Quem tem depressão pode ficar louco?

O seu parceiro ou parceira podem estar enfrentando uma depressão e os problemas que você julga ser do relacionamento, podem, na verdade, ter origem nessa doença. Portanto, saber identificá-la nesses casos e saber o que fazer é importante. Entenda. 

A depressão é uma doença séria que afeta milhares de pessoas no mundo inteiro, pouco mais de 10% da população. Com isso, não é difícil se interessar por um parceiro ou uma parceira que se encontre nessa porção da população, ou seja, que enfrente um quadro depressivo.

Às vezes, tanto quem está sofrendo com esse quadro como quem se interessou por aquela pessoa não conseguem perceber os sintomas e acabam descobrindo depois. Neste caso, o caminho pode ser um pouco mais difícil, pois precisará de uma percepção melhor de ambos para identificação do transtorno, familiaridade com ele e início de um tratamento.

Em outros casos, a pessoa enfrentando o transtorno mental deixa claro para o futuro parceiro ou parceira sobre o seu estado emocional e ele ou ela concordam em continuar. 

Cada caso é particular, mas todos exigem certas atitudes e uma dose extra de esforço com muito afeto, para que a vida de ambos e o relacionamento flua da melhor forma possível. Mesmo assim, é completamente possível amar com depressão e também retribuir esse amor e carinho.

Identificando a depressão no parceiro ou parceira

Você pode estar em um relacionamento com uma pessoa com depressão e ainda não ter percebido, ou mesmo pode estar apresentando sinais da doença e achando que o problema está no seu relacionamento. Por isso, é muito importante ficar atento aos sinais da depressão para conseguir identificá-la em si ou no parceiro, a fim de tomar as atitudes corretas para o tratamento e manutenção do relacionamento. 

Os principais sintomas de depressão percebidos entre os casais e que muitas vezes podem ser interpretados de forma equivocada, são:

  • Cansaço excessivo
  • Falta de interesse em atividades antes prazerosas
  • Distúrbios de alimentação ou sono
  • Mudanças repentinas de humor
  • Vontade de isolamento

Uma suposta ‘cara emburrada’ ou desânimo para algumas atividades do casal pode ser interpretada como desinteresse no relacionamento, quando na verdade, podem estar ocorrendo em virtude da depressão.

Por isso, observe o seu parceiro e sua mudança de comportamento ao longo do tempo. Converse com ele de forma aberta e acolhedora, a fim de entender o que está acontecendo. Não faça acusações ou afirmações sobre o estado emocional da pessoa, apenas pergunte como ela se sente e falem sobre isso.

No tópico a seguir, sobre como a depressão afeta o casal, ficará ainda mais claro como a depressão pode provocar no relacionamento dinâmicas que causam sofrimento a ambas as partes.

Como a depressão afeta o casal?

Relacionamentos são constituídos por dinâmicas, ou seja, formas de agir em comum para as pessoas envolvidas. Quando as duas partes de um casal apresentam depressão, a dinâmica tende a ser diferente de quando uma só apresenta, por exemplo.

Além disso, cada pessoa tem uma forma de agir e de lidar com suas emoções, além de fatores de personalidade próprios, o que dá uma diferenciação ainda maior de caso a caso. 

No entanto, algumas dinâmicas se repetem em casos de casais que enfrentam a depressão. Veja algumas delas

Exemplos dos conflitos que podem surgir:

Imagine que você está morrendo de vontade de sair com os amigos e comer um lanche, dar uma volta no parque ou ir em algum lugar novo, mas o seu parceiro ou parceira não esboça reação ou interesse nessas atividades de forma recorrente, preferindo ficar em casa, isolado ou querendo apenas a sua companhia. 

Alguns podem reagir de forma a aborrecer-se e, com isso, aumentar ainda mais o sofrimento do casal. 

Aqui, é importante reconhecer que é a depressão a principal causadora dessa falta de energia e/ou interesse nessa atividade. É imprescindível, portanto, separar a pessoa de sua doença para entendê-las como entidades diferentes. 

