Show O garimpeiro “Lúcia tinha dezoito anos, seus cabelos eram da cor do jacarandá brunido, seus olhos também eram assim, castanhos bem escuros. Este tipo, que não é muito comum, dá uma graça e suavidade indefinível à fisionomia. Sua tez era o meio termo entre o alvo e o moreno, que é, a meu ver, a mais amável de todas as cores. Suas feições, ainda que não eram de irrepreensível regularidade, eram indicadas por linhas suaves e harmoniosas. Era bem feita, e de alta e garbosa estatura. Retirada na solidão da fazenda paterna, desde que saíra da escola, Lúcia crescera como o arbusto do deserto, desenvolvendo em plena liberdade todas as suas graças naturais, e conservando ao lado dos encantos da puberdade toda a singeleza e inocência da infância. Lúcia não tinha uma dessas cinturas tão estreitas que se possam abranger entre os dedos das mãos; mas era fina e flexível. Suas mãos e pés não eram dessa pequenez e delicadeza hiperbólica, de que os romancistas fazem um dos principais méritos das suas heroínas; mas eram bem feitos e proporcionados. Lúcia não era uma dessas fadas de formas aéreas e vaporosas, uma sílfide ou uma bayadère, dessas que fazem o encanto dos salões do luxo. Tomá-la-íeis antes por uma das companheiras de Diana a caçadora, de formas esbeltas, mas vigorosas, de singelo mas gracioso gesto. Todavia era dotada de certa elegância natural, e de uma delicadeza de sentimentos que não se esperaria encontrar em uma roceira.” Bernardo Guimarães. O garimpeiro 1.(UNESP/SP) Na descrição da beleza das mulheres, os escritores nem sempre se restringem à realidade, mesclando aspectos reais e ideais. Uma das características do Romantismo, a esse respeito, era a forte tendência para a idealização, embora nem todos os ficcionistas a adotassem como regra dominante. Com base nestas informações, releia atentamente o quarto parágrafo do fragmento de O Garimpeiro e identifique na descrição da personagem Lúcia uma atitude crítica do narrador ao idealismo romântico. A atitude crítica do autor em relação ao idealismo romântico aparece no trecho em que ele diz “Suas mãos e pés não eram dessa pequenez e delicadeza hiperbólica, de que os romancistas fazem um dos principais méritos das suas heroínas; mas eram bem feitos e proporcionados” .
Desse modo, Bernardo Guimarães combate o exagero dos românticos na idealização da figura feminina apontando, por sua vez, uma visão mais objetiva e menos exagerada na descrição da personagem do romance. “Eduardo — Assim, não amas a tua noiva? b) Em que essa visão difere da opinião de Eduardo sobre o casamento? c) Que ponto de vista prevalece no desfecho da peça? Justifique sua resposta. a) Neste diálogo, Azevedo expõe ao amigo Eduardo as razões que o levam a casar-se. Ele não o faz por amor; nem por dinheiro (sendo dono de uma “fortuna independente”, despreza qualquer necessidade de casar pelo dote da moça); tampouco por sinceridade de sentimentos (“O amor (…) já não me tolda o espírito!”). Excluídas essas razões, depreende-se do trecho que o casamento é uma válvula de escape para o tédio que a personagem associa à sensação de estar “gasto para a vida de flaneur dos salões”. Além disso, no contexto da peça, Azevedo aquela que apontará como a razão de ser do matrimônio: o interesse pela respeitabilidade que um casamento oferece a um jovem com as ambições políticas dele. O matrimônio com uma mulher bonita possibilitaria a amizade com os poderosos e facilitaria a escalada dos degraus da carreira política. Sendo assim, o casamento é, para Azevedo, um episódio fundamental do jogo de alianças e de interesses da vida social. b) O trecho apresenta indícios da visão que Eduardo tem do casamento. As perguntas que faz (“não amas a noiva?”; “casas por conveniência?”) demonstram certo espanto diante das posições assumidas pelo amigo. A opinião de Eduardo se confirma e se esclarece ao longo da peça: recusa o casamento por simples interesse e acredita na verdadeira paixão de um homem pela mulher escolhida, reafirmando valores tradicionalmente associados ao Romantismo. c) A visão de Eduardo, que acredita no casamento por amor. No desfecho, temos um duplo matrimônio projetado: Eduardo com Henriqueta, Alfredo com Carlotinha. Para que esse final feliz seja alcançado, as personagens superam os obstáculos colocados diante delas. O amor alcança várias vitórias: sobre o poder do dinheiro (os casais formados terminam a peça sob uma perspectiva de trabalho, sem o auxílio luxuoso de uma herança), sobre as razões de conveniência (prevalece a força do sentimento amoroso) e sobre as artimanhas do “demônio familiar” da peça, o moleque Pedro, que tudo tentara para promover casamentos ricos para os amos Eduardo e Carlotinha. Essa supervalorização do sentimento amoroso favorece a visão romântica, da qual Eduardo é um dos representantes na obra. 3.(Unicamp-SP )Em Ubirajara, tal como em Iracema e em O Guarani, José de Alencar propõe uma interpretação de Brasil em que o índio exerce um papel central. a) Que sentido têm as sucessivas mudanças de nome do protagonista no romance? b) Qual o papel das notas explicativas nesse romance? Do que elas tratam em sua maior parte? c) Como o romance e suas notas tratam o ritual antropofágico, no empenho de construir uma visão do período pré-cabralino? a) Como todo povo, o índio brasileiro também tem suas tradições, sua cultura, a qual passa por diferentes estágios. Tais estágios são refletidos na mudança de nome do protagonista: Jaguaré é o nome do caçador, Ubirajara é o nome do guerreiro e Jurandir é o nome do hóspede. b) As notas tratam da língua e dos costumes dos índios. Considerando-se que as notas são objetivas e a narrativa é subjetiva, pode-se dizer que servem de complemento à narrativa. c) O ritual antropofágico é tratado sob a perspectiva indígena, e não europeia. As notas contribuem tratando o ritual, não com o preconceito europeu, mas com benevolência. O romance confirma isso quando Pojucã pergunta se não é digno deste sacrifício, já que, tendo sido derrotado no combate com Ubirajara, a escravidão causaria mais vergonha que a própria morte. 