Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?

Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?
Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?

Esporte de aventura e turismo de aventura: 

aproxima��es e distanciamentos

Deportes de aventura y turismo de aventura: similitudes y diferencias

Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?

 

*Doutorando em Ci�ncia do Desporto pela

Universidade de Tr�s-os-Montes & Alto Douro, Portugal

**Profa. Dra. do Programa de P�s-Gradua��o em Educa��o F�sica

da Universidade Gama Filho, RJ

Jairo Ant�nio da Paix�o*

Vera Lucia de Menezes Costa**

(Brasil)

 

Resumo

          Este estudo objetivou analisar poss�veis aproxima��es e distanciamentos entre esporte de aventura e turismo de aventura que se efetivam em diferentes ambientes naturais. Dentre as caracter�sticas que refor�am poss�veis semelhan�as e diferencia��es, pode-se afirmar que o turismo de aventura refere-se �quelas atividades tur�sticas que envolvem pr�ticas de esportes de aventura e risco no meio natural. Geralmente possuem car�ter n�o competitivo e com fins comerciais para um p�blico que n�o possui aptid�o no esporte. J� o esporte de aventura caracteriza-se pela presen�a do esportista, um agente ativo, conhecedor da atividade ora praticada de forma espont�nea, seja na perspectiva do lazer, recrea��o ou mesmo competi��o.

          Unitermos

: Esporte de aventura. Turismo de aventura

Abstract

          This study aimed to analyze possible approximations and distancing between sport of adventure and tourism of adventure that are brought into effect in different natural environments. Among the characteristics that reinforce possible similarities and differentiation, it is possible to affirm that the tourism of adventure refers to those touristic activities that take part in practices of adventure sports and risk in the natural environment. Generally they have character not competitively and with commercially ends for a public who has no aptitude in the sport. The adventure sport is already characterized for the presence of the sportsman, an active agent, knowing of the activity practiced in the spontaneous way in the perspective of the leisure, recreation or even competition.

          Keywords

: Adventure sport. Adventure turism
 
Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 14 - N� 139 - Diciembre de 2009

Quais as diferenças dos esportes de aventura na natureza dos esportes urbanos?

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Introdu��o

    Dentre as muitas transforma��es que acompanham o homem ao longo de sua trajet�ria hist�rica, o progresso tecnol�gico representou um afastamento humano do meio natural o qual, por sua vez, desencadeou uma serie de implica��es em seu cotidiano como, por exemplo, uma progressiva diminui��o no movimentar-se. Assim, fruto da modernidade, o homem viu-se distanciando cada vez mais do ambiente natural por entre a agita��o das grandes cidades (ZIMMERMANN, 2006).

    Desta feita, v�em-se o surgimento na contemporaneidade de ininterruptas manifesta��es l�dico-desportivas, entre as quais, aquelas vinculadas � id�ia de aventura. Tais manifesta��es propiciam ao praticante o (re)encontro com diferentes ambientes naturais como o terrestre, o aqu�tico e o a�reo.

    Estas pr�ticas corporais na natureza organizam-se sob duas vertentes: o turismo e o esporte de aventura. Apesar de se tratarem de duas situa��es distintas, com objetivos espec�ficos, percebe-se na grande maioria das vezes, uma tend�ncia entre as pessoas, de interpretar turismo de aventura esporte de aventura como sendo a mesma �coisa�.

    Neste sentido, o presente estudo objetiva analisar poss�veis aproxima��es e distanciamentos entre esporte de aventura e turismo de aventura que se efetivam em diferentes ambientes naturais no Brasil.

Procedimentos metodol�gicos

    Tendo como refer�ncia levantar a produ��o do conhecimento sobre esporte de aventura e turismo de aventura e assim analisar aproxima��es e distanciamentos entre ambas as formas em que se efetivam essas pr�ticas corporais na natureza, estabeleceu-se como refer�ncia para este estudo o emprego de t�cnicas de uma pesquisa bibliogr�fica, feito desta uma an�lise qualitativa.

    De acordo com Marconi e Lakatos (2007), a bibliografia pertinente oferece meios para definir e resolver n�o somente problemas j� conhecidos, como tamb�m explorar novas �reas em que os problemas n�o se cristalizaram suficientemente.

