Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

TRANSPORTES TRANSMEMBRANARES

A c�lula, como sistema aberto que �, necessita, para o seu normal funcionamento e reprodu��o, de captar mat�ria, do meio exterior. A mat�ria captada destina-se n�o s� a criar novas estruturas celulares, como tamb�m ao fornecimento de energia. Sob a forma de pequenas mol�culas ou de i�es, de macromol�culas ou mesmo de part�culas complexas, a mat�ria transita do exterior para o interior, transpondo a membrana, barreira f�sica selectiva, recorrendo a mecanismos de complexidade variada e com encargos energ�ticos diferenciados para a economia celular. Se h� mol�culas, como a �gua, o anidrido carb�nico ou o oxig�nio, que transitam com extrema facilidade atrav�s da membrana plasm�tica, por simples difus�o, outras h� que, pela sua dimens�o ou lipofobia, implicam a instala��o, na membrana, de mecanismos espec�ficos. No caso de part�culas complexas ou mesmo de macromol�culas, a capta��o tira partido da plasticidade da membrana, que se deforma especialmente para abra�ar os corpos a captar e os interiorizar, submetendo-os de seguida, em geral, a um processo interno de digest�o que faz apelo � interven��o dos lisossomas.

Embora o enfoque seja colocado nos transportes que se operam atrav�s da membrana plasm�tica, isto �, entre a c�lula e o meio circundante, importa ter presente que id�nticos mecanismos ocorrem nas membranas citoplasm�ticas, entre a fase interna e a fase externa (ver Conceito Trif�sico da C�lula Eucari�tica).

Difus�o

O mecanismo f�sico mais simples de tr�fego molecular atrav�s da membrana, � a difus�o. As mol�culas, quer se encontrem de um lado, quer do outro da membrana, s�o objecto de intensa agita��o (fun��o da temperatura); consequentemente, s�o portadoras de energia cin�tica. Em caso de choque com a membrana, poder�o passar atrav�s dos fosfol�pidos, rompendo, por ventura, instant�nea e pontualmente algumas das liga��es l�beis que os unem .

A maior ou menor facilidade com que as mol�culas transitam atrav�s da membrana traduz-se pelo coeficiente de permeabilidade, determinado em rela��o a uma dupla camada fosfolip�dica artificial e expresso em mm.s-1 .  

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

O coeficiente de permeabilidade �, compreensivamente, fun��o essencialmente de tr�s factores:

1. a dimens�o da mol�cula (existindo uma correspond�ncia, ainda que grosseira, entre dimens�o e peso molecular, � habitualmente a este �ltimo que nos referimos) ;

2. o seu estado de ioniza��o;

3. a afinidade para com os l�pidos. Esta traduz-se pelo seu coeficiente de parti��o, o qual se calcula pela raz�o entre a solubilidade num �leo determinado e a solubilidade na �gua.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Permeabilidade diferenciada de diferentes categorias de mol�culas

Finalmente, tratando-se de i�es, a permeabilidade reduz-se drasticamente, ao ponto de ser praticamente nula a probabilidade de difus�o dos cati�es e ani�es habituais (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cl-, etc.) atrav�s da camada de fosfol�pidos. Assim, a maior ou menor permeabilidade que caracteriza uma determinada mol�cula ser� fun��o destas suas caracter�sticas, sendo expect�vel, por exemplo, que uma mol�cula de maior peso molecular, mas francamente lip�fila, apresente um coeficiente de permeabilidade superior a uma mol�cula de menor dimens�o, mas lip�foba.

Assim sendo, dever�o coexistir, na membrana, a par da simples difus�o, outros mecanismos que proporcionem o abastecimento da c�lula em mol�culas necess�rias ao metabolismo mas que, pelas suas caracter�sticas f�sicas, apresentam uma permeabilidade fraca ou mesmo nula. Aos sistemas, mais ou menos complexos, atrav�s dos quais as mol�culas franqueiam a barreira membranar, atribui-se a designa��o gen�rica de transportes. Uns, n�o consomem energia; s�o designados por transportes passivos, mesmo quando essa "passividade" encerra uma elevada complexidade . Outros, pelo contr�rio, consomem energia; s�o por isso designados por transportes activos.

