É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza?

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É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza?

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como um padrão de hierarquização e de avaliação de alunos, 
de pessoas. Contrariar a perspectiva de uma escola que se pauta pela igualdade de 
oportunidades é fazer a diferença, reconhecê-la e valorizá-la.
Temos, então, de reconhecer as diferentes culturas, a pluralidade das manifestações 
intelectuais. sociais e afetivas; enfim, precisamos construir uma nova ética escolar, 
que advém de uma consciência ao mesmo tempo individual, social e, por que não, 
planetária! 
No desejo da homogeneidade, que tem muito em comum com a democracia de massas, 
destruíram-se muitas diferenças que nós hoje consideramos valiosas e importantes. 
Ao nos referirmos, hoje, a uma cultura global e à globalização, parece contraditória a 
luta de grupos minoritários por uma política identitária, pelo reconhecimento de suas 
raízes (como fazem os surdos, os deficientes, os hispânicos, os negros, as mulheres, os 
homossexuais). Há, pois, um sentimento de busca das raízes e de afirmação das diferenças. 
Devido a isso, contesta-se hoje a modernidade nessa sua aversão pela diferença. 
Nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Há diferenças e há 
igualdades – nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. Então, 
como conclui Santos (1995), é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes 
quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença 
nos inferioriza.
Referências
MORIN, E. A cabeça bem feita:repensar a reforma, reformar o pensamento. 4 ed. Trad. 
Eloá Jacobina. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2001.
SANTOS, B. S. Entrevista com professor Boaventura de Souza Santos. Disponível em 
ttp://dhi.uem.br/jurandir/jurandir-boaven1.htm Acessado em 1995.
SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, Vozes, 
2000.
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Sugestões de
estratégias de trabalho
O texto de Maria Teresa Eglér Mantoan possibilita uma série de ações no âmbito do 
Fórum Escolar de Ética e de Cidadania e das salas de aula. Como exemplo, sugerimos um 
teste que ajuda os membros do Fórum a identificar seu poder de inclusão. 
Í Na reunião do Fórum:
Propomos que cada um dos presentes responda ao teste de poder 
de inclusão criado também pela Profa Maria Teresa Eglér Mantoan, 
publicado no livro Humor e Alegria na educação (Summus, 2006). O teste é simples 
mas, de acordo com Mantoan, pode ajudar a identificar o vírus da exclusão, latente nas 
escolas.
O teste, bem como seu gabarito, são apresentados a seguir:
Para esse breve exame, as regras são:
1. Colocar-se na condição dos professores(as) que aqui apresentaremos.
2. Escolher a alternativa que você adotaria em cada caso, mas sem pensar muito, 
respondendo com o que vem mais rápido à cabeça.
3. Descobrir e aprender mais sobre si mesma(o).
Responda às questões e confira.
1. A professora Sueli procura incluir um aluno com deficiência mental em sua turma de 
1ª série. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas diante dos 
demais colegas o atraso intelectual do aluno é bastante significativo.
Nesse caso, como você resolveria a situação?
(A) Encaminharia o aluno para o atendimento educacional especializado oferecido 
pela escola?
(B) Solicitaria a presença de um professor auxiliar ou itinerante para acompanhar o 
aluno em sala de aula?
(C) Esperaria um tempo para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao 
ritmo da classe ou precisaria de uma escola ou classe especial?
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2. Júlia é uma professora de escola pública que há quatro anos leciona na 2ª série. Há um 
fato que a preocupa muito atualmente: o que fazer com alguns de seus alunos, que estão 
cursando pela terceira vez aquela série?
Para acabar com suas preocupações, qual seria a melhor opção?
(A) Encaminhá-los a uma sala de alunos repetentes, para ser mais bem atendidos e 
menos discriminados?
(B) Propor à direção da escola que esses alunos sejam distribuídos entre as outras 
turmas de 2ª série, formadas por alunos mais atrasados?
(C) Reunir-se com os professores e a diretora da escola e sugerir que esses alunos 
se transfiram para turmas da mesma faixa etária e até mesmo para as classes de 
