática, das Ciências Sociais e Naturais dão o norte para um trabalho intencional com a criança de quatro a seis anos, de modo a favorecer a ampliação de seus conhecimentos.

5. Planejamento baseado em temas (tema integrador, tema gerador, centros de interesse, unidades de experiência): Nesse tipo de planejamento, o “tema” é o desencadeador ou gerador de atividades propostas às crianças. O assunto busca articular as diversas atividades desenvolvidas no cotidiano educativo. Funciona como uma espécie de eixo condutor do trabalho. Nesse caso, visualiza-se a preocupação com o interesse da criança, colocando-se em foco suas necessidades e perguntas. Os temas podem ser escolhidos pelo professor, sugeridos pelas crianças ou surgidos de situações particulares e significativas. Assim, além da preocupação em trabalhar aspectos que façam parte da realidade da criança, são delimitados conteúdos considerados significativos para a aprendizagem dos alunos.

:6. Planejamento por projetos de trabalho: O projeto parte de uma proposta que os professores definem após um contato inicial com as crianças e o seu meio ambiente (social, cultural, histórico, geográfico), procurando atender às necessidades constatadas. É um planejamento mais flexível. Sua duração de tempo não é predeterminada com rigidez, não sendo um tema que deve “durar uma semana”, ou uma data a ser festejada apenas na sua época. Seu andamento e as atividades propostas às crianças dependem da observação e reavaliação constantes do trabalho pedagógico. As crianças têm oportunidade de sugerir rumos diferentes para o seu planejamento, nas “rodas de conversa”. O professor conduz o processo pedagógico, mas sempre avaliando, ouvindo e observando as crianças. Á exceção do planejamento por projetos de trabalho, nas demais formas há uma ênfase na atividade pedagógica, entendida como aquela atividade a ser desenvolvida pelo professor em que, normalmente, as crianças se sentam ou ficam em volta da professora para “aprender” algo novo e para realizar uma ação concreta de aprendizagem, por exemplo: desenhar ou escrever.

Segundo Hernández e Ventura (1998), o projeto está́ vinculado à perspectiva do conhecimento globalizado e relacional e sua função é: Criar estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno do problema ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos […] (IDEM, p. 61). Mas, segundo Machado (1996, apud OSTETTO, 2000), é preciso se ter claro que não é a atividade em si que ensina, e sim a troca de experiência, a possibilidade de interagir e de produzir novos conhecimentos.

2.1 O planejamento participativo e sua importância para as relações escolares - Planejar não é somente conhecimento teórico. Philip Coombs (1970), diz que é preciso estabelecer uma distinção entre nosso conceito teórico do planejamento da educação, enquanto ideal abstrato e o planejamento na prática de acordo com as circunstâncias reais de nossos dias. O planejamento não pode ser considerado apenas parte teórica, pois necessita de conhecimentos práticos sobre o que se trata, não pode ser também somente baseado no empirismo sendo necessário prática e teoria no ajuste da necessidade escolar.

Se planejarmos somente na teoria corremos o risco de excluir uma parcela da sociedade escolar que não se enquadra ou adapte a teoria exposta pelo planejamento oferecido pela instituição escolar. Nesse sentido, não é a ideologia do planejamento apresentar ideias fechadas ou elementos intangíveis, uma vez que havendo necessidade de mudanças a gestão escolar deverá estar aberta a contemplação de mudanças. Estas não deverão fugir da regra geral estabelecida no planejamento, mas, flexibilizando alguns tópicos para facilitar e resolver certas situações não atendidas anteriormente. É fato que a mudança não deve envolver apenas o professor ou a gestão em que a situação não se enquadra no planejamento, mas, também toda a equipe escolar deve ser consultada.

Os dados devem ser coletados pela equipe escolar e, com isso replanejar ao bom aproveitamento da comunidade escolar, levando em consideração também que a maneira ou o modo de inserir os conteúdos são insuficientes para o aprendizado e obtenção de resultados satisfatórios. O avanço do currículo escolar sem atingir suas metas de aprendizagem torna a comunidade deficitária, neste caso a instituição expõe todo currículo planejado durante o ano letivo, mas, não garante a assimilação dos conteúdos por parte dos alunos. Nesse sentido, planejamento, plano de aulas e necessidades educativas devem caminhar paralelamente juntas para o bom aproveitamento e desenvolvimento da instituição escolar (LUCK, 2008).

Para que a escola possa se organizar e funcionar de maneira eficaz, bem como cumprir suas funções sociais e educacionais, o planejamento participativo é um recurso extremamente importante na busca do aperfeiçoamento dos afazeres e auxilia, sobremaneira, na realização do trabalho coletivo. Evidentemente, ao implementar o planejamento participativo, os gestores desvinculam-se das tomadas de decisões centralizadas e alinham-se às possibilidades de trabalho participativo e coletivo com vistas a eliminar os improvisos e ações isoladas. Segundo Matus (1996, p. 285): Devemos entender o planejamento como a articulação constante e incessante da estratégia e da tática que guia nossa ação no dia-a-dia. A essência desse planejamento é a mediação entre o conhecimento e a ação. Essa estratégia e essa tática são necessárias porque o sistema social em que eu existo compreende outros sujeitos que também planejam com objetivos distintos dos meus. Com o aprofundamento do regime democrático verificado na maioria dos países do mundo tornou-se necessário o estabelecimento de relações democráticas em todos os níveis sociais, sobretudo na escola. O processo de democratização dos espaços avolumou-se, principalmente, a partir da década de 1980 e tem encontrado respaldo em proposituras legislativas e reformas educacionais. A partir de então, a temática da participação extrapolou os muros da escola. A participação, sem seu sentido pleno caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pelo qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e de seus resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agir em torno de questões afetivas (LÜCK, 1996, p.18).

