Quais tipos de conflitos podem ser gerados pela distribuição desigual da água?

De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a demanda mundial de água aumentará 55% até 2050. O estudo não seria tão alarmante se não fosse a falta de água no mundo em um futuro próximo.

Durante o Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França, estudiosos afirmaram que essa demanda aliada à falta do recurso, devem aumentar os riscos de conflitos pela água no mundo.

As tensões já parecem ter dado sinais no Oriente Médio, na África e em outros países. A guerra entre árabes e israelenses, a batalha civil de Cochabamba, a situação crítica da Turquia, são algumas situações que se passam pelo uso errôneo e a falta de preservação da água.

Além do uso desenfreado do recurso e da poluição de mares, rios e oceanos, a distribuição desigual é também uma das causas de problemas. E, nem mesmo os países mais privilegiados, como o Brasil que possui 12% da água doce superficial no mundo, estão fora do conflito.

Normalmente os conflitos acontecem dentro de um mesmo país, já que a população tem necessidades diferentes em relação à utilização da água, o que gera grandes disputas. Em locais em que há rios que ultrapassam as fronteiras, como acontece com Egito e o Sudão e entre a Turquia, a Síria e o Iraque, os problemas se tornam políticos e culturais.

Dentre o histórico de invasões, conflitos e guerras, destaque para um de 1967, quando Israel invadiu a Síria, que abriga em seu território a colina de Golã, onde está a nascente do rio Jordão. Esse rio é praticamente a única fonte de água para Israel e Jordânia.

Estima-se que entre 3 bilhões e 4 bilhões de pessoas não têm acesso à água de maneira saudável e utilizam todos os dias uma água de qualidade duvidosa. Pelo menos 1 bilhão de pessoas que têm acesso à água encanada só dispõem do serviço algumas horas por dia e muitas vezes essa água não é potável devido ao mau estado das redes de distribuição.

Quais tipos de conflitos podem ser gerados pela distribuição desigual da água?
Foto: mantasidhu

Estudos ainda revelam que 11% da população mundial compartilha água com animais em leitos de rios. Dados de 2012 da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que sete pessoas morrem por minuto no mundo por ingerir água insalubre e mais de 1 bilhão de pessoas ainda defecam ao ar livre.

De acordo com estudiosos é preciso agir rapidamente para que os conflitos não cresçam e a situação mundial não piore.

Facebook

Twitter

Google+

Pinterest

WhatsApp

Artigo anteriorA urbanização como uma das principais causas do desmatamento no Brasil

Próximo artigoCasa da Moeda do Brasil investe em práticas de reaproveitamento de água

Redação Pensamento Verde

http://www.pensamentoverde.com.br

A redação do Pensamento Verde possui experiência na produção de conteúdos relacionados ao tema da sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Estamos sempre em busca de informações atuais, interessantes e de grande relevância para a sociedade, pesquisando práticas sustentáveis ao redor do mundo e trazendo para o leitor apaixonado pela natureza. Acompanhe nosso portal e mantenha-se informado, contribuindo com um futuro melhor para o nosso Planeta Terra.

A água é um imprescindível recurso natural, considerado como estratégico em razão da sua importância para a vida das pessoas e das sociedades e também por não se distribuir de forma igualitária no globo, havendo regiões que possuem menos e outras mais. Por esse motivo, os recursos hídricos sempre foram motivos, ao longo da história, de debates e disputas. No entanto, o que foi algo em menor grau no passado pode tornar-se a grande tônica do século XXI, que pode presenciar um número sem precedentes de conflitos pela água entre países.

Com o crescimento populacional e, principalmente, com a disseminação da agricultura moderna, a água vem sendo consumida de forma cada vez mais ampla e intensificada. Por outro lado, a poluição e o uso não sustentável da natureza provocam a diminuição de sua disponibilidade no mundo. Em muitos locais, a instabilidade política e tensões entre governos por causa da água já são realidade.

O Oriente Médio é um dos locais onde mais acontecem e podem acontecer disputas pela água. Aliás, ela já foi motivação para algumas ações em uma área de grande tensão política: em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu as Colinas de Golã, na Síria, tanto pela sua posição estratégica quanto pelo fato de essa localidade abrigar as nascentes do Rio Jordão, necessárias tanto para os israelenses quanto para a Jordânia.

Atualmente, no território da Palestina, a população local é privada de ter acesso às fontes locais pelo próprio governo de Israel, sendo um dos fatores que elevam a instabilidade política em uma área com grandes desertos e pouco potencial hídrico.

Outra zona de instabilidade geopolítica por causa da água é a Turquia e seus vizinhos Iraque e Síria. A questão ronda em torno dos rios Tigre e Eufrates, os quais abastecem sírios e iraquianos, mas possuem suas nascentes localizadas em território turco. Em 2009, uma seca na região diminuiu o fluxo dos rios e tornou as relações ainda mais tensas, uma vez que o Iraque passou a acusar os outros dois países de usarem acima do permitido as águas dos rios em questão, o que desencadeou falta de água no país. Os turcos, no entanto, afirmam que emitem mais água pelos rios do que o combinando em acordos internacionais. Enquanto isso, a tensão eleva-se na região e deixa em aberto a pergunta: será esse um foco de conflito armado no futuro?

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Essa questão em torno dos rios Tigre e Eufrates não é uma grande novidade. A posição oficial da Turquia, por exemplo, é a de que “a água [dos rios] é tão turca como o petróleo do Iraque é iraquiano”. Em 1998, quase houve um conflito entre Turquia e Síria, pois os turcos iniciaram a construção de barragens e represas no leito do Tigre e também do Eufrates, o que diminuiria suas vazões nas áreas de suas jusantes.

A lógica em outras regiões do mundo parece ser a mesma: a disputa não é só pela água em si, mas pelo controle de suas nascentes ou por uma maior cooperação entre os países em cursos d'água que percorrem vários territórios políticos. Na África, o rio Nilo passa pela mesma disputa por parte de Etiópia, Egito e Sudão; ao mesmo tempo em que Botswana, Namíbia e Angola também disputam, de forma semelhante, a bacia de Okavango.

Além da disputa pelo controle de nascentes de grandes rios interterritoriais, a previsão para o decorrer do século XXI é a emergência de conflitos que também se associem a ações imperialistas, em que países passem a invadir ou controlar politicamente outros territórios em busca da obtenção de água ou a sua importação a um menor custo. Por esse motivo, é preciso pensar em saídas para evitar uma escassez ainda maior desse recurso, com medidas que visem à sua sustentabilidade.

Que tipo de conflitos podem ser gerados pela distribuição desigual da água?

A guerra entre árabes e israelenses, a batalha civil de Cochabamba, a situação crítica da Turquia, são algumas situações que se passam pelo uso errôneo e a falta de preservação da água.

Quais os principais conflitos que ocorrem por causa da água?

No entanto, existem muitos exemplos em todo o mundo onde as tensões são altas: o conflito do Mar de Aral, envolvendo Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e Quirguistão; o conflito do rio Jordão entre os estados levantinos; e a disputa do rio Mekong entre a China e seus vizinhos do sudeste asiático.

O que são os conflitos pela água?

Os conflitos pela água no Brasil têm se configurado como disputas territoriais em torno do seu controle, o que gera impactos ambientais e sociais em espaços marcados por desterritorialização, reestruturação de cadeias produtivas e o uso dos recursos hídricos em grande escala.

Como a água pode se tornar um conflito entre?

RESPOSTA: A distribuição natural da água não ocorre de acordo com os limites territoriais, e alguns países possuem um volume maior de água doce do que outros. Políticas de uso e gestão desse recurso em um país podem afetar outros países que também pertencem à mesma bacia hidrográfica.