Transportes passivos

Designam-se genericamente por transportes passivos, todos aqueles que n�o impliquem, por parte da c�lula, disp�ndio de energia. Englobam-se nesta categoria, os transportes de electr�litos ou de n�o electr�litos que se efectuam, respectivamente, a favor do gradiente de potenciais electroqu�micos ou de concentra��es. H� todavia que distinguir duas situa��es distintas, decorrentes da natureza das mol�culas e das suas permeabilidades: ou se trata de entidades que podem atravessar a membrana por simples difus�o ou, pelo contr�rio, de mol�culas que o n�o podem e, para as quais, a c�lula disp�e de mecanismos que facilitam o respectivo tr�fego.

Transporte da �gua e dos gases

a) �gua

A mol�cula da �gua possui um elevado coeficiente de permeabilidade (127 mm.s-1). A sua difus�o atrav�s da membrana (assimilada, em termos te�ricos, a uma membrana semi-perme�vel) designa-se por osmose. A osmose justifica a varia��o do volume das c�lulas quando estas entram em contacto com meios quer hipert�nicos (de mais elevada concentra��o, relativamente a solutos), quer hipot�nicos (de menor concentra��o).

Duas situa��es ilustram as consequ�ncias da osmose. A primeira � relativa aos gl�bulos vermelhos (hem�cias); a outra, tem a ver com o comportamento da c�lula vegetal em confronto com meios n�o isot�nicos.

� sabido que a concentra��o em cloreto de s�dio do nosso plasma sangu�neo � aproximadamente de 0,9%. As hem�cias, em equil�brio isot�nico, assumem normalmente a forma de discos, relativamente c�ncavos no centro. Por�m, quando confrontados com um plasma (ou uma solu��o salina) hipot�nico, as hem�cias incham e tendem para a esfericidade, em virtude da entrada de �gua por osmose. Caso a ten��o interna venha a superar as for�as de coes�o que ligam os fosfol�pidos membranares entre si, o que acontece quando a concentra��o do meio atinge cerca de 0,5%, a membrana rompe-se e a hemoglobina perde-se no meio exterior. Este fen�meno � designado por hem�lise. Em situa��o inversa, as hem�cias colocadas num meio hipert�nico, tendem a perder a pouca �gua que possuem e mirrarem.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Hem�lise

A: perfil habitual de um gl�bulo vermelho;

B: Gl�bulo vermelho “inchado” em consequ�ncia da hipotonicidade do meio;

C: Hem�lise

Ao inv�s, a c�lula vegetal � vulner�vel aos ambientes hipert�nicos. A sa�da da �gua contida no seu vac�olo, provoca uma diminui��o do volume celular e, consequentemente, o afastamento da membrana plasm�tica relativamente � parece celular. Este fen�meno designa-se comumente por plasm�lise.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Plasm�lise. A: Conforma��o habitual de uma c�lula vegetal; B: c�lula vegetal sujeita um meio hipert�nico

As varia��es de volume que se referiram s�o consequ�ncia das diferen�as de press�o osm�tica entre as duas faces da membrana plasm�tica

Demonstra-se experimentalmente que a permeabilidade da membrana � �gua aumenta com a sua fluidez, induzida por um incremento do n�mero de liga��es n�o saturadas nas cadeias alif�ticas dos fosfol�pidos. Pela mesma raz�o, assiste-se a uma diminui��o da permeabilidade com o aumento do teor em colesterol incorporado na membrana.

A grande diferen�a que se observa entre o coeficiente de permeabilidade da �gua medido na situa��o real de uma membrana plasm�tica e o respectivo coeficiente de difus�o (53, derminado em condi��es ideais, leva a concluir que a passagem da �gua n�o se opera exclusivamente por difus�o atrav�s da bicamada lip�dica, mas que dever�o existir poros ou canais por onde as mol�culas de �gua possam transitar mais facilmente. Trabalhando com eritr�citos humanos (hem�cias), foi poss�vel deduzir teoricamente que os referidos canais dever�o possuir di�metros da ordem dos 700 pm.

