Sintomas da covid em vacinados

A infecção pelo SARS-CoV-2 pode variar de casos assintomáticos e manifestações clínicas leves, até quadros moderados, graves e críticos, sendo necessária atenção especial aos sinais e sintomas que indicam piora do quadro clínico que exijam a hospitalização do paciente. De forma geral, os casos podem ser classificados em:


Caso assintomático

Caracterizado por teste laboratorial positivo para covid-19 e ausência de sintomas.


Caso leve

Caracterizado a partir da presença de sintomas não específicos, como tosse, dor de garganta ou coriza, seguido ou não de anosmia, ageusia, diarreia, dor abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e/ou cefaleia.


Caso moderado

Os sintomas mais frequentes podem incluir desde sinais leves da doença, como tosse persistente e febre persistente diária, até sinais de piora progressiva de outro sintoma relacionado à covid-19 (adinamia, prostração, hiporexia, diarreia), além da presença de pneumonia sem sinais ou sintomas de gravidade


Caso grave

Considera-se a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Síndrome Gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada de lábios ou rosto). Para crianças, os principais sintomas incluem taquipneia (maior ou igual a 70 rpm para menores de 1 ano e maior ou igual a 50 rpm para crianças maiores que 1 ano), hipoxemia, desconforto respiratório, alteração da consciência, desidratação, dificuldade para se alimentar, lesão miocárdica, elevação de enzimas hepáticas, disfunção da coagulação, rabdomiólise, cianose central ou SpO2 <90-92% em repouso e ar ambiente, letargia, convulsões, dificuldade de alimentação/recusa alimentar.


Caso crítico

Os principais sintomas são sepse, síndrome do desconforto respiratório agudo, síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória grave, disfunção de múltiplos órgãos, pneumonia grave, necessidade de suporte respiratório e internações em unidades de terapia intensiva.


Complicações

Embora a maioria das pessoas com covid-19 desenvolvam sintomas leves (40%) ou moderados (40%), aproximadamente 15% podem desenvolver sintomas graves que requerem suporte de oxigênio e, cerca de 5% podem apresentar a forma crítica da doença, com complicações como falência respiratória, sepse e choque séptico, tromboembolismo e/ou falência múltipla de órgãos, incluindo lesão hepática ou cardíaca aguda e requerem cuidados intensivos.

A covid-19 pode estar frequentemente associada a manifestações mentais e neurológicas10, incluindo delírio ou encefalopatia, agitação, acidente vascular cerebral, meningoencefalite, olfato ou paladar prejudicados, ansiedade, depressão e distúrbios de sono. Em muitos casos, manifestações neurológicas foram relatadas mesmo em pacientes sem sintomas respiratórios.

As manifestações clínicas da covid-19 são geralmente mais leves em crianças do que em adultos. No entanto, em 26 de abril de 2020, o Sistema Nacional de Saúde Inglês (NHS) lançou um alerta relatando uma nova apresentação clínica em crianças, caracterizada como uma síndrome hiperinflamatória que pode levar a um quadro de falência de múltiplos órgãos e choque, denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à covid-19. Mais informações sobre a SIM-P  são apresentadas no Guia de Vigilância Epidemiológica.

Fonte: Ministério da Saúde

Já nos indivíduos que não foram imunizados, os incômodos mais frequentes da doença são, em ordem decrescente, dor de cabeça, dor de garganta, nariz escorrendo, febre e tosse persistente.

Esses achados vêm de um acompanhamento feito há mais de dois anos no Reino Unido através de um aplicativo criado pela empresa de tecnologia Zoe.

Os dados são analisados em parceria com pesquisadores do King's College, universidade localizada em Londres, com apoio do NHS, o sistema de saúde pública do país.

Os mais de 4,7 milhões de usuários cadastrados na plataforma online precisam apenas reportar os sintomas que sentem quando testam positivo para Covid.

A partir daí, os especialistas analisam todas essas informações e montam uma espécie de ranking dos sintomas mais corriqueiros, que mudaram consideravelmente ao longo das semanas e meses de pandemia.

