Como trabalhar atividades lúdicas na inclusão de alunos com deficiência e de altas habilidades

O percentual de matrículas de estudantes de 4 a 17 anos da educação especial incluídos em classe regular tem aumentado gradativamente desde 2016. Se neste ano o valor era de 89,5%, em 2020 passou para 93,3%.

De acordo com dados do Censo Escolar de 2020, são mais de 1,3 milhão de crianças e adolescentes matriculados em classes comuns ou exclusivas. O número engloba estudantes com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades.

O censo mostra que a construção de uma educação inclusiva já está acontecendo no Brasil. Ainda existem desafios que precisam ser enfrentados pelos educadores, muitos dos quais provavelmente você já experienciou em sala de aula.

Para você aprimorar suas práticas pedagógicas, preparamos uma lista com 5 atividades inclusivas para você fazer em sala de aula com seus estudantes. Assim você estará contribuindo com a educação inclusiva e com a formação de cidadãos conscientes e capazes de lidar com as diferenças.

O que é educação inclusiva

A educação inclusiva é uma modalidade de ensino direcionada para todos, considerada um processo social. Ela prevê que estudantes com deficiência, transtornos de desenvolvimento e altas habilidades têm o direito à escolarização o mais próxima possível do ensino regular. Ou seja, ela oportuniza que crianças e adolescentes convivam e aprendam juntos.

Os cinco princípios da educação inclusiva são:

  1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação;
  2. Toda pessoa aprende;
  3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular;
  4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos;
  5. A educação inclusiva diz respeito a todos.

No Brasil, a educação inclusiva foi prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), que instituiu que a educação especial deveria ser uma modalidade de ensino que perpassaria todos os níveis de escolarização, além de estabelecer o Atendimento Educacional Especializado (AEE) no ensino regular.

Saiba como promover a inclusão na escola em que você atua.

O que são as atividades inclusivas

As atividades inclusivas são estratégias pedagógicas que criam oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes. Elas permitem que todas as crianças interajam, considerando as peculiaridades de cada um e as diferentes formas de aprender.

As atividades inclusivas trabalham com as experiências prévias dos estudantes e as sensações e sentidos deles diante de uma situação ainda não vivenciada. Elas devem ser praticadas em grupo, pois a aprendizagem é um processo mediado pelo outro.

Como criar uma atividade inclusiva

Uma atividade inclusiva deve trabalhar com os sentidos dos estudantes e ainda estimular a empatia e a criatividade. O professor também deve considerar o espaço físico e recursos disponíveis na escola no planejamento.

Assim como em um plano de aula, o educador deve definir alguns pontos antes de realizar a atividade:

  • Local em que será realizada
  • Materiais necessários
  • Regras e dinâmica
  • Objetivo
  • Duração da atividade

A criação de uma atividade inclusiva é desafiadora. Ela precisa ser adaptada para cada turma, de acordo com as especificidades dos estudantes que a compõem. Caso sinta que precisa aprofundar seus conhecimentos sobre educação inclusiva, o curso Educação Inclusiva: Desafios e Práticas Pedagógicas da Pós Educação Unisinos é para você!

As aulas são 100% online e ministradas por autores que reinventaram a educação. Entre eles está José Pacheco, fundador da Escola da Ponte e referência mundial em inclusão e inovação.

Como trabalhar atividades lúdicas na inclusão de alunos com deficiência e de altas habilidades

5 atividades inclusivas para fazer com as suas turmas

Confira abaixo x atividades inclusivas que você pode fazer com crianças da educação infantil e primeiros anos do fundamental. Se você está em busca de mais exemplos inspiradores, confira a história da Escola da Ponte, em Portugal, e a trajetória de José Pacheco, professor da Pós Educação Unisinos.

Para realizar as atividades inclusivas listadas, você pode usar materiais como:

  • Papéis de diferentes texturas, cores e gramaturas
  • Materiais recicláveis
  • Tecidos
  • Isopor
  • Plumas e penas
  • Restos de lã e barbantes
  • Botões e contas

1. Contação de histórias

As histórias infantis permitem que o professor aborde de forma lúdica aspectos da convivência, além de mostrar a diferença como algo positivo. É importante usar materiais visuais, táteis e sonoros para que a contação seja uma atividade inclusiva.