Por sua vez, demonstra-se experimentalmente, que a disposi��o das prote�nas intr�nsecas pode tamb�m, em certas circunst�ncias, favorecer o fluxo de �gua atrav�s da membrana. Tal facto foi posto em evid�ncia na bexiga de determinados anf�bios

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Disposi��o de prote�nas intr�nsecas na membrana das c�lulas epiteliais da bexiga de anf�bios. A: antes da administra��o da hormona antidiur�tica; B: depois da ac��o da hormona (compara��o do esquema com imagens de microscopia electr�nica) anf�bios, onde, por raz�es de estrita economia de �gua, se opera correntemente concentra��o da urina, por reabsor��o da �gua pelo organismo, atrav�s das membranas plasm�ticas das c�lulas epiteliais da bexiga.

Este fen�meno pode ser incrementado atrav�s da administra��o de uma hormona antidiur�tica. Com o aux�lio de t�cnicas de microscopia electr�nica, � poss�vel p�r em evid�ncia a forma��o de agregados part�culas intr�nsecas (prote�nas), ap�s a administra��o da hormona. Sup�e-se que a esses agregados correspondem s�tios de tr�nsito preferencial da �gua.

b) Gases

A exig�ncia de que a permuta de gases como o oxig�nio e o di�xido de carbono, se opere com grande rapidez e o facto de as velocidades de difus�o do di�xido de carbono e do oxig�nio serem praticamente id�nticas, apesar de serem significativas as diferen�as dos respectivos di�metros (CO2: 450 pm; O2: 358 pm), sugerem que o esquema de transporte deste gases envolve tamb�m a exist�ncia de canais como os referidos para a �gua.

c) Transporte de outras mol�culas (n�o electr�litos)

N�o sendo a membrana plasm�tica, no plano real, uma membrana semi-perme�vel ideal, outras mol�culas, para al�m das do solvente (�gua), difundem atrav�s dela.  O fluxo de difus�o � fun��o da diferen�a de concentra��es entre os dois lados da membrana. Consideremos o caso de duas solu��es, A e B, de concentra��es diferentes, separadas por uma membrana. Num dado instante, a probabilidade de que uma mol�cula da solu��o A possa chocar com a membrana sendo portadora de energia cin�tica suficiente para a transpor, � id�ntica a probabilidade que assiste �s mol�culas da solu��o B, em sentido inverso.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Difus�o, em fun��o dos gradientes de concentra��o: conceito de equil�brio din�mico.

Todavia, se a concentra��o de A for superior � concentra��o de B, o n�mero de mol�culas que transita de A para B ser� superior ao n�mero das mol�culas que efectuam a difus�o em sentido inverso. Dito de outro modo, as intensidades dos fluxos s�o diferentes, mas tendem a igualar-se quando as concentra��es de ambos os lados da membrana tamb�m o forem. Quando tal se verifica, atinge-se o equil�brio; equil�brio din�mico, e n�o est�tico, pois as mol�culas continuam a atravessar a membrana.

Em termos cin�ticos, a velocidade com que se opera a difus�o � proporcional � diferen�a de concentra��es. Se, por hip�tese, n�o se verificasse uma acumula��o das mol�culas entradas, mantendo a concentra��o interna constante, ent�o o fen�meno comportar-se-ia de acordo com o gr�fico da figura seguinte.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Varia��o do fluxo de transporte passivo em fun��o da concentra��o

d) Transporte de electr�litos

Vimos atr�s que, para uma subst�ncia n�o electol�tica, a condi��o de equil�brio, isto �, em que o fluxo global � nulo, � aquela em que h� igualdade das concentra��es ou, melhor dizendo, dos potenciais qu�micos da mesma subst�ncia dos dois lados da membrana.

