Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos

Algumas infecções crônicas estão associadas ao desenvolvimento de alguns cânceres, sendo responsáveis por 15% dos casos no mundo

Publicado em 20/05/2022 15h58 Atualizado em 09/11/2022 15h08

Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos

São considerados agentes infecciosos microrganismos responsáveis por causar doenças infecciosas com potencial de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não. Existem evidências suficientes de que algumas infecções crônicas estão associadas ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, sendo responsáveis por 15% dos casos no mundo (Gordis L, 2009; Rothman & Greenland, 1998).

Os cânceres associados a agentes infecciosos são um problema de saúde pública, principalmente nos países menos desenvolvidos, onde são encontradas as maiores taxas de adoecimento por infecções (Prata, 1992). Na atualidade, sete vírus, uma bactéria e dois helmintos são associados ao surgimento do câncer (Plummer et al., 2016). 

Em ambientes de trabalho, os acidentes com material biológico nos serviços de saúde podem resultar em importante problema de saúde pública, uma vez que o contato direto com sangue de pacientes e outros fluidos corporais pode aumentar o risco de algumas categorias de profissionais de saúde de contrair infecções virais, em especial por HIV (fator de risco para câncer de pele, linfoma, Sarcoma de Kaposi) e hepatites B e C (fator de risco para câncer de fígado e leucemias) (Souza HP et al., 2019).

Formas de exposição

No trabalho:
Os profissionais mais expostos a infeções associadas ao desenvolvimento de câncer são os técnicos e auxiliares de enfermagem, porém outras ocupações tais como enfermeiro, médico clínico, empregado nos serviços gerais entre outros também são bastante afetadas. As principais formas de contágio são através de acidente com material perfurocortante e contato com sangue e secreções.

No ambiente:
Existem várias formas de exposição a doenças infecciosas. A transmissão pode se dar pelo contato de um indivíduo com outro através de relação sexual, placenta, pele ou secreções corporais, através de mordedura de animais ou picadas de insetos. Pode ocorrer transmissão também através de uma fonte de água que abastece uma localidade, por exemplo. Muitas infecções podem apresentar mais de um tipo de transmissão. 

Medidas de controle

Realização de capacitações, por parte dos profissionais de saúde, sobre os riscos de ocorrência de acidente ou importância das infecções que poderão ser adquiridas, ou sobre uso de equipamento de proteção individual (EPI). Campanhas de vacinação e orientação também são de fundamental importância para o controle de algumas infecções em ambientes de trabalho. O reconhecimento institucional da importância da vigilância de acidentes com material biológico, visando modificações nos processos de trabalho com o intuito de evitar acidente, é de fundamental importância para idealizar e implementar planos preventivos que garantam a integridade física dos trabalhadores.

Referências Bibliográficas

GORDIS L. Epidemiology. 4rd. Philadelphia: Elsevier Saunders

ROTHMAN JK, GREENLAND S. Modern Epidemiology 2nd ed. Philadelphia: Lippincott-Raven; 1998.

PLUMMER M, DE MARTEL C, VIGNAT J, FERLAY J, BRAY F, FRANCESCHI S. Global burden of cancers attributable to infections in 2012: a synthetic analysis. Lancet Global Health 2016; 4: e609–16.

PRATA PR. A transição epidemiológica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública 1992, 8 (2), 168-175.

SOUZA HP, OTERO UB, SILVA VSP. Profile of healthcare workers involved in accidents with exposure to biological materials in Brazil from 2011 through 2015: surveillance aspects. Rev Bras Med Trab.2019;17(1):106-118

Infecção pode ser definida, de acordo com o Ministério da Saúde, como “penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo do homem ou de outro animal.” A infecção pode desencadear algumas manifestações clínicas, sendo, nesse caso, denominada de doença infecciosa.

Apenas uma minoria das pessoas expostas a agentes infecciosos desenvolvem doenças infecciosas. Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, nosso corpo é capaz de barrar a infecção. Entre as defesas do organismo contra infecções, podemos citar a pele, que é uma barreira mecânica; células de defesa e os famosos anticorpos. Outro ponto importante a ser destacado é que, muitas vezes, o homem consegue transmitir agentes infecciosos de um indivíduo para outro, sendo o homem, portanto, uma fonte de infecção.

Leia também: Bactérias presentes no corpo humano

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Tópicos deste artigo

  • 1 - → Agentes infecciosos
  • 2 - → Exemplos de doenças infecciosas
  • 3 - → Infecção hospitalar
  • 4 - → Diferença entre infecção e inflamação

→ Agentes infecciosos

Os agentes infecciosos são organismos capazes de desencadear doenças infecciosas ou infecções. Esses agentes são sobretudo micro-organismos, entretanto, podem ser também outros organismos, como os helmintos (popularmente chamados de vermes). Entre os principais agentes infecciosos, podemos citar: vírus, bactérias, fungos e protozoários.