Além disso, a autora destaca que a gestão participativa é entendida como uma forma regular e significativa que envolve todo o pessoal da instituição escolar. Tendo em vista que não possui caráter técnico e sim um instrumento crítico e não excludente às opiniões dos envolvidos, respeitando e colocando em prática a participação de todos como requisito fundamental para o desenvolvimento da educação e, traz consigo o trabalho coletivo e o compromisso com a transformação social e educacional (LÜCK, 1996). Entretanto, alguns entraves surgem para que isso ocorra, sobretudo a burocracia, muitas vezes observada no ambiente escolar. A burocracia imposta nas unidades escolares impede muitas vezes os gestores ou professores de expressarem suas ideias ou ideais educacionais no bom andamento de um planejamento participativo e saudável. Às vezes alguns participantes de grupos educacionais se sentem isolados, incapacitados de assumir um trabalho contemplado de êxito na unidade escolar, os grupos se dividem entre professores, gestores e alunos e acaba tornando a comunidade escolar dividida sujeita a ruptura de conhecimentos e do desenvolvimento escolar. Dessa forma, algum grupo ou subgrupo leva os assuntos e currículos educacionais conforme estabelecido pelo planejamento e plano de aulas, outros desestimulam os interessados no ensino por falta de participação total da sociedade escolar.

Nessa concepção de planejamento participativo encontramos teorias baseadas na psicologia como modelo cognitivo e afetivo que nos ajudam entender melhor o desenvolvimento do planejamento participativo. Na teoria cognitiva encontramos fundamentos de desenvolvimentos e participação, explorando a capacidade cognitiva na prática dos educadores. Para Luck et. al. (2008, p.21) essa teoria propõe que a participação aumenta a produtividade ao disponibilizar, para a tomada de decisões, estratégias e informações mais qualificadas. Por sua vez, na teoria afetiva, encontramos o engajamento e encorajamento entre as equipes que interagem entre si para um determinado objetivo. Segundo Henri Wallon (apud SALLA, 2011, p.108): O termo se refere à capacidade do ser humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensação interna como externa, a afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua, juntamente com a cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento. Tal planejamento torna a escola dinâmica na medida que todas as comunidades escolares se integram num entendimento mútuo. Sendo assim os alunos são levados a participarem de todas as atividades elaboradas pela escola, como a escola se prontifica ao atendimento de qualidade aos pais e responsáveis. Além disso, esse tipo de planejamento participativo tem por objetivo colocar adequadamente cada pessoa no lugar em que se destina, isto é, decidindo em conjunto suas tarefas, adotando medidas e práticas educativas coletivas, visando seus desenvolvimentos na melhoria da qualidade pedagógica, motivando e apoiando todos os interessados no processo educacional, professores, alunos e comunidade escolar.

A escola participativa trata o convívio com as adversidades atendendo as diferenças de cada um, e com o meio onde está inserida a formação de sua clientela, o desenvolvimento afetivo dos funcionários, motivando-os nas tarefas propostas pela instituição escolar. A equipe gestora se preocupa com a avaliação dos alunos oferecendo adequação dos conteúdos considerando a capacidade de cada grupo de alunos e planejando uma avaliação flexível atendendo as necessidades da escola tornando uma escola aberta a sociedade.

A escola participativa é aquela que busca o ensino de qualidade, é aberta a comunidade, aos pais no conhecimento dos movimentos elaborados pela escola, dando suas opiniões de aceitações ou críticas de mudanças no sentido de resgatar o papel educativo da comunidade escolar, incorporando a cultura emancipatória da escola num fazer transparente e democrático, reforçando o diálogo escola e comunidade, criando mecanismo de aprendizagem e dualidade entre pais alunos professores e gestão.

2.1 O planejamento participativo e sua importância para as relações escolares: Planejar não é somente conhecimento teórico. Philip Coombs (1970), diz que é preciso estabelecer uma distinção entre nosso conceito teórico do planejamento da educação, enquanto ideal abstrato e o planejamento na prática de acordo com as circunstâncias reais de nossos dias. O planejamento não pode ser considerado apenas parte teórica, pois necessita de conhecimentos práticos sobre o que se trata, não pode ser também somente baseado no empirismo sendo necessário prática e teoria no ajuste da necessidade escolar.

Se planejarmos somente na teoria corremos o risco de excluir uma parcela da sociedade escolar que não se enquadra ou adapte a teoria exposta pelo planejamento oferecido pela instituição escolar. Nesse sentido, não é a ideologia do planejamento apresentar ideias fechadas ou elementos intangíveis, uma vez que havendo necessidade de mudanças a gestão escolar deverá estar aberta a contemplação de mudanças. Estas não deverão fugir da regra geral estabelecida no planejamento, mas, flexibilizando alguns tópicos para facilitar e resolver certas situações não atendidas anteriormente. É fato que a mudança não deve envolver apenas o professor ou a gestão em que a situação não se enquadra no planejamento, mas, também toda a equipe escolar deve ser consultada.

Os dados devem ser coletados pela equipe escolar e, com isso replanejar ao bom aproveitamento da comunidade escolar, levando em consideração também que a maneira ou o modo de inserir os conteúdos são insuficientes para o aprendizado e obtenção de resultados satisfatórios. O avanço do currículo escolar sem atingir suas metas de aprendizagem torna a comunidade deficitária, neste caso a instituição expõe todo currículo planejado durante o ano letivo, mas, não garante a assimilação dos conteúdos por parte dos alunos. Nesse sentido, planejamento, plano de aulas e necessidades educativas devem caminhar paralelamente juntas para o bom aproveitamento e desenvolvimento da instituição escolar (LUCK, 2008).

