Quais países foram contra a resolução da ONU?

O projeto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve 143 votos a favor, cinco contra (Rússia, Síria, Nicarágua, Coreia do Norte e Bielorrússia) e 35 abstenções (entre as quais a da China).

A resolução condena claramente os "referendos ilegais" da Rússia e a "tentativa de anexação ilegal" e diz que são inválidos sob o direito internacional.

"A ONU não tolerará tentativas de anexação pela força", disse a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas Greenfield, minutos antes da votação.

"Hoje é a Rússia a invadir a Ucrânia. Mas amanhã pode ser outra nação a ver o seu território violado. Podem ser vocês. Vocês podem ser os próximos. Nesse cenário, o que esperariam que esta Câmara fizesse?", questionou.

Além de exigir que a Rússia reverta a anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, a resolução declara que as ações de Moscovo violam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e são inconsistentes com os princípios da Carta da ONU.

Quais países foram contra a resolução da ONU?

João Ricardo de Vasconcelos, correspondente da RTP nos Estados Unidos

"É incrível", louvou o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsyat, após a votação. 

Já o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, insistiu que o seu país está a atuar na Ucrânia em defesa de uma população e que os referendos, e consequente anexação, tiveram o apoio da população local.

Nebenzya disse ainda à Assembleia Geral que a resolução é "politizada e abertamente provocativa", acrescentando que a mesma "pode destruir qualquer esforço no sentido de uma solução diplomática para a crise".

O texto também inclui linguagem de apoio à redução do conflito e promove a resolução do mesmo através de "diálogo político, negociação, mediação e outros meios pacíficos", com respeito às fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia e de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas.

c/ agências

Cabo Verde e Guiné-Bissau votaram a favor da resolução e São Tomé e Príncipe não esteve presente

A Assembleia Geral das Nações Unidas votou nesta quarta-feira, 12, uma resolução a condenar a anexação pela Rússia de quatro regiões da Ucrânia.

Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau votaram a favor da resolução, que condena a "tentativa de anexação ilegal" da Rússia de quatro regiões parcialmente ocupadas na Ucrânia e pede a todos os países a não reconhecerem a medida.

Moçambique, tal como tinha feito na anterior votação, optou pela abstenção, enquanto São Tomé e Príncipe esteve ausente.

Brasil e Portugal também votaram a favor.

No total foram 143 votos a favor, cinco contra e 35 abstenções.

Votaram contra a resolução a própria Rússia e ainda Bielorússia, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria.

Em relação às anteriores votações, Cabo Verde manteve a mesma votação contra a Rússia, Angola, que tinha optado pela abstenção votou agora a favor, e a Guiné-Bissau votou agora pela primeira vez.

A maioria dos que se abstiveram, com a China à cabeça, é integrada por países africanos.

Ao justificar o voto do Governo angolano, a embaixadora junto das Nações Unidas disse que “votou a favor da presente resolução em conformidade com as suas convicções sobre o bem fundado do princípio sacrossanto da integridade territorial consagrado na sua própria Constituição que define Angola como um Estado unitário e indivisível, cujo território é inviolável e inalienável”.

Maria de Jesus dos Reis Ferreira citou também as provisões da Carta das Nações Unidas e do Acto Constitutivo da União Africana (UA).

A diplomata lembrou que as relações entre Luanda e Moscovo “datam desde a antiga URSS que jogou um papel determinante na nossa luta contra o colonialismo e contra a invasão do território angolano pelo exercito do regime do apartheid da África do Sul” e hoje referiu, há uma “uma estreita relação de amizade e cooperação em diversos domínios de interesse comum”.

Reis Ferreira também referiu que com a Ucrânia, que foi parte integrante da ex-URSS, “Angola tem igualmente boas relações diplomáticas”.

“Essas relações constituem um dos factos que justificam a grande preocupação constantemente manifestada pela República de Angola sobre a guerra que opõe a Federação Russa à Ucrânia e que, para além de provocar inúmeras baixas humanas, ter gerado milhares de deslocados e refugiados jamais vistos desde a segunda guerra mundial, bem como a destruição de importantes infra-estruturas do património nacional da Ucrânia, a mesma guerra tem causado igualmente sérias consequências na paz e segurança mundiais, assim como nas economias dos países no geral”, disse a embaixadora angolana que reiterou “o seu apelo às partes a cessarem as hostilidades e primarem pela resolução pacífica do conflito por via do diálogo, em pleno respeito do direito internacional”.

Maria de Jesus dos Reis Ferreira concluiu que o apelo de Luanda “está conforme com o princípio de não indiferença da UA (União Africana), assim como com os esforços para a promoção da paz e segurança em África que Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, tem envidado na sua qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África”.

Por seu turno, a embaixadora americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que “o resultado mostra que a Rússia não pode intimidar o mundo”.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse à Assembleia Geral antes da votação que a resolução era "politizada e abertamente provocativa", acrescentando que "poderia destruir todo e qualquer esforço em favor de uma solução diplomática para a crise".

Quais são os países que não faz parte da ONU?

Estados-membros da ONU parcialmente não reconhecidos.

Qual foi o último país a entrar na ONU?

O último país a aderir à ONU foi o Sudão do Sul, em 2011, ano em que esse país tornou-se independente.

Quando a Rússia entrou na ONU?

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi membro fundador das Nações Unidas, ingressando em 24 de outubro de 1945, permanecendo até 23 de dezembro de 1991. Seu assento foi tomado pela Rússia, sob o nome de Federação Russa.

Quais os países que votam na ONU?

Membros permanentes.