Quais são as etapas do gerenciamento de resíduos sólidos e explique cada uma?

Gerenciamento de resíduos: como funciona e qual a sua importância

Quando o assunto é gerenciamento de resíduos sólidos, o Brasil ainda pode ser comparado à países subdesenvolvidos, principalmente devido ao seu padrão de descarte. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), ainda existem mais de 3 mil lixões a céu aberto, presentes em mais de 1.600 cidades brasileiras.

Durante o ano de 2017, cada brasileiro produziu 378 quilos de resíduos, o que equivale a cerca de 1 quilo por dia. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 32% é reciclável, 51,4% é orgânico e 16,7% são outros materiais. 

Ainda segundo a Abrelpe, cerca de 7 milhões de toneladas de lixo continuam fora do sistema de coleta regular e até mesmo dos lixões. Isso equivale a mais de 6 mil piscinas olímpicas. Dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) de 2018 revelam que apenas 22% dos municípios brasileiros têm coleta seletiva.

Quais são as etapas do gerenciamento de resíduos sólidos e explique cada uma?

Foto: Biota-Geom

Diante deste cenário, é essencial que cada cidadão e empresa faça o gerenciamento de resíduos de maneira responsável e correta. 

O que é gerenciamento de resíduos sólidos?

O Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem como objetivo reduzir o volume, dar tratamento adequado aos resíduos gerados, bem como conscientizar os responsáveis acerca das boas práticas ambientais para a correta gestão dos resíduos sólidos, considerando a não geração, evitando perdas, a redução, reutilização, reciclagem e destinação ambientalmente adequados para minimizar os impactos negativos no meio ambiente.

A gestão de resíduos mais eficiente é baseada na análise do ciclo de vida dos produtos que nada mais é que a história completa do produto através de suas fases de vendas até o seu declínio quando então ele é retirado do mercado e em uma produção mais limpa onde os fabricantes devem se preocupar desde o projeto, seleção de matérias primas, processo de produção, consumo, reutilização, reparo, reciclagem (3R) até a disposição final. 

A prioridade para eficiência do processo produtivo deve considerar a seguinte ordem:

Foto: FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Não geração: Realizar atividades sem que ocorram perdas ao longo do processo. 

Redução: Otimizar e maximizar a eficiência de processo para gerar a menor quantidade possível de resíduos.

Reutilização: Identificar e buscar alternativas para viabilizar o reuso de resíduos e perdas de material e energia do próprio processo ou de outros.

Reciclagem: Procurar formas de viabilizar técnica e economicamente o tratamento de sobras, perdas em processos, embalagens e transformá-los em insumos ou novos produtos.

Tratamento: Tratar resíduos já existentes através de técnicas de compostagem, recuperação, aproveitamento energético, por exemplo.

Rejeito: Quando não há como optar por nenhuma das alternativas acima, procurar destinação final adequada dos rejeitos em aterro, além de tratamento por técnicas com aproveitamento energético. Observar as normas operacionais para evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.

É muito importante realizar a validação das empresas envolvidas no processo de descarte e a avaliação de custos, bem como definir casos em que é possível fazer o reaproveitamento do refugo ou alinhar formas de redução do resíduo e de avaliação do processo da empresa. 

Atuação em Gestão Ambiental para empresas 

Com mais de 20 anos de experiência e ampla rede de parceiros no Brasil e exterior, a Biota-Geom oferece inovadoras soluções em inteligência e sustentabilidade ambiental.  Contamos com especialistas que podem assessorar pessoas físicas e jurídicas no gerenciamento de resíduos sólidos e na elaboração de planos de ação.

Atuamos no compliance ambiental, que inclui planos de ação, precaução e prevenção a danos ambientais, agregando valor nas práticas corporativas, evitando multas, processos e a responsabilização civil e criminal.

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Os resíduos sólidos são gerados em grande quantidade e sua gestão representa um grande desafio para os municípios

Resíduo sólidos é tudo aquilo que sobra de determinado produto, seja a embalagem, casca ou outra parte do processo, que pode ser reutilizado ou reciclado. Para isso, os materiais precisam ser separados de acordo com a sua composição. Em outras palavras, os resíduos ainda possuem algum valor econômico que pode ser aproveitado pelas indústrias, por cooperativas de catadores e outros componentes da cadeia produtiva.

Os resíduos sólidos são gerados a partir de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de varrição. Por sua vez, os Resíduos Sólidos Urbanos são resultado das atividades de grandes cidades.

A gestão de resíduos sólidos causa dificuldades aos municípios, já que eles são gerados em grande quantidade e são compostos pelos mais variados materiais. O descarte de resíduos em áreas ambientalmente inadequadas provoca consequências socioambientais, que afetam a qualidade do meio ambiente e a saúde da população.