Para que a escola possa se organizar e funcionar de maneira eficaz, bem como cumprir suas funções sociais e educacionais, o planejamento participativo é um recurso extremamente importante na busca do aperfeiçoamento dos afazeres e auxilia, sobremaneira, na realização do trabalho coletivo. Evidentemente, ao implementar o planejamento participativo, os gestores desvinculam-se das tomadas de decisões centralizadas e alinham-se às possibilidades de trabalho participativo e coletivo com vistas a eliminar os improvisos e ações isoladas. Segundo Matus (1996, p. 285): Devemos entender o planejamento como a articulação constante e incessante da estratégia e da tática que guia nossa ação no dia-a-dia. A essência desse planejamento é a mediação entre o conhecimento e a ação. Essa estratégia e essa tática são necessárias porque o sistema social em que eu existo compreende outros sujeitos que também planejam com objetivos distintos dos meus. Com o aprofundamento do regime democrático verificado na maioria dos países do mundo tornou-se necessário o estabelecimento de relações democráticas em todos os níveis sociais, sobretudo na escola. O processo de democratização dos espaços avolumou-se, principalmente, a partir da década de 1980 e tem encontrado respaldo em proposituras legislativas e reformas educacionais. A partir de então, a temática da participação extrapolou os muros da escola. A participação, sem seu sentido pleno caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pelo qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e de seus resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agir em torno de questões afetivas (LÜCK, 1996, p.18).

Além disso, a autora destaca que a gestão participativa é entendida como uma forma regular e significativa que envolve todo o pessoal da instituição escolar. Tendo em vista que não possui caráter técnico e sim um instrumento crítico e não excludente às opiniões dos envolvidos, respeitando e colocando em prática a participação de todos como requisito fundamental para o desenvolvimento da educação e, traz consigo o trabalho coletivo e o compromisso com a transformação social e educacional (LÜCK, 1996). Entretanto, alguns entraves surgem para que isso ocorra, sobretudo a burocracia, muitas vezes observada no ambiente escolar. A burocracia imposta nas unidades escolares impede muitas vezes os gestores ou professores de expressarem suas ideias ou ideais educacionais no bom andamento de um planejamento participativo e saudável. Às vezes alguns participantes de grupos educacionais se sentem isolados, incapacitados de assumir um trabalho contemplado de êxito na unidade escolar, os grupos se dividem entre professores, gestores e alunos e acaba tornando a comunidade escolar dividida sujeita a ruptura de conhecimentos e do desenvolvimento escolar. Dessa forma, algum grupo ou subgrupo leva os assuntos e currículos educacionais conforme estabelecido pelo planejamento e plano de aulas, outros desestimulam os interessados no ensino por falta de participação total da sociedade escolar.

Nessa concepção de planejamento participativo encontramos teorias baseadas na psicologia como modelo cognitivo e afetivo que nos ajudam entender melhor o desenvolvimento do planejamento participativo. Na teoria cognitiva encontramos fundamentos de desenvolvimentos e participação, explorando a capacidade cognitiva na prática dos educadores. Para Luck et. al. (2008, p.21) essa teoria propõe que a participação aumenta a produtividade ao disponibilizar, para a tomada de decisões, estratégias e informações mais qualificadas. Por sua vez, na teoria afetiva, encontramos o engajamento e encorajamento entre as equipes que interagem entre si para um determinado objetivo. Segundo Henri Wallon (apud SALLA, 2011, p.108): O termo se refere à capacidade do ser humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensação interna como externa, a afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua, juntamente com a cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento. Tal planejamento torna a escola dinâmica na medida que todas as comunidades escolares se integram num entendimento mútuo. Sendo assim os alunos são levados a participarem de todas as atividades elaboradas pela escola, como a escola se prontifica ao atendimento de qualidade aos pais e responsáveis. Além disso, esse tipo de planejamento participativo tem por objetivo colocar adequadamente cada pessoa no lugar em que se destina, isto é, decidindo em conjunto suas tarefas, adotando medidas e práticas educativas coletivas, visando seus desenvolvimentos na melhoria da qualidade pedagógica, motivando e apoiando todos os interessados no processo educacional, professores, alunos e comunidade escolar.

A escola participativa trata o convívio com as adversidades atendendo as diferenças de cada um, e com o meio onde está inserida a formação de sua clientela, o desenvolvimento afetivo dos funcionários, motivando-os nas tarefas propostas pela instituição escolar. A equipe gestora se preocupa com a avaliação dos alunos oferecendo adequação dos conteúdos considerando a capacidade de cada grupo de alunos e planejando uma avaliação flexível atendendo as necessidades da escola tornando uma escola aberta a sociedade.

A escola participativa é aquela que busca o ensino de qualidade, é aberta a comunidade, aos pais no conhecimento dos movimentos elaborados pela escola, dando suas opiniões de aceitações ou críticas de mudanças no sentido de resgatar o papel educativo da comunidade escolar, incorporando a cultura emancipatória da escola num fazer transparente e democrático, reforçando o diálogo escola e comunidade, criando mecanismo de aprendizagem e dualidade entre pais alunos professores e gestão.

2.3 O Planejamento Participativo como ferramenta de gestão - Sander (1995, p. 2-3), esclarecendo a questão, afirma que “se a administração é uma prática milenar, o seu estudo sistemático é um fenômeno relativamente recente. (...) A busca do conhecimento científico e tecnológico na administração e na gestão da educação é uma constante”. Aliado a todo o desenvolvimento e sofisticação dos insumos materiais e intelectuais, que auxiliam e aceleram as formas pelas quais se estabelecem as relações sociais, culturais e econômicas, entre outras, o processo de gestão educacional e escolar, produzido na ponta dos sistemas, tem necessidade de se ajustar, adaptar e interagir face a estas circunstâncias, sob pena de tornar a escola um ente obsoleto e desnecessário à vida social.