4.(UFMS/MS) Joaquim Manuel de Macedo não só escreveu romances, mas também algumas peças de teatro, entre elas Romance de uma velha. Nessa peça, uma personagem chamada D. Violante afirma: “Minha sobrinha, agora não há mais amor, há cálculo; não há mais amantes, há calculistas; não há mais amadas, há calculadas”. Percebe-se que D. Violante considera o amor equivalente a negócios. Essa relação amor/negócios pode ser identificada em Senhora, de José de Alencar, se for(em) observado(s): I.Os títulos das quatro partes do romance: O preço, Quitação, Posse e Resgate. II.Que Aurélia utiliza-se de dinheiro para comprar um marido e que o dinheiro é a causa da separação entre Aurélia e Seixas. III. Que Aurélia propõe-se a casar com Seixas mediante recebimento de dote, mas ele não consegue levantar o dinheiro e fica preso a essa dívida até o fim do romance. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e II. d) apenas I e III. e) apenas II e III. 5. (PUC-RS) A prosa de _________, mais especificamente no romance _________ retrata as relações amorosas por meio da _________. a) Raul Pompeia/O ateneu/superstição. b) Manuel Antônio de Almeida/Memórias de um sargento de milícia/idealização. c) Bernardo Guimarães/A escrava Isaura/sátira. d) Joaquim Manuel de Macedo/A moreninha/insatisfação. e) José de Alencar/Lucíola/idealização. Texto para a questão 6. “Os encantos da gentil cantora eram ainda realçados pela singeleza, e diremos quase pobreza do modesto trajar. Um vestido de chita ordinária azul-clara desenhava-lhe perfeitamente com encantadora simplicidade o porte esbelto e a cintura delicada, e desdobrando-se-lhe em roda em amplas ondulações parecia uma nuvem, do seio da qual se erguia a cantora como Vênus nascendo da espuma do mar, ou como um anjo surgindo dentre brumas vaporosas. (…) Entretanto, abre-se sutilmente a cortina de cassa de uma das portas interiores, e uma nova personagem penetra no salão. Era também uma formosa dama ainda no viço da mocidade, bonita, bem feita e elegante. (…) Mas com todo esse luxo e donaire de grande senhora nem por isso sua beleza deixava de ficar algum tanto eclipsada em presença das formas puras e corretas, da nobre singeleza (…) da cantora. Todavia Malvina era linda, encantadora mesmo, e posto que vaidosa de sua formosura e alta posição, transluzia-lhe nos grandes e meigos olhos azuis toda a nativa bondade de seu coração.” Bernardo Guimarães 6.(Mackenzie/SP) Assinale a alternativa que apresenta significativo traço do estilo romântico comprovado com passagem do texto. a) A contenção emotiva, que caracteriza a descrição panorâmica, aliada ao uso de clichê da tradição mitológica: Vênus nascendo da espuma do mar. b) A associação de características da figura feminina a imagens fluidas e voláteis — nuvem, espuma do mar, brumas vaporosas —, criando atmosfera de envolvente devaneio. c) O contraste que se estabelece entre “matéria” e “espírito”: a idealização do esplendor físico da mulher aristocrática, em oposição à frivolidade de seu caráter (vaidosa de sua formosura e alta posição). d) A opção pela prosa descritiva permite as divagações egocêntricas (em amplas ondulações parecia uma nuvem), em detrimento de um registro de aspectos do mundo social. e) A descrição pormenorizada e crítica de um universo feminino, caracterizado por personagens que se deixam dominar pelos instintos e valores materialistas da sociedade burguesa: os requintes da beleza física, por exemplo (formosa dama…bonita, bem feita e elegante). 7.(PUC-RS) No Romantismo brasileiro, destaca-se a representação de muitos e diferentes tipos de mulher. Assim, em A Escrava Isaura, uma escrava é criada como moça branca, em A moreninha, Lucíola e Senhora, aparecem, respectivamente, a) Uma jovem suburbana, uma prostituta e um adama da sociedade paulista. b) Uma negra, uma rica dama da sociedade e uma mulher madura. c) Uma jovem típica da elite carioca, uma rica dama da sociedade e uma prostituta. d) Uma jovem típica da elite carioca, uma prostituta e uma rica dama da sociedade. e) Uma suburbana, uma prostituta e uma balzaquiana casadoira. 8.(UFRGS-RS) Considere as seguintes afirmações sobre a obra de Bernardo Guimarães. I.Em O Garimpeiro, o autor utiliza o episódio da cavalhada para defender os costumes interioranos. II.Em O Seminarista, o autor critica o celibato sacerdotal e o autoritarismo patriarcal, que impedem a realização amorosa de Eugênio. III. Em A Escrava Isaura, através do drama de Isaura/Elvira, o autor se alinha à luta abolicionista da época. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 9. (Ufam) São romances escritos por Joaquim Manuel de Macedo: a) A Luneta Mágica, A Moreninha, Lucíola. b) Lucíola, O Garimpeiro, O Moço Loiro. c) A Moreninha, O Garimpeiro, Diva. d) A Carteira de meu tio, Senhora, A Luneta Mágica. e) O Moço Loiro, A Carteira de meu tio, A Moreninha. 10.