Quando a picada de um escorpião pode matar?

O veneno do escorpião pode ser brando ou causar até a morte

Cada espécie de escorpião pode causar um tipo de problema no organismo humano após uma picada. Alguns sintomas podem aparecer imediatamente, enquanto outros demoram para chegar. A verdade é que nunca é agradável ser picado de surpresa por um escorpião. Mesmo que não sejam venenosos, causam grande preocupação.

O ideal é correr para atendimento médico, sem hesitar. O veneno do escorpião pode causar sintomas nada agradáveis para a sua saúde.

Em várias cidades do país ocorreu aumento da infestação de escorpiões e isso acontece, principalmente, nas estações mais quentes e úmidas como o verão e a primavera.

Com isso, os casos de picada aumentam e a maioria das pessoas não possui informações suficientes sobre como o veneno do escorpião age no organismo e como devem proceder se ocorrer um acidente.

Informações sobre veneno do escorpião e como agir após uma picada

O veneno fica armazenado na cauda do escorpião e quando um indivíduo é atacado, a toxina vai direto para a corrente sanguínea. O ferrão geralmente não deixe marcas visíveis. Na hora da picada a dor é forte e em alguns casos o efeito do veneno do escorpião pode ser imediato.

A maioria dos casos evolui sem precisar da aplicação de soro, mas sempre com remédios para controlar a dor e atendimento médico. Mas, deve-se ficar atento com crianças e idosos que podem ter complicações.

Como é a dor de uma picada de escorpião?

A dor tem a característica de uma queimação, que pode se concentrar no local da picada ou atingir outros membros do corpo. A dor com o tempo só aumenta e os sintomas pioram também.

O veneno do escorpião pode ser extremamente forte para o corpo humano. No Brasil a preocupação é ainda maior porque no país existem 2 espécies de escorpiões perigosas: escorpião marrom e escorpião amarelo. São as espécies que possuem maior número de atividades que resultam em quadros graves e óbitos de pessoas.

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  • Mônica Manir
  • De São Paulo para a BBC Brasil

9 julho 2018

Quando a picada de um escorpião pode matar?

Crédito, Letícia Delphino / Instituto Butantan

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Escorpiões como o Tityus serrulatus colocam em risco sobretudo a vida de crianças menores de sete anos e idosos

O tratorista Valdomiro Vieira dos Santos Neto, 34 anos, sempre esteve atento às cobras. Trabalhador de uma usina de cana-de-açúcar na região de Miguelópolis (SP), ele sabe da ameaça venenosa que representa uma cascavel, por exemplo. Mas não imaginava que um bicho peçonhento muito menor teria o poder de devastar sua família. Há um mês, a picada de um escorpião causou a morte de Felipe, seu filho de 3 anos. O menino foi atacado na mão enquanto brincava com um caminhãozinho dentro de casa.

"A gente tem que evitar entrar em contato com um animal desses", disse Valdomiro, bastante abalado. "Mas eu não tinha essa instrução."

Responsável por 184 mortes no Brasil em 2017, o escorpião ultrapassou as serpentes no topo do ranking de animais peçonhentos que mais matam no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mesmo ano, foram registrados 105 casos de morte por veneno de cobra.

De 2013 para cá, aumentou em 163% o número de óbitos causados por esse artrópode; naquele ano, eram apenas 70. A proporção no aumento das mortes é muito maior do que a dos casos notificados de escorpionismo, ou seja, situações em que o escorpião injeta veneno em uma pessoa através do ferrão, sem necessariamente levá-la à morte. Eles somaram 125.156 no ano passado, diante de 78.363 em 2013, um aumento de quase 60%.

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Os Estados de São Paulo e Minas Gerais exibem a situação mais alarmante nas tabelas do Ministério da Saúde. Ambos registraram, respectivamente, 26 e 22 mortes por picada de escorpião em 2017.

'O caminhãozinho picou minha mão'

A mulher de Valdomiro, a dona de casa Camila de Oliveira Diniz, 28 anos, conta que, no dia em que seu caçula foi picado, o marido havia arrastado um armário para consertar uma das portas do móvel. Ela supõe que o escorpião, bicho que gosta de lugares escuros e úmidos, estivesse entocado ali atrás.

Assim que o menino reclamou que "o caminhãozinho tinha picado a mão", Valdomiro viu um escorpião amarelo de costas escuras subindo pela parede, perto do brinquedo. Matou o animal com um chinelo e o colocou num papel. Correu com o filho e o bicho para o pronto-socorro do município, a cerca de cinco minutos de carro da sua casa.

Crédito, Leticia Delphino/Instituto Butantan

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Produção de antídoto no Instituto Butantan; no interior de SP, pai cujo filho morreu da picada conta não ter conseguido o soro no pronto-socorro de sua cidade

O pronto-socorro de Miguelópolis não tinha soro antiescorpiônico quando Felipe e seus pais chegaram ali, no dia 5 de junho, por volta das 15h. Eles foram então encaminhados em ambulância para Ituverava, a 35 quilômetros de distância, onde o menino foi medicado.

