Que medida foi tomada pela Rússia para superar a crise econômica mundial

A economia da Rússia encolheu 3,7% em 2015, de acordo com dados preliminares sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta segunda-feira (25/01) pelo Serviço Federal de Estatísticas do país (Roosstat). Esta seria a maior queda no PIB russo desde 2009, quando a crise financeira mundial fez a economia do país se contrair cerca de 8%.

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A economia russa vem sofrendo com as quedas no preço do petróleo devido ao excesso de oferta do produto no mercado internacional, além das sanções impostas pelos países do Ocidente em razão do envolvimento de Moscou na crise da Ucrânia.

A moeda russa, o rublo, sofreu uma queda recorde em relação ao dólar, e os investimentos estrangeiros no país diminuíram 92% no ano passado, segundo informações da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O comércio do petróleo e gás contribui com cerca da metade dos rendimentos do Estado. O governo já informou que irá realizar cortes no orçamento de 2016, estabelecido em outubro passado com base na cotação do preço do barril de petróleo, a 50 dólares. Nesta segunda-feira, o barril do petróleo tipo Brent foi comercializado acima dos 31 dólares.

A recessão, que já dura mais de um ano e meio, deverá continuar em 2016 se o preço do barril do petróleo Brent, que serve de referência na Europa, se mantiver abaixo dos 50 dólares, segundo a previsão do governo russo.

O presidente Vladimir Putin alertou que o país deve ter cautela ao utilizar seus fundos de reserva. "É claro que, nas condições que atravessamos, devemos e vamos utilizar com cuidado esses fundos", afirmou. "É exatamente para isso que esses fundos de reserva existem: para financiar as obrigações sociais em tempos de declínio econômico, e é isso que certamente faremos."

RC/ap/dpa/lusa

Após a II Guerra Mundial, a URSS converteu-se, lado a lado aos EUA, numa das maiores potências mundiais. Tem início um período de tensão mundial que ficou conhecido como Guerra Fria, que contrapôs por quase 45 anos os dois maiores arsenais do mundo, o norte-americano e o soviético. Ao mesmo tempo em que essas forças antagônicas se confrontavam internacionalmente, dentro da URSS, o final dos anos 50 e início dos anos 60 presenciaram alguns dos momentos mais prósperos do país. Ocorreram sérias melhoras na oferta de produtos para o consumo da população (nada comparável aos níveis de consumo do mundo capitalista ocidental, mas para os níveis soviéticos, um grande progresso), aumento da oferta de moradias e, grande glória soviética, a saída na frente na corrida espacial: o lançamento da primeira nave espacial não tripulada (o Sputinik), o lançamento do primeiro ser vivo no espaço (a cachorrinha Laika) e, pouco depois, o lançamento do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, que voltou são e salvo.
Na política mundial, a URSS mostrava seu poderio militar e a capacidade de influência ideológica, opondo-se aos EUA onde quer que a Guerra Fria assim demandasse. Dessa forma, assiste-se à Guerra da Coréia, à Crise dos Mísseis em Cuba, à construção do muro de Berlim e ao recrudescimento do conflito do Vietnã. A indústria bélica soviética, impulsionada pela corrida com os EUA, crescia a passos largos, desenvolvendo armas, bombas atômicas e de hidrogênio cada vez mais poderosas e sofisticadas.