Sobreviver neste “admirável mundo novo” requer das unidades escolares novas posturas, novos paradigmas e novos desafios, com os quais terão de conviver na construção de suas relações cotidianas. Essa situação descrita sugere que, entre outras necessidades, o trabalho a ser desenvolvido neste “locus” tenha “sua elaboração fundamentada em um referencial teórico consistente e respaldado na pesquisa constante das práticas desenvolvidas pela escola, não se devendo abrir mão da participação coletiva nesse processo” (SOUZA e CORRÊA, 2002, p.52). Pode-se, enfim, Ressaltar que a participação” como indicadora de conscientização e atuação cidadã, permite ser traduzida como “a construção de uma educação que tenha a cara da nossa realidade e dos nossos sonhos e não apenas o resultado de leis. É fruto também do nosso compromisso com um projeto de sociedade. (SOUZA e CORRÊA, 2002, p.71). Neste sentido, é correto deduzir que, para atender as exigências contemporâneas da construção do “edifício” educacional/escolar, intensificam-se as instâncias do processo de administração/gestão nas relações políticas e culturais que envolvem os agentes dessa ação, a partir da constatação da crescente complexidade dos sistemas de ensino. Pelo narrado e por todo o embasamento teórico que alicerça o assunto, considera-se que o planejamento escolar é um componente imprescindível do processo de administração/gestão que pode contribuir para o estabelecimento de ações mais refletidas, analisadas e discutidas e, consequentemente, mais apropriadas, equânimes e objetivas; o que, certamente, concorre para o alcance das decisões, no tempo previsto, com os recursos possíveis e em função dos objetivos determinados. Segundo pesquisas realizadas por Paro (1999 p.11), “o problema da Administração Escolar, no Brasil, tende a se movimentar entre duas posições antagônicas”, onde uma das vertentes aceita como natural a aplicação de critérios e princípios da Administração Geral no processo de organização escolar, outra parcela entende que os objetivos e finalidades daquele modelo de administração não se coaduna com as necessidades e particularidades do procedimento educacional, primordialmente, quando se verifica a condição dos envolvidos – professores e alunos – como meios e fins desse modo particular de produção. Destaca-se o pensamento de Sander (1995, p.157) sobre o processo de gestão democrática e qualidade de educação: os procedimentos administrativos, os processos técnicos e a missão das instituições educacionais devem ser concebidos como componentes estreitamente articulados de um paradigma compreensivo de gestão para a melhoria da qualidade de educação para todos, já que da qualidade da gestão corretamente concebida e exercida depende, em grande medida, a capacidade institucional para construir e distribuir o conhecimento, definido como o fator chave dos novos padrões de desenvolvimento e da nova matriz de relações sociais.

Retomando a questão do planejamento de modo amplo e, de acordo com Hora (2007, p. 42-44), os teóricos da administração escolar procuram utilizar-se das teorias de administração de empresas, entendendo que é nelas que se encontra a fundamentação teórica capaz de promover o funcionamento da organização escolar de acordo com as expectativas da sociedade.

Da mesma forma Gonçalves (2003, p. 29) coloca que de nada adiantaria o domínio dos fundamentos e das técnicas de planejamento se estes não estivessem voltados para orientar políticas de intervenção nos mais diversos campos de ação humana. Assim, é preciso entender o planejamento como fundamental para garantir que os objetivos propostos sejam atingidos, ao todo ou em parte, conforme a execução das ações efetivamente planejadas. Conforme Vasconcelos (2011), analisar a realidade particular de cada escola, torna-se uma tarefa fundamental no processo de planejamento, pois não identifiquei o problema, ou seja, o mesmo "problema" deve ser pensado de forma diferente, em distintas realidades escolares.

Claramente, o processo de planejamento é composto por algumas fases e, mesmo o planejamento participativo, instrumento da gestão democrática, possui estes momentos, em que é possível analisar o andamento das ações propostas. Vasconcelos (2011) coloca quatro fases distintas e ininterruptas: Planejar, Preparar, Acompanhar e Revisar. Em um primeiro momento, é preciso planejar o que efetivamente se deseja fazer, elencando os pontos a serem transformados e o que deve ser feito para que tais mudanças aconteçam. A seguir, é preciso preparar os materiais, os recursos e os indivíduos que estarão ligados diretamente neste processo. O acompanhamento significa visualizar, de perto, como o processo está se desencadeando para, na última etapa, propor revisões e mudanças, caso sejam necessárias.

Alguns autores colocam o planejamento educacional de outro modo. Há três grandes momentos no processo de planejamento educacional, que incluem a realização de planos, a execução das ações e a avaliação dos processos e resultados. “Um planejamento exige o estabelecimento de um diagnóstico da realidade a que se destina [...]”. (BRUEL, 2010, p. 45) Para eles, o principal objetivo deste tipo de planejamento está na realidade na qual a escola está inserida. Portanto, é importante conhecer e diagnosticar as possibilidades existentes na comunidade local, para que o planejamento e, consequentemente, os resultados alcançados, sejam condizentes com as demandas sociais existentes. Para isso, a participação de todos é muito importante. Na ocasião do planejar, as orientações obtidas pelos gestores nas reuniões gerais da rede são essenciais. Elas devem ser compartilhadas com a equipe, que tem ainda de resolver outras questões que dizem respeito somente à escola, como a grade horária das disciplinas, a divisão das turmas e o calendário de atividades do ano. (MONTEIRO, 2009, p. 3) No decorrer das atividades gestoras de uma escola, são realizados encontros, referentes aos trabalhos internos da própria escola, com os colaboradores da mesma, além de reuniões e encontros no âmbito da rede nacional na qual a escola está inserida, sendo possível o compartilhamento de experiências e a proposição de soluções para determinados assuntos problemáticos. Conforme Couto (2007), o planejamento educacional torna-se necessário, tendo em vista as finalidades da educação, mesmo porque, é o instrumento básico para que todo o processo educativo desenvolva sua ação, num todo unificado, integrando todos os recursos e direcionando toda ação educativa. Diagnosticar a realidade significa, portanto, identificar quais as ações a serem executadas para a melhoria da qualidade de ensino e a democratização do saber. O planejamento da educação na esfera das redes de ensino é o instrumento que possibilita a disseminação das políticas públicas educacionais entre os gestores, coordenadores pedagógicos e professores. Esse é o primeiro passo para que as políticas nacionais, estaduais ou municipais sejam incorporadas ao cotidiano escolar. (MONTEIRO, 2009, p. 1). Nesse sentido, o Planejamento Participativo encontra a sua relevância no contexto educacional. Trata-se da integração das necessidades apontadas por todos os participantes deste processo de gestão: professores, gestores, diretores, alunos e demais funcionários da instituição de ensino.

