Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

O primeiro herói paraolímpico

Luiz Cláudio Pereira foi o primeiro grande atleta paraolímpico do Brasil. Depois de conquistar 4 medalhas (2 de ouro e 2 de prata) nos Jogos de Nova York e Stoke Mandeville, em 1984, ele entrou de vez para a história em Seul-1988. Na primeira vez em que as Paraolimpíadas foram realizadas na mesma cidade dos Jogos Olímpicos, Luiz Cláudio melhorou ainda mais seu desempenho em relação à edição anterior.

Além de repetir as medalhas de ouro nas provas de lançamento de dardo e no arremesso de peso — sagrando-se bicampeão paraolímpico em ambas —, Luiz Cláudio Pereira chegou a sua quinta medalha de ouro nos Jogos ao vencer também a prova de lançamento de dardo. Mais do que isso, o brasileiro quebrou o recorde mundial do peso e do dardo e o recorde paraolímpico do disco. Para fechar sua participação em Seul-1988, ele repetiu a prata no pentatlo.

Medalhas em três modalidades

Em Seul-1988, o Brasil conquistou um total de 28 medalhas, igualando o desempenho geral dos Jogos de 1984. A exemplo do que ocorreu na edição anterior, os brasileiros tiveram amplo sucesso no atletismo e na natação. O Brasil subiu 16 vezes ao pódio graças ao atletismo e outras 9 graças à natação.

A novidade em Seul-1988 veio no tatame. Jaime de Oliveira, Júlio Silva e Leonel Cunha Filho foram os primeiros atletas do Brasil a conquistar uma medalha paraolímpica no judô. Os três conseguiram o bronze em suas categorias (até 60kg, até 65kg e acima de 95kg, respectivamente). Com o resultado, o judô brasileiro se juntou ao atletismo, à natação e ao lawn bowls como as únicas modalidades a subir ao pódio paraolímpico até então.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Classificação por total de medalhas

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

* OURO – Atletismo Luiz Cláudio Pereira (arremesso de peso, lançamento de dardo e lançamento de disco classe 1C); e Graciana Moreira Alves (100m livre classe 6)
PRATA – Atletismo Ádria Rocha Santos (100m rasos e 400m rasos classe B2); Anelise Hermany (800m rasos classe B2); César Antônio Goalberto (400m rasos classe B1); Cláudio Nunes Silva (lançamento de dardo C6); Elmo Ribeiro (400m rasos classe B2); e Márcia Malsar (100m rasos C6) – Pentatlo Luiz Cláudio Pereira – Natação Maria Jussara Mattos (100m borboleta classe 6)
BRONZEAtletismo Anelise Hermany (400m rasos B2); Carlos Sestrem (maratona classe B1); Iranilson Oliveira (100m rasos em cadeira de rodas classes 5 e 6); e Sebastião da Costa Neto (arremesso de peso classe C6) – Natação Fábio Ricci (25m costas, 25m peito e 100m livre classe 1C); Graciana Moreira Alves (100m peito e 100m borboleta classe 6); Leandro Ramos Santos (100m borboleta classe L6); e Maria Jussara Mattos (100m livre classe 6) – Judô Jaime de Oliveira (até 60kg); Júlio Silva (até 65kg); e Leonel Cunha Filho (acima de 95kg)

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 estão a todo vapor e a meta do Brasil é continuar no top 10, posição que ocupa desde Pequim 2008. Mas com o grande elenco que está nos representando em Tóquio, podemos sonhar cada vez mais alto!

Nesta edição, o Brasil terá sua maior delegação fora do país, com 260 atletas Paralímpicos. Ao contrário dos atletas Olímpicos, eles infelizmente ainda são desconhecidos para a maioria das pessoas, apesar de serem favoritos em modalidades como bocha, natação e atletismo, que são as mais vencedoras desde a nossa estreia nos Jogos em 1972.

Para ressaltar a importância desses campeões para o nosso país, fizemos uma lista para vocês conhecerem a história de alguns deles. Vamos lá?!

Daniel Dias

Daniel Dias, de 33 anos, é o maior nadador Paralímpico de todos os tempos. Ele nasceu com má formação congênita nos membros superiores e na perna direita, e em 16 anos de carreira conquistou 27 medalhas em Jogos Paralímpicos. Essa marca foi alcançada com os 3 bronzes que ganhou em Tóquio: nos 200m livre, nos 100m livre e no revezamento 4x50m. O maior medalhista da natação, dono de 14 medalhas de ouro, vai se aposentar após os Jogos de Tóquio, com orgulho de ter dado continuidade às conquistas de nomes como Clodoaldo Silva e Ádria Santos. Nas vésperas da competição, Daniel, que costuma raspar o cabelo para entrar na piscina, foi surpreendido por uma homenagem da Comissão técnica brasileira, que reproduziu o gesto do nadador. Ele vai passar o bastão para um outro fenômeno das piscinas, Gabriel Bandeira, que aos 21 anos terá a responsabilidade de continuar o legado do companheiro de modalidade.