    Nessa perspectiva, � importante ressaltar que o ponto de partida n�o � desse modo, a pesquisa do material bibliogr�fico, mas a elabora��o de um questionamento. Na verdade, esses questionamentos realizados pelo pesquisador que ir�o conferir sentido � fonte estudada e, no limite, enquanto houver perguntas, essa fonte n�o estar� suficientemente explorada. Sobre esse aspecto Gil (2008) salienta que depois que se decide fazer uma pesquisa bibliogr�fica deve-se considerar as seguintes fases: a) determina��o dos objetivos; b) elabora��o do plano de trabalho; c) identifica��o das fontes; d) localiza��o das fontes e obten��o do material e) leitura do material f) tomada de apontamentos g) confec��o de fichas e h) reda��o do trabalho.

    Buscou-se contemplar as fases acima ressaltadas, de forma que o presente estudo tivesse o car�ter de objetividade e riqueza de dados, que possam contribuir no entendimento da discuss�o envolvendo esporte de aventura na natureza e a dimens�o preservacional no contexto da sociedade de consumo nesta contemporaneidade.

Esporte de aventura e turismo de aventura

    Ao se buscar o entendimento acerca de esporte de aventura e turismo de aventura, faz-se necess�rio inicialmente erigir pontos convergentes e divergentes acerca destas duas situa��es.

    Dentre as caracter�sticas que refor�am poss�veis diferencia��es, pode-se afirmar que turismo de aventura � um conceito amplamente difundido pelo Minist�rio do Turismo no Brasil. Refere-se �quelas atividades tur�sticas que envolvem pr�ticas de esportes de aventura e risco no meio natural. Geralmente possuem car�ter n�o competitivo e com fins comerciais. Como refor�a Arag�o Jr. (2005), geralmente o turismo de aventura s�o atividades oferecidas comercialmente para um p�blico que n�o possui aptid�o no esporte. Em sua maioria, trata-se de pessoas que necessitam serem acompanhadas e at� mesmo introduzidas na atividade.

    Dentre as diversas defini��es apresentadas nas pesquisas (PAIVA, 1999; ARAG�O JR, 2005; TEIXEIRA, 2005), o esporte de aventura caracteriza-se pela presen�a do esportista, um agente ativo, conhecedor da atividade ora praticada de forma espont�nea, seja na perspectiva do lazer, recrea��o ou mesmo competi��o. Ainda que neste estudo optou-se pela denomina��o de esportes de aventura, percebe-se que esta vertente desportiva apresenta uma diversificada terminologia (fig. 1). Dentre esta terminologia observa-se um predom�nio da l�ngua estrangeira. Esta situa��o se deve ao fato de a maioria dessas pr�ticas corporais na natureza terem sido criadas nos Estados Unidos (IN�CIO, 1997; BAHIA, 2002; VIEIRA, 2004).

    Os esportes de aventura possuem caracter�sticas e significados diferenciados dos esportes tradicionais. N�o possuem limita��o de tempo e espa�o. A partir de normas de seguran�a existentes, as diferentes modalidades permitem ao praticante confrontar-se consigo e assim superar limites, ultrapassar barreiras e vencer desafios.

Tabela 1. Terminologias atribu�das �s pr�ticas f�sicas no meio natural

Esportes de aventura

Pela busca de sensa��es limites, de buscar sempre o mais dif�cil.

Pela sensa��o de harmonia ao utilizar as energias da natureza como forma de propuls�o e deslize.

Devido ao enfoque recreativo e de aventura das atividades ao ar livre.

Por suas possibilidades de unir emo��o e sensa��o nas pr�ticas ao ar livre.

Pelo lugar leg�timo da pr�tica.

Pela aproxima��o entre a natureza e a tecnologia.

Terminologia

Descri��o

Pela busca de incerteza e risco; contr�rio ao esporte tradicional que busca reduzir sistematicamente a incerteza, domesticando o espa�o da pr�tica.