(PUC-RS) O projeto nacionalista da literatura brasileira realiza-se, na prosa, pela ________ nação, principalmente na obra de ________, que se constituiu como precursor da possibilidade de ________ da brasilidade. a) Idealização da/José de Alencar/expressão b) Exaltação da/Aluísio Azevedo/fundação c) Crítica à/Monteiro Lobato/criação d) Referência à/Joaquim Manuel/tradução de Macedo e) Sátira à/Lima Barreto/simulação 11.(UFSE) No período romântico brasileiro, os aspectos estéticos e os históricos ligaram-se de modo especialmente estreito e original: entre nós, o Romantismo deu expressão à consolidação da Independência, à afirmação de uma nova Nação e à busca das raízes históricas e míticas de nossa cultura – características que se encontram amplamente: a) na poesia de Gonçalves de Magalhães influenciada pela de Gonçalves Dias; b) nos romances urbanos da primeira fase de Machado de Assis; c) nos romances de costumes de Joaquim Manuel de Macedo; d) na lírica confidencial de Álvares de Azevedo e de Casimiro de Abreu; e) na ficção regionalista e indianista de José de Alencar. 12.(UFRS) Leia o texto abaixo. …………… é um tema dominante na poesia …………… de cunho romântico no Brasil; nela, a mulher é frequentemente …………… sob o olhar apaixonado do poeta, que usa …………… como termo de comparação capaz de expressar a intensidade dos seus sentimentos. Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas desse texto. a) O amor – nacionalista – homenageada – a religião b) A pátria – sentimental – martirizada – o mito c) O amor – intimista – idealizada – a natureza d) A infância – histórica – divinizada – a Idade Média e) A morte – nacionalista – humilhada – a música 13.( Cefet-PR) Assinale a alternativa incorreta sobre o Romantismo. a) O romance indianista de José de Alencar representa contestação política ao domínio português. b) Bernardo Guimarães foi o primeiro escritor regionalista brasileiro com o romance Ermitão de Muquém. c) O aproveitamento da linguagem do sertão é um dos traços marcantes da obra do Visconde de Taunay. d) A Moreninha garante a Joaquim Manuel de Macedo o pioneirismo na prosa romântica brasileira. e) Franklin Távora é considerado o criador da Literatura do Norte, região tida por ele como a mais autenticamente brasileira. 14.(UFRS) Considere as afirmações abaixo, referentes ao romance romântico no Brasil. I.A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, insere-se na linha primitivista da corrente romântica, em que as personagens vivem em contato constante com a natureza. II.Uma das fontes de inspiração do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, é a novela picaresca espanhola. III. A heroína de A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, é mestiça; porém, na sua apresentação inicial, são destacadas sua tez clara “como marfim” e sua beleza “branca”. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 15.(PUC-RS) Sobre Castro Alves é correto afirmar que a) Se ateve à temática amorosa. d) Produziu poesia de tom ingênuo. b) Rejeitou a poesia engajada. e) Retratou a realidade de forma sutil. c) Produziu poesia de denúncia. 16.(UFRR) A obra romanesca de José de Alencar introduziu na literatura brasileira quatro tipos de romances: indianista, histórico, urbano e regional. Desses quatro tipos, os que tiveram sua vida prolongada, de forma mais clara e intensa, até o Modernismo, ainda que modificados, foram: a) Indianista e histórico; d) Histórico e urbano; b) Urbano e regional; e) Regional e indianista; c) Indianista e urbano. 17.(FGV-SP) Leia as afirmações abaixo, a propósito do texto:
Podemos dizer, a respeito das afirmações acima: a) Estão corretas as afirmações 1, 4 e 5. d) Estão corretas as afirmações 1, 2 e 3. b) Estão corretas as afirmações 1, 3 e 5. e) Estão corretas as afirmações 3, 4 e 5. c) Estão corretas as afirmações 1, 2 e 4. As questões 18 e 19 referem-se ao seguinte texto: “O primeiro navio destacado da conserva para levar a Portugal a notícia do descobrimento do Brasil, e com instâncias ao rei de Portugal para que por amor da religião se apoderasse d’esta descoberta, cometera a violência de arrancar de suas terras, sem que a sua vontade fosse consultada, a dois índios, ato contra o qual se tinham pronunciado os capitães da frota de Pedro Álvares. Fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia: era a cobiça disfarçada com pretextos da religião, era o ataque aos senhores da terra, à liberdade dos índios; eram colonos degradados, condenados à morte, ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para darem largas às depravações do instinto bruto.” DIAS, Gonçalves. 18.(UFSE-SE) No período romântico brasileiro, os aspectos estéticos e os históricos ligaram-se de modo especialmente estreito e original: entre nós, o Romantismo deu expressão à consolidação da independência, à afirmação de uma nova Nação e à busca das raízes históricas e míticas de nossa cultura — características que se encontram amplamente a)na poesia de Gonçalves de Magalhães influenciada pela de Gonçalves Dias. b) nos romances urbanos da primeira fase de Machado de Assis.c) nos romances de costumes de Joaquim Manuel de Macedo. d) na lírica confidencial de Álvares de Azevedo e de Casimiro de Abreu. e) na ficção regionalista e indianista de José de Alencar. 