Ao escolher a história que irá contar, você deve montar um roteiro para fazer um bom uso do recurso. Ele deve prever:

  1. Explorar o título do livro, para as crianças terem a chance de prever o que vão ler ou escutar;
  2. Explorar como o livro se organiza (capa, editora, autor, número de páginas);
  3. Explicar o tipo de enredo e suas características para a turma;
  4. Apresentar os personagens;
  5. Situar a turma sobre o cenário e a época em que a história se passa;
  6. Fazer perguntas aos estudantes que permitam que eles associem a história à realidade em que vivem;
  7. Contar o enredo da história e destacar qual o ponto culminante;
  8. Explicitar quais situações e valores sociais foram trabalhados.

Permita que as crianças manuseiem o livro, mesmo que ainda estejam em processo de alfabetização. No caso de estudantes cegos ou com baixa visão, você pode usar livros de história com adaptação do texto em braile, painéis táteis ilustrativos e músicas de ambientação.

Existem livros infantis que incluem o braile e o texto impresso na mesma página, o que permite usar o mesmo material com todos os estudantes. Outros recursos são os livros falados, que podem ser aproveitados por toda a turma.

Já para crianças surdas, existem livros infantis com versões em LIBRAS. Lembrando que é possível adaptar qualquer história à Língua Brasileira de Sinais, que deve ser combinada imagens. Elas auxiliam que todos os estudantes compreendam com mais facilidade o enredo e os valores contidos na história.

2. Desenho do corpo

Essa atividade inclusiva permite que as crianças desenvolvam a conscientização corporal e entendam que cada pessoa tem suas particularidades, apesar de sermos tão parecidos.

Objetivos da atividade inclusiva:
  • Trabalhar a construção da imagem corporal;
  • Abordar os cuidados com o corpo;
  • Discutir a diferença.
Materiais necessários:
  • Papel kraft ou outro papel de rolo
  • Canetas hidrográficas coloridas, giz de cera ou giz de lousa
Dinâmica:

Antes de iniciar a atividade inclusiva, explique a para a turma que eles irão se desenhar. Faça as seguintes perguntas para estimular o interesse das crianças:

  • Quais são as partes do nosso corpo?
  • Como cuidar bem dele?
  • As pessoas são iguais?
  • O que nos diferencia das outras pessoas?

A atividade pode ser feita em duplas, para que o estudante contorne o corpo do colega e, assim, ampliar a consciência corporal. Enquanto os estudantes estiverem desenhando, preste atenção na reação de cada um deles. Quando tiverem terminado, faça as seguintes perguntas:

  • Como foi fazer a atividade?
  • Houve alguma dificuldade?
  • Existem desenhos que sejam iguais? O que isso quer dizer?

Em turmas com estudantes cegos ou com baixa visão, você pode trabalhar o aspecto tátil por meio do uso de tinta relevo ou de um barbante para contornar o corpo. No caso de um estudante com deficiência física, é preciso considerar as particularidades e os cuidados com ele antes de propor essa atividade inclusiva.

3. Móbile de notícias

Essa atividade inclusiva é destinada para estudantes do segundo ciclo inicial em diante. Seu principal objetivo é formar leitores críticos.

Objetivos da atividade inclusiva:
  • Despertar o interesse pela leitura de jornais;
  • Promover o trabalho em equipe;
  • Desenvolver e incentivar a aprendizagem colaborativa.
Materiais necessários:
  • Jornais impressos de diferentes grupos de comunicação
  • Cartolina A3
  • Duas cartolinas A4 para cada estudante
  • Barbante
Dinâmica:

Separe os estudantes em grupos e dê um jornal para cada equipe. Peça que eles respondam as seguintes perguntas:

  • Quantos cadernos tem o jornal?
  • Quais os títulos dos cadernos?
  • Qual o assunto de cada caderno?