De acordo com Gandin (2004, p. 15), o Planejamento Participativo consagra a necessidade de um projeto político, mostra como estruturá-lo e como organizar um processo técnico que lhe seja coerente, além de estabelecer a participação como elemento chave de uso do poder em todos os graus, organizando instrumentos para realizá-la. É notória a importância da integração dos instrumentos, estando o Planejamento Participativo ligado ao Projeto Político Pedagógico. Significa dizer que as ações a serem planejadas e executadas devem ser coerentes entre si, além de serem coerentes com a realidade social, conforme colocado anteriormente. Resultante do processo de planejamento surge à necessidade da formulação de um plano. O plano é um instrumento que mostra qual foi o propósito estabelecido pelo planejamento, ele permite programas as atividades e ações para realizar os objetivos estabelecidos no planejamento. (KOETZ, 2009, p. 72) Sem a existência de um plano específico, as ações a serem executadas tornam-se soltas no espaço e no tempo, não sendo direcionadas de maneira correta para que sua execução permita atingir os resultados esperados. É este o significado de um Projeto Político Pedagógico: permitir que haja um documento norteador das ações de todos que se encontram envolvidos no processo educacional. O principal objetivo do Planejamento Participativo é, portanto, conduzir a instituição e os educadores a definir o rumo que querem tomar, indicando as ações concretas que serão contempladas a fim de alcançar os ideais de transformações traçados.

Conforme Oliveira (2010), o planejamento participativo visa, principalmente, estabelecer prioridades para todos os envolvidos no processo educacional e nada mais é que um ato de cidadania, visto que este processo possibilita a definição do tipo de educação desejada pela instituição escolar. Resta aos participantes deste processo colocarem em prática aquilo que fora planejado, comprometendo-se com a construção de uma nova realidade educacional.

Sem a existência de um plano específico, as ações a serem executadas tornam-se soltas no espaço e no tempo, não sendo direcionadas de maneira correta para que sua execução permita atingir os resultados esperados. É este o significado de um Projeto Político Pedagógico: permitir que haja um documento norteador das ações de todos que se encontram envolvidos no processo educacional. O principal objetivo do Planejamento Participativo é, portanto, conduzir a instituição e os educadores a definir o rumo que querem tomar, indicando as ações concretas que serão contempladas a fim de alcançar os ideais de transformações traçados. Conforme Oliveira (2010), o planejamento participativo visa, principalmente, estabelecer prioridades para todos os envolvidos no processo educacional e nada mais é que um ato de cidadania, visto que este processo possibilita a definição do tipo de educação desejada pela instituição escolar. Resta aos participantes deste processo colocarem em prática aquilo que fora planejado, comprometendo-se com a construção de uma nova realidade educacional.

Projeto Interdisciplinar: 2.1 Fundamentos teóricos de projetos interdisciplinares

Os avanços das ciências, tais como a Biologia e a Psicologia, o processo de urbanização acelerada, as mudanças sociais causadas pelo processo de industrialização viabilizaram uma renovação na organização do ensino. Esse processo ficou conhecido como Escola Nova (ARANHA, 1996). No Brasil, esse movimento chegou a partir da década de 1930, como uma reação à educação tradicional, caracterizada pelo imobilismo, pela multidisciplinaridade, pela descontextualização escola e vida e pelo processo de ensino-aprendizagem centrado no professor. Contrariamente, a Escola Nova propõe uma educação voltada aos interesses infantis (Pestalozzi e Froebel); projetos integrados (Ferrière, Krupskaia e Makarenko); temas lúdicos, ensino ativo, atividade livre e estimulação sensório-motora (Montessori e Decrolly); valorização da experiência (Dewey); valorização do trabalho, atividade em grupo, cooperação e participação (Freinet) etc.

No Brasil, nos anos 1960, Paulo Freire é destaque na educação brasileira com a introdução de problemas políticos e socioculturais no processo escolar, através da educação libertadora e os chamados temas geradores. Suas ideias são conhecidas mundialmente e divulgadas através de seus livros, dentre eles “Pedagogia do Oprimido” e “Pedagogia da Autonomia”. Jurjo Santomé e Fernando Hernandez, a partir da década de 1990 (Espanha), propõem o currículo integrado e os projetos de trabalho, que vão influenciar propostas pedagógicas e documentos oficiais brasileiros. Temos também a contribuição de Antoni Zabala, no início deste século, que propõe o projeto educativo abordado por um enfoque globalizador fundado na interdisciplinaridade.

Mais recentemente, com o desenvolvimento de novas tecnologias da informação e comunicação, muitos educadores defendem um currículo plural, permeado de temas, questões e problemas que se fazem presente no cotidiano de todos nós. Dentre eles, merece destaque Arroyo (1994, p. 31) que afirma: Se temos como objetivo o desenvolvimento integral dos alunos numa realidade plural, é necessário que passemos a considerar as questões e problemas enfrentados pelos homens e mulheres de nosso tempo como objeto de conhecimento. O aprendizado e vivência das diversidades de raça, gênero, classe, a relação com o meio ambiente, a vivência equilibrada da afetividade e sexualidade, o respeito à diversidade cultural, entre outros, são temas cruciais com que, hoje, todos nós nos deparamos e, como tal, não podem ser desconsiderados pela escola.

Neste sentido, a Pedagogia de Projetos visa à ressignificação do espaço escolar, transformando-o num espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. O trabalho com projetos inaugura nova perspectiva para compreendermos o processo de ensino-aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdo definidos ou prontos. Todo conhecimento passa a ser construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. Torna-se um processo global e complexo, no qual conhecer e intervir no mundo real não estão dissociados. O processo de aprendizagem ocorre através da participação, da vivência, da tomada de atitudes, escolhendo-se procedimentos para atingir determinados fins. Ensina-se não somente pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.