19. O gênero “romance” surgiu no Brasil durante o Romantismo e moldou-se segundo os gostos e preferências da burguesia em ascensão. Com uma temática diversificada, logo tornou-se o tipo de leitura mais acessível a essa nova classe social. Dentre as afirmativas seguintes, assinale aquela que NÃO corresponde às tendências do “romance romântico”: a) As obras românticas conhecidas como romance de “folhetins” caracterizaram-se pelo tom “água-com-açúcar”, pela presença de elementos pitorescos e pela superficialidade de seus conflitos. b) O romance romântico identificado como “histórico” retratou os fatos políticos brasileiros da época, e também as correntes materialistas daquela segunda metade do século XIX. c) As narrativas ambientadas na cidade foram rotuladas como “romances urbanos”, sendo ainda conhecidas como obras de “perfis de mulher”, por privilegiar as personagens femininas e seus pequenos conflitos psicológicos. d) O romance “indianista” enfatizou nossa “cor local” ao retratar as lendas, os costumes e a linguagem do índio brasileiro, acentuando ainda mais o cunho nacionalista do Romantismo. e) A narrativa romântica de caráter “regionalista” tematizou, de forma idealizada, a vida e os costumes do “brasileiro” do interior. 20.”(…) é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.- Vendido! exclamou Seixas ferido dentro d’alma. – Vendido sim: não tem outro nome (…) O senhor estava no mercado; comprei-o.” O trecho citado pertence à obra de conhecido autor brasileiro. Em qual tipo de romance se enquadra a referida obra? a) Romântico, de costumes, focaliza aspectos da sociedade do Rio de Janeiro. b) Realista, versa sobre práticas da aristocracia c) Romântico, sertanista, aborda relações do Brasil rural. d) Modernista, parodia a família do século XIX. e) Realista, preocupado em retratar o adultério. Texto para as questões 21 “A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica, anuncia a raça inteligente e ilustrada. Não é obrigando-a a estacionar que hão de manter e polir as qualidades que porventura ornem uma língua qualquer; mas sim fazendo que acompanhe o progresso das ideias e se molde às novas tendências do espírito, sem contudo perverter a sua índole a abastardar-se.” (José de Alencar) 21.Sobre o texto anterior, trecho de abertura de um romance de José de Alencar, são feitas as afirmativas seguintes. I – O autor usa de um artifício para disfarçar o caráter ficcional da narrativa e, ao mesmo tempo, estreitar os laços da interlocução com o leitor: cria um personagem-narrador e uma personagem-leitora, esta com a função de propiciar ao narrador a oportunidade de contar a sua história. lI – Pela referência a criaturas infelizes que escandalizam a sociedade, à profanação da atmosfera em que está envolta a neta da personagem à qual se dirige o narrador, bem como pela cautela do narrador em abordar assunto que causa melindres, pode-se inferir que se trata da abertura do romance “Lucíola”. III – De acordo com o terceiro parágrafo, a personagem-leitora não se deve preocupar caso leia algo que ofenda seu pudor, pois diante do texto escrito não são vexatórias, para a mulher, atitudes que seriam motivo de vergonha na presença de um homem. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e III d) Apenas lI e III e) I, II e III 22.(FGV/SP) Escreveu poesia, prosa de ficção, historiografia e ensaios. Sua historiografia, profundamente revolucionária, tem suas origens no Romantismo de Victor Hugo e Walter Scott. Foi, porém, na prosa de ficção que __________ mais contribuiu para a literatura portuguesa do séc. XIX. No Monasticon, que compreende dois romances históricos, _________ e __________, consegue reunir seus dotes de historiador e ficcionista quando põe em conflito a paixão amorosa e a vida religiosa. O autor e as obras referidos estão na alternativa: a) Antônio Feliciano de Castilho – Cartas de Eco a Narciso – A Noite no Castelo. b) Camilo Castelo Branco – O Santo da Montanha – Amor de Perdição. c) Júlio Dinis – Os Fidalgos da Casa Mourisca – As Pupilas do Sr. Reitor. d) Almeida Garrett – O Arco de Santana – Um Auto de Gil Vicente. e) Alexandre Herculano – Eurico, o Presbítero – O Monge de Cister. 23. Identifique a afirmação correta sobre José de Alencar. a) Seus três romances indianistas fazem parte do projeto maior: retratar aspectos típicos da realidade e dos mitos nacionais. b) Com Memórias de um sargento de milícias, deu-nos um colorido painel da sociedade carioca ao tempo de D. João VI. c) Embora tenha escrito belos poemas líricos, foi pela poesia abolicionista que se notabilizou como escritor. d) Deve ser considerado o pioneiro do Naturalismo no Brasil, com obras-primas no conto, no romance e na novela. e) Seus romances têm a marca inconfundível da prosa intimista, em que tudo se resume às memórias e pensamentos subjetivos. 24.(PUC-RS) Em O gaúcho, José de Alencar procura representar o povo sul-rio-grandense empreendimento que não alcançou sucesso e foi desacreditado pela crítica. Ao retratar o contexto urbano, entretanto, seu compromisso ideológico associa-se à expressão estética romântica, especialmente nas obras. a) Diva e O Tronco do Ipê. d) A Moreninha e Lucíola b) Memórias de um sargento de milícias e A Pata da Gazela. e) A escrava Isaura e A viuvinha c) Senhora e Lucíola. “Mas, considerada a situação brasileira do tempo, daí provém igualmente o alcance humano e social que consagrou o livro [ A escrava Isaura ], destacando-se como panfleto corajoso e viril, que pôs em relevo ante a imaginação popular situações intocáveis do cativeiro. (…) A este propósito, lembremos que a cor de Isaura é não apenas tributo talvez inconsciente ao preconceito (que aceitaria como heroína uma escrava branca), mas, ainda, arma polêmica, mostrando a extrema odiosidade a que podia chegar a escravidão, atingindo pessoas iguais na aparência às do grupo livre.” 25.(UTFPR/PR) A que escritor se refere o crítico literário Antônio Candido? a) Bernardo Guimarães. d) Joaquim Manoel de Macedo. b) José Lins do Rego e) Monteiro Lobato. c) Álvares de Azevedo. 