Quais são os fatores naturais relacionados à escassez de água no Oriente Médio?


A escassez de água não é um problema novo. No entanto, é uma questão que pode se agravar caso não aconteçam otimizações quanto ao manejo do elemento mais vital à sociedade: a água.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2,7 bilhões de pessoas deverão sofrer com a falta de água em 2025 se o consumo do planeta não diminuir.

Há inclusive temores reais de que a água seja motivo de conflitos futuros entre as nações. A água será o ‘ouro líquido’ do futuro, caso os problemas de escassez não sejam sanados.

Muitos países já sofreram com secas e conseguiram contornar este cenário. O Brasil, com a união entre o poder público e privado, precisa se inspirar nesses casos internacionais bem-sucedidos.

Estados como o de São Paulo e outros do nordeste já vivenciaram a falta de água na rotina. É preciso sim buscar referências e tratar esse recurso com a atenção que ele merece.

Quais são os fatores naturais relacionados à escassez de água no Oriente Médio?

O grande desafio brasileiro sobre a água

A escassez de água no Brasil se dá por um conjunto de fatores como a falta de consciência no uso, falta de regulamentação para técnicas de reúso, pouco investimento em infraestrutura e principalmente pelo desperdício da água.

Quase 40% da água tratada do Brasil é desperdiçada principalmente por vazamentos, mas também por fraudes e outros problemas na rede de distribuição.

São bilhões de litros de água tratada jogados literalmente fora.

Esse é um dado terrível. Toda essa água tem um custo de tratamento, então também é dinheiro desperdiçado. Tudo por causa da rede de distribuição brasileira que carece de investimentos. A rede de canos é considerada velha e precisa de manutenção.

A Região Norte é a considerada mais crítica. Lá, mais da metade da água é perdida. Na Europa, esse desperdício é de 15%. No Japão, é apenas 3%. Mas como esses países conseguem contornar essa situação?

A resposta é com investimentos e tecnologia para evitar o desperdício.

Em São Paulo, cerca de R$ 250 milhões são aplicados anualmente para diminuir as perdas, mas ainda é pouco perto da necessidade de reparos.

O estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil revelou que uma redução simples de 10% do desperdício do país representaria uma receita de R$ 1,3 bilhão.

Significa quase a metade do investimento feito em abastecimento de água no ano de 2010. Parte desse dinheiro também poderia ser aplicado no reúso da água, em campanhas de conscientização e etc.

Em entrevista, André Ramalho, Assessor Técnico do CEBDS, revelou que hoje não há uma regulamentação para o reúso externo da água, ou seja, a água que é descartada no sistema não pode ser retratada e servida à indústria, agropecuária e etc.

Hoje, apenas as empresas podem fazer o reúso interno. Elas reutilizam a água internamente antes de devolvê-la ao sistema. André deu um bom exemplo de reúso: a cidade de São Paulo, que reutiliza a água para limpeza urbana, manutenção de jardins e etc.

6 soluções para combater a escassez de água em outros países

A ONU calcula que já existam cerca de 1,1 bilhão de pessoas que carecem de acesso à água potável no mundo. A Terra é um planeta azul, mas mesmo assim há escassez. Como é sabido, apenas 2,5% da água do planeta é doce.

E a maior parte dela está congelada nos pólos e montanhas. Assim, resta menos de 0,1% nos rios, lagos e lençóis subterrâneos para o uso humano. Muitos países já sofreram com a escassez de água. O Brasil pode e deve aprender com esses casos.

Veja a seguir 6 soluções utilizadas internacionalmente para combater esse problema.

#1 – Austrália e o investimento

Esse país passou por uma séria adaptação a fim de evitar a escassez. Entre 1997 e 2009, houve o período de seca mais severo. Depois, entre 2013 e 2014 houveram 156 recordes de temperatura.

A solução foi investir pesado na infraestrutura. Foram R$ 6 bilhões para evitar vazamentos e economizar água.

Eles utilizaram de uma técnica que muitos países aplicam em seu sistema de água: o tratamento e reúso da água.

As obras encaminham as águas residuais que saem das casas para reservatórios. Então, ela é tratada.

