Como o bebê respira quando a bolsa estoura?

postado em 24/07/2013 14:31

O bebê Artur Souza Alves ; internado em estado gravíssimo na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Ceilândia depois de esperar cerca de 15 horas para nascer ; continua em estado grave, porém estável, informou a Secretaria de Saúde do DF na manhã desta quarta-feira (24/7). A criança respira com a ajuda de aparelhos e está sendo medicada. Ainda não há previsão de alta.

No início da noite de terça-feira (23/7), amigos e familiares fizeram um círculo de orações pela melhora de Artur, que nasceu por volta das 17h30 do domingo último, depois da mãe dar entrada no Hospital Regional de Samambaia às 2h da madrugada, com a bolsa de líquido amniótico estourada. Os pais da criança afirmam que houve negligência no atendimento e erro médico, devido o tempo de espera entre a internação e o parto. O hospital contesta a reclamação, no entanto, de acordo com a Associação de Médicos de Brasília, o protocolo do Conselho Federal de Medicina indica que o tempo máximo de espera para tomar uma iniciativa de parto após o rompimento da bolsa é de 12 horas.

O presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho, observou que é importante analisar o prontuário dos pacientes para verificar se o acompanhamento foi o adequado. Segundo ele, o parto é quadro clínico mais difícil de avaliar, por conta das dinâmicas de atendimento, que variam de um paciente para outro. "Depois que a bolsa estoura, o protocolo da sociedade de ginecologia e obstetrícia, do conselho federal de medicina e da associação diz que o tempo máximo de espera é de 12 horas. Depois desse tempo tem que tomar uma atitude. Induz ou opera. Na minha experiência eu prefiro não esperar, mas isso é uma conduta pessoal", explicou o médico.

Demora o atendimento

A auxiliar de serviços gerais Weltima Souza Silva, de 35 anos, procurou o hospital a primeira vez no sábado (20/7), às 19h. Estava com contrações e com dois centímetros de dilatação. Após ser examinada, foi liberada para ir para casa. Na madrugada, a bolsa de líquido amniótico estourou e Weltima deu entrada novamente no hospital às 2h. Segundo o marido, os médicos demoraram cerca de uma hora para verificar o estado de saúde de Weltima. "O hospital estava uma bagunça, era dia de jogo e ficaram vendo televisão. Fizeram exames, mas ela ficou lá sentindo dor e, quando foram ver, meu filho já estava ficando mal, com o batimento fraco, e só ai correram para fazer a cesariana", relatou Anderson Alves de Oliveira, 35.

O casal tem uma filha, de 3 anos, e Artur era esperado com ansiedade para completar a família. O quarto da criança já estava pronto. Weltima recebeu alta na tarde de ontem, e afirmou que a sensação de sair do hospital sem o filho é inexplicável. Ela e o esposo vão processar o Hospital Regional de Samambaia, unidade responsável pelo parto do bebê. "Eu esperei muito tempo e tenho certeza que isso prejudicou meu filho. Já demos entrada na papelada e vamos tomar todas as providências", disse a mãe, emocionada.

Segundo o coordenador-geral de Saúde de Samambaia, Dr. Manoel Solange Fontes, Weltima foi acompanhada e examinada da hora em que foi internada, até o momento do parto. Fontes garantiu que a saúde da mãe e do bebê era boa até às 17h30, quando a equipe médica refez os exames e verificou a queda dos batimentos cardíacos da criança, de 148bpm para 110bpm. "Ela foi internada de madrugada para acompanhar o trabalho de parto, às 14h estava com sete centímetros de dilatação, o feto estava normal, ela também. Às 17h30 estava com 9 centímetros, líquido normal, batimento normal, preparamos para o parto normal, porém, em 10 minutos, o estado do feto piorou", contou o coordenador.

Artur nasceu em parada cardíaca, foi reanimado e está internado respirando com ajuda de aparelhos. "Esperamos 15 horas para meu filho nascer, nenhum criança aguenta. Até eu que não sou entendido sei que demorou. Meu filho vai sair dessa e não desejo mal para ninguém, só espero que quem fez isso consiga colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente", criticou Anderson.