"Depois de tomar o soro, ele parecia bem, conversou, perguntou dos cachorros, a gente tinha certeza de que ia trazer ele pra casa", diz a mãe. Ela recorda que à noite, no entanto, ainda no hospital, o filho vomitou, começou a piorar. Ela logo percebeu que o estado de saúde dele se agravara por causa da movimentação da equipe médica. Felipe chegou a receber massagem cardíaca, mas seu corpo deixou de reagir à 1h da manhã. "Deus recolheu o Felipe", disse Camila.

O casal tem outros dois filhos, de 13 e 10 anos, e não se conforma com o fato de a cidade em que mora não dispor do antídoto. "Se o soro estivesse mais perto e mais à mão...", afirma a mãe. Lembrando que um rapaz, conhecido de Valdomiro, tinha tomado recentemente uma picada de escorpião na cabeça, completou: "Está cheio deles por aqui. Se eu posso dizer algo para os pais é que façam uma busca efetiva pela casa, dia sim, dia não, atrás dessa criatura."

Em entrevista à emissora EPTV no dia 6 de junho, a coordenadora de saúde do município de Miguelópolis, Adib Abrahão, reconheceu que há 15 anos a cidade não tem soro antiescorpiônico disponível para seus cidadãos, mas que estaria "vendo todo o protocolo" para adquirir o medicamento. A prefeitura não respondeu à BBC News Brasil para informar se providenciou o soro.

A população de Miguelópolis tem por prática colocar os escorpiões que mata em garrafas PET ou vidros com álcool. Suas coleções pessoais são arregimentadas no banheiro, na cozinha, na área de serviço, nas dobras de lençóis e mosquiteiros, no meio do lixo ou do material de construção estocado perto ou dentro de casa. A maioria dos casos é de picadas nos pés e nas mãos, seguidas de dor intensa no local, que costuma irradiar para os membros. Por vezes, aparecem vermelhidão, inchaço e/ou febre, sintomas ainda considerados leves.

Em casos mais graves, porém, o quadro pode evoluir para náuseas, vômitos, dor abdominal, sudorese excessiva, taquicardia, salivação fora do normal, agitação ou prostração, perda do controle cognitivo, insuficiência cardíaca, edema pulmonar e choque. "O veneno do escorpião tem uma ação neurotóxica, afetando o sistema nervoso central", diz a bióloga Gabriela Cavalcanti, que trabalhou com escorpiões durante toda a sua graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A recomendação, em caso de ferroada, é procurar o serviço de saúde mais próximo. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida da pessoa ao posto de atendimento. Não se deve fazer torniquete, aplicar qualquer substância no ponto da picada nem fechá-lo com curativo, para não favorecer infecções.

Pernambuco, onde mora Cavalcanti, é o terceiro Estado com maior número de mortes por picada de escorpião. No ano passado foram 9 delas, segundo relatório epidemiológico do Ministério da Saúde.

Onde tem barata, tem escorpião

Em janeiro de 2018, um menino, também de 3 anos, teria sido vítima do animal peçonhento enquanto assistia à televisão sentado no sofá de casa, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. A mãe não entendeu, de imediato, o porquê do choro da criança. Só quando um dos dedinhos do garoto passou a ficar roxo ela o levou para o hospital. Moradores do bairro em que mora a família do garoto, Cajueiro Seco, afirmaram ser comum flagrar o bicho nas residências, onde também se multiplicam baratas, para as quais pouco se dá bola.

"Mas onde prolifera barata, tem escorpião", afirma a infectologista Fan Hui Wen, gestora responsável pelo Laboratório de Artrópodes e pelo Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do Instituto Butantan, em São Paulo. Baratas são um dos alimentos preferidos dos escorpiões.

Crédito, Laís Pordeus

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'Tityus stigmurus', comum no Nordeste; velocidade de ação do veneno varia de pessoa para pessoa, mas às vezes a morte pode ocorrer após apenas 2 horas da picada

Com especialização em saúde pública, a médica cansou de ver casos em que houve demora no diagnóstico por problemas de comunicação com crianças pequenas - que ainda não conseguem verbalizar o que teria causado o incômodo que sentem. Só quando começam a vomitar, por exemplo, é que os pais procuram o pronto atendimento. "No entanto, às vezes o soro antiescorpiônico não está previsto naquele lugar, os profissionais de saúde não sabem onde tem, fica-se batendo cabeça e, quando vai ver, já é tarde", completa.

A velocidade de ação do veneno varia de pessoa para pessoa, mas a vítima pode morrer duas horas depois de picada. "Um dos motivos pelos quais o óbito por animal peçonhento choca muito é por ser abrupto", diz Wen. "A pessoa está bem, brincando ou trabalhando, e de uma hora para outra entra num quadro agudo."

Crianças abaixo de 7 anos e idosos com saúde debilitada são os que exigem mais atenção, por apresentarem maior risco de alterações sistêmicas. Trabalhadores da construção civil, de madeireiras e de distribuidoras de hortifrutigranjeiros também estão mais vulneráveis ao ataque porque manuseiam objetos e alimentos nos quais o escorpião pode se alojar.