26.INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens da questão . “Portanto, ilustres e não ilustres representantes da crítica, não se constranjam. Censurem, piquem, ou calem-se como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva neste meu Brasil cousa que pareça vinda em conserva lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata. (…) O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?”ALENCAR, José de. Benção Paterna. In: Sonhos de Ouro. São Paulo: Melhoramentos, s.d. 26.UFMT ( ) Envolvidos pelo ideário político da independência, Alencar e outros escritores românticos empenham-se na construção da nação brasileira, através da luta pela emancipação da língua e da literatura nacionais. ( ) Na história da literatura brasileira, no percurso que vai do Romantismo ao Modernismo, a bandeira da ruptura com o princípio da imitação aos clássicos é empunhada por todas as escolas literárias. ( ) No segundo parágrafo, Alencar opõe, metonimicamente, por meio das frutas, o ambiente brasileiro ao ambiente europeu. ( ) O texto dá a entender que a língua se adapta ao meio para onde foi levada, mais precisamente aos órgãos fonadores e à alma do povo que fala. V – F – V – V A lagartixa “A lagartixa ao sol ardente vive Amo-te como o vinho e como o sono, Posso agora viver: para
coroas Vale todo um harém a minha bela, 1.Relacione essas duas afirmativas ao texto V no que se refere à seleção vocabular relativa aos amantes e a seu tratamento poético. O texto V não confirma as afirmativas, como bem o comprovam sua seleção vocabular e seu tratamento poético. A caracterização do amante (“lagartixa”) e da amada (“clarão”, “sol”, “vinho”, “sono”, “copo”, “leito”, “néctar de amor”, “travesseiro”, “rosas mais gentis”, “harém”, “minha bela”, “olhos namorados”, “sol de verão”) cria uma atmosfera positiva, solar, amena, bem humorada, expressando a harmonia entre os amantes. Para responder às questões 02 e 03, leia os textos a seguir: “Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!” Casimiro de Abreu. “Nasci no campo, e ao desprender-me das faixas infantis, ao saltar do berço, vi quase ao mesmo tempo o céu e o mar, os campos e as matas. Não foi na cidade, onde se morre abafado, não; foi ao ar livre, e, infante ainda, senti a brisa da praia brincar com meus cabelos e o vento da montanha trazer-me de longe o perfume das florestas. Que deliciosa vida aquela! Como eu corria por aqueles prados! Que colheita que fazia de flores! Que destemido caçador de borboletas! Ah! meus oito anos! Quem me dera tornar a tê-los!… Mas… nada, não queria, não; aos oito anos ia eu para a escola, e confesso francamente que a palmatória não me deixou grandes saudades.” ABREU, Casimiro de. 2.UFRJ O texto de Casimiro de Abreu apresenta um tema relevante no Romantismo: a infância. A abordagem desse tema é integralmente feita de acordo com o padrão romântico na literatura brasileira? Justifique a resposta, com suas palavras. Não segue integralmente, pois, no último parágrafo, atribuem-se à infância traços negativos, que desmitificam sua imagem de passado idealizado a que se desejaria retornar. 3.UFRJ Associado ao tema da infância, o texto de Casimiro de Abreu aborda ainda outro tema significativo na literatura romântica: a relação entre o homem e a natureza. Ao tratar desse tema, o texto segue o padrão literário romântico? Justifique a resposta, com suas palavras. Sim, segue, pois a relação entre o homem e a natureza é apresentada de forma idealizada, já que, no texto, a natureza é lugar paradisíaco, de experiências positivas. 4.(UFPE/PE) O indianismo foi uma corrente literária que envolveu prosa e poesia e fortificou-se após a Independência do Brasil. Sobre esse tema, analise as afirmações a seguir. 0 0 – A literatura indianista cumpriu um claro projeto de fornecer aos leitores um passado histórico, quando possível, verdadeiro, se não, inventado. 1 1 – Os dois autores que mais se empenharam no projeto de criação de um passado heroico foram José de Alencar, na prosa, e Gonçalves Dias, na poesia. 2 2 – Gonçalves Dias, da primeira geração de românticos, escreveu Y-Juca-Pirama, Os Timbiras, Canto do Piaga. Com eles, construiu a imagem heroica e idealizada do índio brasileiro. 3 3 – Indianismo não significava simplesmente tomar como tema o índio; significava a construção de um novo conceito que, embora idealizado, expressava menos que uma realidade racial; expressava uma realidade ética e cultural, distinta da europeia. 4 4 – José de Alencar, em seus romances, sobretudo em Iracema e em O Guarani , se encarregou de construir o mito do herói indianista. De grande importância para isto, foi a preocupação com a vertente brasileira do português, pois Alencar procurava moldar a língua nacional aos personagens indígenas que a falavam. VVVVV Minh’alma é triste como a rola aflita Que o bosque