A necessidade de gerenciar toda a cadeia produtiva de resíduos sólidos surge a partir desse cenário. De acordo com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, as ações devem estar relacionadas com os seguintes programas:

  • Reduzir ao mínimo a produção de resíduos;
  • Aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem ambientalmente corretas dos resíduos;
  • Promover o depósito e tratamento ambientalmente correto dos resíduos;
  • Ampliar o alcance dos serviços que se ocupam de resíduos.

Produção de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil

Em 2018, foram gerados 79 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil. Os dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Comparando com os países da América Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, representando 40% do total gerado na região (541 mil toneladas/dia, segundo a ONU Meio Ambiente).

Em relação à disposição final, o Panorama registrou cerca de 42,3 milhões de toneladas de RSU descartados em aterros sanitários. O restante, que corresponde a 40,9% dos resíduos coletados, foi despejado em locais inadequados por 3.352 municípios brasileiros, totalizando 29 milhões de toneladas de resíduos em lixões ou aterros controlados.

Quais são os tipos de resíduos sólidos?

A composição dos Resíduos Sólidos Urbanos coletados no Brasil é bastante diversificada, uma vez que está diretamente relacionada a características, hábitos de consumo e de descarte da população de cada região. Esses resíduos podem ser subdivididos em seis categorias:

  1. Matéria orgânica: restos de comida;
  2. Papel e papelão: caixas, embalagens, jornais e revistas;
  3. Plástico: garrafas e embalagens;
  4. Vidro: garrafas, copos, frascos;
  5. Metais: latas;
  6. Outros: roupas e eletrodomésticos, por exemplo.

Qual é a classificação dos resíduos?

Segundo a Norma Técnica de Classificação de Resíduos Sólidos, resíduo sólido é definido como “resíduos no estado sólido e semissólido resultante de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Estão incluídos nesta definição lodos provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis em face da melhor tecnologia disponível”.

Destaca-se que os resíduos em estado líquido ou pastoso também são caracterizados como resíduos sólidos.

Classes de resíduos sólidos segundo a ABNT

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) classifica os resíduos sólidos de acordo com seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. São classificados da seguinte forma:

  • Resíduos Classe I – Perigosos: “aqueles que apresentam periculosidade ou características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade”. Tintas, solventes, lâmpadas fluorescentes e pilhas são exemplos dessa classe de resíduos.
  • Resíduos classe II – Não perigosos: são divididos em duas outras classes:
    • Resíduos classe II A – Não inertes: “são aqueles resíduos que não são enquadrados nem como resíduos perigosos (Classe I) e nem como resíduos inertes (Classe II B), podendo apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água”. Matérias orgânicas, papéis e lodos são exemplos de resíduos não inertes.
    • Resíduos classe II B – Inertes: “são resíduos que se amostrados de forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se o aspecto cor, turbidez, dureza e sabor”. Ou seja, agrupa resíduos que possuem baixa capacidade de reação com quaisquer substâncias. Entulhos, materiais de construção e tijolos são exemplos de resíduos inertes.

Qual é a diferença entre lixo e resíduos sólidos?

Resíduos, de acordo com a PNRS, são todos os materiais, sólidos ou semissólidos, descartados resultantes de atividades humanas. Eles possuem um valor econômico para a sociedade devido à possibilidade de reaproveitamento e reciclagem. Por outro lado, os rejeitos não têm essa opção, diferenciando-os de resíduos.

Mas, e o lixo? De modo geral, a palavra lixo é usada para se referir a produtos que jogamos fora e não têm mais utilidade. Entretanto, é possível identificar vários tipos de resíduos no lixo que, se manejados corretamente, conseguem passar pelo processo de reutilização ou reciclagem na logística reversa.

Como é feito o descarte de resíduos sólidos?

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um conjunto de procedimentos ambientalmente corretos que contempla a geração, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

Acondicionamento

Trata-se da etapa de preparação dos resíduos sólidos para a coleta adequada, de acordo com o tipo e a quantidade gerada. Os resíduos são acondicionados em recipientes próprios e mantidos até sua coleta e transporte. Para o acondicionamento temporário de resíduos, podem ser utilizadas caçambas, contêineres e lixeiras destinadas à separação de resíduos recicláveis (coleta seletiva), dependendo de sua composição.

A coleta seletiva diferencia os resíduos de acordo com sua constituição ou composição. Os resíduos devem ser separados em úmidos, secos, recicláveis e orgânicos – e dentro dessas categorias há subcategorias. Os recicláveis, por exemplo, abrangem alumínio, papel, papelão e alguns tipos de plástico, entre outros.