Crédito, Tony Winston/Agência Brasília

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Motivo principal da disseminação de escorpiões é a ocupação irregular e desordenada das cidades, agregada a um saneamento básico precário e a toneladas de lixo

Compra de doses

O Ministério da Saúde informa que foram firmados contratos com os Institutos Butantan e Vital Brazil para o fornecimento de 62 mil frascos do soro antiescorpiônico para todo o país neste ano. O Butantan, em São Paulo, responderia por 44 mil frascos (70,97% do total) e o Vital Brazil, com sede em Niterói, pelos 18 mil restantes. Segundo a pasta, o ministério passa os frascos para os governos, que os repassam aos municípios.

A médica Wen destaca, ainda, que o Butantan recebeu a encomenda ministerial de 35 mil frascos de soro antiaracnídico, um combinado que neutraliza picadas de escorpião e de duas aranhas venenosas, a marrom (Loxosceles) e a armadeira (Phoneutria). Uma pessoa picada por escorpião pode tanto receber o antiescorpiônico quanto o antiaracnídico, mas o inverso não funciona. "Nesse caso, a prioridade do antiaracnídico é para as picadas de aranhas", atesta. Em 2017, segundo dados do Ministério da Saúde, foram notificados 32.859 casos de acidentes com aranhas, culminando em 30 mortes.

Wen insiste que nem todos os casos de escorpionismo evoluirão para um quadro sistêmico. Cerca de 15% precisarão do soro, justamente por apresentarem os sintomas mais graves. Quando isso se manifesta, recomenda-se usar três frascos por paciente.

Crédito, Getty Images

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Inseticidas não ajudam a combater escorpiões, pelo contrário: não só podem afetar cachorros e gatos, como desalojar os escorpiões de seus esconderijos e aumentar o número de acidentes

"Tem de ser de uma vez só. Não adianta neutralizar metade e, daqui a três horas, aplicar o soro novamente, porque o restante do veneno que ficou circulando no corpo vai continuar agindo." Por ser uma medicação intravenosa, é necessário que seja ministrado em ambiente hospitalar, cuja equipe precisa avaliar se, além do soro, é recomendável um cuidado adicional.

"Muitas pessoas pensam que o soro faz milagre, mas às vezes o paciente chega em estado grave e pode ser necessário administrar medicamentos para elevar a pressão ou mesmo uma ventilação artificial até o soro fazer efeito", afirma a infectologista.

O soro é produzido a partir do veneno do próprio escorpião. No Butantan, a fonte são cerca de 15 mil desses aracnídeos, todos alimentados em cativeiro. A imensa maioria, 99% deles, pertence à espécie Tityus serrulatus, a mais comum no Sudeste, exatamente a que teria atacado Felipe. Mas o soro funcionaria também para o Tityus stigmurus, que predomina no Nordeste do país. Ambos têm uma carapaça amarelada.

Proliferação urbana

Gabriela Cavalcanti explica que um dos motivos da multiplicação acelerada do serrulatus e do stigmurus é que eles podem se reproduzir tanto pela forma sexuada quanto por partenogênese, isto é, quando a fêmea não necessita do macho para originar filhotes. A segunda maneira, segundo a bióloga, é a preferencial dos animais nos centros urbanos pela eficácia no ambiente.

"A prole nasce idêntica à mãe, são portanto todas fêmeas, e com a mesma capacidade de se reproduzirem sozinhas", diz a bióloga. Um exemplar dessas espécies vive, em média, quatro anos. Cada fêmea pode gestar três a quatro vezes ao ano, e cada prole de serrulatus chega até a 20 filhotes. A taxa de natalidade do stigmurus é mais baixa: de 8 a 14 filhotes.

Para os especialistas, o motivo principal da disseminação desses animais no país é a ocupação irregular e desordenada das cidades, agregada a um saneamento básico precário e as toneladas de lixo que se alastram pelo meio urbano.

A preservação de inimigos naturais dos escorpiões, como corujas, lagartos, sapos e galinhas, está no rol das prevenções efetivas apontadas pelos especialistas. Já os inseticidas, por outro lado, são condenados. Borrifá-los pela casa não só pode afetar cachorros e gatos, como desalojar os escorpiões de seus esconderijos e aumentar o número de acidentes.

Quanto tempo o veneno do escorpião pode matar?

A velocidade de ação do veneno varia de pessoa para pessoa, mas a vítima pode morrer duas horas depois de picada. "Um dos motivos pelos quais o óbito por animal peçonhento choca muito é por ser abrupto", diz Wen.

Pode morrer com uma picada de escorpião?

Primeiros socorros. Picadas de escorpião podem levar à óbito, por isso, é importante agir rapidamente após a ocorrência. O primeiro passo é lavar a picada com água e sabão e não espremer ou aplicar produtos na região.

Qual é o escorpião que mata?

São reconhecidas 02 espécies diferentes, que destacam-se nessa região TITYUS SERRULATUS – escorpião amarelo – Adulto mede 7cm – só há fêmeas; é o mais perigoso devido a toxidade do veneno; constatou-se incômodos acidentes e os casos mais graves. É O MAIS ENCONTRADO EM NOSSA REGIÃO.