O trabalho, que até março de 2022 recebia financiamento do governo do Reino Unido, foi fundamental para identificar com rapidez alguns dos incômodos menos esperados da Covid, como a perda de olfato e paladar.

Confira a seguir os sintomas mais frequentes da doença de acordo com a quantidade de doses de vacina aplicadas.

Mudança tênue, mas relevante

Entre as pessoas que tomaram ao menos duas doses de vacina, os sintomas de Covid mais comuns são:

  • Nariz escorrendo
  • Dor de cabeça
  • Espirros
  • Dor de garganta
  • Tosse persistente

Já entre aqueles não tomaram nenhuma dose, o top 5 sofre algumas mudanças:

  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Nariz escorrendo
  • Febre
  • Tosse persistente

A principal diferença é a presença da febre entre aqueles que não foram vacinados, o que indica um quadro mais grave. Eles também relatam mais dor de cabeça e dor de garganta em comparação com aqueles que tomaram duas ou mais doses do imunizante.

"Existem algumas razões para explicar essa mudança, como o fato de que indivíduos vacinados têm sintomas menos severos", analisam os responsáveis pelo experimento, em numa publicação feita no site oficial do aplicativo Zoe em 25 de abril.

"Também precisamos considerar que um volume maior de casos é reportado nos indivíduos mais jovens, que apresentam sintomas diferentes e menos graves", complementam.

Os autores ponderam que o ranking de sintomas é baseado apenas nas informações compartilhadas dentro do aplicativo. Isso, portanto, não leva em conta a circulação de variantes específicas do coronavírus.

E vale lembrar também que os sintomas de Covid podem variar bastante. A lista completa das manifestações típicas da doença, de acordo com o serviço de saúde pública do Reino Unido, inclui:

  • Febre
  • Calafrio
  • Tosse persistente
  • Perda ou mudança de olfato
  • Perda ou mudança de paladar
  • Dificuldade para respirar
  • Cansaço ou exaustão
  • Dor no corpo
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Nariz entupido ou escorrendo
  • Perda de apetite
  • Diarreia
  • Se sentir mal, com náusea e enjoo

O que devo fazer se estiver com sintomas de Covid?

Isso é ainda mais importante se você tem contato com indivíduos vulneráveis às complicações da Covid, como idosos ou pacientes com o sistema imunológico comprometido.

Além do RT-PCR, que é considerado o principal e mais confiável método de diagnóstico, é possível encontrar testes rápidos de antígeno em farmácias e laboratórios espalhados pelo país.

Caso o resultado seja mesmo positivo, é importante seguir em isolamento por cinco a sete dias.

Se os incômodos melhorarem depois desse tempo, é possível retomar a rotina. Agora, se eles piorarem (ou aparecerem outros mais graves, como falta de ar), é importante buscar um pronto-socorro.

Essas informações são particularmente relevantes agora, em um momento em que o Brasil apresenta uma nova subida de casos de Covid: de acordo com o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), a média móvel diária de novas infecções está em 39,8 mil. Há um mês, em 20 de maio, essa taxa estava em 13,7 mil.

Ficar atento aos sintomas — e como eles podem variar de acordo com a quantidade de vacinas aplicadas — também é importante para o contexto brasileiro. Até o momento, 78% da população do país tomou as duas doses do esquema inicial e 48% receberam o reforço.

Por que vacinados pegam Covid?

As vacinas contra a Covid disponíveis atualmente foram desenvolvidas com um propósito principal: diminuir o risco de desenvolver as complicações mais graves da doença, relacionadas à hospitalização, intubação e morte.

Independentemente do tipo de tecnologia usada, as vacinas têm um objetivo principal: fazer com que nosso sistema imune seja exposto com segurança a um vírus ou a uma bactéria (ou pedacinhos específicos deles).

A partir desse primeiro contato, que não vai prejudicar a saúde, nossas células de defesa geram uma resposta, capaz de deixar o organismo preparado caso o agente infeccioso de verdade resolva aparecer.