Esportes radicais

Privilegiam o risco e a aventura, principalmente em ambientes urbanos. Ex: skate, bungee jump, escalada esportiva indoor, manobras de bike (frestyle), patins (roller) e outros.

Atividades f�sicas de aventura na natureza(AFAN)

Atividades com concep��es f�sico-recreativas diferentes do esporte tradicional, sem necessidade de regras, nem institucionaliza��o, variando os graus de motiva��o dos praticantes, as condi��es da pr�tica, os meios utilizados para seu desenvolvimento pleno de aventura (BETR�N, 1995).

Novos desportos

Atendendo a seu car�ter inovador, diferente e alternativo.

Esportes em liberdade

Sujei��o m�nima a normas de regulamenta��o e institucionaliza��o.

Esportes californianos

Indicando a origem geogr�fica e cultural.

Esportes selvagens

Por seu car�ter natural, aberto, libert�rio, incerto em sua pr�tica, carente de regulamento, de institucionaliza��o, de espa�o fixo e de hor�rio.

Esportes extremos

Atividades deslizantes de aventura

Outdoor adventure recreation

Atividades de emo��o e aventura ao ar livre

Atividades na natureza ou Atividades esportivas no meio natural

Esportes tecno-ecol�gicos

Atividades f�sicas no entorno natural(AFEN)

Atividades f�sicas no meio natural (AFMN)

Atividades f�sico-esportivas de aventura (AFA)

Fonte: Marinho (2007).

    Ao se considerar a dimens�o econ�mica que perpassa tanto o turismo quanto o esporte de aventura, faz-se necess�rio n�o perdermos de vista que estas pr�ticas corporais na natureza movimentam uma verdadeira ind�stria voltada ao entretenimento, como os investimentos de capital em recursos tecnol�gicos, produ��o de equipamentos sofisticados, comercializa��o de artigos e utens�lios necess�rios � pr�tica, realiza��o de eventos competitivos por empresas especializadas, hospedagens e em campanhas publicit�rias veiculadas pela m�dia, as quais evocam acima de tudo a aventura, a adrenalina e as fortes emo��es.

    O perfil do cliente do turismo de aventura comp�e-se por indiv�duos que num primeiro momento buscam determinada pr�tica corporal na natureza, pelo interesse que tem em conhec�-la e experiment�-la, podendo no futuro tornar-se um praticante de uma modalidade em quest�o.    

    De uma maneira geral, pode-se afirmar a inexist�ncia de modalidades esportivas na natureza especificas para o turismo ou o esporte de aventura nos diferentes ambientes naturais. A classifica��o dessas atividades, como afirma Vieira (2004), ocorrem em fun��o do ambiente natural onde s�o realizados. H� que consideramos que algumas modalidades, por serem vivenciadas em mais de um ambiente natural, acabam sendo inclu�das em mais de uma categoria (fig. 2).

Tabela 2. Principais modalidades esportivas na natureza praticadas em diferentes ambientes

Arborismo

- Consiste em percorrer as copas das �rvores utilizando estruturas de madeira, cabos e redes.

Bicicross

- Modalidade que se utiliza uma bicicleta, possuindo varia��es como o freestyle, o half-pipe e o circuito, onde s�o realizadas as corridas.

Ca�a esportiva -

Consiste em abater esp�cies da fauna, sem fins comerciais, com autoriza��o do IBAMA. No Di�rio Oficial da Uni�o, o Minist�rio do Meio Ambiente regulamenta os locais, as esp�cies e os procedimentos para se conseguir a Autoriza��o Anual de Ca�a Amadora.

Canionismo/cascading -

Consiste em seguir o percurso tra�ado por um curso d'�gua no interior de um c�nion ou de uma cachoeira, utilizando t�cnicas verticais.

Cavalgada

- A cavalgada consiste em percorrer trilhas em ambientes naturais utilizando cavalos.

Caving

- Atividade desenvolvida com o intuito de explorar o interior de cavernas.

Corridas de Aventura

- � uma atividade multiesportiva, podendo ter a dura��o de algumas horas at� alguns dias, tendo como componente de suas disputas a orienta��o, o mountain bike, t�cnicas verticais, canoagem, nata��o em �guas abertas, entre outros.