No caso dos electr�litos, interv�m um factor suplementar e a condi��o an�loga � a aus�ncia de diferen�a de potenciais electroqu�micos (�1 e �2). Este define-se relativamente a um potencial padr�o m0 de acordo com a equa��o:

� = �0 + RT ln C + z EF

onde: z � a carga do i�o considerado; F, a constante de Faraday; E, o potencial el�ctrico; R e T, respectivamente, a constante dos gases perfeitos e a temperatura absoluta.

No equil�brio, os potenciais electroqu�micos dos dois lados da membrana (1 e 2) atingem a igualdade:

1 = �2 . Ent�o:

RT ln C1 + z E1F = RT ln C2 + z E2F

de onde se extrai a express�o do potencial de membrana no equil�brio Em :

                Em = E1 - E2 = RT/ zF . ln C2/C1     (f�rmula de Nerst)

Assim, compreende-se que as condi��es de equil�brio estabelecidas para um electr�lito podem compreender uma desigualdade de concentra��es, desde que seja contrabalan�ada por uma diferen�a de potencial el�ctrico entre os dois compartimentos

Nos casos em que z=1 e admitindo-se uma temperatura de 20 �C, ent�o:

Em voltes = 0,058 log C2/C1

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Canais i�nicos. A: canais simples; B: canais “activador dependentes”, podendo assumir a configura��o alost�rica aberta (A) ou fechada (F) consoante se encontrem associados ou n�o ao “activador” (Ac)

Ainda que a barreira fosfolip�dica seja praticamente imperme�vel aos i�es, estes atravessam a membrana gra�as a canais i�nicos. Estes s�o constitu�dos por prote�nas intr�nsecas, que estabelecem entre si uma passagem, a qual poder� ser franqueada por diversos i�es, com graus de especificidade vari�veis.

Alguns desses canais, tirando partido das propriedades alost�ricas das prote�nas, podem assumir configura��es alternativas de “aberto” ou “fechado”. Essas alternativas alost�ricas s�o determinadas por factores externos, como a liga��o de uma das prote�nas constitutivas do canal a uma outra mol�cula ou a exist�ncia de um determinado potencial de membrana.

Transportes facilitados

Para as circunst�ncias em que a permeabilidade de uma determinada mol�cula essencial � vida da c�lula, n�o permite a sua capta��o com a destreza requerida pelo metabolismo, a c�lula disp�e  de mecanismos membranares espec�ficos. Se tais mecanismos n�o despenderem energia, designam-se por transportes facilitados e enquadram-se, portanto, na classe dos transportes passivos. S�o objecto de transporte facilitado, entre outras mol�culas, os monossac�ridos, como a glucose, e os amino�cidos. Mas tamb�m, em certas circunst�ncias, os i�es s�o benefici�rios destes sistemas de transporte

a)  N�o electr�litos

O exemplo cl�ssico que ilustra as caracter�sticas deste tipo de transporte, � precisamente o da glucose. Reconhecendo as caracter�sticas que lhe est�o associadas, concebe-se um modelo baseado na exist�ncia de prote�nas membranares transportadoras, suscept�veis de assumirem duas configura��es tridimensionais.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Modelo de transporte facilitado da glucose

O transportador de membrana pode assumir duas configura��es alost�ricas consoante se encontre ligado ou n�o a uma mol�cula de glucose. O sentido global do transporte obedece ao gradiente de concentra��es. Tal sistema n�o oferece qualquer prefer�ncia de sentido, podendo promover tanto a sa�da como a entrada de mol�culas de glucose. O sentido do fluxo � apenas determinado pelo gradiente de concentra��o, tal como da difus�o simples. Com a diferen�a, por�m, de que permite o tr�nsito de mol�culas que, de outra forma, n�o transporiam a barreira membranar.

Estes sistemas de transporte membranar facilitado s�o caracterizados por (i) serem altamente espec�ficos e (ii) satur�veis.

