O que acontece se comer uma castanha

10h50 - 12 de dezembro de 2018

O que acontece se comer uma castanha

Apesar de a castanha-do-pará ser boa para a saúde, ela deve ser consumida na medida certa. Ela tem gordura boa, dá saciedade, é rica em minerais e tem poder antioxidante – mas também é rica em selênio, o que pode ser um problema.

O selênio é um mineral com função antioxidante, que ajuda a reduzir excesso de radicais livres no organismo, relacionado com o aparecimento de várias doenças, como aterosclerose. A castanha-do-pará é a principal fonte natural do mineral, mas o problema é que o mineral, em excesso, pode ser tóxico.

Segundo a nutricionista Graziela Biude Silva Duarte, que é doutora em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisa a castanha-do-brasil, como é mais conhecida a noz no meio acadêmico, 15 unidades do alimento já podem causar diarreia. E se o consumo excessivo continuar por mais tempo, diz ela, a pessoa pode ter queda de cabelos e ficar com as unhas fracas – quadro clínico conhecido como selenose.

Qual é a quantidade recomendada de castanha?

Depende de onde vem o produto, porque a concentração de selênio na noz varia de acordo com a quantidade do mineral no solo. No Brasil, as castanhas da região Norte são as que mais têm selênio, e as do Sudeste, as que menos têm, segundo análises feitas pelo Laboratório de Nutrição e Minerais da USP.

Graziela diz que há desde castanhas-do-brasil com cerca de 50 microgramas de selênio até unidades com mil microgramas. A recomendação diária de selênio para adultos é de 55 microgramas por dia. A ingestão máxima tolerável, que não traz efeitos adversos para o organismo, é de 400 microgramas por dia.

Então, se for consumir a castanha-do-pará do Sudeste, em geral, pode comer até duas por dia. Se ela for da região Norte, talvez seja melhor comer uma ou duas unidades por semana.

Rica em gorduras boas, minerais, fitoquímicos e com um elevado valor nutritivo, a castanha-do-pará tem inúmeros benefícios à saúde. Ela ajuda a baixar o colesterol, é boa para a imunidade, ativa o metabolismo da tireoide e melhora a circulação sanguínea. Porém, tão importante quanto saber das vantagens, também é preciso saber a quantidade certa para o consumo, já que castanha-do-pará em excesso pode causa intoxicação.

O que acontece é que a oleaginosa é fonte natural de selênio e uma ingestão prolongada desse nutriente acima do limite pode resultar em uma quantidade excessiva de selênio no sangue, o que leva à condição tóxica chamada selenose.

Na medida certa

O que acontece se comer uma castanha

Crédito: MachineHeadz/istockCastanha-do-pará é um alimento muito rico em selênio

Para um adulto, existe a recomendação de se ingerir cerca de 55 microgramas de selênio (mcg) por dia, sendo o limite máximo permitido de 400 mcg.

Então, você deve estar se perguntando: quantos microgramas de selênio existem em uma única castanha? Essa concentração varia muito e pode ir de 200 a 400 microgramas. Portanto, quatro a sete vezes mais do que o recomendado por dia.

De acordo com nutricionista Silvia Maria Franciscato Cozzolino – professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que tem vários artigos publicados sobre o assunto – os teores de selênio variam bastante conforme o nível desse nutriente nos solos em que são cultivadas.

“Analisando os parâmetros bioquímicos relativos ao selênio obtidos para certos grupos da população brasileira, observamos valores abaixo da média referida na literatura. Por sua vez, em estudo que realizamos em Macapá, onde a farinha de castanha-do-brasil é utilizada na merenda escolar, observamos que todos os parâmetros bioquímicos analisados em crianças estavam muito acima dos valores de referência, indicando a necessidade de cuidado quanto aos possíveis efeitos adversos. (…) Após a conclusão do estudo, recomendamos à prefeitura de Macapá a redução do uso daquela farinha”, relata a pesquisadora em um dos seus artigos.

O que acontece se comer uma castanha

Crédito: Brasil2/istockQuantidade de selênio nas castanhas-do-brasil varia de acordo com região

A pesquisadora explica que em cada grama de castanha-do-pará do Sudeste pode ter até  14 microgramas do mineral, enquanto que uma castanha-do-pará da região Norte do país chega a concentrar de 70 a 100 microgramas em cada 1 grama.  Sabendo disso é preciso multiplicar pelo peso da castanha. Cada uma tem cerca de 5 gramas.

Isso significa que uma única unidade da oleoginosa pode ultrapassar a dose diária recomendada do selênio que falamos lá em cima, de 55 microgramas.

Até os 400 microgramas, os efeitos adversos não são observados, por isso, fala-se em dose máxima. Porém acima disso, o selênio é tóxico e, quando uma pessoa ultrapassa os 800 microgramas por dia, o alimento saudável se transforma no oposto. O efeito tóxico pode acumular no corpo e provocar dores no estômago, enjoo, dores de cabeça, queda de cabelos, fadiga e gosto metálico na boca.

Dito tudo isso, o mais seguro é ingerir uma única castanha por dia. Claro, que não vai haver problema se você abusar vez ou outra e comer 3 ou 4, já que seu organismo vai saber lidar com o excesso e se recuperar, mas não é recomendável que isso aconteça rotineiramente.

Estar ciente sobre a possibilidade de toxidade serve para deixar o consumidor alerta sobre o consumo correto, a origem da castanha e os valores de selênio informados no rótulo das embalagens, quando essas existem.

Raio-x da castanha-do-pará

A castanha do Pará é a semente da castanheira do Pará, uma árvore da família botânica Lecythidaceae. Ela também é conhecida como castanha-do-brasil, castanha-da-amazônia, castanha-do-acre, noz amazônica, noz boliviana, tocari ou tururi.

O que acontece se comer uma castanha

Além de ser rica em selênio – substância que reduz o risco de cânceres como o de pulmão e de próstata – a oleoginosa possui alto valor proteico e calórico.

Ela também é fonte de antioxidantes, que ajudam a combater  radicais livres, que são as moléculas responsáveis pelo envelhecimento das células.

Apesar de ser muito gordurosa, e apresentar uma parcela significativa de gorduras do tipo saturada (22% da composição de gorduras), a castanha do Pará possui ácidos graxos (oleico e palmitoleico) que ajudam a aumentar os níveis de colesterol bom e a diminuir os de colesterol ruim, o que ajuda a evitar doenças cardíacas.

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O que acontece se eu comer castanha?

As nozes e castanhas são conhecidas como oleaginosas e são importantes por conterem grandes quantidades de gorduras insaturadas e poli-insaturadas com ação antioxidante. Dessa forma, além de diminuírem o colesterol ruim, elas atuam na prevenção de doenças como a hipertansão.

O que acontece se comer uma castanha por dia?

Uma pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP comprovou que o uma unidade de castanha por dia é o suficiente para melhorar a produção de selênio no organismo.

Quanto de castanha pode comer por dia?

Recomendação: três castanhas por dia. Nozes: Possuem gorduras poli-insaturadas que ajudam a diminuir os níveis do colesterol LDL, aumentar o HDL e manter as triglicérides baixas. Seus principais nutrientes são: Ômega-3 e 9, vitaminas C e E, zinco e potássio.

O que acontece se comer castanha de caju crua?

A castanha de caju crua carrega uma substância tóxica, é a toxina urushiol, a mesma encontrada na seiva da hera venenosa. Se ingerida em pequenas quantidades, a toxina pode causar alergias e inflamações nada agradáveis em nosso corpo. Já em grandes volumes, o efeito no organismo pode ser fatal.