Cross Country

-
S�o corridas a p� realizadas em terrenos como grama ou terra, geralmente com obst�culos naturais.

Enduro a p�

- � uma prova de regularidade, que consiste em caminhar por um percurso pr�-definido em uma planilha contendo dist�ncias e velocidades m�dias.

Enduro Eq�estre

- Os competidores t�m que cobrir um percurso em ambiente natural, em um tempo determinado, com paradas para controle veterin�rio do animal.

Escalada

- Consiste basicamente na ascens�o em superf�cies s�lidas, utilizando a for�a e equipamentos especiais.

Golfe -

Atrav�s de tacadas deve-se acertar os conjuntos de buracos (9 ou 18), sendo as principais modalidades disputadas: stroke play, em que o vencedor � o que der o menor n�mero de tacadas e match play, em que s�o conferidos pontos para cada buraco.

Mountain Bike

� Modalidade utilizando bicicleta, possuindo duas varia��es: uma pista em regi�o montanhosa; e o downhill, uma descida �ngreme na montanha.

Motociclismo

- Possui algumas modalidades, entre elas destaca-se o motocross, que consiste em uma competi��o em circuito de terra; o enduro de regularidade, disputado em trilhas, devendo obedecer a velocidades m�dias pr�-estabelecidas; e o cross country, que s�o corridas disputadas em estradas de terra.

Off-Road

- Utiliza ve�culos com tra��o nas 4 rodas para percorrer trilhas ou estradas de terra.

Orienta��o

- Corrida em ambiente natural, apenas com os pontos de partida e chegada definidos. Postos de controle s�o espalhados pelo percurso. Utiliza mapa e b�ssola para orienta��o.

Paintball

-
Esporte onde os jogadores disputam a posse de uma bandeira tentando paralelamente eliminar a equipe advers�ria com armas que disparam bolinhas de tinta colorida.

Rapel

- Consiste em realizar descidas verticais com aux�lio de uma corda.

Sandboard

- Esporte praticado em dunas de areia, usando uma prancha, revestida na face inferior com uma placa de f�rmica, a�o inox ou pl�stico.

Trekking

:
S�o caminhadas em contato com a natureza. Tamb�m conhecidas como backpacking e hiking. 

B�ia-Cross

- Descida em rios utilizando-se de uma c�mara de ar de caminh�o, ou pranchas especiais.

Body Boarding

- Atividade semelhante ao surf, por�m o praticante realiza as manobras deitado junto � prancha.

Canoagem

- Este termo serve para se designar o esporte praticado em canoas, caiaques e wave-ski, indistintamente, em meios aqu�ticos.

Caiaque

- Trata-se de embarca��o fechada, usando um remo de duas p�s.

Canoa

- Trata-se de uma embarca��o aberta ou fechada, utilizando-se um remo de uma p�.

Wave-Ski

- Esporte que consiste em realizar manobras nas ondas. Utiliza-se uma embarca��o aberta e um remo de duas p�s.

Jet Ski

- S�o motos aqu�ticas, havendo v�rios tipos de competi��es e categorias, como o free style, endurance e o slalom.

Kite Surf

-
O Kite Surf consiste numa prancha de windsurfe tracionada por uma esp�cie de parapente, permitindo manobras na �gua e no ar.

Moton�utica -

Competi��es entre embarca��es motorizadas.

Mergulho

- Atividade que consiste em visitar ambientes subaqu�ticos (marinhos ou fluviais) equipados com cilindro de ar comprimido (mergulho aut�nomo). Utiliza-se tamb�m apenas m�scara, snorkel e nadadeiras (mergulho livre).

Pesca Esportiva -

A pesca esportiva � a que se pratica com linha de m�o ou equipamentos espec�ficos, desde que n�o importe em atividade comercial.

Rafting

- Consiste em percorrer as corredeiras de um rio em botes infl�veis.

Surf

-
Atividade realizada no mar, em que o esportista, em p� em uma prancha executa manobras nas ondas.

Triathlon -

Competi��o envolvendo nata��o em �guas abertas, ciclismo e corrida.

Vela

- Utiliza-se embarca��es movidas � vela e sem uso de motores.