Quando os materiais recicláveis são coletados e chegam às cooperativas, eles são separados minuciosamente para serem reaproveitados. Para o descarte de resíduos recicláveis, consulte os postos mais próximos da sua casa no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle.

Em virtude da presença de metais pesados em sua composição, as pilhas e baterias também devem ser separadas. Caso sejam dispostas de maneira inadequada, podem causar contaminação do solo e de águas subterrâneas. O mesmo para os resíduos hospitalares, que devem ser isolados por conta do risco de contaminação biológica que podem apresentar.

Coleta

Para evitar que os resíduos fiquem expostos por muito tempo, emitindo odores e atraindo vetores de doenças, essa etapa deve ser realizada com frequência. A coleta desses resíduos é feita por meio de caminhões e é de responsabilidade das prefeituras municipais.

Transporte

Esse passo corresponde ao transporte dos resíduos coletados às etapas de tratamento e destinação final pretendidas.

Tratamento

Essa etapa tem como objetivo reduzir a quantidade e o potencial poluidor dos resíduos sólidos, impedindo seu descarte inadequado. A reciclagem e a compostagem são as melhores alternativas para o tratamento de alguns tipos de resíduos sólidos.

Reciclagem

Reciclagem é o processo em que há a transformação do resíduo sólido que não seria aproveitado, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico, de modo a atribuir características ao resíduo para que ele se torne novamente matéria-prima ou produto, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A reciclagem é facilitada pelo acondicionamento correto dos resíduos, por meio da realização da coleta seletiva.

“Cabe destacar que a reciclagem apresenta relevância ambiental, econômica e social, com implicações que se desdobram em esferas, tais como: organização espacial, preservação e uso racional dos recursos naturais, conservação e economia de energia, geração de empregos, desenvolvimento de produtos, geração de renda e redução de desperdícios, entre outros”, explica o estudo do Programa Agrinho.

Compostagem

A compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico.

Trata-se de um processo natural em que micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil.

Destinação final

A última etapa do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos refere-se à destinação final dos resíduos, o que se configura como um grande desafio para as cidades.

Os locais de descarte de resíduos mais comuns são lixões, aterros controlados ou aterros sanitários. No entanto, as três formas de disposição apresentam impactos socioambientais e deveriam ser evitadas ao máximo.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10, contém instrumentos fundamentais para permitir o avanço necessário ao enfrentamento dos principais problemas ambientais e socioeconômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Para isso, prevê reduzir a geração de resíduos por meio da mudança nos hábitos de consumo e do aumento da reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos. A política também possui o objetivo de priorizar a destinação ambientalmente mais adequada dos rejeitos. Além disso, a PNRS determina ações como a eliminação dos lixões e a substituição por aterros sanitários.

Como reduzir seus resíduos?

  • Faça a separação entre materiais recicláveis e orgânicos;
  • Evite o desperdício de alimentos;
  • Reaproveite sobras;
  • Realize a compostagem doméstica;
  • Descarte itens não orgânicos de forma consciente.

Conclusão

O gerenciamento dos resíduos sólidos envolve diversas esferas, as quais possuem relação direta com a qualidade de vida da população e com os princípios de sustentabilidade. Entre as medidas necessárias para mitigar os impactos provocados pela destinação incorreta de resíduos, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), destacam-se o fim dos lixões ainda existentes no Brasil e a construção de aterros sanitários capazes de realizar a gestão ambientalmente correta dos rejeitos.

Faça sua parte e destine o seu lixo adequadamente.

Quais são as etapas do manejo de resíduos?

Deve focar os aspectos intra e extra-estabelecimento, indo desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas:.
1 – Segregação. ... .
2 – Acondicionamento. ... .
3 – Identificação. ... .
4 - Transporte Interno. ... .
5 - Armazenamento Temporário. ... .
6 – Tratamento. ... .
7 - Armazenamento Externo. ... .
8 – Coleta e Transporte Externos..

Quais são as etapas da gestão dos resíduos sólidos urbanos?

Como funciona o ciclo da gestão de resíduos?.
Identificação da fonte geradora e classificação dos resíduos. ... .
Coleta e Transporte dos resíduos. ... .
Tratamento dos resíduos. ... .
Disposição final dos resíduos..

Qual é a ordem correta do sistema de gerenciamento de resíduos?

Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Como é realizado o gerenciamento de resíduos sólidos?

O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjunto de procedimentos de planejamento, implementação e gestão para reduzir a produção de resíduos e proporcionar coleta, armazenamento, tratamento transporte e destino final adequado aos resíduos gerados.