Que medida foi tomada pela Rússia para superar a crise econômica mundial

Crise atual da Rússia Quando do final da URSS, em 1991, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia tentaram criar uma nova organização que, respeitando a independência política de cada uma, mantivesse o funcionamento da economia dos países. Assim surgiu a CEI, Comunidade dos Estados Independentes, que enveredava pelo sistema econômico capitalista. Essa organização recebeu a adesão relativamente rápida das outras repúblicas, compondo 12 países no final de 1993. É claro que o sucesso da CEI dependia muito do crescimento econômico da Rússia, entretanto não foi isso que se observou. No campo político, ocorreu a agitação dos movimentos nacionalistas, com conflitos generalizados na Geórgia, guerra civil no Tajiquistão e o conflito entre Armênia e Azerbaijão por territórios com minorias étnicas de ambos os grupos. Esses problemas ainda persistem hoje, mas foram suplantados por um problema mais sério: a crise econômica. Mas como passar de um sistema econômico em que o Estado é responsável por toda a economia para um sistema em que a iniciativa é livre e depende do cidadão? Não é um processo fácil e, nos países recém-emancipados, a situação tornou-se caótica. A instabilidade política imperou nos primeiros momentos, especialmente com o golpe levado a cabo por Boris Yeltsin contra o Parlamento da Rússia, controlado por antigos membros do PC soviético, e com o domínio das políticas locais pelos antigos caciques dos PCs das repúblicas. A corrupção, já endêmica na antiga URSS, alastrou-se por vários setores da sociedade. Aumenta a violência, com o surgimento de grupos mafiosos e o aumento do tráfico de drogas. Surgem grupos de novos-ricos, os chamados oligarcas, pessoas que pertenciam ao PC e conheciam quais ramos da economia possuíam maiores possibilidades de sucesso econômico e, da noite para o dia, arrebataram esses setores e tornaram-se milionários. Os problemas econômicos se avolumam. A desativação do sistema de produção socialista implicou o fim dos subsídios estatais e o fechamento de dezenas de empresas e fábricas. Algumas chegaram a ser dadas aos antigos funcionários. Os salários foram, num primeiro momento, desvalorizados pela inflação resultante da adequação da moeda russa (o rublo) às moedas internacionais. Muitos funcionários públicos ficam sem seus meios de sustentação. Volta o desemprego, gerando massas de miseráveis. No campo, ocorre a desativação dos antigos sistemas socialistas, os kolkhozes (cooperativas agrícolas) e os sovkhozes (fazendas estatais), fazendo cair a produção agrícola de cereais. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Por sinal, uma característica desse primeiro momento das repúblicas emancipadas foi a perda de cerca de 40% de seus PIBs (Produto Interno Bruto). Sem dúvida alguma, as repúblicas da CEI, notadamente a Rússia, possuem um enorme potencial em riquezas minerais para impulsionar seu crescimento, mas sua utilização sofre outra ameaça: a degradação ambiental. É sabido que a Sibéria possui vastas porções de seu território poluídas pelos métodos arcaicos de exploração e, entre o Casaquistão e o Uzbequistão, os projetos de irrigação de plantações de algodão praticamente secaram o Mar de Aral.É dentro deste contexto que se observam problemas como o separatismo checheno, que leva terror à capital da Rússia, Moscou, e desencadeia forte repressão a esse povo, habitante da região do Cáucaso. Atacados pelo exército russo em 1996, os separatistas não se intimidam e respondem com ataques terroristas. Uma nova reação do governo russo, já então presidido por Vladimir Putin, desencadeia mais um ataque entre o final de 1999 e princípio de 2000.Recentemente, instaurou-se uma crise política na Rússia que ganhou repercussão internacional, em decorrência de um acidente que provocou o naufrágio do submarino Kursk no Mar de Barents, resultando na morte de 118 marinheiros.

Como a Rússia se recuperou da crise?

A crise leva à eleição de Vladimir Putin, que inicia um processo de reorganização do Estado russo. A partir de 1999, sob o governo de Putin, a economia russa começou a se recuperar, mantendo um ritmo de crescimento econômico muito acelerado, ao menos até a Crise global de 2008.

O que a Rússia fez para consolidar sua economia de mercado?

A Economia da Rússia é profundamente marcada não tão somente pela herança da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), da qual herdou 62% do potencial produtivo, mas também pelas reformas neoliberais praticadas no país a partir da década de 1990.

Quais fatos aprofundaram a crise econômica na Rússia?

Existem paralelos com as restrições às exportações de alta tecnologia para a União Soviética após a invasão do Afeganistão em 1979. Elas frearam o crescimento soviético e aprofundaram seu atraso tecnológico, que, combinado com a queda dos preços da energia, provocou uma profunda crise no fim dos anos 80.

Em que momento a economia russa realmente passou para o controle do Estado?

Em março de 1921, Lênin adotou a implantação da NEP (Nova Política Econômica) a fim de reestruturar a economia e acabar com as desigualdades sociais, a fome e a miséria na Rússia.