acorda desde o albor da aurora, 6.Assinale a alternativa que traz apenas características do Romantismo: a) idealismo – religiosidade – objetividade – escapismo – temas pagãos. 7.(UFAC-AC) A poesia Romântica desenvolveu-se em três gerações: Nacionalista ou Indianista, do Mal do século e Condoreira. O Indianismo de nossos poetas românticos é: a) Um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da Capitania de São Vicente. b) Um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo índio, da nova civilização que se instalava. c) Uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação de bravura, heroísmo e de todas as qualidades morais superiores. d) Uma forma de apresentar o índio em toda a usa realidade objetiva; o índio como elemento étnico da futura raça do Brasil. e) Um modelo francês seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere do modelo europeu. 8.De acordo com a posição romântica, é correto afirmar que: a) A natureza é expressiva no Romantismo e decorativa no Arcadismo. Texto para as questões 9 e 10 “Não me Deixes! Debruçada nas águas dum regato A flor dizia em vão A corrente, onde bela se mirava… ‘Ai, não me deixes, não! ‘Comigo fica ou leva-me contigo ‘Dos mares à amplidão, Límpido ou turvo, te amarei constante ‘Mas não me deixes, não!’ E a corrente passava; novas águas Após as outras vão; E a flor sempre a dizer curva na fonte: ‘Ai, não me deixes, não!’ E das águas que fogem incessantes À eterna sucessão Dizia sempre a flor, e sempre embalde: ‘Ai, não me deixes, não! Por fim desfalecida e a cor murchada, Quase a lamber o chão, Buscava inda a corrente por dizer-lhe Que a não deixasse, não. A corrente impiedosa a flor enleia, Leva-a do seu torrão; A afundar-se dizia a pobrezinha: ‘Não me deixaste, não!’” DIAS, Gonçalves. 9.F. (Católica de Salvador-BA) O lamento da flor representa fielmente o sentimento romântico de: a) evasão no tempo; d) amor incondicional ao outro; b) supervalorização da natureza; e) exaltação do sonho, da fantasia; c) desejo de morte pelo amor não correspondido. 10.(F. Católica de Salvador-BA) Observa-se a inversão, como recurso estilístico, no verso: a) “A flor dizia em vão” d) “Mas não me deixes, não.” b) “E a corrente passava” e) “Dizia sempre a flor, e sempre embalde” c) “Leva-a do seu torrão” Para responder às questões 11 e 12, ler os textos que seguem. Texto A Maria “Onde vais à tardezinha, Castro Alves Texto B “Iracema, sentindo que lhe rompia o seio, buscou a margem do rio, onde crescia o coqueiro. Para responder à questão 11, analisar as afirmativas que seguem, sobre os textos A e B. I.A imagem delicada, graciosa e harmoniosa da escrava, presente no texto A, exemplifica a tendência predominante do poeta no que se refere ao tratamento da temática da escravidão. II.A visão melancólica da natureza presente em ambos os textos associa-se ao Romantismo exacerbado. III. O texto B, numa profusão de imagens ligadas a elementos da natureza, relata o nascimento de Moacir, que representa a fusão entre o branco e o índio, dando origem ao povo brasileiro. IV.Ambos os textos expressam o subjetivismo. 11.(PUC-RS) Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa a) I e II b) I e III c) I, II, III e IV d) II e IV e) III e IV 12.(U.E. Ponta Grossa-PR) A poesia romântica brasileira, em seus diversos momentos, apresenta como características: 01.escapismo e subjetivismo; 02.naturalismo e pitoresco; 04.nacionalismo e religiosidade; 08.socialismo e ilogismo; 16.imaginação criadora e amor à natureza. SOMA: 21 13.(UEL-PR) Considere as seguintes afirmações sobre a poesia de Álvares de Azevedo: I.Seu lirismo deixou-se empolgar pelas lutas políticas travadas durante a consolidação da nossa Independência. II.Influenciado por Gonçalves Dias, seus versos espelham a força primitiva da natureza e a admiração pelo índio. III. A solidão extrema e a timidez amorosa marcaram os versos ora sentimentais, ora irônicos de sua lírica. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 14.(ITA/SP) O texto a seguir é a estrofe inicial do poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu: “[…] Sobre o poema, não se pode afirmar que a) Se trata de um dos poemas mais populares da Literatura Brasileira. b) O poeta se vale do texto para manifestar a sua saudade da infância. c) A linguagem não é erudita, pois se aproxima da simplicidade da fala popular, o que é uma marca da poesia romântica. d) A memória da infância do poeta está intimamente ligada à natureza brasileira. e) O poeta é racional e contido ao mostrar a sua emoção no poema. 15. (Ufam) Assinale a alternativa que NÃO se refere de modo correto à obra de Álvares de Azevedo: a) Sua poesia caminhava na esteira de um Romantismo em progresso, enquanto trazia à luz da contemplação os domínios obscuros do inconsciente. b) Escreveu verdadeiras “bíblias” de satanismo, como a Noite na taverna e Macário, e foi um byroniano autêntico. c) Em sua poesia, a natureza está praticamente ausente, de vez que o poeta só tem olhos para si mesmo: seu eu íntimo, mas também seus objetos pessoais. d) Todos os motivos literários e utópicos do americanismo anticolonialista, venerador do modelo comunitário proposto pelo incas, estão presentes em textos de feição indianista. e) A evasão segue, nesse poeta muito sensível, a rota de Eros (o Amor), mas o horizonte último é sempre a morte. 16.(Ufam) Assinale o item que se refere à poesia de Álvares de Azevedo: a) O ânimo oratório de seu verso, a poesia de ardentes apóstrofes e audaciosas hipérboles lhe valeram o título de maior poeta da segunda geração. b) Seus poemas foram submetidos a uma disciplina rígida, totalmente estranha às tonalidades de ritmo e de simbolização abertas pelo Romantismo. c) A melancolia se expande nos sentimentos mais simples, como a rememoração saudosa da infância campestre, povoada de verdejantes notas paisagísticas. d) Seu lirismo é o da confidência, das efusões derramadas, numa atmosfera fortemente masoquista, em que o pressentimento da morte é um dos temas prediletos. e) Sua obra-prima foi o poema Cântico do Calvário, em que já preludia a técnica de construção que seria empregada pelos simbolistas. 