A alta especificidade pode ser posta em evid�ncia, recorrendo aos is�meros �pticos da glucose: D-glucose e L-glucose. De facto, os transportadores da glucose, apenas reconhecem a D-glucose; a L-glucose, que todavia se distingue apenas pela posi��o de um grupo oxidrilo, n�o beneficia do transporte facilitado. Aplica-se ao transporte facilitado, o conhecido princ�pio de Fisher formulado para ilustrar a especificidade dos enzimas relativamente aos respectivos substratos : o substrato est� para o enzima, como a chave, para a fechadura.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

 Florizina

Tal como as fechaduras se podem encravar com falsas chaves, tamb�m o mesmo pode suceder aos transportadores. Refira-se a t�tulo de exemplo que, administrando florizina a um animal, se obt�m o bloqueamento dos transportadores de glucose, induzindo-se, deste modo, um aumento do teor de glucose no sangue. Tal fen�meno fica a dever-se ao facto de a mol�cula de florizina comportar uma D-glucose. O sistema activado reconhece e aceita a D-glucose, mas � de seguida encravado pela restante parte da mol�cula.

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Fluxos de transporte da glucose em fun��o da glucose: transporte facititado e passivo

Por sua vez, a saturabilidade do sistema resulta do facto de o n�mero de transportadores de membrana de que uma c�lula disp�e, ser limitado. Por conseguinte, a partir do momento em que todos os transportadores de membrana tiverem entrado em ac��o, atinge-se a velocidade m�xima de transporte, independentemente do grandeza do gradiente de concentra��o em causa.

b)   electr�litos

Certas subst�ncias podem tornar as membranas perme�veis aos i�es. S�o geralmente produzidas por microorganismos e actuam como antibi�ticos j� que t�m como efeito, contrariar drasticamente os equil�brios i�nicos funcionais das c�lulas. Interv�m enquanto tal na competi��o entre microorganismos, mas as suas potencialidades antibi�ticas s�o igualmente exploradas pela medicina. Designam-se pelo termo gen�rico de ion�foros e podem apresentar estruturas muito diversas. Apresentam em comum a caracter�stica de serem pequenas edifica��es moleculares hidr�fobas, que se dissolvem facilmente na bicamada lip�dica da membrana plasm�tica.

Distinguem-se essencialmente duas categorias de ion�foros: (i) aqueles que determinam a forma��o transit�ria de um canal e (ii) os que, sendo m�veis, se comportam como barquetas, assegurando o transporte os i�es entre as duas faces da membrana. Enquanto que o fluxo i�nico proporcionado pelos

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Ion�foros. A: ion�foros tipo “canal”, de exist�ncia transit�ria; B: ion�foros tipo “barqueta”, dotados de elevada mobilidade na camada lip�dica

primeiros n�o � afectado por um abaixamento da temperatura, o fluxo assegurado pelos ion�foros m�veis, diminui em id�nticas circunst�ncias. Compreende-se que assim seja, dado que a “agilidade” das barquetas depende da fluidez da membrana e esta caracter�stica � fun��o da temperatura. Em ambos os casos, o transporte respeita o gradiente electroqu�mico que, como se sabe, em condi��es naturais, � bastante assentuado, e garantido pelas bombas de transporte activo de i�es.

A valinomicina � um exemplo de ion�foro m�vel. Com uma forma de anel, a valinomicina manifesta uma prefer�ncia pelo i�o K+ ,10.000 superior � que oferece ao i�o Na+. O anel � bordejado exteriormente por grupos hidr�fobos que contactam com as cadeias alif�ticas dos fosfol�pidos. No interior, seis �tomos de oxig�nio constituem o s�tio de fixa��o do K+.

As gramicidina (A,B e C) s�o exemplos de ion�foros de tipo canal. S�o formadas por p�ptidos lineares constitu�dos por apenas 15 amino�cidos. S�o necess�rias duas mol�culas de gramicidina para formar um canal, mas a associa��o � inst�vel, pelo que os canais s�o transit�rios, formando-se e desmanchando-se, instantaneamente. Em m�dia,  um canal  permanece  funcional  durante um segundo. Neste lapso de tempo, a gramicidina A pode transportar 2x107 cati�es monovalentes.

