Quais são os tipos de comunicação que devemos ter com os pacientes?

A definição de comunicação, de forma simples, é a ação de transmitir uma mensagem e receber outra, em troca. Nesse processo, há a presença de dois agentes, o emissor e o receptor.

No entanto, o modelo de comunicabilidade não se limita apenas a fala, uma vez que nossos ancestrais, o homem das cavernas, tinham a sua própria forma, que se fundamentava em gestos e grunhidos. Diante a evolução, foram criadas as primeiras pinturas rupestres, com a utilização de tintas naturais. Hoje temos diversas formas de se comunicar, através de linguagens verbais e não verbais, utilizando a fala, os escritos, mensagens em redes sociais e mensageiros instantâneos.

            Na medicina, buscar uma boa forma de se comunicar é muito importante. Uma fração importante dos cuidados e dos tratamentos está ligada ao formato de como essa comunicação acontece. A habilidade de se transmitir uma informação de forma clara pode ser uma das maiores qualidades de um médico e a ausência dela, um grande problema. Quando é realizada de forma correta, auxilia a melhorar os diagnósticos, evita erros e fornece maior confiança no tratamento, aumentando o vínculo com o paciente.

            O médico, ao atender um doente, deve conversar de modo a conhecer a sua história. Essa forma de comunicação se chama anamnese. Nela, o médico deve realizar a escuta ativa, para perceber a real necessidade daquela pessoa que buscou auxílio em seus conhecimentos.

Segundo Carl Rogers, psicólogo estadunidense, ‘’a relação terapêutica é apenas uma forma de relação interpessoal em geral, e que as mesmas leis regem todas as relações desse tipo’’. (Rogers, 1999, p.36).

            Condutas como não manter a atenção no que o doente informa, demonstrar pressa, realizar somente questões objetivas, sem possibilidade de se obter respostas individualizadas e não permitir momentos para perguntas e/ou eventuais dúvidas são exemplos que devem ser evitados, uma vez que podem prejudicar a conexão entre o profissional e o doente.

Um estudo realizado pela Universidade de Toronto mostrou que 54% das queixas e 45% de preocupações passam despercebidas pelos médicos, durante uma consulta. Isso é preocupante, pois pode demonstrar um problema de comunicabilidade.

Em resolução de número 229/2010 do CRMES (Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo), em um período de uma hora, deve-se atender, em torno de quatro pacientes, perfazendo a média de um atendimento a cada quinze minutos. No entanto, alguns casos podem exigir um tempo maior para uma melhor organização da comunicação com o enfermo.

   Para realizar uma boa anamnese, algumas dicas pertinentes são:

  • Compreender a situação do paciente.

Uma mesma doença ou queixa pode ser percebida de forma distinta por cada ser humano. Dessa forma, é importante entender o que aquele sintoma está ocasionando na vida do enfermo e as consequências emocionais, espirituais e físicas.

  • Saber o que o doente espera da consulta/atendimento médico.

            É importante saber o que o doente espera que aconteça ao fim daquele atendimento, com o intuito de tentar o satisfazê-lo ao máximo e ajudar a resolver o seu problema. Pode ser alívio de uma dor, sanar dúvidas ou aliviar o sofrimento.

  • O médico precisa ser claro na sua fala.

O enfermo precisa interpretar, de forma correta, o que o médico fala, através de uma linguagem acessível, coesão e uma boa articulação das palavras. Para isso, o auxílio da fonoaudiologia pode ser importante.

  • Deve-se evitar a distração.

            O médico, durante a consulta, deve manter o foco, evitando a presença de distratores, tendo como principais exemplos, os eletrônicos e sons externos. Além disso, é importante orientar aos demais funcionários a não entrarem no consultório, enquanto estiver ocorrendo um atendimento, tanto pela privacidade, como por ser considerado um distrator.

  • Observar a linguagem verbal e não verbal.

Como dito anteriormente, as linguagens verbais e não verbais fazem parte da comunicação. Observar a altura do som (grave ou agudo), a intensidade (se o doente está com a fala arrastada ou gritando) e os movimentos corporais são de grande importância durante a consulta, pois podem demonstrar diversas emoções. Isso justifica a importância de uma consulta presencial, uma vez que em consultas a distância, a observação da linguagem fica prejudicada. Inclusive, a consulta sem exame direto do paciente é vedado ao médico, pelo artigo 37 do código de ética de medicina, lançado em 2019.

 Além da comunicação no consultório, é importante ressaltar a importância da comunicação de uma má notícia. Entende-se por esse termo todo fato que, ao ser notificado, poderá trazer mudanças na vida do enfermo e/ou de seus familiares. Em 1992, Bachman publicou o protocolo SPIKES com a intenção de tornar mais didática a comunicação de más notícias (Buckman, 1992; Sombra Neto et al., 2017).

Esse protocolo pode ser visualizado da seguinte forma:

  • S —  Setting Up: preparar-se para o encontro.

É necessário se manter calmo, separar um momento e local adequado para conversa. O profissional deve se preparar para possíveis reações do paciente ao receber a notícia. Diante disso, é de grande importância que essa conversa seja multiprofissional, incluindo médicos, assistentes sociais e psicólogos.

  • P — Perception: percebendo o paciente.

Deve-se perguntar o que doente e sua rede de apoio sabem daquela situação. Essa etapa auxilia o profissional a traçar estratégias para fornecer a notícia e sobre o que deve ser abordado, de forma inicial.

  • I — Invitation: convite para o diálogo.

Aqui, já foi identificado o que o enfermo sabe dessa situação. Nesse momento, deve-se saber a preferência sobre quem será responsável pelas futuras decisões, se é ele próprio ou se designará alguém, para tal feito ou até se prefere estar desinformado da situação.

  • K — Knowledge: transmitir informações.

Como já explicado, o profissional deve ter uma linguagem clara. Deve-se sempre perguntar se o paciente está entendendo. Caso o momento permita, toques afetivos podem ajudar.

  • E — Emotions: expressando emoções.

Deve-se fornecer um tempo ao paciente e observar as reações deste.

  • S — Strategy and Summary: resumindo e organizando estratégias.

Importante saber se o paciente compreendeu a conversa e sanar possíveis dúvidas. Deve-se explicar sobre plano ou tratamentos, seja curativo ou paliativo.

É preciso ter ciência que cada caso é considerado único e o processo da comunicação deve ser adaptado a cada situação.

Autor: Marcel Aureo


Quais são os tipos de comunicação que devemos ter com os pacientes?

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Quais são os tipos de comunicação na saúde?

Pode ser oral ou escrita, onde a clareza das informações repassadas devem estar presentes. No caso da escrita, se encontra no dia a dia da enfermagem por meio de registros das práticas implementadas nos prontuários e demais sistemas de informações da instituição.

Como deve ser a comunicação entre profissional e paciente?

Empatia, respeito e sem julgamentos Uma habilidade muito necessária para uma boa comunicação médico paciente é a empatia. Saber se colocar no lugar do outro permite ao profissional entender melhor quais os anseios do paciente e o que fez com que ele o procurasse.

Qual a melhor forma de comunicação para a enfermagem?

A comunicação interpessoal, por exemplo, é indispensável na área de saúde. Pois, um enfermeiro precisa assegurar a assistência de maneira efetiva, especialmente nos processos de transição do cuidado profissional oferecido ao paciente.

Quais as formas de comunicação mais utilizadas pela equipe de enfermagem?

Os resultados da pesquisa em tela mostraram que a equipe de enfermagem, majoritariamente, considera que o processo comunicativo se dá através da forma verbal, seja ela falada ou escrita.