Obviamente, atitudes assim podem gerar impactos grandes, já que uma dinâmica antes comum (a de sair com os amigos como casal) acaba modificada. Pode acontecer de situações como essa desgastarem alguns aspectos da relação, por conta de pensarem que um dos dois mudou. O que não é o caso, já que a depressão afeta esses aspectos.

Nesses casos, ao mesmo tempo em que a compreensão e o afeto devem existir, é importante que haja certo distanciamento saudável, a fim de não comprometer a saúde mental do outro. A pessoa sem depressão precisa também realizar suas atividades e socialização. Por isso, precisa estabelecer seus próprios limites e espaços juntamente com o outro, de forma que não se sinta culpada por isso e que o outro também não se sinta abandonado. Da mesma forma, a compreensão sobre os momentos em que o seu parceiro ou parceira precisa da sua companhia inevitável é importante e pode, inclusive, salvar uma vida.

Dificuldades na vida sexual

Um casal saudável tem relações sexuais que são em quantidade e qualidade satisfatóra para ambos. Essa dinâmica deve ser ser pensada de modo que o casal esteja em harmonia nessa esfera, se encontrando no meio do caminho entre o que um quer e o que o outro deseja. 

A depressão em determinados níveis afeta diretamente a vida sexual do casal, pois a perda de libido, causada pelo transtorno, pode ser uma realidade bastante presente. Com isso, o casal pode ficar semanas ou meses sem ter uma relação sexual e isso não é porque não existe mais interesse no parceiro ou parceira, mas devido às sérias sutis alterações hormonais que compõem o quadro clínico da depressão. Atividades que antes davam prazer, podem não dar mais e, além disso, causar frustração e queda de auto-estima entre os parceiros.

Sentimento de abandono de si mesmo ou do outro

Para que isso não ocorra, é muito importante que ambos procurem ajuda profissional através da psicoterapia: um para conseguir lidar melhor com a sua depressão e o outro a fim de ter forças para solucionar seus próprios problemas e conseguir lidar com o parceiro ou parceira da forma correta. Dessa forma, os sentimentos dúbios de abandono de si para excesso de zelo com o outro podem ser melhor superados.

O que fazer em um relacionamento com alguém com depressão?

Não existe uma regra de ouro ou uma receita pronta. Cada caso deve ser analisado individualmente por um profissional de saúde mental, psiquiatra e psicólogo, a fim de auxiliar o casal a encontrar o melhor caminho. Portanto, a primeira dica é: procure ajuda.

Mas existem algumas atitudes que podem ser tomadas para mitigar alguns conflitos e auxiliar na relação. Confira:

Aprenda sobre depressão e seja compreensivo

Quando você está se relacionando com alguém com depressão, é muito importante que você pesquise muito e conheça mais sobre o assunto, a fim de conseguir melhores formas de lidar com o que está acontecendo.  

É necessário separar o indivíduo que você ama da doença que ele possui. Dessa forma, é possível entender que os aparentes comportamentos de preguiça, desinteresse ou má-vontade, são na verdade sintomas de um processo pelo qual seu parceiro está passando, tanto emocionalmente como fisicamente. Entende-se, portanto, que seu parceiro não tem total controle sobre o que está acontecendo com ele. E, daí, vem a necessidade de compreensão e busca por informação.

Busque e ofereça apoio na afetividade

O afeto é uma das mais poderosas e belas ações humanas. Quem não enfrenta uma depressão necessita de afeto e quem lida diretamente com esse problema, precisa ainda mais. Portanto, procure estar disponível através de atitudes e palavras. 

Ofereça compreensão em forma de colo e abraço e permita que o outro sinta em você a segurança do afeto. Palavras gentis para situações que possam ser desconfortáveis e soluções criativas para determinados problemas com o objetivo de unir ambos podem ser atitudes afetivas louváveis.

Também jamais esqueça que você também precisa de afeto. Portanto, busque se cercar de pessoas que também possam oferecer isso a você, como uma espécie de abastecimento. Assim, cria-se uma bela rede de afeto e compreensão que todos têm a ganhar. 

Esteja presente de forma ativa no tratamento

A pessoa que tem depressão precisa de tratamento e o apoio de quem a ama nesse momento é extremamente importante, uma vez que o processo de cura é também um processo de quebras e mudanças (de comportamentos, visões de mundo, etc).