Acontece que esse processo imunológico é extremamente complicado e envolve um enorme batalhão de células e anticorpos. A resposta imune, portanto, pode variar consideravelmente segundo o tipo de vírus, a capacidade de mutações que ele tem, a forma como é desenvolvida a vacina, as condições de saúde da pessoa…

No meio de todos esses processos, portanto, é muito difícil desenvolver um imunizante que seja capaz de evitar a infecção em si, ou seja, bloquear a entrada do causador da doença nas nossas células.

Mas aí vem um ponto muito importante: mesmo nos casos em que a vacina não consegue prevenir a infecção, muitas vezes a resposta imune criada a partir dali pode tornar os sintomas menos graves nas pessoas que foram imunizadas, prevenindo assim doenças mais severas e óbitos.

Isso ocorre, por exemplo, com as vacinas contra o rotavírus e a gripe: quem as toma pode até se infectar, mas o risco de desenvolver formas mais graves dessas doenças é reduzido consideravelmente.

E é exatamente esse mesmo fenômeno que observamos agora com a Covid-19: ainda que os imunizantes disponíveis não sejam capazes de barrar novas ondas de casos, eles estão funcionando muito bem para impedir o agravamento da maioria das infecções.

Prova disso são as ondas mais recentes que ocorreram entre o final de 2021 e o início de 2022, relacionadas com o espalhamento da variante ômicron: embora muitos países tenham batido recordes absolutos de casos, a taxa de internações e mortes nesses lugares foi significativamente menor em relação a momentos anteriores da pandemia.

Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publicado em março calculou o tamanho dessa proteção. Os dados revelam que adultos que tomaram três doses de vacina contra a Covid tem um risco 94% menor de precisar de internação, ventilação mecânica ou morrer, quando comparados àqueles que não se imunizaram.

Uma terceira evidência desse efeito protetor vem do próprio acompanhamento feito pela Zoe e pelo King's College, mencionado no início desta reportagem.

Sintomas graves da Covid, como dificuldade para respirar e febre alta, eram bem mais frequentes no início da pandemia, quando as vacinas ainda não estavam disponíveis.

Com as ondas de casos e, principalmente, a aplicação das doses em boa parte da população, essas manifestações despencaram no ranking, e foram aos poucos substituídas no topo dos relatos por incômodos relativamente mais leves, como nariz escorrendo, dor de cabeça e espirros.

Do ponto de vista prático, em indivíduos vacinados com duas ou mais doses, o coronavírus até consegue invadir as células da boca, do nariz e da garganta, onde vai causar aqueles sintomas típicos de um resfriado.

Felizmente, na maioria desses casos, o sistema imune logo é ativado e impede a progressão do patógeno para os pulmões e para o resto do corpo, onde ele causaria falta de ar, febre, inflamação e outros desdobramentos mais sérios.

Para indivíduos de 13 a 49 anos, são preconizadas três doses. Para crianças de 5 a 11 anos, o esquema inicial com duas doses continua a ser indicado.

Como saber se é uma gripe ou Covid?

Resfriado: a evolução é lenta e os sintomas são mais leves, como uma febre baixa por exemplo. Costuma melhorar em poucos dias. COVID-19: a evolução geralmente é gradual, com quadro agravado após o 8º dia, quando há complicações.

Quanto tempo a pessoa fica com sintomas de Covid?

Essas descobertas são reforçadas por uma pesquisa longitudinal, publicada pela Fiocruz Minas em maio de 2022, que avaliou os efeitos da covid-19 em 646 pacientes após 14 meses da infecção – ou seja, mais de um ano depois da infecção. Os resultados mostraram que metade dos pacientes continuou com sintomas.

Quais são os sintomas da nova variante do coronavírus?

Os sintomas são semelhantes às variantes anteriores: febre ou calafrios, tosse, falta de ar ou dificuldade para respirar, fadiga, dores musculares ou no corpo, dor de cabeça, perda de paladar ou olfato, dor de garganta, congestão ou nariz escorrendo, náusea ou vômito e diarreia.

Quais são os sintomas da Covid na garganta?

De forma geral, os sintomas mais comuns da covid-19 são febre, tosse seca e cansaço. Podem ocorrer ainda perda de olfato e paladar, dor de cabeça, garganta inflamada, olhos vermelhos ou irritados, diarreia, entre outros.