Educação de Jovens e Adultos (EJA), caso algum já esteja fora da idade própria 
do ensino fundamental? 
3. Cecília é uma adolescente com deficiência mental associada a comprometimentos 
físicos; ela está freqüentando uma turma de 3ª série do ensino fundamental, na qual 
a maioria dos alunos é bem mais nova que ela. A professora percebeu que Cecília está 
desinteressada pela escola e muito apática.
Qual a melhor saída, na sua opinião, para resolver esse caso?
(A) Chamar os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que 
procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
(B) Avaliar a proposta de trabalho dessa série, em busca de novas alternativas 
pedagógicas?
(C) Concluir que essa aluna precisa de outra turma, pois a sua condição física e 
problemas psicológicos prejudicam o andamento escolar dos demais colegas?
4. Numa 2ª série de ensino fundamental, em que há alunos com deficiência mental e 
outros com dificuldades de aprendizagem, relacionadas a outros motivos, o professor Paulo está 
ensinando operações aritméticas. Esses alunos não conseguem acompanhar o restante da 
turma na aprendizagem do conteúdo proposto.
O que você faria, se estivesse no lugar do professor Paulo?
(A) Reuniria esse grupo de alunos e lhes proporia as atividades facilitadas do currículo 
adaptado de atemática?
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(B) Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas e trabalharia 
com todos, de acordo com suas possibilidade de aprendizagem?
(C) Aproveitaria o momento das atividades referentes a esse conteúdo para que esses 
alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas 
voluntários?
5. Fábio é um aluno com autismo que freqüenta uma turma de 3ª série. É o seu primeiro 
ano em uma escola comum e ele incomoda seus colegas, perambulando pela sala e 
interferindo no trabalho dos grupos.
Que decisões você tomaria para resolver a situação, caso fosse o(a) professor(a) desse 
grupo?
(A) Solicitaria à direção da escola que retirasse Fábio da sala, pois o seu comportamento 
está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do 
programa?
(B) Marcaria uma reunião com o coordenador da escola e solicitaria uma avaliação e 
o encaminhamento desse aluno para uma classe ou uma escola especial?
(C) Reuniria os alunos e proporia um trabalho conjunto com a turma em que todos 
se comprometeriam a manter um clima de relacionamento cooperativo de 
aprendizagem na sala de aula?
6. Guilherme é uma criança que a escola chama de “hiperativa”. Ele gosta muito de 
folhear livros de histórias. Ocorre que freqüentemente rasga e/ou suja as páginas dos 
livros, ao manuseá-los sem o devido cuidado. 
O que você lhe diria, caso fosse seu (sua) professor(a)?
(A) “Hoje você não irá ao recreio, porque rasgou e sujou mais um livro."
(B) “Vou ajudá-lo a consertar o livro, para que você e seus colegas possam ler esta 
linda história.”
(C) “Agora você vai ficar sentado nesta mesinha, pensando no que acabou de fazer.”
7. Norma é professora de uma 4ª série de ensino fundamental e acabou de receber um 
aluno cego em sua turma. Ela não o conhece bem, ainda. No recreio, propõe à turma 
um jogo de queimada. É nesse momento que surge o problema: o que fazer com Paulo, 
o menino cego?
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Arrisque uma “solução inclusiva” para esse caso.
(A) Oferecer-lhe outra atividade, enquanto

O que o autor quis dizer com Temos o direito de ser iguais quando a diferença?

O autor fala sobre a desigualdade social e sobre a igualdade que todos devemos ter em sociedade, construindo uma crítica sobre a descaracterização dos direitos, fato sofrido pelos indivíduos que vivem em estado de vulnerabilidade.
Segundo a frase do sociólogo Boaventura de Sousa Santos: "temos o direito a ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; temos o direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza", essa nos indica que temos o direito de ser como quisermos, mas isso não acontece, pois, sendo diferentes somos ...

O que é desigualdade e exclusão Para o sociólogo Boaventura de Souza Santos aula atividade aluno e como ambas estão presentes na vida dos migrantes?

Resposta verificada por especialistas. É um fenômeno social em que os indivíduos não possuem as mesmas condições de vida e não vivem com os mesmos privilégios. Dentre as desigualdades mais marcantes na sociedade, podemos destacar: social - reflete as diferenças entre os modos de vida dos ricos e dos pobres.