Transporte activo

Em alternativa aos diferentes tipos de transporte que se referiram e que t�m entre si a caracter�stica comum de promoverem o tr�fego molecular “a favor” dos gradientes, quer de concentra��es, quer electroqu�micos, sem consumo energ�tico, outros h� que actuam “contra” os gradientes. Poder-se-ia dizer, em linguagem comum, que “remam contra a mar�”. Consequentemente, consomem energia; designam-se por transportes activos.

a) electr�litos

Os transportes activos melhor conhecidos s�o os dos i�es, cujos sistemas membranares s�o designados habitualmente por bombas i�nicas. Existem bombas para transportarem prot�es, cati�es de c�lcio, cati�es de s�dio e de pot�ssio, etc. A t�tulo ilustrativo, iremos referir a bomba de s�dio/pot�ssio, por ventura a mais abundante e de exist�ncia obrigat�ria em todas (ou quase) as c�lulas.

A necessidade da exist�ncia de bombas i�nicas decorre do facto de, por exig�ncias funcionais, deverem manter-se elevados desn�veis dos teores relativos a diferentes i�es, entre o interior da c�lula e o exterior. No quadro seguinte revelam-se alguns valores t�picos das c�lulas de mam�feros.

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

No caso espec�fico do s�dio e do pot�ssio, seria expect�vel, tendo presentes os valores indicados no quadro anterior, que, a n�o existirem mecanismos de bombeamento de i�es que contrariem o gradiente, rapidamente se atingiria o equil�brio, gra�as � simples difus�o dos i�es atrav�s dos respectivos canais. � ali�s o que, experimentalmente, se consegue, quer baixando a temperatura al�m do limiar de funcionamento dos enzimas, quer impedindo o fornecimento de energia �s bombas. Gra�as por�m �s bombas de s�dio/pot�ssio, os fluxos passivos de sa�da do pot�ssio e de entrada do s�dio, s�o constantemente contrariados por fluxos activos. Assim se mant�m os desn�veis de teor destes dois i�es.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Bomba de s�dio/pot�ssio: esquema de funcionamento

Ainda que se desconhe�a a mec�nica �ntima destas bombas, demonstra-se experimentalmente que os transportes antag�nicos de s�dio e de pot�ssio s�o (i) interdependentes e (ii) consumidores de energia, sob a forma de ATP, de tal modo que, por cada mol�cula de ATP hidrolizada, s�o bombeados 3Na+ para fora da c�lula e 2K+ para o seu citossol.

b)  N�o electr�litos

Os n�o electr�litos podem ser activamente transportados gra�as � energia potencial subjacente a gradientes i�nicos, em lugar do disp�ndio directo de ATP. Nestes casos o transporte de uma mol�cula � associado ao transporte de um i�o, quer no mesmo sentido (symport) ou em sentidos contr�rios (antiport). Nas c�lulas animais, o i�o co-transportador � geralmente o Na+. Por exemplo, o transporte activo de alguns a��cares e amino�cidos nas c�lulas animais � usualmente potenciado pelo gradiente do i�o Na+ .

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

 

Capta��o da glucose pelas c�lulas do epit�lio intestinal

Exemplo concreto � o transporte activo da glucose que ocorre na fase de assimila��o p�s-digestiva, ao n�vel do intestino. Na membrana apical das c�lulas absorventes do intestino, localizam-se mecanismos de co-transporte facilitado do Na+ e da glucose. Esses mecanismos s�o constitu�dos por unidades proteicas intr�nsecas, dotadas de propriedades alost�ricas e detentoras de s�tios de fixa��o espec�ficos para a D-glucose e para o i�o Na+. O s�tio de fixa��o da glucose s� estar� receptivo ap�s a fixa��o do Na+. Uma vez ambos “instalados”, a prote�na altera a sua conforma��o espacial, por forma a expor o Na+ e a glucose ao citossol.