Os agentes infecciosos podem adentrar o organismo pela pele, via respiratória, circulatória e mucosas, por exemplo. A transmissão também pode se dar de diferentes formas, podendo ser de maneira direta ou indireta.

Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos

Os agentes infecciosos podem ser transmitidos de maneira direta ou indireta.

A transmissão direta é aquela que ocorre de um organismo para o outro, sem necessidade de um veículo para o agente infeccioso. A transmissão direta pode acontecer, por exemplo, por contato físico direto, ou ainda por contato com secreção de outro indivíduo.

Já a transmissão indireta desses agentes infecciosos decorre mediante veículos de transmissão. Nesse tipo de transmissão, o agente pode ser transmitido por meio de objetos e materiais contaminados ou ainda por meio de um vetor.

Leia também: Vetor e agente etiológico

→ Exemplos de doenças infecciosas

As doenças infecciosas são aquelas desencadeadas por agentes infecciosos, ou seja, que são resultado de uma infecção. O agente infeccioso, ao adentrar o organismo humano, pode não causar nenhuma manifestação, sendo, nesse caso, observado um quadro de uma infecção assintomática.

Outras vezes, no entanto, podem desencadear manifestações clínicas, o que caracterizam uma doença infecciosa. O período compreendido desde a infecção até o início dos sintomas é chamado de período de incubação.

Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos

Os agentes infecciosos podem causar doenças infecciosas.

São exemplos de doenças infecciosas:

  • Caxumba

  • Cólera

  • Dengue

  • Esquistossomose

  • Febre amarela

  • Gripe

  • Leptospirose

  • Malária

  • Sarampo

  • Tétano

  • Varicela

→ Infecção hospitalar

A infecção hospitalar é aquela que se dá após a internação de um paciente e é manifestada enquanto esse paciente está no ambiente hospitalar ou após sua alta, caso seja possível a confirmação da origem da infecção.

As infecções hospitalares comumente ocorrem devido aos micro-organismos que geralmente não causariam doença no hospedeiro, entretanto, por causa de uma baixa resistência desses indivíduos há o desenvolvimento da infecção. Na maioria dos casos, manifesta-se como uma complicação naqueles pacientes que estão muito debilitados.

Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos

O simples ato de lavar as mãos pode diminuir a transmissão de agentes infecciosos no ambiente hospitalar e fora dele.

Para evitar infecções hospitalares, é fundamental que se tenha um ambiente limpo e com cuidados que evitem contaminação. Entre as principais e mais básicas medidas para evitar as infecções hospitalares, podemos destacar:

  • Lavar adequadamente as mãos;

  • Usar equipamentos de proteção individual;

  • Descontaminar objetos e superfícies.

Leia também: Importância de lavar as mãos

→ Diferença entre infecção e inflamação

É comum observamos confusão quando o assunto é infecção e inflamação. Apesar de muitas vezes os termos serem usados como sinônimos, a infecção e a inflamação envolvem situações diferentes.

Quando falamos em infecção, estamos falando do desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo. Já a inflamação refere-se à reação do organismo à ação de um agente físico, químico ou biológico na tentativa de evitar e reparar danos causados por esses agentes.


Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Quais são as principais portas de entrada e saída de agentes infecciosos?

As portas de entrada para os patógenos são as membranas mucosas, a pele e a deposição direta sob a pele ou as membranas (via parenteral). Muitas bactérias e vírus têm acesso ao corpo penetrando nas membranas mucosas que revestem os tratos respiratório, gastrintestinal, geniturinário e a conjuntiva ocular.

Quais são as principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos?

2) As vias de eliminação ou portas de saída de infecção no organismo são: pele, membranas, secreções, fezes, urina, sangue e o aparelho reprodutor.

Quais as principais portas de eliminação de um agente causal?

É o local de penetração do agente etiológico no novo hospedeiro. Principais portas de entrada: – Mucosa do aparelho urogenital; – Mucosa do aparelho digestório; – Mucosa do trato respiratório; – Mucosa da conjuntiva ocular; – Ferida ou cicatriz umbilical; – Canal galactóforo; – Pele.

Quais as portas de entrada de um agente infeccioso?

A transmissão pode se dar pelo contato de um indivíduo com outro através de relação sexual, placenta, pele ou secreções corporais, através de mordedura de animais ou picadas de insetos. Pode ocorrer transmissão também através de uma fonte de água que abastece uma localidade, por exemplo.