17. (Ufam) Assinale a opção cujo enunciado pode ser aplicado aos poetas da segunda geração romântica brasileira: a) Comprometeram-se com a busca do que julgavam ser as verdadeiras qualidades da poesia: equilíbrio, contenção de sentimentos, linguagem culta, valorização da forma. b) Assumiram posturas engajadas, de combate às injustiças, à escravidão e à opressão do povo, temas esses que foram ignorados pelos poetas da primeira geração. c) Influenciados pela poesia de Lord Byron e Alfred de Musset, cultivaram um comportamento boêmio e uma visão negativista da existência. d) Sintonizados com a riqueza e as possibilidades temáticas proporcionadas pelo avanço da ciência, pela civilização das máquinas, romperam com os temas clássicos e universais. e) Cultivaram uma linguagem rebuscada, simbólica, de onde derivaram dois traços estilísticos importantes: o cultismo e o conceptismo. 18.(U.F. Uberlândia-MG) Existem diferenças básicas entre a paisagem retratada pelos árcades e a paisagem retratada pelos românticos. Escolha a alternativa correta que define essas duas paisagens: a) A paisagem romântica é amena e monótona e a paisagem árcade é sempre graciosa e fulgurante. b) A paisagem árcade é bucólica e a paisagem romântica é ainda mais bucólica, devidoaos exageros do eu-lírico. c) A paisagem romântica reflete os sentimentos do eu-lírico, enquanto a paisagem árcade é harmoniosa, alheia ao eu-lírico. d) A paisagem árcade é mais visual enquanto a paisagem romântica só é perceptível através da leitura. 19.(UFF-RJ) Assinale o fragmento que não corresponde ao indianismo romântico: a) “As leis da cavalaria no tempo em que floresceu em Europa não excediam por certo em pundonor e brios à bizarria dos selvagens brasileiros.” (José de Alencar). b) “Não há hoje a menor razão porque desconheçamos a importância da parte indígena na população do Brasil; e menos ainda para que apaixonados declamemos contra selvagens que por direito natural defendiam a sua liberdade, independência e as terras que ocupavam.” (Gonçalves de Magalhães). c) “Imaginei um poema… como nunca ouviste falar de outro: guerreiros diabólicos, mulheres feiticeiras, sapos e jacarés sem conta: enfim, um gênesis americano, uma Ilíada Brasileira, uma criação recriada.” (Gonçalves Dias). d) “É certo que a civilização brasileira não está ligada ao elemento indiano nem dele recebeu influxo algum; e isto basta para não ir buscar entre as tribos vencidas os títulos da nossa personalidade literária.” (Machado de Assis). e) “O maravilhoso, tão necessário à poesia, encontrar-se-á nos antigos costumes desses povos [indígenas], como na força incompreensível de uma natureza constantemente mutável em seus fenômenos.” (Ferdinand Denis). 20.( UFRS) Leia o texto abaixo. “Uma das facetas do Romantismo é conceber o poeta como um gênio inspirado, dono de uma sensibilidade extraordinária. Isso faz com que ele expresse suas ideias e emoções de uma forma original e seja capaz de revelar realidades inacessíveis ao homem comum.” Dos exemplos citados abaixo, identifique aquele(s) que expressa(m) a concepção acima. I.“Meia-noite soou na floresta No relógio de sino de pau; E a velhinha, rainha da festa, Se assentou sobre o grande jirau.” (Bernardo Guimarães) II.“Se é vate quem acesa a fantasia Tem de divina luz na chama eterna; Se é vate quem do mundo o movimento Co’o movimento das canções governa; (…) Se é vate quem dos povos, quando fala, As paixões vivifica, excita o pasmo.” (Laurindo Rabelo) III. “Tenho medo de mim, de ti, de tudo, Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes, Das folhas secas, do chorar das fontes, Das horas longas a correr velozes. (…) O véu da noite me atormenta em dores, A luz da aurora me intumesce os seios,” (Casemiro de Abreu) Quais exemplos correspondem à concepção citada? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 21.UFF-RJ Na literatura, a visão romântica representativa da mulher é a de uma figura idealizada, frágil e inatingível. Assinale a opção em que a visão da mulher não se enquadra nesta característica: a) “Ah! Vem, pálida virgem, se tens pena De quem morre por ti, e morre amando. Dá vida em teu alento à minha vida, Une nos lábios meus minha alma à tua!” (Álvares de Azevedo) b) “Anjos longiformes De faces rosadas E pernas enormes Quem vos acompanha?” (Vinícius de Moraes) c) “Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor e anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara.” (Gregório de Matos) d) “Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava.” (Adélia Prado) e) “Baixas do céu num voo harmonioso! … Quem és tu bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte ó ser misterioso! …” (Castro Alves) 22.(UEMS)“Maldição” baudelaire macalé luiz melodia/ quanta maldição/ o meu coração não quer dinheiro/quer poesia/ baudelaire e macalé luiz melodia/ rimbaud a missão/ poeta e ladrão/ escravo da paixão sem guia/ edgar allan poe tua mão na pia/ lava com sabão/ tua solidão/ tão infinita quanto o dia/ vicentinho van gogh luiza erundina/ voltem pro sertão/ pra plantar feijão/ tulipas para a burguesia/ baudelaire macalé luiz melodia/ waly salomão/ itamar assumpção/ o resto é perfumaria” BALEIRO, Zeca. In: Vô imbolá, 1999. Em sua música “Maldição”, Zeca Baleiro menciona Edgar Allan Poe (grande influência para muitos escritores brasileiros, especialmente para uma das gerações do Romantismo). Uma das obras em que podemos observar tal influência é Noite na taverna e seu autor foi um dos mais influenciados por Poe. Referimo-nos a: a) Álvares de Azevedo. b) Gonçalves Dias. c) Casimiro de Abreu. d) Castro Alves. e) Olavo Bilac. 23.