Quais as principais transformações ocorridas com a Segunda Revolução Industrial?

A Segunda Revolução Industrial realizou-se do século XIX até a primeira metade do século XX e constituiu a segunda etapa de evolução progressiva do advento da indústria.

Os estudiosos de história, geografia e economia, normalmente, costumam dividir o processo histórico conhecido como Revolução Industrial em três fases. Na fase inicial, evidencia-se o pioneirismo inglês, isto é, as condições econômicas e políticas que se desenvolveram na Inglaterra, entre os séculos XVII e XVIII, e propiciaram os primórdios da Revolução Industrial. A partir do século dezenove, novos aparatos tecnológicos e novas demandas sociais acabaram ampliando as dimensões da indústria. Essa fase ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial e perdurou até a segunda metade do século XX, quando sobreveio a chamada Terceira Revolução Industrial.

Na fase da Segunda Revolução Industrial, o mundo sofreu as principais transformações que definiram a contemporaneidade: como os desdobramentos da Revolução Francesa, a ascensão do Império Napoleônico, o Nacionalismo, o Imperialismo, o fascismo e o nazismo, e as duas guerras mundiais. Além disso, houve, no plano econômico, a integração entre o capital industrial e o capital financeiro, o que estreitou ainda mais as relações entre os continentes, sobretudo pelo fato de os países da América Latina também terem conquistado a sua independência.

Em meio a esses acontecimentos, a indústria teve um crescimento exponencial, haja vista que foram eventos resultantes da progressiva conquista burguesa por espaço político. O capitalismo realizou-se integralmente com a industrialização, e esta foi operada pela burguesia e articulada junto ao trabalho do operariado, que, ao instalar-se nos grandes centros urbanos, alterou profundamente a vida social. A própria formação da sociedade em torno da indústria instalou uma grande demanda por consumo de produtos advindos delas. Para atender a grande massa de pessoas que habitavam as grandes cidades, a indústria precisou ampliar sua capacidade de produção e distribuição de produtos.

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A criação da chamada indústria de base, isto é, que fabrica bens de produção (peças para maquinários, sobretudo), como as metalúrgicas e siderúrgicas, foi decisiva nesse contexto. Com a indústria de base tornou-se possível a produção de ligas metálicas, como o aço, e a invenção de máquinas, como as locomotivas movidas a vapor (importantíssimas para o transporte tanto de matérias-primas quanto de pessoas), das ferrovias, do motor de combustão interna, dos automóveis, navios, aviões, entre outros.

Diretamente associada à indústria de base estava a descoberta dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo. Esse último foi essencial no contexto da Segunda Revolução Industrial, sobretudo por possibilitar (por meio de seus derivados, como óleo diesel e gasolina) o funcionamento das principais invenções citadas no parágrafo acima. Na segunda metade do século XIX, inventores como Carl Benz, Diesel e Henry Ford mudaram a história da indústria com a criação de motores e automóveis. Ford, especificamente, foi o responsável pela criação de um dos principais modelos de produção em série de automóveis, seguido durante muito tempo por outras empresas.

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A Segunda Revolução Industrial demarca um período de alterações nos processos de produção. Ocorreu no século XIX, a partir de 1850, afetando em larga escala as relações comerciais entre os países industrializados. Esta etapa é considerada a continuação da Primeira Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra cerca de 100 anos antes.

Com duração de 100 anos, abrangendo também o início do século XX, a Segunda Revolução Industrial apresentou mudanças em relação à ocorrida no período anterior. Estas novas características consistem na revolução do segmento dos transportes, no desenvolvimento da tecnologia, na criação de novas áreas de atuação na indústria, na utilização de novos recursos energéticos e, consequentemente, na expansão do movimento industrial através da Europa, América do Norte e parte da Ásia. Dentro deste contexto, os países que fizeram parte da Segunda Revolução Industrial foram Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, França, Países Baixos, Itália e Japão.

Inovações e fontes de energia

Outro fator da industrialização alterado a partir daquele momento foi o processo de produção. Se durante a Primeira Revolução Industrial a atenção era focada no carvão mineral – utilizado para fazer funcionar o maquinário a vapor – na Segunda Revolução Industrial ocorreu a sua substituição pela energia elétrica e principalmente pelo petróleo.

Com isso, os setores da indústria foram bastante diversificados, nascendo a emergente indústria de base, que contava com as companhias petroquímicas – atuantes na produção de petróleo e seus vários derivados – e as siderúrgicas com a transformação do aço.

Quais as principais transformações ocorridas com a Segunda Revolução Industrial?