Wakeboard

- variante do esqui aqu�tico, em que os praticantes deslizam e fazem manobras em uma prancha com al�as para fixa��o dos p�s.

Windsurf

- Chamado de prancha a vela, podendo ser praticado em diferentes ambientes aqu�ticos.

 

Asa Delta

- � uma modalidade de v�o livre, n�o motorizado, em que o praticante voa deitado, preso a um cinto. A decolagem � feita em plataformas especiais, geralmente em montanhas, podendo planar por v�rias horas, de acordo com as correntes de ar que encontrar.

Parapente

- �uma modalidade do v�o livre, em que o piloto voa sentado. A decolagem � realizada em plataformas especiais, geralmente em montanhas.

Balonismo

- Consiste em inflar grandes bal�es esportivos com ar quente, e manej�-los a partir de um cesto para tripulantes. Atividades diversas s�o desenvolvidas, como decolagem e pouso em pontos espec�ficos, corridas, lan�amentos de objetos em alvos.

Base Jump

- Variante do p�ra-quedismo, onde os praticantes saltam de grandes estruturas naturais ou constru�das. O objetivo � retardar a abertura do p�ra-quedas, podendo combinar evolu��es com pranchas.

Bungy Jump

ou Bungee Jump - Pode se realizar na natureza ou em �rea urbana (pontes, guindastes). Consiste em saltar de um local preso a uma corda el�stica.

P�ra-quedismo

- Os praticantes s�o levados por um avi�o e saltam em diferentes altitudes dependendo do estilo praticado. Durante a queda pode haver evolu��es individuais ou em grupo.

P�ndulo (Rope Swing)

- � uma atividade semelhante ao bungee jump, por�m fica-se amarrado em uma corda n�o el�stica, ou em um cabo de a�o, em movimento pendular.

Sky-Surf

- Uma variante do p�ra-quedismo onde os praticantes saltam de um avi�o. Utilizam uma prancha especial semelhante � do surf, fazendo evolu��es e manobras durante a queda.

Tirolesa

- � a travessia em uma corda, entre dois pontos, podendo ser realizada em rios, cachoeiras e montanhas.

Trike

- Modalidade similar a asa delta, com a diferen�a de ser motorizada. � poss�vel decolar do solo. Existem modelos que permitem decolar e pousar na �gua.

V�o a vela

- V�os realizados com planadores, isto �, avi�es sem motor, podendo decolar ou de uma rampa ou ap�s ganharem altura rebocados por outro avi�o.

Terrestres

Aqu�ticas

A�reas

Fonte: Vieira (2004).

Risco e pr�ticas corporais na natureza

    Ainda que as aproxima��es e distanciamentos apresentados entre turismo e esporte de aventura reforcem a id�ia de duas situa��es distintas na forma de se vivenciar estas pr�ticas corporais na natureza, h� que se considerar o risco como um importante elemento, comum entre turismo e esporte de aventura.

    Assim, independentemente de se realizam dentro ou fora do contexto comercial, como afirma Spink (2004), essas pr�ticas corporais na natureza envolvem riscos consider�veis e at� mesmo extremos �s habilidades do indiv�duo (praticante de uma modalidade de esporte de aventura ou cliente de algum pacote de turismo de aventura), podendo implicar na sua integridade f�sica e emocional. E em casos de erros e ou falhas, dependendo da modalidade, inclui-se a morte.

    Os riscos inerentes �s estas pr�ticas corporais, seja no �mbito do turismo quanto do esporte de aventura, devem ser rigorosamente calculados para que os praticantes possam extrair prazer da atividade. No entanto, em alguns casos, a t�cnica, a coragem e �mpeto em vivenciar fortes emo��es por parte dos indiv�duos-aventureiros n�o s�o suficientes para impedir que ocorra um s�rio acidente

    Neste sentido, como evidencia Abdalad (2001) os riscos escolhidos pelos sujeitos s�o mais aceit�veis do que os riscos impostos por determinadas circunst�ncias que envolvam perigos. Nas pr�ticas f�sicas na natureza, seja na vertente do esporte de aventura e ou turismo de aventura, os indiv�duos escolhem suas atividades e arriscam-se em suas aventuras ao buscarem situa��es que lhes proporcionem prazer com seguran�a. Desta feita, esses aventureiros lan�am-se no universo da incerteza minimizando ao m�ximo a possibilidade de riscos que possam comprometer sua integridade corporal ou emocional. N�o possuem caracter�sticas suicidas, t�m uma clara no��o de limite na rela��o com o risco, rigorosamente calculado, utilizando para isso equipamentos e t�cnicas que os possibilitem maior controle da situa��o vivida.