A labilidade das liga��es em causa e o contexto de agita��o molecular, fazem com que tanto o i�o como o a��car se libertem no citossol. A face oposta da c�lula, limitada pela membrana basal, contacta com a rede de capilares sangu�neos, atrav�s dos quais os nutrientes assimilados s�o veiculados para o organismo. A esse n�vel, a glucose � transportada para fora da c�lula por transporte facilitado e as bombas de s�dio/pot�ssio eliminam, da c�lula, o excedente de Na+ . Ainda que na etapa propriamente dita de capta��o da glucose, n�o se tenha verificado consumo directo de ATP, o certo � que, globalmente, o processo � consumidor de energia, pois implica, de forma diferida � certo, o funcionamento das bombas de s�dio/pot�ssio.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Mecanismo membranar do co-transporte da glucose e do s�dio.

A: transportador acess�vel ao meio externo com s�tios de fixa��o do s�dio, activos, e s�tios de fixa��o da glucose, inactivos; B: a fixa��o do s�dio induz a altera��o alost�rica que permite fixa��o da glucose; C: transportador sofre altera��o alost�rica, exp�e-se ao citossol e liberta a glucose e o s�dio; D: retorno � situa��o inicial.

Transportes em massa

Os sistemas que se descreveram anteriormente, destinam-se todos ao transporte de mol�culas ou i�es de porte relativamente pequeno. Quando por�m se trata de captar uma macromol�cula, tal como uma prote�na, ou mesmo uma part�cula maior, que pode mesmo ser uma bact�ria, os mecanismos descritos j� n�o s�o adequados. Nestes casos, a c�lula recorre ao mecanismo da endocitose, que consiste basicamente na forma��o de uma depress�o membranar, seguida do envolvimento de uma por��o do meio extracelular onde a(s) part�cula(s) se encontra(m), da invagina��o da membrana e, finalmente, a forma��o de numa ves�cula, denominada genericamente por endossoma.

a) Fagocitose e pinocitose

Na sua express�o mais simples, a endocitose � um mecanismo pouco ou nada espec�fico do objecto a captar. Distinguem-se habitualmente duas modalidades em fun��o da escala: a fagocitose (do grego phagein: comer) e a pinocitose (do grego pinein: beber). A primeira, se o destinat�rio � uma part�cula de grande porte, uma bact�ria por exemplo, de tal modo que o fen�meno seja observ�vel em microscopia fot�nica; a segunda, se os objectos a captar s�o macromol�culas e, consequentemente, o fen�meno n�o ser� observ�vel em microscopia fot�nica.

 

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

EndocitosesA: pinocitose; B: fagocitose

A aus�ncia de especificidade destes mecanismos � posta em evid�ncia atrav�s de experi�ncias simples que consistem em fornecer a protozo�rios “de laborat�rio” como amibas ou param�cias, suspens�es de elementos nutritivamente neutros tal como microsferas de latex ou part�culas de carbono (tinta da China). Observa-se que os animais capturam indiferentemente essas part�culas como outras com valor nutritivo.

A observa��o do fen�meno, em microscopia electr�nica, com recurso a part�culas neutras (marcadores), como as microsferas de latex, ouro coloidal ou ferritina, uma prote�na rica em ferro, permite distinguir a exist�ncia de duas fases do fen�meno: uma fase de ader�ncia das part�culas ao cell coat da membrana, seguida da fase de ingest�o.