Cada equipe deve apresentar para a turma o jornal que recebeu. Em seguida, selecione algumas notícias do jornal do dia, recorte-as e cole-as na cartolina. O ideal é que elas sejam curtas.

Exponha a cartolina com os recortes de jornal para a turma, que deverá escolher uma das notícias a ser trabalhada em sala. Caso haja estudantes cegos ou com baixa visão, prepare manchetes também em braile e faça a audiodescrição das imagens.

Escolhida a notícia, leia-a em voz alta para a turma. Depois, distribua as cartolinas A4 entre as equipes e peça que reconstituam a notícia, por meio de pequenas frases e colagem de figuras.

Os estudantes também devem escrever em outra cartolina o que acharam da notícia e propor soluções para o problema que ela apresenta. Oriente-os a escrever um parágrafo curto, com opiniões justificadas e fundamentadas na leitura do jornal. Em grupos com estudantes cegos, o texto deve ser escrito em tinta e em braile. No caso de surdos, peça para a criança contar a notícia em Libras.

Pegue o barbante para finalizar a atividade inclusive. Ele deve ligar as cartolinas na seguinte ordem:

  • Recorte do jornal
  • Textos reescritos
  • Textos de opinião

Prenda o barbante no teto da sala para que a turma possa contemplar o trabalho realizado.

4. Criação de calendários

Essa atividade inclusiva é destinada para estudantes do primeiro ciclo. O calendário ajuda a criança a internalizar formas de expressão numérica e letrada.

Objetivos da atividade inclusiva:
  • Trabalhar conceitos de orientação temporal e sequência numérica;
  • Trabalhar noções de quantidade.
Materiais necessários:
  • Folha de papel A3 ou A2 em uma gramatura maior, como EVA, papelão ou papel cartão
  • Um pote de danoninho para cada dia em numeral, dia da semana e mês;
  • Palitos de sorvete.
Dinâmica:

Na folha de papel, disponha os dias da semana e do mês, além do ano, da seguinte forma:

  • Dias escritos em numerais, de 1 a 31, em tinta e em braile;
  • Nomes dos doze meses do ano em letras maiúsculas, escritos em tinta e em braile;
  • Dias da semana em letras maiúsculas, escritas em tinta e em braile;
  • Ano em numerais, escrito em tinta e em braile.

Na frente de cada mês e dia da semana, faça a colagem de uma figura em relevo ou com elementos táteis que simbolizem o período do ano. Os potes de danoninho devem ser colados acima de cada dia, mês e dia da semana.

Finalizada a montagem do calendário, peça para os estudantes colocarem os palitos de sorvete no potinho correspondente ao dia da semana e ao mês.

5. Guiando os colegas

Indicada para estudantes de 4 a 6 anos de idade, a atividade inclusiva deve ser feita em um pátio sem obstáculos, como uma quadra ou cancha de ginásio.

Objetivos da atividade inclusiva:
  • Trabalhar a confiança entre os colegas;
  • Desafiar os estudantes a se expressarem com clareza e de forma detalhada.
Materiais necessários:
  • Pedaços de tecido que sirvam como vendas;
  • Cones que sirvam de obstáculo.
Dinâmica:

Divida a turma em grupos de três estudantes. Eles devem formar uma fila e colocar os braços sobre os ombros do colega da frente, como em um trenzinho. A criança que está no meio e a que está no terceiro lugar da fila devem ser vendadas.

As equipes devem percorrer o espaço com a orientação do estudante que está na frente. Ele deve guiar os colegas entre os obstáculos, falando o número de passos e em qual direção devem ser dados.

A turma não deve se preocupar em terminar o percurso no menor tempo possível, mas, sim, em finalizá-lo com segurança.

Depois que todos terminarem o trajeto, reflita junto com os estudantes sobre a experiência.

Como trabalhar atividades lúdicas na inclusão de alunos com deficiência e altas habilidades?

12 atividades lúdicas para alunos com deficiência intelectual.
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