    Assim, ao se considerar o risco deve-se considerar tamb�m procedimentos que visem a manuten��o da integridade f�sica e mental do praticante, condicionamento f�sico, desenvolvimento de habilidades necess�rias � modalidade de aventura em quest�o, al�m de estrat�gias que visem � conscientiza��o do praticante para com a preserva��o do meio natural. Tais procedimentos encontram-se intimamente atreladas � postura do profissional que se encontra � frente na condu��o dessas pr�ticas corporais na natureza, seja na vertente do esporte ou mesmo do turismo de aventura.

Meio natural: aspecto preservacional

    Se por um lado pode-se lan�ar um olhar positivo em rela��o a intera��o do homem com a natureza, (seja por meio do turismo ou esporte de aventura), por outro esta intera��o merece aten��o, pois o crescente surgimento de modalidades esportivas que utilizam o meio natural para a sua pr�tica, associado ao aumento do n�mero de praticantes, resulta em uma explora��o ainda maior dos fatores ambientais envolvidos no desenvolvimento dessas atividades (MAROUN e VIEIRA, 2007).

    A estreita rela��o entre essas pr�ticas corporais e os diferentes ambientes naturais, se deve uma vez que a natureza se apresenta como cen�rio para a realiza��o das modalidades. Assim, praias polu�das, �reas verdes devastadas, excesso de poluentes lan�ados na atmosfera, s�o exemplos de problemas ambientais que afetam diretamente o desenvolvimento do turismo e do esporte de aventura na natureza.

    Desta forma, ainda que possa parecer instigante e prazeroso o (re)encontro do homem com a natureza, h� que se considerar que sem os devidos cuidados tal evento pode acarretar s�rios riscos de degrada��o e conseq�ente amea�a ao meio natural (PORTILHO, 2005; GUATARI, 2006; GR�N, 2005, BAUDRILLARD, 2007).

    Marinho e In�cio (2007), refor�am esta id�ia afirmando que nas atividades f�sicas na natureza, a desorganiza��o na intera��o homem-meio natural pode levar � destrui��o dos elementos constituintes da flora e da fauna do entorno, acarretando efeitos ecossist�micos que em longo prazo comprometer�o determinado meio natural. Com tal procedimento, a natureza reduz-se a um mero l�cus atrativo e destinado � pr�tica desportiva, limitando-se ao atendimento do praticante na busca de aventura, sensa��o de risco, vertigem, momentos de lazer dentre outros.

    A partir dessas considera��es, pode-se afirmar que as pr�ticas corporais na natureza tanto na vertente do turismo quanto do esporte de aventura poder�o ocasionar a um determinado meio natural impacto ambiental1 que, dependendo da qualidade da interven��o ali desenvolvida poder� se configurar como positivo ou negativo ao ambiente onde � praticado.

Considera��es finais

    A an�lise de aspectos que delineiam aproxima��es e distanciamentos entre esporte de aventura e turismo de aventura permite afirmar que diversidade em termos de op��es de pr�ticas f�sicas na perspectiva do lazer do entretenimento e da competi��o surge numa propor��o consider�vel nesta contemporaneidade. Tal fato contribui n�o somente para a constru��o de novas formas de lazer, como ainda de possibilidades de trabalho e crescimento econ�mico de determinadas regi�es privilegiadas pela geografia.