b) Endocitose por receptores

 Contrariamente �s endocitoses correntes que n�o aparentam qualquer grau de especificidade, outras h� que s�o altamente espec�ficas, devido � presen�a, em certas zonas da superf�cie membranar, de receptores. Estes s�o constitu�dos por prote�nas intr�nsecas e possuem s�tios de fixa��o espec�ficos de determinada subst�ncia. Gra�as �s suas propriedades alost�ricas, estas prote�nas s�o suscept�veis de assumir configura��es tridimensionais alternativas. Quando ligadas ao substrato, as altera��es estruturais que as prote�nas receptoras sofrem, manifestam-se do lado oposto da membrana, onde interactuam com uma malha proteica que reveste a membrana. Este revestimento � observado em microscopia electr�nica e aparentemente encontra-se confinado a determinadas zonas deprimidas da membrana, raz�o pela qual estas se  designam por coated pits. Esta malha de revestimento relaciona-se, segundo se sup�e, com as deforma��es da membrana inerentes ao processo de endocitose e � forma��o dos endossomas; � formada por uma prote�na fibrosa designada por clatrina, cuja mol�cula � caracterizada por possuir tr�s bra�os atrav�s dos quais se associam umas �s outras e que se designa por trisqu�lion.

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Estrutura da clatrina e forma��o da malha de revestimento dos coated pits e das coted vesicles .

Sup�e-se que os receptores se relacionam com a malha de clatrina por interm�dio de outras prote�nas designadas por adaptinas. Ap�s a endocitose, formam-se endossomas que mant�m o mesmo aspecto de revestimento, pelo que se designam por coated vesicles


Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Endocitose por receptores: estrutura e forma��o dos endossomas

              Cl : clatrina; C.P : Coated pits ; En: endossomas; Mv: microvilosidades; R: ribossomas

As mol�culas de colesterol, quando em circula��o no organismo, entre outras, beneficiam destes mecanismos de capta��o por parte das c�lulas. Com efeito, o colesterol, dada a sua hidrofobia, n�o pode circular livremente no sangue. Habitualmente, as mol�culas deste l�pido pesado, ap�s serem esterificadas por �cidos gordos, associam-se em aglomerados aproximadamente esf�ricos e recobertos externamente por uma camada de fosfol�pidos. Estes disp�em-se de forma a expor as “cabe�as” hidr�filas ao meio e a virar as “caudas” hidr�fobas, para o interior, isto �, para a massa de colesterol. Em associa��o com o recobrimento de fosfol�pidos, encontra-se uma prote�na. Em fun��o da propor��o entre l�pidos e prote�nas, assim estes corp�sculos ser�o mais ou menos densos, distinguindo-se quatro categorias, em ordem crescente de densidades

: os quilomicra, os VLDL (Very Light Density Lipoprotein), os LDL e os HDL. Os LDL (Light Density Lipoprotein) s�o provavelmente os melhor conhecidos do ponto de vista estrutural e dos mecanismos de endocitose disponibilizados pelas c�lulas para os captarem.

Os receptores dos LDL reconhecem especificamente as lipoprote�nas perif�ricas e � atrav�s delas, consequentemente, desencadeia-se o processo de endocitose .

Qual é a importância do transporte de moléculas dentro de uma célula?

Estrutura de um LDL. Col.: colesterol; P.l : prote�na ligante

RETORNO >

Qual e a importância do transporte celular?

Resposta. Transporte Celular através da Membrana Plasmática é conteúdo essencial de Biologia para o vestibular e o Enem. ... Essa troca de substâncias é de fundamental importância para a célula, tendo em vista que ela absorve, produz, consome e elimina inúmeras substâncias em seu metabolismo.

O que define o transporte de moléculas diversas através das membranas celulares?

Podemos classificar o transporte através da membrana analisando-se o gasto de energia que uma célula apresenta ao transportar uma substância. Aquele transporte em que não há gasto de energia é chamado de passivo, e aquele que apresenta gasto de energia é chamado de ativo.

Como funciona o transporte celular?

O transporte ativo é o que ocorre através da membrana celular com gasto de energia. Nesse caso, o transporte de substâncias ocorre do local de menor para o de maior concentração. Ou seja, contra um gradiente de concentração.

Qual a importância do transporte ativo para o nosso organismo?

Transporte ativo garante que solutos sejam transportados contra os gradientes de concentração e requer o fornecimento de energia. O transporte ativo é um tipo de transporte através da membrana em que há gasto de energia.