Essa “água de reúso” retorna para as casas, já adaptadas para receber em uma torneira especial. Assim, ela é utilizada na limpeza da casa, lavagem de roupas e outras atividades.

Dessa forma, não é preciso captar mais recursos da natureza, economizando a água potável.

No Brasil, André Ramalho levantou outro ponto, além da falta de legislação, que dificulta o reúso da água: o preconceito.

Essa água teria um grande impacto na economia, mas muitas pessoas não acreditam que ela é útil. No entanto, a água de reúso é tão limpa quanto as águas dos rios antes de tratadas.

Além disso, é preciso fazer um grande investimento – o que dificultaria essa solução a curto e médio prazo no Brasil.

#2 – China e seu programa hídrico integrado

A China também sofreu uma ameaça de seca em seu nordeste. Para solucionar o problema, foi desenvolvido um programa integrado de ações.

Duas principais medidas foram tomadas. A implementação de cisternas no país inteiro. Atualmente, existem 83 mil distribuídas pela China. E mais outros 4 mil reservatórios.

A segunda medida é um programa de selos de eficiência hídrica para vasos, mictórios, torneiras e pias, bem semelhante ao Selo Procel de eficiência energética brasileiro.

Assim, o consumidor passa a preferir utensílios mais econômicos, que além de ser mais sustentáveis, também aliviam a conta de água.

Dante Ragazzi, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), disse que esse Selo de eficiência hídrica é uma ótima ideia, que poderia ser implantada no Brasil.

#3 – EUA e a redução do consumo

Na Califórnia, devido a sua densidade populacional, também houveram muitas secas.

Algumas das medidas para sanar esse problema foram focadas na economia individual de água. Houve um aumento das tarifas de água, multas de US$ 500 por dia a quem for flagrado desperdiçando água potável para lavar calçadas ou lavar carros.

Também houve uma mudança no paisagismo, trocando a vegetação que exige aumento de consumo em casas, centros comerciais e campos de golfe.

Além disso, a água reciclada é represada para irrigação e descargas sanitárias.

Essas medidas financeiras que estimulam a economia, se mostraram efetivas no Brasil. São Paulo é um bom exemplo, onde o consumo foi reduzido.

#4 – Japão e a conscientização

O Japão é um país pequeno e superpopuloso. Desde 1955, sempre ocorrem cenários de seca. Por isso, foi desenvolvido um Manual Geral contra a Seca.

Ele conta com medidas que previnem o fenômeno e claro, educa com ações a serem tomadas quando houver estiagem.

No entanto, a grande vitória do Japão é comportamental. As pessoas são impactadas por campanhas massivas e entendem o problema, assim realmente economizam o recurso.

Desde 1978, todo o dia 15 é considerado o “dia de economizar água”.

O país é altamente eficiente. Por isso, o desperdício por infraestrutura é mínimo. Os vasos, pias e torneiras são altamente tecnológicos também, ajudando na economia.

No Brasil, é preciso haver um avanço tecnológico, político e financeiro para trilhar o mesmo caminho.

#5 – Israel e o aproveitamento

Israel é um país árido. Desde o seu nascimento, ele enfrenta a seca. Assim, muitas leis foram criadas para regulamentar o uso da água, com sistemas de economia.

A tecnologia também desempenha um papel fundamental em Israel para a economia de água. Técnicas exclusivas em Israel permitem extrair água até de geadas. O tratamento e reúso da água, segundo o governo, é altamente eficiente.

91% do esgoto é coletado e 80% dele é tratado e reutilizado para a agricultura na parte Sul de Israel (totalizando 525 milhões de m³ ao ano). Israel também conta com um controle rígido de perdas. Elas totalizam apenas 7% do total, diferente dos cerca de 40% do Brasil.

Além disso, há 5 centros de dessalinização, que captam água do Mar Mediterrâneo e abastecem 70% do consumo doméstico.

#6 – Cingapura e a eficiência hídrica

Cingapura é uma pequena ilha. Lá, a população é toda servida por água potável – além disso, o esgoto do país é 100% tratado e reutilizado.