Os projetos pedagógicos interdisciplinares são modos de organizar o ato educativo que indicam uma ação concreta, voluntária e consciente que é decidida tendo-se em vista a obtenção de algo formativo, determinado e preciso. É saber ultrapassar, na prática escolar, de uma situação-problema global dos fenômenos, da realidade fatual e não da interpretação técnica já sistematizada nas disciplinas. Segundo Hernandez e Ventura (1998, p. 61):

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação, e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.

Se a disciplina tem por objeto a transmissão de um saber específico, restrito e fragmentado a ser adquirido por meio de ferramentas específicas, o projeto pedagógico interdisciplinar vai além. Trata-se de uma construção pedagógica que deve ser entendida como conjunção global de múltiplos meios, que oferecerão suporte à busca e construção do conhecimento.

A proposta de trabalhos educativos a partir de projetos pedagógicos surgiu num contexto mais amplo, ou seja, no processo de globalização, caracterizado pelo bombardeamento de informações trazidas pelos meios de comunicação e viabilizadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias, sobretudo, o computador, a internet, a TV a cabo, os “ipods” e “tablets”, os aparelhos celulares etc. Neste sentido, nosso autor (Ibid, p. 59), afirma:

Definitivamente, essa proposta pretende desenvolver no estudante um senso, uma atitude, uma forma de relacionar-se com a nova informação a partir da aquisição de estratégias procedimentais, que faça com que sua aprendizagem vá adquirindo um valor relacional e compreensível. Tal intenção parece a mais adequada se o que se pretende é aproximar-se à complexidade do conhecimento e da realidade e adaptar-se com um certo grau de flexibilidade às mudanças sociais e culturais.

Nesta perspectiva, aproveitando as mais variadas fontes de informação, o processo educativo deve aliar-se às novas tecnologias. Ou seja, através dos projetos didático-pedagógicos, sequências didáticas, temas ou projetos de trabalho tornam-se possível a criação de situações de aprendizagem, as quais o professor deve explorar, uma vez que, dentro de determinado assunto temático (objeto) a ser investigado, surgem muitos aspectos e relações envolvendo muitos saberes e conteúdo dos quais os alunos poderão assimilar conceitos, procedimentos e atitudes necessárias para toda sua vida.

2.2 Professor como condutor de projetos interdisciplinares - A proposta de projetos pedagógicos interdisciplinares rompe com os paradigmas da pedagogia tradicional centrada na exposição de conteúdos pelos professores. Esse novo modelo propõe que o docente abandone o papel de “transmissor de conteúdos” e adote uma postura de pesquisador, de organizador do processo de ensino aprendizagem. E o aluno, por sua vez, passe de receptor passivo a ator do processo.

Então, de nada valerá trabalhar com projetos didáticos interdisciplinares se o professor não romper com os paradigmas da escola tradicional, com os métodos rígidos de ensino, se não souber inovar, abrir sua mente para uma nova visão do mundo e das práxis docentes. Nas palavras de Martins (2007, p. 39):

O importante para o professor é reconhecer que há necessidade de mudanças de atitudes, de renovação corajosa e busca de novos procedimentos didáticos. Tudo isso implica optar por novo estilo docente – ou, melhor dizendo, pelo ‘reaprender a ser professor’ -, acostumar-se em suas atividades, a procurar ver mais longe, a estar atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá dos nossos alunos.

Ao docente, cabe acreditar que o principal objetivo de um projeto didático-pedagógico é oportunizar ao aluno apropriar-se do conhecimento pelo uso de estratégias e procedimentos que desencadeiam reflexões, fixam conceitos, troem habilidades (falar em público, argumentar, posicionar-se etc.) e, desenvolvem variadas competências, extremamente necessárias a resolução de problemas novos.

Projetos interdisciplinares não são fórmulas. Caracterizam-se por utilizar práticas de estudo e de pesquisa individual ou em grupo, que requerem autodeterminação, cooperação, relações mútuas, ferramentas e procedimentos vinculados à prática, à diversidade de informação, aos questionamentos, à reflexão e à discussão, devendo estar em sintonia e conexão com os conteúdos do currículo escolar.

Nesse sentido, os projetos, organizados pelo professor, estabelecem a interação entre o aluno e o objeto de conhecimento, estabelecendo relações interdisciplinares e inter informativas, mostrando que há caminhos diversos para se chegar ao saber.

Ao se elaborar um projeto, faz-se necessário seguir critérios de cientificidade em sua estruturação. Daí a necessidade de um planejamento, estabelecendo-se o problema, a justificativa, os objetivos, o referencial teórico, a metodologia, o tempo destinado aos trabalhos, a socialização e avaliação, por se tratar de um projeto pedagógico.

A eficiência do ensino por projetos dependerá das ações práticas desenvolvidas como “atividades pedagógicas” relacionadas aos conteúdos escolares, intencionando ampliar e aprofundá-los. Daí, segundo Martins (2007, p. 39), qualquer projeto pedagógico será importante para o ensino-aprendizagem se for concebido e executado a partir:

• Da necessidade dele, com relação ao professor ou aos alunos, para explorar e compreender um tema, realizar algo, ou conhecer um fato que atrai a atenção;

• Da mobilização das competências cognitivas e das habilidades dos alunos para investigar informações, trocar ideias e experiências sobre determinado assunto;

• Dos conceitos a serem adquiridos que contribuirão com as disciplinas curriculares ampliando seus significados e sua importância na escola e pelo registro sistemático dos resultados obtidos;

• Das linguagens e de outras maneiras de comunicação a serem usadas, envolvendo os alunos participantes e o objeto de estudo, promovendo, assim, maior aprendizagem significativa.

• O ponto de partida para implementação de uma pedagogia por meio de projetos interdisciplinares é o professor perceber a necessidade de mudanças de atitudes, de paradigma didático-pedagógico e, corajosamente renovar-se. Isso implica optar por “reaprender a ser professor. Acostumar-se, em suas atividades, a procurar ver mais longe, a estar atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá dos nossos alunos” (Ibid, p. 39). Portanto, o professor deve abandonar o papel de mero repassador, em sala de aula, de conhecimentos já elaborados, para se tornar um organizador do processo de construção do conhecimento; facilitador do processo de aprender de seus alunos, estimulando-lhes a curiosidade pelo questionamento e ensinando-os a pensar e a refletir sobre o que aprendem.