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Gabriel Bandeira

Provando que vai dar conta do recado dentro das piscinas, Gabriel conquistou o primeiro ouro brasileiro em Tóquio. Essa foi a estreia da classe s14 (para atletas com deficiências intelectuais) nos Jogos, e o nadador representou muito bem nosso país, vencendo os 100m borboleta. Com a marca de 54s76, Gabriel bateu um novo recorde Paralímpico, mais um para sua coleção que cresce desde seu início na modalidade. E não para por aí, o multimedalhista coleciona 4 medalhas em 6 provas realizadas em Tóquio. Durante quase 10 anos ele praticou natação convencional, até fazer os testes de elegibilidade que o classificaram como deficiente intelectual, e passar a competir no esporte Paralímpico. Suas primeiras competições a nível nacional e internacional foram no ano passado, e Gabriel teve um excelentes resultados, o que já era esperado também em Tóquio.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Evelyn de Oliveira

Evelyn é medalhista de ouro nas duplas mistas da categoria BC3 da bocha nas Paralimpíadas Rio 2016. Ela é diagnosticada com atrofia muscular espinhal, uma doença congênita que impede os movimentos dos membros inferiores e enfraquece os movimentos dos membros superiores da atleta. Evelyn iniciou na bocha aos 22 anos, a convite de uma professora, como um belo exemplo da importância dos profissionais de Educação Física na formação de estrelas do esporte.  Hoje, aos 44, foi convidada para ser porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, para os quais treinou em uma quadra construída em casa devido a pandemia.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Petrúcio Ferreira

Também porta-bandeira dos Jogos de Tóquio, o ‘Bolt’ das Paralimpíadas, ou melhor, Petrúcio Ferreira, é um fenômeno do atletismo, modalidade com o maior número de atletas brasileiros nesta edição. O paratleta mais rápido do mundo já estreou na competição batendo o recorde Paralímpico, ao completar a prova em 10s53, e conquistar a medalha de ouro nos 100 metros rasos da categoria T47 (para esportistas com membro superior amputado). Essa é mais uma para sua coleção de medalhas. O bicampeão Paralímpico conquistou seu primeiro ouro na Rio 2016. Aos dois anos, Petrúcio sofreu um acidente na forrageira, máquina de triturar capim, perdendo parte do braço esquerdo. Ele iniciou no atletismo paralímpico na escola, quando chamou a atenção dos organizadores de um campeonato escolar do qual participou. Hoje, aos 26 anos, Petrúcio comemora seus títulos, assim como o multicampeão Usain Bolt, imitando um raio com os braços apontando para o alto. Mas a semelhança não está apenas na comemoração – as conquistas no esporte também são equivalentes. O jamaicano já se aposentou, mas Petrúcio segue nas pistas como uma promessa para o atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Antônio Tenório

Antônio Tenório da Silva é considerado o maior judoca Paralímpico da história. Ele conquistou as 4 medalhas de ouro do Brasil na modalidade. Seu início no judô foi aos oito anos de idade, mas um descolamento de retina ao ser atingido por uma semente de mamona no olho esquerdo aos 13 anos, e, mais tarde, uma infecção no olho direito,  o deixaram cego. Assim, ele partiu para o judô Paralímpico e se tornou uma referência nesse esporte. Os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcam a 7ª edição do atleta, depois de 6 edições e 6 medalhas conquistadas. Sua estréia no megaevento foi em Atlanta 1996, lutando na categoria B1, para cegos totais. Hoje, aos 50 anos, Antônio ainda pensa em esticar a carreira até a edição de Paris, em 2024.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Débora Menezes

Débora Menezes é parataekwondista da classe K44 (para amputados de braço). Ela nasceu com uma má-formação no cotovelo direito e se interessou mais pelos esportes Paralímpicos no final de sua faculdade de Educação Física. Débora competia no lançamento de dardo, até 2013, quando conheceu o parataekwondo, e iniciou na modalidade. Além de campeã  mundial na Turquia, ela conquistou medalha de prata nos jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, ambos em 2019. A taekwondista acredita na importância de trabalhar a mente, assim como trabalha o corpo, e como parte desse processo, ela já se imagina no pódio. Apesar de sempre ter presenciado uma segregação de mulheres no esporte, Débora nunca desistiu de lutar para ocupar o lugar que deseja, e assim ela fará em Tóquio.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Yeltsin Jacques

Yeltsin Jacques protagonizou a conquista da centésima medalha de ouro Paralímpica do Brasil. Depois de estrear em Tóquio garantindo a primeira medalha dourada do atletismo brasileiro nos 5.000m masculino T11, para cegos, ele chegou ao primeiro lugar do pódio novamente nos 1.5000m, com direito a recorde mundial: 3min57s60. Yeltsin nasceu com baixa visão, iniciou no esporte pelo judô, e conheceu o atletismo acompanhando um amigo, totalmente cego, na corrida. Apesar de ter conquistado a sua primeira medalha Paralímpica em Tóquio, Yeltsin já carrega algumas conquistas nas classes T12 e T13, para atletas com deficiência mais leve. Dentre elas, no Mundial da França 2013, no Parapan de Toronto 2015 e no Parapan de Lima 2019. A mudança de categoria ocorreu esse ano, depois de uma reclassificação oftalmológica, que o considerou como competidor da classe T11, em que os corredores são acompanhados de um guia. Formado em Educação Física e fã do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, Yeltsin que já era cotado ao pódio em Tóquio, apenas confirmou ser um fenômeno do atletismo Paralímpico.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Lúcia Araújo