Por essas razões, Cingapura é um dos lugares mais eficientes em reaproveitamento de água.

Como já vimos, esse reaproveitamento só é possível porque houveram investimentos em infraestrutura. A infraestrutura serve para a coleta da água de chuva, redução de vazamentos, campanhas de conscientização e ainda conta com usinas de dessalinização.

E se mesmo assim falar água, o país importa água da Malásia por meio de dutos. Trata-se de uma operação complicada e cara.

Assim como na China, Cingapura possui um programa que estimula o consumo de produto com maior eficiência hídrica. Como dito, o programa de selos para produtos com maior eficiência são uma boa ideia para ser implantada no Brasil.

No entanto, outras soluções como o reúso da água e a importação do líquido são inviáveis a curto prazo.

BÔNUS – Aruba e a dessalinização

A ilha de Aruba, no Caribe, tem o mar como principal fonte d´água. Com apenas 320 quilômetros, Aruba conta com a segunda maior usina de dessalinização do mundo.

Esse método já é utilizado para obter água potável há 80 anos. No entanto, essa usina moderna foi inaugurada em 2000.

Ela é responsável por produzir atualmente 45 milhões de litros d’água por dia. Assim, a água de Aruba é reconhecida por sua qualidade. Pode-se beber diretamente das torneiras.

No entanto, ainda há um ônus: a conta de água é considerada cara pelos moradores da cidade.

No Brasil, essa solução é inviável porque demanda um grande investimento, que tornaria a conta mais cara e a demanda por água é continental.

Conclusão

O Brasil está pronto para atravessar uma seca?

Como vimos, a escassez de água é uma realidade mundial. Todos os países, empresas e pessoas precisam se preocupar com esse fato.

Com o crescimento populacional, mudanças climáticas e principalmente pelo acúmulo de pessoas em grandes centros urbanos, é preciso que medidas preventivas sejam tomadas para que não aconteçam secas.

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  • Guia Prático da Cadeia de Valor Sustentável
  • O que é o Acordo de Paris e as metas da NDC brasileira?

Das ideias que apresentadas, as que mais se destacam são os investimentos para redução de vazamentos, que hoje são responsáveis por cerca de 40% da água tratada no Brasil.

Outras boas iniciativas são os selos de eficiência hídrica e incentivo à economia de água. Além de é claro da regulamentação da água de reúso que pode aproveitar muito do que é desperdiçado hoje.

Imagine quantos bilhões de litros de água potável são usados nas descargas, chuveiros, jardins, agricultura, indústrias e muito mais.

Todavia, para que esse aproveitamento aconteça, a política deve ter foco nisso, com investimentos e leis que incentivem a economia.

É fundamental que essas mudanças aconteçam para que o Brasil não sofra com uma crise séria de água no futuro.

Quais são os fatores que contribuem para a escassez de água no Oriente Médio?

O Oriente Médio é um subcontinente da Ásia que possui clima árido, por isso não há muitos recursos hídricos (água subterrânea, rios e lagos) na região. Os países que fazem parte do Oriente Médio são ricos em petróleo, no entanto, são pobres em água.

Quais são os dois fatores que explicam a escassez hídrica na região do Oriente Médio?

A aridez do clima e o baixo índice de precipitações são dois dos fatores naturais responsáveis pela escassez hídrica do Oriente Médio, isso sem contar as faixas de zonas térmicas em que a região se encontra, que causa tal clima.

Que fator natural explica a distribuição de escassez de água no mundo?

Consumo crescente O aumento no consumo de água no mundo vem contribuindo para a diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos. Embora a água tenha uma capacidade de renovação cíclica, o aumento do consumo pode ser maior do que essa reposição natural, gerando a escassez.

Quais os principais conflitos no Oriente Médio que envolvem a água como fonte de disputa?

No entanto, existem muitos exemplos em todo o mundo onde as tensões são altas: o conflito do Mar de Aral, envolvendo Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e Quirguistão; o conflito do rio Jordão entre os estados levantinos; e a disputa do rio Mekong entre a China e seus vizinhos do sudeste asiático.