Se você acredita que a pessoa com a qual você se relaciona precisa de tratamento para que se identifique e combata a depressão, converse sobre o assunto com ela de forma afetuosa e amistosa, oferecendo-se para ir junto às consultas se ela quiser, por exemplo. 

Talvez seja necessário um esforço que desmistifique a ideia de que psiquiatra é médico de louco: psiquiatra é médico de quem quer se ver melhor, da mesma forma que se procura um ortopedista quando se quebra um membro.

Se a pessoa já faz o processo psicoterapêutico, esteja presente nele, ficando disponível e respeitando também o espaço do seu parceiro ou parceira. Sempre dialogue, pergunte. 

Também faça psicoterapia, para conseguir lidar com as suas emoções de uma forma melhor e conseguir oferecer uma ajuda mais qualificada a quem você ama. Um casal que faz terapia, individualmente, está procurando ser a melhor versão de si para si mesmo em primeiro lugar e, consequentemente, para o outro.

Façam juntos atividades que combatam a depressão

Fazer atividades físicas, caminhar ao ar livre, preparar as próprias refeições, conhecer lugares, socializar com pessoas queridas e aprender coisas novas são atividades bastante estimulantes e que auxiliam no combate à depressão e no controle da ansiedade. 

Pense em atividades para realizar com seu parceiro ou parceira a fim de movimentarem ambos e promover a união em prol da melhoria. Entenda que esse pequeno esforço da sua parte pode ser de grande auxílio para quem enfrenta a depressão ao longo do tempo, fazendo com que o relacionamento melhore.

E quando a depressão afeta ambos?

Algumas pessoas podem achar isso contraditório, mas os depoimentos de casais que enfrentam depressão ou outros transtornos mentais cada um, relatam experiências belíssimas no que diz respeito à compreensão.

Uma das maiores dificuldades de quem enfrenta a depressão é a falta de compreensão e acolhimento do outro. Quando a outra pessoa também tem o transtorno, a empatia àquela dor pode emergir mais facilmente, fazendo com que o casal se apoie ainda mais.

Atenção: não queira curar seu parceiro ou parceira

Entre tudo o que falamos, algumas pessoas podem se sentir na necessidade ou responsabilidade de querer curar a depressão de quem amam, tomando atitudes que julgam ser melhores, anulando-se e tutelando àquela pessoa. 

O resultado disso, ao longo do tempo, pode ser um sofrimento ainda maior para ambos ou até mesmo o início de uma depressão para quem antes estava saudável. 

Uma boa relação, com bastante amor, pode sim ajudar muito quem enfrenta a depressão, mas não é o suficiente. A depressão é uma doença séria e que precisa de ajuda e acompanhamento de profissional, que conhece as teorias e práticas para lidar com cada caso. Portanto, reconheça e respeite a dor do outro, acolha-o, ame-o e ajude-o a procurar auxílio profissional.

O que leva uma pessoa a enlouquecer?

As causas ou fatores de risco dos transtornos podem ser desde a predisposição genética e evento traumático até o abuso de drogas. São diversos transtornos mentais, como ansiedade, depressão, esquizofrenia, bipolaridade, entre outros.

Quais são os primeiros sintomas de loucura?

O delírio tende a ser persistente e algumas vezes crônico. Pode haver alucinações auditivas (ouve vozes que não existem na realidade) e visuais (vê imagens que não existem na realidade), embora alucinações sejam incomuns. O afeto tende a ser inexpressivo.

O que a depressão faz com a mente?

A diminuição da velocidade de raciocínio está entre os sintomas da depressão. Isso porque pessoas deprimidas ficam com o pensamento mais lento e demoram mais para entender algo. Em muitos casos, elas se perdem em suas próprias falas e ideias. A sensação é de que existe uma neblina mental atrapalhando seus pensamentos.

É normal achar que está ficando louco?

Essa sensação de estar ficando louco é na verdade a liberação exagerada de um hormônio – responsável por nos deixar alerta contra algo que põe nossa integridade em risco – chamado cortisol. Junte-se a isto a incapacidade do cérebro de dar um significado ao evento, ao constatar a falta de um objeto real a ser temido.