    Dentre as aproxima��es pode-se mencionar, por exemplo, a indistintabilidade entre pr�ticas corporais empregadas pelas vertentes do esporte e do turismo de aventura nos diferentes ambientes naturais no que se refere ao fator risco. Nesta mesma propor��o, o aspecto preservacional ligado ao meio ambiente dever� ser encarado como um ponto em comum, pois as a��es empreendidas pelo homem poder�o ocasionar a um determinado meio natural impacto ambiental positivo ou negativo para determinada regi�o.

    No que se refere aos distanciamentos percebe-se que na vertente do turismo de aventura, as pr�ticas f�sicas apresentam car�ter n�o competitivo e eminentemente com fins comerciais. Um outro aspecto percebido no turismo de aventura � o fato de o p�blico n�o possuir aptid�o no esporte.Em contra partida, no esporte de aventura o indiv�duo apresenta-se numa postura mais ativa, mostra-se detentor de certo conhecimento acerca da modalidade praticada tanto na perspectiva do lazer quanto de alto rendimento.

Nota

  1. O impacto ambiental na maioria das vezes resulta da interven��o do ser humano sobre o meio ambiente. Como afirmam Maroun e Vieira (op. cit.) o impacto ambiental pode ser entendido como a modifica��o ou altera��o das propriedades do meio ambiente que n�o possam ser absorvidas pelo mesmo sem causar altera��o do equil�brio do ecossistema. Os autores afirmam ainda que os impactos ambientais podem afetar os componentes bi�ticos (componentes vivos do meio ambiente, como a fauna e a flora), abi�ticos (elementos n�o vivos, como a �gua, a atmosfera e o solo) e antr�picos (compreende os fatores sociais, econ�micos e culturais da sociedade humana), podendo ser classificados quantitativa e/ou qualitativamente segundo alguns crit�rios, como em rela��o ao tempo da ocorr�ncia, � dura��o e � signific�ncia dentre outros. Na vis�o de Moura (2000), os impactos ambientais classificam-se em tr�s categorias que s�o os problemas globais: impactos que afetam toda a humanidade, cuja amplitude de conseq��ncias � suficientemente grande para ser considerado como global. Pode-se citar como exemplos a destrui��o na camada de oz�nio, os res�duos de pesticidas nos alimentos, o efeito estufa - aquecimento global � e a destrui��o de florestas. Os Problemas regionais surgem como uma segunda categoria de impactos ambientais que acaba comprometendo uma regi�o geogr�fica razoavelmente bem definida. Temos como exemplo os acidentes nucleares, polui��o do ar, o despejo de lixo s�lido e �leo, a polui��o da �gua, a radia��o, e os defensivos agr�colas. E finalmente como terceira categoria os problemas locais que afetam o local de instala��o de uma empresa bem como �reas adjacentes. Inserem-se como exemplos a exposi��o do trabalhador a produtos qu�micos, a polui��o do ar residencial, a radia��o por g�s Rad�nio e raios X.

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Qual a diferença entre esportes de aventura na natureza e urbanos?

As práticas de aventura costumam ser relacionadas a ambientes no meio da natureza, como a escalada de uma montanha ou a descida de uma corredeira em um caiaque etc. Mas quando falarmos em práticas de aventura urbana, trata-se de atividades que buscam simular as mesmas sensações e movimentos, só que na cidade.

Qual a diferença dos esportes de aventura em relação a outros esportes?

As diferenças dos esportes de aventura dos esportes radicais podem ser vistas de forma clara quando olhamos para as atividades de ação e as tranquilas, essa é uma das principais diferenças dos Esportes de Aventura de Esportes Radicais, além do ambiente também poder ser um ponto que diferencia essas atividades é a ...

Quais são os esportes corporais de aventura urbana e da natureza?

Vamos citar abaixo alguns esportes radicais urbanos bem interessantes..
Skate. Um dos mais conhecidos e praticados esportes urbanos. ... .
Rapel. O rapel consiste na descida em alturas. ... .
Parkour. ... .
Base Jumping. ... .
Paintball. ... .
Buildering. ... .
Slackline. ... .

O que é esporte de aventura e natureza?

Os esportes de aventura são os que exigem esforço físico e mental um pouco maior que os demais, isso por conta dos riscos que corremos durante a execução da atividade e que podem estar relacionados à velocidade, altura, água ou outros fatores.