Ao longo de toda a gestação o bebê se desenvolve protegido pelo corpo da mãe, retirando do organismo materno os nutrientes para se formar, crescer e se preparar para o nascimento. O cordão umbilical é um elo marcante e muito simbólico dessa ligação entre mãe e filho, e é comum ouvir que tudo que o bebê precisa passa por esse canal. Será que até mesmo o oxigênio chega ao pequeno por esse caminho? Você já se perguntou como é a respiração do bebê dentro do útero?

É sobre isso que vamos falar neste artigo. Mais do que uma curiosidade, saber como o seu filho respira enquanto está dentro da sua barriga vai lhe tranquilizar sobre muitas situações e ajudar a entender como o bebê aprende a respirar após o parto.

Confira!

Como é a respiração do bebê dentro do útero?

Os pulmões são os últimos órgãos a se tornarem maduros e autossuficientes para a vida extrauterina. Eles vão funcionar somente após o nascimento, quando o bebê tiver seu primeiro contato com o oxigênio do ambiente externo. Dentro do útero não há oxigênio e os pulmões são como esponjas secas e duras.

Então, você deve estar se perguntando: como o oxigênio chega até o bebê? Respondemos: por meio da placenta.

Esse órgão vascularizado é formado logo no início da gestação, unindo o feto às paredes do útero, sendo responsável por levar nutrientes e o oxigênio e descartar dióxido de carbono e resíduos nitrogenados produzidos pelo organismo do bebê. A placenta exerce, ao mesmo tempo, a função de pulmão e intestino do pequeno.

Dica: Do essencial ao apenas útil: saiba o que organizar para a chegada do bebê

Durante a gestação o sangue oxigenado não vai direto para os pulmões, como ocorre fora do útero, já que eles ainda não exercem a função de respirar como conhecemos. A circulação sanguínea fetal é feita apenas pelo coração, embora o sangue passe pelos pulmões e eles também recebam a quantidade de oxigênio necessária para se desenvolverem, como os demais órgãos.

Após passar pelos pulmões o sangue é jogado para fora do organismo do bebê, de volta para o corpo materno. As trocas gasosas são feitas pelos capilares presentes no cordão umbilical — eles filtram o oxigênio do sangue da mãe, enviando o necessário para o bebê e filtra o dióxido de carbono do sangue do bebê e envia para a corrente sanguínea materna.

Como é o desenvolvimento dos pulmões do bebê?

Boa parte das vias aéreas e dos alvéolos já está desenvolvida na 25ª semana da gestação, ainda assim, os pulmões não recebem ar. Apenas o líquido amniótico no qual o bebê está inserido entra e sai deles, em um exercício de treinamento para a respiração fora do útero. Assim, o bebê passa toda a gravidez com líquido nos pulmões.

No final da gestação, durante a preparação para o parto, o bebê faz pequenos movimentos respiratórios. Esse processo ajuda a eliminar o excesso de líquido amniótico das estruturas pulmonares, a fim de facilitar a respiração logo após o parto, quando os pulmões vão de fato funcionar pela primeira vez.

Para evitar um colapso pulmonar, o organismo produz surfactante, uma substância que também atua no amadurecimento dos pulmões, para que eles sejam capazes de fazer sozinhos as trocas gasosas, logo após o nascimento.

Confira no banner abaixo algumas orientações para que o seu bebê chegue em um ambiente familiar confortável, organizado e muito seguro.

Como o bebê respira quando a bolsa estoura?

Qual a importância do surfactante para a respiração do bebê?

O surfactante pulmonar é um líquido que começa a ser produzido por volta da semana 28ª da gestação, tendo como principais funções:

  • manter a elasticidade dos alvéolos (sacos por onde passam o ar durante as trocas gasosas) para facilitar a expansão pulmonar quando da entrada de oxigênio;
  • reduzir a força necessária para que o pulmão se expanda;
  • estabilizar o tamanho dos alvéolos pulmonares.

Os bebês prematuros — nascidos antes de 37 semanas — ainda não produziram surfactante suficiente para conseguirem respirar bem sozinhos, por isso, precisam de cuidados especiais logo após o nascimento. Quanto mais prematuro, menor o amadurecimento pulmonar e maiores os riscos de terem complicações respiratórias.