A judoca Lúcia Araújo descobriu o judô aos 15 anos, acompanhando os irmãos que praticavam o esporte. Durante a gravidez, sua mãe contraiu toxoplasmose, e passou para ela, o que afetou sua visão. Após alguns anos afastada da modalidade, Lúcia teve contato com uma atleta cega da seleção paralímpica de judô, o que a incentivou a voltar a lutar. Em sua trajetória ela enfrentou algumas dificuldades, até chegou a treinar escondido. Sua primeira medalha Paralímpica veio nos Jogos de Londres, em 2012. Em 2016 ela conquistou  a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio e nesta edição Lúcia foi responsável pela primeira medalha do Brasil no judô. Ela garantiu o bronze, a terceira medalha Paralímpica de sua carreira.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Maria Carolina Santiago

Representando, e muito bem, a segunda modalidade com mais atletas brasileiros em Tóquio, a nadadora Maria Carolina Santiago conquistou cinco medalhas na competição, sendo três delas medalhas de ouro. Assim, ela se tornou a primeira atleta brasileira a conseguir três ouros em uma única edição de Jogos Paralímpicos, com direito a um novo recorde da competição (28s82), nos 50 metros livre na classe S13, para atletas com deficiência visual mais leve. A nadadora, que nasceu com Síndrome de Morning Glory, uma alteração congênita na retina, responsável pela diminuição do campo de visão, só migrou para o esporte Paralímpico em 2018, e já no ano seguinte foi campeã mundial. Mas a natação já estava presente na vida da atleta desde os quatro anos de idade, como influência do irmão que foi nadador, mas também por não poder praticar esporte de impacto, devido a sensibilidade que tem na retina. Hoje ela nada pelo clube Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul, onde foi apresentada ao esporte Paralímpico. Maria Carolina entrou para a história ao encerrar um jejum de 17 anos sem medalhas de nadadoras brasileiras nas Paralimpíadas.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Silvânia Costa

Silvânia é bicampeã paralímpica no salto em distância da categoria T11, para cegos. Desde criança, ela sofre de uma doença congênita que causa a perda progressiva da visão, chamada de Doença de Stargardt. A atleta Paralímpica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul iniciou no esporte aos 18 anos. O talento para o atletismo vem de família. Seu irmão, Ricardo Costa, compete na mesma modalidade e categoria que ela, e se destaca assim como Silvânia. A recordista é medalhista no salto em distância nos Jogos Rio 2016, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, no Mundial de Doha 2015 e agora nos Jogos de Tóquio 2020, onde saltou 5 metros, garantindo o lugar mais alto do pódio.

Qual o atleta paraolímpico brasileiro que mais vezes subiu ao pódio?

Apesar de suas trajetórias e conquistas inspiradoras, esses atletas não recebem o devido valor, por isso é muito importante dar visibilidade ao Movimento Paralímpico. E levar essa temática para as aulas de Educação Física é uma forma de ajudar nesse processo, além de promover a inclusão e o respeito às pessoas com deficiência.

Gostou de conhecer esses gigantes do esporte Paralímpico brasileiro? Deixe seu comentário!

Qual é o nome do principal atleta paralímpico da história?

Aos 33 anos, Daniel Dias é o maior nome da história do esporte paralímpico brasileiro. Aliás, seus feitos na natação não se comparam ao de nenhum outro esportista do Brasil, com ou sem deficiência. São 27 medalhas em Paralimpíadas: 14 ouros, 7 pratas e 6 bronzes. Outros 40 pódios em Mundiais, 31 deles dourados.

Quem é considerado o pai do movimento paraolímpico?

Filho mais velho de uma família judia ortodoxa de Tost, na Alemanha (atualmente na Polônia), Ludwig Guttmann nasceu em 1899 e teve três irmãs.

Quem são os recordistas da natação paralímpica?

S1: José Ronaldo da Silva..
S2: Gabriel Araújo* e Bruno Becker..
S3: Larissa Rodrigues..
S4: Lídia Cruz e Patrícia dos Santos..
S5: Joana Neves e Samuel Oliveira..
S6: Talisson Glock*..
S8: Cecília Araújo e Gabriel Cristiano..
S9: Mariana Gesteira..

Qual atleta paralímpico surpreendeu mais você nome é esporte que ele Ela pratica?

Clodoaldo Silva Conhecido como Clodoágua, o atleta teve contato com a natação como uma terapia reabilitante, em 1996. E em 2000 já estava participando das olimpíadas de Sydney, onde conquistou 3 medalhas de prata e 1 de bronze. Suas 6 medalhas de ouro vieram em 2004, nos jogos paralímpicos de Atenas.