Fundamentados nas propostas do Sociólogo da educação Perrenoud, “a meta principal da escola não deve ser o desenvolvimento do aluno pelo ensino de conteúdos disciplinares fragmentados, mas o desenvolvimento das competências pessoais” (Apud, Martins, 2007, p. 40). De acordo com o pensamento de PERRENOUD (2000), a respeito da função da escola, sua organização deve se preocupar, sobretudo, com as competências e não apenas com o ensino de disciplinas, pois as ciências não são um fim, mas são destinadas a servir às pessoas na construção de sua personalidade, na sua realização como ser humano.

Na verdade, a aprendizagem de conhecimentos científicos já elaborados, em certa medida, é importante, mas não se constituem em um fim em si mesmo. Eles devem viabilizar o desenvolvimento de competências, ou seja, a capacidade de mobilizar esses saberes para resolver novas situações-problemas. Assim, o ensino das diferentes disciplinas, por meio de projetos interdisciplinares devem desenvolver competências que extrapolam os objetivos propostos, isto porque, as competências vão além do previsto, uma vez que se referem a vivências de futuras situações. Neste sentido, o processo de ensino-aprendizagem deve desenvolver, segundo Martins (2007, p. 40 – 41): I – A capacidade de expressão e comunicação que se desenvolve por muitas disciplinas e por várias atividades a serem postas em prática; II – A capacidade de argumentar pelo desenvolvimento do raciocínio lógico para o qual contribuem algumas disciplinas e formas de estudo; III – A capacidade de avaliar pela formação reflexiva e crítica das ideias pessoais e dos trabalhos participativos; IV – A capacidade de atuação e de liderança individual nos papéis a desempenhar na família, no trabalho e na sociedade; V – A capacidade de compreensão e de interpretação dos fatos ou fenômenos e seus significados, pela prática da observação e de investigação. Dessa forma, envolver os alunos em atividades de projetos é educá-los para o futuro, é possibilitar-lhes enfrentar momentos de “aprender a aprender” pelo “aprender a fazer, a ser e a viver junto” (DELORS, 2001). Isso porque cada projeto está relacionado a seus interesses, a suas motivações e a seus conhecimentos prévios e realiza-se de maneira sistemática segundo métodos científicos e não improvisadamente.

Então, neste sentido, o professor precisa estar preparado para desenvolver essa nova prática pedagógica e, essa preparação passa pela formação inicial, que como diz Demo (1998, p. 2): “maneje a pesquisa como princípio científico e educativo e a tenha como atitude cotidiana” e ainda acrescenta: “cada professor precisa saber propor seu modo próprio e criativo de teorizar e praticar a pesquisa, renovando-a constantemente e mantendo-a como fonte principal de capacidade inventiva [...] o que se aprende na escola deve aparecer na vida” (idem, p. 17). Cabe ao professor também, dominar as técnicas de ensino, a didática, o uso das novas tecnologias. Claro que antes de tudo, ele deve ter aprendido na faculdade tanto os conteúdos quanto a maneira de ensinar, ou seja, uma boa formação pedagógica, que são os conteúdos da docência.

Outros aspectos importantes são os seguintes: ter interesse em novas metodologias, estar sempre atualizado e buscar a própria superação; ter paciência e sensibilidade para respeitar o tempo e as diferenças de cada aluno; manter uma relação positiva com o aluno; conhecer e imergir na realidade dos alunos; estimular a curiosidade, pois esta impulsiona o conhecimento, já que instigados por um determinado assunto, os alunos passam a se interessar mais, a buscar novas informações e tirar dúvidas, o que promove o debate e beneficia a aprendizagem. (ROMANELLI, Revista Educar para Crescer, 2009).

QUESTIONÁRIO I – PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

2Segundo Joana Coaracy são objetivos do planejamento educacional, exceto: Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los

Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema

Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos)

Fiscalizar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico

2São requisitos fundamentais do planejamento educacional, exceto:

 Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país

Apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo

Continuidade que dificulte a ação sistemática para não alcançar os fins propostos

Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados

2É considerado um dos mais rudimentares. Está baseado na preocupação do educador em organizar vários tipos de atividades para realizar durante cada dia da semana e para preencher o tempo de trabalho com o grupo de crianças, entre um e outro momento da rotina (higiene, alimentação, sono e outros). Resume-se a uma listagem de atividades a serem desenvolvidas. Por exemplo: Segunda-feira: Modelagem com massinha, quebra-cabeças, audição de histórias, preenchimento de exercícios em folha mimeografada. Em qual planejamento o texto se refere?

 O planejamento baseado em datas comemorativas

Planejamento baseado em listagem de atividades

Planejamento baseado em aspectos do desenvolvimento

Planejamento por projetos de trabalho

2No dia 24 de abril de 2007, o Governo Federal lançou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Com qual propósito o plano foi lançado?promover a melhoria da qualidade educacionalpromover a melhoria na classe salarial

promover a melhoria para os professores

promover a melhoria do material didático

2O planejamento é o ponto de partida. Ao se tratar do planejamento educacional, essa técnica significa aplicar à educação uma abordagem racional e científica dos problemas. Assinale a alternativa que não representa os principais objetivos do planejamento.

  • eDeterminar as metas específicas, que devem ser atingidas com um número certo de orçamento e em um prazo pré-definido

Determinar os objetivos

Analisar quais são os recursos disponíveis

Colocar em prática, desenvolver os melhores métodos para um determinado público alvo

é o “[…] processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares.” (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). O texto se refere a qual planejamento? Planejamento Educacional 

Planejamento Curricular 

Planejamento de Ensino 

Planejamento Escolar 

O que não é importante planejar, discutir, elaborar e definir no planejamento da semana pedagógica?