A baixa produção de surfactante pode causar a síndrome do desconforto respiratório infantil — também conhecida como síndrome da angústia respiratória ou síndrome hialina — uma condição grave que, se não tratada adequadamente, pode ser fatal. Crianças com essa síndrome têm dificuldades para respirar, respiração rápida, lábios e dedos azulados, devido à falta de oxigenação adequada, e chiado ao respirar.

Dica: O que você precisa saber sobre a respiração do bebê na hora de dormir

Como evitar a síndrome do desconforto respiratório infantil?

Quando a gestante apresenta sinais de risco de parto prematuro ou há alguma condição de saúde da mãe ou do bebê que indique a necessidade de adiantar o parto — como nos casos de pré-eclâmpsia ou problemas na placenta que restrinja o fornecimento de nutrientes e oxigênio para o feto — o obstetra vai indicar a aplicação de injeções de corticoide para ajudar no amadurecimento dos pulmões do bebê.

Esse medicamento só é usado em gestantes entre 28 e 34 semanas de gravidez. Pode ser feito entre 26-28 semanas quando o risco de parto prematuro é eminente. Esta medicação tem 4 semanas de duração e, portanto, pode ser repetida após este prazo, se necessária.

Embora não impeça o nascimento prematuro, essa medicação acelera o amadurecimento pulmonar, reduzindo os riscos de complicações.

Os prematuros e os bebês que nascem com baixa produção de surfactante recebem o surfactante exógeno, uma substância similar à produzida pelo organismo, para ajudá-los a respirar até que o corpo seja capaz de produzir a quantidade necessária para uma respiração eficiente.

Como é a primeira respiração do bebê fora do útero?

Assim que o bebê nasce, seu diafragma é sacudido e o coração é estimulado a enviar sangue para os pulmões. O ar que entra na primeira inspiração infla os sacos alveolares, substituindo o líquido amniótico, que é absorvido pela corrente sanguínea. O surfactante entra em ação, mantendo os alvéolos abertos para facilitar a passagem do ar e a troca gasosa, regularizando a respiração. Essa substância nos acompanha por toda a vida, nos permitindo respirar corretamente.

Confira no banner abaixo o guia para te ajudar nas primeiras semanas de vida do seu bebê.

Como o bebê respira quando a bolsa estoura?

A primeira respiração é dolorida, por isso, muitos bebês choram, sendo esse um sinal importante de que sua respiração está funcionando corretamente. Logo após o nascimento a equipe médica mede os níveis de oxigenação do bebê e assim que ele demonstra que está respirando bem sozinho, acontece o corte do cordão umbilical, e o organismo do pequeno está completamente livre do corpo materno e depende apenas de si mesmo para sobreviver.

O recém-nascido ainda vai levar alguns dias para ter uma respiração regular, pois, esse é um grande esforço e exige alguma prática. É normal que os pais, especialmente os de primeira viagem, fiquem inseguros e ansiosos com a respiração rápida e profunda do pequeno. Mas não se preocupem! Esse é um processo normal e o pediatra poderá orientá-los e tranquilizá-los sobre o que é esperado na respiração do bebê nos primeiros dias.

Categorias: Curiosidades da gravidez , Gravidez

Como o bebê respira depois que a bolsa estoura?

Como é a primeira respiração do bebê fora do útero? Assim que o bebê nasce, seu diafragma é sacudido e o coração é estimulado a enviar sangue para os pulmões. O ar que entra na primeira inspiração infla os sacos alveolares, substituindo o líquido amniótico, que é absorvido pela corrente sanguínea.

Quando a bolsa estoura o bebê fica sem oxigênio?

O feto recebe oxigênio e alimento mesmo se a bolsa estourar.

Como os bebês respiram na bolsa?

Os pulmões estão totalmente formados e, mesmo dentro da sua barriga, o bebé já vai treinando a respiração, inspirando o líquido amniótico, enquanto o oxigénio lhe chega através do cordão umbilical. Basicamente, este movimento respiratório já o está a preparar para a vida fora do útero.

Quanto tempo o bebê vive com a bolsa estourada?

Quanto tempo o bebê pode ficar com a bolsa rompida? Não há um limite para isto. Geralmente nos casos próximos ao termo aonde ocorre a rotura da bolsa o parto costuma acontecer em até um ou dois dias, quando evolui para um trabalho de parto e o desfecho é o parto normal.