Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química da Unesp (foto: arq.pessoal) Biodiversidade inexplorada – A fim de aproveitar os imensos recursos da biodiversidade da Amazônia, o Brasil precisa deixar de lado o modelo extrativista que foi a base de vários ciclos de exploração da região no passado (pau-brasil, seringueira, quinino, pau rosa e muitos outros) e investir na exploração do potencial da diversidade micro-macro-molecular da floresta como fonte de bioprodutos, segundo a professora Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mas, para chegar a um modelo de exploração sustentável do ponto de vista econômico-social e ambiental, utilizando pesquisa de vanguarda e novas estratégias de bioprospecção de modo a desenvolver fitomedicamentos e produtos com valor agregado, o país precisa envidar esforços para ter um sistema de educação sólido em todos os níveis, geração de ciência de fronteira e um setor industrial apto a absorver esse conhecimento e transformá-lo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) regional. Teria ainda que reformular seus marcos regulatórios em relação à propriedade intelectual e ao acesso à biodiversidade da floresta, facilitando o trabalho dos cientistas, destacou em entrevista à Agência FAPESP. Vanderlan é presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e integra a coordenação da rede BIOprospecTA, do programa Biota-FAPESP. Na Unesp, é vice-diretora da recém-criada Agência Unesp de Inovação e coordenadora do Núcleo de Bioensaio, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais do IQ-Ar (NuBBE). Agência
FAPESP – Durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em julho, da qual a senhora participou, diversos cientistas manifestaram desânimo com o ritmo atual da descoberta de novos fármacos e apontaram que o potencial da biodiversidade brasileira é muito mal aproveitado. A bioprospecção não está obtendo sucesso? Agência FAPESP – Então o potencial da biodiversidade amazônica ainda está por ser explorado? Agência FAPESP – O que seria preciso para proteger esse conhecimento e usar a biodiversidade para gerar valor? Agência FAPESP – Quais são os principais entraves? Agência FAPESP – Começando
a investir hoje na formação de recursos humanos para pesquisa na Amazônia, em quanto tempo o quadro atual será alterado? Agência FAPESP– Como fazer para que os doutores formados na Amazônia permaneçam na região? Agência FAPESP – O modelo do BIOprospecTA poderia ser reproduzido na Amazônia? Agência FAPESP – Quais são essas tendências? Entrevista realizada por Fábio de Castro, da Agência FAPESP e publicada pelo EcoDebate, 04/08/2009 Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate |