O que é AVC? O AVC (CID 10 - I64) é o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da região afetada no cérebro. Também é chamado de acidente vascular cerebral, derrame cerebral ou Acidente Vascular Encefálico (AVE). Tipos Dependendo da causa do AVC ele pode ser hemorrágico ou isquêmico. Entenda melhor cada tipo: AVC hemorrágico O AVC hemorrágico é o derrame com rompimento de um vaso cerebral, ocorrendo um sangramento (hemorragia) em algum ponto do sistema nervoso. A hemorragia pode acontecer no interior do tecido cerebral (AVC hemorrágico intraparenquimatoso), que é o mais comum e responsável por 15% de todos os casos de AVC. Contudo, o sangramento também pode ocorrer perto da superfície cerebral, entre o cérebro e a meninge, conhecido como AVC hemorrágico subaracnóideo. Apesar do AVC hemorrágico não ser tão comum quanto o isquêmico, pode causar a morte mais frequentemente do
que acidentes vasculares cerebrais isquêmicos. AVC isquêmico O AVC isquêmico é o derrame com obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que morrem - essa condição é chamada de isquemia cardíaca. A obstrução da artéria pode acontecer por um trombo, que é um coágulo de sangue que se forma na
parede do vaso sanguíneo; ou por um êmbolo, que nada mais é do que um trombo que se desloca pela corrente sanguínea até ficar preso em um vaso sanguíneo menor que sua extensão. CausasCausas de AVC hemorrágico Quando falamos em um AVC hemorrágico, a hemorragia pode ser causada por fatores como:
Causas de AVC isquêmico Uma isquemia causadora de um AVC pode ocorrer por fatores como: Aterosclerose: condição vascular onde ocorre o acúmulo de lipídeos (como o colesterol e triglicérides), plaquetas e outras substâncias no seu interior dos vasos, levando a um espessamento gradual de suas paredes e gerando sua obstrução. Formação de trombos: pequenos grumos sanguíneos coagulados, de diversos tamanhos, que quando em circulação, encontram um vaso menor que seu diâmetro causando sua obstrução. Inflamações: respostas locais que o nosso corpo produz para combater alguma situação indesejável. No AVC, as inflamações mais comuns são as causadas por anti-corpos (doenças autoimunes) e as infecções que acometem o interior das artérias. Fatores de risco Os fatores de risco mais conhecidos para um AVC, seja qual for o tipo, são:
Além disso, doenças cardiovasculares que influenciam no fluxo sanguíneo podem aumentar o risco de AVCs isquêmicos, como: Arritmias cardíacas, como fibrilação atrial
Sintomas de AVCOs principais sintomas de AVC são:
Como diferenciar um AVC hemorrágico e isquêmico? Em alguns casos, o AVC hemorrágico pode ter os sintomas agravados rapidamente (como o rebaixamento de consciência progressivo e a deterioração súbita dos reflexos neurológicos). Além disso, se a pessoa apresenta sintomas mais impactantes e graves logo de início, como o desmaio, convulsão e etc., é mais provável também que seja um AVC hemorrágico. Mas não há uma maneira clínica definitiva para constatação desta separação. A melhor alternativa é a realização rápida de exame de imagem. Buscando ajuda médica Na presença de qualquer um dos sintomas de derrame citados, é importante ir a um pronto-socorro imediatamente. Isso porque quanto mais rápido se dá o tratamento, menores são as sequelas decorrentes do AVC. Também é importante dar preferência a hospitais que são conhecidamente preparados para receber um paciente em situações agudas do AVC. Diagnóstico de AVCPrimeiros socorros Se você desconfia que uma pessoa está tendo um AVC, A escala pré-hospitalar de AVC deverá ser aplicada para reconhecer os sinais mais frequentes, caso o paciente não esteja com um quadro claro. Dos três itens avaliados, um sinal positivo (com início súbito) é suficiente para suspeitar de um AVC hemorrágico: Face: o socorrista pedirá para o paciente dar um sorriso, para verificar se há desvio da boca. Força: ele pedirá ao paciente para levantar os dois braços e verá se um deles cai por falta de força. Fala: será solicitado ao paciente dizer uma frase qualquer, como “o céu é azul”, para verificar se não há qualquer alteração. Diagnóstico e tratamento de emergência Assim que o paciente chega ao hospital, entre os cuidados clínicos de emergência estão:
AVC tem cura?Quando a pessoa é atendida rapidamente após um AVC, suas chances de sobreviver e ter menos sequelas são menores. Caso o paciente tenha sobrevivido e tenha ficado com sequelas, o tempo de recuperação varia caso a caso e depende de vários fatores. Alguns dos fatores são: a extensão do AVC, a idade do paciente, condições gerais de saúde, realização de fisioterapia e fonoaudiologia, cuidados de enfermagem a apoio psicológico e familiar após ao acidente vascular cerebral. Tempo de recuperação de um AVC Em geral, o tempo médio de recuperação gira em torno de seis meses a um ano. Complicações possíveis Veja a seguir os tipos de reabilitação para as principais sequelas de um AVC: Déficit motor Ocorre quando a área afetada pelo AVC é aquela responsável pelos movimentos do nosso corpo, sendo o lado esquerdo do cérebro responsável pelos movimentos do lado direito e vice-versa. É importante a realização de fisioterapia e terapia ocupacional precoce, a fim de reinserir a pessoa nas atividades do dia a dia. Déficit sensitivo Diversas áreas do cérebro estão relacionadas à sensibilidade. Quando há lesão de uma delas, a pessoa deixa de sentir um lado do corpo. Uma atividade que pode ajudar na recuperação da sensibilidade é expor a área afetada a diferentes materiais, como esponjas, papéis, madeira, lixas ásperas e etc. Afasia Quando o AVC ocorre na área do cérebro correspondente à linguagem (broca e wernicke), é comum o paciente sofrer com a afasia. É fundamental o trabalho do fonoaudiólogo. Ela pode ser dividida basicamente em dois grandes grupos: afasia de expressão (quando o paciente entende o que você fala, mas é incapaz de se expressar pela linguagem falada) e de compreensão (quando ele consegue se expressar de todas as formas, mas não entende o que lhe é dito). Apraxia O paciente de AVC com apraxia perde a capacidade de se expressar por gestos e mímicas e de realizar tarefas motoras em sequências. Por exemplo: a incapacidade de fazer gestos que tenham um significado pré-definido, como o sinal de silêncio, acenar para dar oi ou levantar o polegar em sinal positivo. Nesses casos o paciente precisa reaprender a fazer esses processos. É necessário ensinar novamente essa sequência de movimentos, que deve ser lembrada e exercitada. Negligência Decorrente de lesões no hemisfério cerebral não dominante, que na maioria da população é o lado direito. Essa sequela diz respeito a pessoa que negligencia uma parte ou um lado se seu corpo, como se aquele segmento não pertencesse à pessoa. É fundamental estimular o lado afetado do corpo para reduzir a sequela; Agnosia visual Entende-se por agnosia visual a incapacidade da pessoa de reconhecer objetos e pessoas através da visão, apesar de essa não ter sido comprometida. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode inclusive não reconhecer mais rostos. É importante exercitar esse lado do paciente, apresentando-o para novos objetos, sempre com muita paciência - uma tática é começar por objetos que faziam parte do cotidiano do paciente antes do AVC. Déficit de memória Ocorre quando a região temporal do cérebro é afetada. No geral a pessoa perde a capacidade de lembrar eventos recentes, recordando apenas episódios passados. Lesões no tronco cerebral No tronco cerebral estão localizados centros responsáveis por atividades vitais, como a respiração. Lesões nesta região podem deixar sequelas graves e até mesmo levar à morte. Pacientes com esse tipo de sequela podem apresentar também paralisia nos dois lados do corpo, estrabismo e dificuldades para engolir - cada ponto sendo tratado por sua especialidade específica. Alterações comportamentais Ocasionados por uma lesão na parte frontal do cérebro, as alterações comportamentais são comuns em vítimas de AVC. O indivíduo geralmente passa por quadros de agitação e quadro de apatia, passando por sintomas como perda de iniciativa ou explosões de raiva sem causa aparente. Os cuidadores devem buscar orientação médica, pois em alguns casos pode ser necessário que o paciente seja medicado. Depressão A doença funciona exatamente como a depressão comum, porém se inicia após o AVC. Os sintomas são iguais aos da depressão comum - tristeza, apatia, sono inadequado, transtornos alimentares, entre outros - e pede um tratamento especializado com um psicólogo e com um neurologista ou psiquiatra. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) É comum em indivíduos com AVC. Sintomas que ajudam a identificar o problema são pesadelos persistentes e tendência do paciente a evitar lembranças do evento. Prevenção Muitos fatores de risco contribuem para o aparecimento de um AVC isquêmico. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, as doenças cardíacas, a enxaqueca, o uso de anticoncepcionais hormonais, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e a obesidade. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC. O objetivo do tratamento depois de um AVC envolve, além de tratar as sequelas que surgem, evitar possíveis eventos futuros. Por isso, mudanças no estilo de vida são uma parte importante do acompanhamento do AVC isquêmico. Veja o que é preciso fazer para impedir um novo derrame:
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