Qual foi o maior milagre de Jesus Cristo?

DEVOCIONAL 02.07.2019

“…Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: ‘Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais’. Jesus lhe disse: ‘Hoje houve salvação nesta casa!’ (…) Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.Lucas 19.1-10

O ser humano tem o desejo de presenciar milagres, de ver montanhas se movendo, ou grandes sinais no céu e no mar, mas há um milagre ainda maior do que qualquer um desses e que ocorre diante de nossa igreja constantemente: o grande milagre da salvação.

A Bíblia afirma que só há duas situações possíveis para quem deixa esta vida: céu ou inferno. O ser humano inventa outras possibilidades: alguns acreditam que podem voltar em outra vida depois que morrem para pagar os pecados da vida atual, mas se dependesse de voltar para pagar os pecados dessa vida, ele não chegaria nunca ao céu, pois, quando voltasse, cometeria novos pecados e teria que voltar de novo, e esse processo não teria fim. É por isso que a Bíblia é bem clara ao afirmar que a vida é uma só e é nessa única vida que vai ser definido para onde vamos após a morte. Veja o que diz Hebreus 9.27: “Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo”.

A salvação ocorre quando alguém toma consciência de que é pecador, que está perdido em seus próprios pecados e crê que Jesus Cristo tem o poder de ser o seu Salvador pessoal. Como fruto desse entendimento, pede a Cristo que lhe salve, reconhecendo os pecados e se arrependendo. Esse ato de se arrepender, de crer que Jesus tem o poder de lhe salvar e de entregar a vida a Ele conduz à salvação.

Através da Salvação em Cristo ocorre o milagre em que o castigo pelos nossos pecados “cai na conta” de Cristo e os méritos de Cristo “caem na nossa conta”, saldando a nossa dívida e nos justificando diante de Deus. Ele se ofereceu para receber o castigo em nosso lugar e nos tornar justificados através desse perdão.

Para Deus uma alma vale mais do que o mundo inteiro, esse é o maior milagre. Aliás, se você morresse hoje, tem a certeza de que iria para o céu? Já entregou a sua vida a Cristo?

Pr. Marcelo Escandarane,
Pastor da Congregação da PIBN em Trindade, São Gonçalo/RJ.

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos
(Mc
1, 29-39)

No Evangelho deste Domingo, Nosso Senhor vai à casa de Simão e André, cura a sogra de São Pedro de uma febre e, à tarde, depois do pôr do sol, cura muitas pessoas de diversas doenças e expulsa muitos demônios. Tratam-se de alguns dos inúmeros milagres operados por Jesus.

Todos esses fatos relatados nos Evangelhos realmente aconteceram. Hoje, infeliz e desgraçadamente, certas teologias racionalistas tendem a reputar os milagres de Cristo como “mitos”. O protestante Rudolf Bultmann, por exemplo, falava da “demitologização” do Evangelho: a modernidade, tão acostumada a avanços científicos e tecnológicos, não poderia aceitar a linguagem e o conceito de mundo expressos nas Escrituras. Seria, pois, necessário filtrá-las, para que se adaptassem ao homem contemporâneo.

O fato, porém, é que a incredulidade em relação aos milagres sempre foi uma constante na história da humanidade. O ser humano – algumas gerações mais, outras menos – sempre teve dureza de coração e dificuldade para crer nestas coisas.

Para que, então, Jesus realizava milagres? Santo Tomás de Aquino, em sua Summa contra Gentiles, ensina o seguinte:

“Costuma-se chamar de milagres [miracula] as coisas que às vezes acontecem fora da ordem constante da natureza, pois ficamos admirados de um fato quando, vendo um efeito, desconhecemos a causa, e porque uma mesma causa é às vezes conhecida por uns e desconhecida por outros, acontece que, ao verem o mesmo efeito, uns ficam admirados e outros, não. Por exemplo: o astrônomo não se admira quando vê o eclipse do sol, porque conhece a sua causa, mas quem desconhece astronomia fica admirado, porque desconhece a causa. Assim, o eclipse é para este algo admirável, mas não o é para aquele. Por isso, é admirável aquilo que tem a sua causa simplesmente oculta.”

“E é isto que justamente quer dizer o termo milagre: o que por si mesmo é capaz de causar admiração a todos. Ora, a causa simplesmente oculta para todos os homens é Deus, pois, como acima foi provado, nenhum homem, no estado da vida presente, pode aprendê-lo pelo intelecto. Por isso devem ser ditos propriamente milagres os fatos acontecidos fora da ordem comum que se vê nas coisas [quae divinitus fiunt praeter ordinem communiter observatum in rebus].”

