Quanto tempo dura a incontinência urinária após retirada da próstata?

Publicado em: 12/03/2013 - 21:03:00

Dia Mundial da Incontinência Urinária – 14 de março

Um estudo publicado no The Journal of Urology em 1984 pelo urologista Delbert Rudy, da Universidade do Texas, chamou a atenção da comunidade médica em todo o mundo para a alta ocorrência de incontinência urinária entre os pacientes submetidos à prostatectomia radical (cirurgia completa para retirada de tumor na próstata). Mostrou-se, seis meses após o procedimento, que 87% dos pacientes apresentavam algum grau de incontinência urinária. A boa notícia é que no A.C.Camargo, em São Paulo, essa taxa de ocorrência hoje é inferior a 30% e apenas 5% apresentam a doença em estágio avançado. O artigo liderado por Delbert Rudy está disponível em: <www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/64712177>.

O Núcleo de Urologia do A.C.Camargo realiza anualmente 400 prostatectomias radicais – maior casuística do país –, o que representa que na Instituição são tratados, todos os anos, 60 novos pacientes com incontinência urinária.  "Apesar da imensa redução da ocorrência da doença entre os pacientes operados, ainda são muitos casos. O importante é que sabemos como agir no pré-operatório e também como tratá-la após a cirurgia, com muita eficácia", destaca o urologista responsável pelo Ambulatório de Disfunções Miccionais do A.C.Camargo, Carlos Sacomani.

O tratamento no pós-operatório da prostatectomia radical envolve, no A.C.Camargo, a atuação da Fisioterapia e Urologia. É oferecida a reabilitação com fisioterapia do assoalho pélvico com utilização de eletroestimulação e exercícios monitorados durante um ano. "Após esses 12 meses, se o problema persiste, cirurgias podem ser necessárias. Entre as técnicas, está a implantação de esfíncter artificial, um dispositivo que substitui o esfíncter uretral do paciente e é colocado cirurgicamente. Quando o paciente necessita urinar, ele aciona um botão no escroto, o dispositivo abre e ele urina", detalha Sacomani. Esse procedimento está na rotina clínica do A.C.Camargo desde 2005. "Hoje temos mais de 80 pacientes que receberam esse implante e vivem com excelente qualidade de vida", complementa.

Incontinência urinária no Brasil – Estima-se que 1 em cada 25 indivíduos apresenta essa doença no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, sendo mais comum em mulheres. Na mulher, a incontinência se deve a alterações do suporte anatômico do assoalho pélvico, deficiência do esfíncter uretral e alterações funcionais da bexiga. O homem pode apresentar deficiência do esfíncter após manipulações cirúrgicas da região pélvica e próstata. Alterações funcionais da bexiga podem ocorrer no homem, independentemente de cirurgia, da mesma forma que ocorre na mulher.

Ao contrário da crença popular, a incontinência urinária não é uma consequência normal da idade, apesar do envelhecimento trazer alterações estruturais na bexiga e no trato urinário que podem favorecer o aparecimento da condição. "A população em geral acredita que incontinência urinária é doença de idoso e que isso faz parte, naturalmente, do envelhecimento. É um conceito errado. Deve ser esclarecido que incontinência urinária não é normal em nenhuma idade e que o tratamento deve ser adequadamente conduzido. Ela também pode ocorrer em indivíduos mais jovens", explica Carlos Sacomani

De acordo com o especialista, a incontinência urinária de esforço (I.U.E) é a mais frequente e atinge exclusivamente mulheres, de qualquer idade, devido à anatomia do corpo e questões ligadas ao sexo feminino, como gravidez e queda de hormônios após a menopausa. Nos homens – conforme destacado –, a incontinência urinária está fortemente ligada a manipulações cirúrgicas, principalmente após prostatectomia radical.

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Quanto tempo dura a incontinência urinária após retirada da próstata?

Passado o período conturbado do diagnóstico do câncer de próstata e a cirurgia de remoção do tumor, muitos homens já querem logo é saber quando poderão voltar às partidas de futebol com os amigos. Outra preocupação recorrente é com a possibilidade de ter incontinência urinária e disfunção erétil depois do procedimento.

Normalmente, a recuperação gira em torno de 10 dias. Neste período, o paciente fica com uma sonda na bexiga. Homens operados pelo método da cirurgia robótica tendem a sentir muito menos dor local, além de correrem menos riscos de complicações durante a prostatectomia, o que garante recuperação mais rápida.

O paciente deve evacuar o quanto antes. Para isso, o médico pode recomendar laxantes suaves ou supositório de glicerina. Já no dia seguinte à operação, é altamente recomendável que o paciente caminhe com ajuda de um familiar. Isso melhora a tonicidade dos músculos, evita a formação de coágulos e melhora o início do trânsito intestinal. Além disso, o cansaço propicia um sono mais tranquilo. Nesses dias, não é permitido fazer esforço abdominal para não causar danos nos pontos da bexiga e uretra.

Após um mês, o homem pode retomar suas atividades de rotina, como trabalhar e dirigir. Caminhadas estão liberadas, mas tarefas que demandem maior esforço, como segurar netos no colo, jogar bola ou levantamento de peso na academia, só podem ser realizadas 90 dias depois do procedimento cirúrgico.

Passada a fase inicial de recuperação os pacientes começam a ficar ansiosos pela restituição das funções urinária e sexual. Normalmente, a sonda da bexiga é removida no 100° dia após a cirurgia. O paciente passa a urinar espontaneamente. Se não há trauma no esfíncter, ele já conseguirá conseguirá controlar sua micção. No início, devido ao uso da sonda, é comum perder algumas gotas de urina. Uma ardência ao urinar também pode ser sentida, mas deve desaparecer em até cinco dias.

Em relação à ereção, homens que tinham função plena antes da cirurgia tendem a se recuperar mais rapidamente. Em tese, o homem fica apto às relações sexuais a partir de 45 dias após a cirurgia. É comum o uso de remédios para estimular a ereção. Mas cada caso é avaliado pelo médico.

Algumas complicações podem surgir no pós-operatório, como incontinência urinária e disfunção erétil; mas quanto menor o trauma, melhor a recuperação. A cirurgia robótica é uma opção de tratamento minimamente invasiva, que garante menos dor no pós-operatório, além de uma recuperação mais rápida.

Quanto antes for realizado o diagnóstico, maior a chance de cura. Faça os exames preventivos do câncer de próstata periodicamente.

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Quanto tempo dura a incontinência urinária após cirurgia de próstata?

A maioria dos pacientes apresenta algum grau de incontinência urinária que normalmente se resolve num intervalo de três a doze meses após a cirurgia radical da próstata.

Como acabar com incontinência urinária após cirurgia de próstata?

Quando o paciente apresenta incontinência urinária após a cirurgia de próstata, um dos principais exercícios fisioterapêuticos aplicados são os exercícios de Kegel. Os exercícios de Kegel são simples e consistem em contrações dos músculos do pavimento pélvico. Isso evita eventuais micções ou dejeções.

Quanto tempo demora para melhorar incontinência urinária?

Considerando casos em que houve incontinência urinária após o procedimento ela geralmente é transitória e deve-se a uma readaptação da bexiga as novas condições sem obstrução urinária e dura em média 8 a 12 semanas podendo ter tratamento medicamentoso nesse período.

Quem tira a próstata fica com incontinência urinária?

Cerca de 40 a 60% dos homens que passam por cirurgia para retirada da próstata apresentam algum grau de incontinência. Felizmente, na grande maioria das vezes, ela é temporária. Em apenas 5% dos casos é persistente.