O uso de petróleo foi uma das principais características da Segunda Revolução Industrial. Na foto, uma refinaria de petróleo. Créditos: Travel mania / Shutterstock.com

Tempos modernos

No filme Tempos Modernos (1936), o personagem de Charles Chaplin enfrenta várias horas em uma fábrica repetindo o mesmo movimento. Esta foi uma crítica do cineasta em relação a uma das principais características da Segunda Revolução Industrial: os processos de produção em série, ou seja, a produção em massa. Com humor, Chaplin representa um trabalhador fabril que, mesmo após o final das longas horas do expediente, sai pelas ruas fazendo o mesmo repetindo o movimento técnico utilizado na linha de produção. O filme retrata a condição do homem naquele período como uma peça dentro de um mecanismo industrial.

Taylorismo e fordismo

Esta produção em série foi dividida entre duas categorias: o fordismo e taylorismo. O segundo consiste em um sistema no qual a divisão das tarefas e a especialização do trabalhador se dão somente em uma atividade, ou seja, uma especialização de um processo industrial. O primeiro é, em suma, a união da prática do taylorista com o potencial de utilizá-la aliada às máquinas e ao sistema industrial de que Henry Ford dispunha.

Revolução nos transportes

Na Segunda Revolução Industrial foi iniciado também um avanço no segmento dos transportes. Diferentemente da Primeira Revolução Industrial, na qual as relações comerciais e a movimentação dos trabalhadores ocorriam em uma área delimitada, nesta segunda fase os transportes se davam por meio de trens a vapor, navios e foi fundamental também para a criação do avião e dos automóveis, o que aumentou a área de relações. Foi o início das construções de ferrovias quilométricas para interligar as cadeias produtivas, além de trazer praticidade à movimentação das pessoas.

Exploração da África e da América Latina

Durante a Segunda Revolução Industrial ocorreu o fenômeno do neocolonialismo, também conhecido como imperialismo. Trata-se da política executada pelos países industrializados em relação às nações da África e posteriormente da América Latina. O objetivo desta prática é conseguir novas matérias primas para a alimentação dos processos industriais, destituindo a soberania dos países em questão para movimentar os mercados na direção da Europa e da América do Norte. É importante frisar que tais práticas continuaram sendo realizadas até o século XXI.

Contradições e teorias

Dentro do contexto da Segunda Revolução Industrial surgiram teorias que tinham o objetivo de apontar as contradições daquele processo. Saint-Simon e Fourier indicavam que a resolução dos problemas poderia ocorrer por meio de um acordo entre os proletários e os donos dos meios de produção, ou seja, a burguesia. A este fenômeno Karl Marx cunhou de socialismo utópico. Marx, por sua vez, junto a Friedrich Engels, fundou o socialismo científico, que indicava uma reorganização racional do processo produtivo por meio de uma cisão revolucionária entre o proletariado e a classe burguesa.

Leia também:

  • Terceira Revolução Industrial
  • Quarta Revolução Industrial

Fontes:

IANNONE, Roberto Antonio. A revolução industrial. 9. ed. São Paulo: Moderna, 1997. (Coleção Polêmica)

https://www.britannica.com/topic/Second-Industrial-Revolution

http://www.ufscar.br/cursinhoufscar/seg_revolucaoind.htm

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/segunda-revolucao-industrial/

Quais foram os principais avanços da Segunda Revolução Industrial?

A Segunda Revolução Industrial resultou em uma série de invenções, dentre as quais se destacam:.
Motor à combustão e elétrico;.
Lâmpada incandescente;.
Trens a vapor e ferrovias;.
Navios de aço;.
Automóvel;.
Telégrafo, telefone, televisão;.
Dínamo elétrico;.

Quais são as principais mudanças trazidas pela Revolução Industrial?

As principais delas são a urbanização, o crescimento demográfico e o surgimento do operariado, com a exploração do trabalho. Além disso, ocorreu uma mudança da noção de tempo.

Quais foram as transformações que marcaram a primeira e a Segunda Revolução Industrial?

Aumentou o mercado e houve diferença no trabalho que passou de subsistência para produção em grande escala nas fábricas, as coisas ficaram mais tecnológicas. Aumentou a desigualdade social também.

Quais são as principais características da segunda fase da Revolução Industrial?

desenvolvimento tecnológico intenso, principalmente nas indústrias metalúrgica, química, elétrica e farmacêutica;.
período de grandes invenções que revolucionaram a medicina, a eletricidade, os meios de transporte, as guerras;.
surgimento dos Estados Unidos como grande potência econômica mundial;.