“Há diversos graus e ordens nestes milagres. Com efeito, no supremo grau dos milagres estão aqueles nos quais algo é feito por Deus e que a natureza jamais pode fazer, como por exemplo, estarem dois corpos ocupando o mesmo lugar; o sol retroceder ou parar; o mar dividir-se para possibilitar a passagem dos transeuntes. Nestes milagres, há ainda a se considerar uma ordem. Com efeito, quanto maiores são as coisas operadas por Deus e quanto mais remotas as capacidades da natureza, tanto maior é o milagre, como maior é o milagre de o sol retroceder do que o de dividirem-se as águas. No segundo grau dos milagres estão aqueles nos quais Deus faz algo que a natureza pode fazer, mas não por aquele modo. Assim, é obra natural que um animal viva, veja e ande; mas que, após a morte, viva; após a cegueira, veja, e após o coxear, ande – isto a natureza não pode fazer. Deus, porém, às vezes o faz milagrosamente. Deve-se ainda considerar que há nestes milagres uma graduação na medida em que o que é feito distancia-se da capacidade da natureza. O terceiro grau dos milagres consiste em Deus fazer o que é comumente feito por obra da natureza, sem, no entanto, os princípios da natureza atuarem, como, por exemplo, quando a virtude divina cura alguém de uma febre naturalmente curável, ou quando chove sem interferência das causas naturais da chuva.” [1]

Os milagres narrados no Evangelho deste Domingo podem ser identificados, então, de acordo com as observações de Santo Tomás, como de segundo e terceiro graus. De todos os prodígios realizados por Cristo, porém, o maior de todos é fazer que o ser humano – cheio de egoísmo, misérias e pecados – ame com amor sobrenatural. Este é um milagre de “supremo grau” – muito maior que ressuscitar um morto ou curar um paralítico –, pois dá ao homem a vida divina, fazendo-o chegar a uma caridade perfeita, pela qual ele ama mais a Deus que a si mesmo.

Foi o que experimentaram os mártires, quando preferiram entregar a sua vida a perder a graça divina. Se é natural que o ser humano ame a Deus com suas forças naturais – encontrando “as perfeições invisíveis de Deus (...) através de suas obras” [2] –, não é natural, porém, que ele ame ao Senhor acima de si próprio e de todas as coisas, como fizeram, por exemplo, o japonês São Paulo Miki e seus outros 25 companheiros mártires – cuja memória se celebrou no último dia 6 de fevereiro. O relato de seus martírios conta que uma criança, vendo-os serem crucificados e decapitados, se enchia de uma alegria sobrenatural e cantava de alegria por saber que, morrendo, eles podiam ver Jesus.

Então, é admirável que o cego de nascença seja curado em Siloé, mas muito mais admirável é que nós, cegos e incapazes de ver a verdade de Deus, enxerguemos; é admirável que Lázaro seja ressuscitado, depois de quatro dias morto, mas muito maior é que nós, em nosso egoísmo e pecado, sejamos elevados à vida divina; é maravilhoso alimentar com cinco pães uma multidão de cinco mil homens, porém mais maravilhoso ainda é que sejamos alimentados pelo próprio Deus na Eucaristia. Recorrendo ao Evangelho deste Domingo, também é admirável que Nosso Senhor cure os enfermos e expulse os demônios; muito maior, porém – e tão extraordinário quanto “o sol retroceder ou parar” ou “o mar dividir-se para possibilitar a passagem dos transeuntes” –, é que o homem seja elevado acima de sua própria natureza e ame a Deus divinamente.

Cristo opera todos os milagres narrados no Evangelho a fim de despertar o homem para o sobrenatural. Assim, quando multiplica os pães, Ele aponta para a Eucaristia; e, quando ressuscita Lázaro, aponta para a ressurreição espiritual que acontece em todo sacramento do Batismo e da Confissão. Sem negar a existência e a historicidade dos milagres de Nosso Senhor, é possível olhar os seus prodígios e portentos com os olhos dos santos: muito maior que a multiplicação dos pães e que a ressurreição de Lázaro é o milagre extraordinário da vida de Deus no coração do homem.

Por isso, neste Domingo, não percamos de vista a razão pela qual Jesus operava milagres. Ele o fazia não só para tornar credível a Sua pregação, mas também para levar os homens ao amor. De nada adiantam bens e saúde neste mundo, se estivermos mortos espiritualmente, sem poder amar e viver a vida divina.

Referências

  1. Summa contra Gentiles, III, CI
  2. Rm 1, 20

Texto do episódioMaterial para downloadComentários dos alunos

Qual foi o grande milagre de Jesus?

Pelo poder do Espírito Santo, prestamos testemunho pessoal de que Aquele que foi morto no Calvário, o nosso Salvador, levantou-se dentre os mortos e por meio de Seu sacrifício, concedeu o dom da vida eterna a todos os que obedecerem a Seus mandamentos. Em nome de Jesus Cristo, nosso Redentor.

Qual foi o primeiro milagre de Jesus?

A cidade de Qana al Jalil, que fica a 85 quilômetros de Beirute, ao sul de Tiro, é para os libaneses o local das "Bodas de Canaã", onde Jesus Cristo realizou seu primeiro milagre, transformando a água em vinho durante um casamento.

Qual foi o primeiro milagre de cura de Jesus?

A primeira cura que é contada no Evangelho de São Marcos, o primeiro a ser escrito, é justamente de uma mulher idosa, certamente viúva, a sogra de Pedro. Carregava todas as rejeições próprias daquela época, daquela região. Por ser mulher, idosa, viúva, que eram deixadas de lado, consideradas as miseráveis do povo.

Qual é o grande milagre do Cristianismo?

1 – O milagre do sol, em Fátima O fenômeno durou cerca de 10 minutos e está na lista oficial de milagres reconhecidos pelo Vaticano.