 As diretrizes quanto à organização e à administração da escola

Normas gerais de funcionamento da escola

Dinâmicas de grupo e leituras de texto de motivação

O calendário escolar

Hernández (1998, p.52) mostra que os projetos de Trabalho são exercidos através de algumas etapas, sendo estas, exceto:

 Determinar com o grupo a temática a ser estudada e princípios norteadores

Definir etapas: planejar e organizar as ações-divisões dos grupos, definição dos assuntos a serem pesquisados, procedimentos e delimitação do tempo de duração.

Estabelecer com os grupos critérios de avaliação

Fazer o fechamento do projeto propondo uma produção inicial, como elaboração de um livro, apresentação de um vídeo, uma cena de teatro ou uma exposição que dê visibilidade a todo processo vivenciado e possa servir de foco para um outro projeto educativo

2Qual o objetivo do planejamento curricular? Orientar o trabalho do professor na prática pedagógica da sala de aula

Planejar o período das avaliações

Orientar as atividades extraclasses

Planejar novos projetos que serão desenvolvidos durante o ano

2Democracia é um modelo de administração em que o povo tem influência na tomada de decisões, seja direta ou indiretamente. A ideia de planejamento participativo vem justamente dessa noção democrática. Ou seja: o modelo de planejamento participativo na escola propõe que a coletividade participe das decisões da instituição de ensino. São vantagens do planejamento participativo na escola, exceto:

 Construção de uma cultura de planejamento coletiva

Adaptação das práticas pedagógicas

Fortalecimento das práticas democráticas

Distribuição horizontal do poder da decisão

QUESTIONÁRIO I – PLANEJAMENTO EDUCACIONAL • Segundo Joana Coaracy são objetivos do planejamento educacional, exceto: Resposta Marcada :

Fiscalizar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico

PONTUAÇÃO TOTAL: 2PONTUAÇÃO OBTIDA 2

• São requisitos fundamentais do planejamento educacional, exceto: Resposta Marcada :

Continuidade que dificulte a ação sistemática para não alcançar os fins propostos

PONTUAÇÃO TOTAL: 2PONTUAÇÃO OBTIDA 2

• É considerado um dos mais rudimentares. Está baseado na preocupação do educador em organizar vários tipos de atividades para realizar durante cada dia da semana e para preencher o tempo de trabalho com o grupo de crianças, entre um e outro momento da rotina (higiene, alimentação, sono e outros). Resume-se a uma listagem de atividades a serem desenvolvidas. Por exemplo: Segunda-feira: Modelagem com massinha, quebra-cabeças, audição de histórias, preenchimento de exercícios em folha mimeografada. Em qual planejamento o texto se refere? Resposta Marcada : Planejamento baseado em listagem de atividades

PONTUAÇÃO TOTAL: 2PONTUAÇÃO OBTIDA 2

• No dia 24 de abril de 2007, o Governo Federal lançou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Com qual propósito o plano foi lançado? Resposta Marcada - promover a melhoria da qualidade educacional

PONTUAÇÃO TOTAL: 2PONTUAÇÃO OBTIDA 2

• O planejamento é o ponto de partida. Ao se tratar do planejamento educacional, essa técnica significa aplicar à educação uma abordagem racional e científica dos problemas. Assinale a alternativa que não representa os principais objetivos do planejamento. Resposta Marcada :

Colocar em prática, desenvolver os melhores métodos para um determinado público alvo • é o “[…] processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares.” (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). O texto se refere a qual planejamento? Planejamento Curricular

• O que não é importante planejar, discutir, elaborar e definir no planejamento da semana pedagógica? Dinâmicas de grupo e leituras de texto de motivação • Hernández (1998, p.52) mostra que os projetos de Trabalho são exercidos através de algumas etapas, sendo estas, exceto: Fazer o fechamento do projeto propondo uma produção inicial, como elaboração de um livro, apresentação de um vídeo, uma cena de teatro ou uma exposição que dê visibilidade a todo processo vivenciado e possa servir de foco para um outro projeto educativo

• Qual o objetivo do planejamento curricular? Orientar o trabalho do professor na prática pedagógica da sala de aula

• Democracia é um modelo de administração em que o povo tem influência na tomada de decisões, seja direta ou indiretamente. A ideia de planejamento participativo vem justamente dessa noção democrática. Ou seja: o modelo de planejamento participativo na escola propõe que a coletividade participe das decisões da instituição de ensino. São vantagens do planejamento participativo na escola, exceto: Adaptação das práticas pedagógicas.

Referências:

ava.unifaveni.com.br/wp-content/uploads/importacaoDeArquivos/package_uploads/2020/01/21/PLANEJAMENTO EDUCACIONAL - Aulas 01 a 10 - MATERIAL INTERATIVO/index_scorm.html

www.poseducatec.com

Quais são os objetivos do planejamento educacional?

O planejamento educacional é entendido como um processo científico que identifica as demandas e os obstáculos presentes na estrutura e em todos os processos que envolvem a educação e, com isso, determina quais são as prioridades, pensando em estratégias para otimizar as práticas de ensino.

Quais são os principais objetivos da educação?

O artigo prevê três objetivos básicos da educação: garantir o pleno desenvolvimento do indivíduo, prepará-lo para o exercício da cidadania e qualificá-lo para o mercado de trabalho. A educação no Brasil também objetiva desenvolver o cidadão com o apoio do Estado, da sociedade e da família.

Como o plano de ensino se relaciona com os objetivos de aprendizagem?

O plano de ensino facilita esse processo porque ele mostra a continuidade e a interação entre cada objetivo educacional. Com isso, o docente pode avaliar se os alunos estão num caminho produtivo de rendimento ou se é necessário fazer alterações.

Como se aplica o planejamento educacional?

Quando fazer um planejamento educacional?.
Defina os objetivos. O ponto de partida de todo planejamento é saber onde você quer chegar. ... .
Siga as diretrizes do MEC. ... .
Peça ao corpo docente para montar um bom plano de aulas. ... .
Defina um calendário escolar..