(UFPA) Maria “Onde vais à tardezinha, Sobre o poema e seu autor, é correto afirmar: a) O tom grandiloquente, quase retórico, do poema ilustra o estilo condoreiro de Castro Alves. O condoreirismo, influência de Victor Hugo, foi tendência da última geração do Romantismo brasileiro, mais voltado para o aspecto social, em superação ao egocentrismo angustiado da geração anterior. b) O poema registra o tratamento da temática amorosa em Castro Alves, marcado pelo tom do prazer erótico, da presença da morte e da dor, tal como seus antecessores da segunda geração. c) O poema ilustra que Castro Alves se tornou conhecido como o poeta dos escravos não somente pela denúncia da escravatura, mas, também, por ter acolhido, em sua lírica, os sentimentos do homem negro em equivalência aos do homem branco, retratando o negro como herói, como amante, como ser integralmente humano. d) No poema, o diminutivo “bonitinha” demonstra o desprezo do eu lírico à mulher negra, revelando o preconceito do homem branco com relação à escrava, um simples objeto para ele, na época. 24. (UEM-PR) Assinale a alternativa incorreta. a) O Romantismo valorizou o gênero romance em detrimento da epopeia tradicional, como podemos constatar na prosa de Gonçalves Dias. Também as regras clássicas para a tragédia b) No Romantismo brasileiro, constatamos, entre outras características, o culto do individualismo e da natureza como refúgio acolhedor, o nacionalismo indianista e a preocupação com reformas sociais, como o abolicionismo. c) Pertencem à chamada geração ultrarromântica Álvares de Azevedo, autor de Noite na taverna, e Casimiro de Abreu, autor do poema “Meus oito anos”. d) Gonçalves de Magalhães abriu o Romantismo brasileiro, em 1836, com Suspiros poéticos e saudades. Machado de Assis inaugurou o Realismo, em 1881, com Memórias póstumas de Brás Cubas. e) A prosa romântica brasileira tem, entre seus representantes, José de Alencar, Machado de Assis, Bernardo Guimarães. Machado de Assis foi, também, escritor realista. 25.(Ufam) Só uma das afirmativas abaixo se refere de modo correto a Sousândrade. Assinale-a:
26.(PUC/PR/PAES) Assinale o único item incorreto. São características do Romantismo: a) Tendência patriótica e nacionalista. d) Exagero na emoção e no sentimento. b) Preocupação formal. e) Reação aos modelos clássicos. c) Idealização. 27.(UFPA/PSS) Contrariamente aos primeiros românticos, Castro Alves, em seu sentimentalismo amoroso, “percorre a gama completa da carne e do espírito”, segundo o crítico literário Antônio Candido (In: A formação da literatura brasileira. 7 ed., v. 2. Belo Horizonte; Rio de Janeiro: Itatiaia, 1993. p. 251). Os versos de Castro Alves, abaixo, que caracterizam a afirmativa de Candido são: a) “Queres voltar a este país maldito b) “Uma noite,
eu me lembro… Ela dormia c) “Deus!ó Deus! onde estás que não d) “Stamos em pleno mar… Doudo no espaço e) “No céu dos trópicos 28.UFF-RJ A visão de Gonçalves Dias no texto: a) reforça a posição dos brasileiros que desejam comemorar os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, como se esta tivesse sido um evento relevante e benéfico para os habitantes de nossa terra; b) insere-se no contexto do Romantismo, que busca ressaltar os aspectos negativos da colonização portuguesa, como elemento motivador para um distanciamento e uma diferenciação em relação a Portugal; c) recusa a ideia da violência que teria caracterizado a colonização portuguesa no Brasil, como se a esquadra de Pedro Álvares não houvesse enviado dois índios a Portugal, contra a vontade deles; d) ressalta a concordância a que os capitães da frota de Pedro Álvares teriam chegado, como se o consenso de todos estes comandantes justificasse a atitude de enviar os dois índios ao rei português; e) valoriza e confirma a iniciativa de alguns órgãos de imprensa que celebram a conquista portuguesa como fator importante para nosso posterior desenvolvimento como nação. 29.UFF-RJ Índice é tudo aquilo que indica ou denota uma qualidade ou característica especial. No texto, Gonçalves Dias afirma que “fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia” porque aquela história: a) seria produzida por pessoas moralmente condenáveis, que alegavam razões religiosas para seus atos, mas que eram movidas pela ganância; b) seria conduzida por personagens da mais alta idoneidade moral, que se dedicavam intensamente à causa da conversão do indígena brasileiro; c) seria arquitetada por colonos degradados, condenados à morte ou espíritos baixos, que buscavam no Brasil a redenção de seus pecados; d) seria derivada da cobiça disfarçada com pretextos da religião, que evitava o ataque dos colonos degradados aos senhores da terra e à liberdade dos índios; e) seria causada pelos condenados à morte, ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para se redimirem, convertendo os índios. 30.(UFF-RJ) O sofrimento amoroso é frequente nas obras dos poetas românticos, como se pode observar abaixo: “Se Se Morre de Amor! Sentir, sem que se veja, a quem se adora, Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos, Segui-la, sem poder fitar seus olhos, Amá-la, sem ousar dizer que amamos, E, temendo roçar os seus vestidos, Arder por afogá-la em mil abraços: Isso é amor, e desse amor se morre!” DIAS, Gonçalves. A característica que situa o fragmento dentro da poética romântica é: a) evasão no espaço, transportando o eu-lírico para um lugar ideal, junto à natureza; b) forte subjetivismo, revelando uma visão pessimista da vida; c) idealização do amor, transcendendo os limites da vida física; d) realização de poemas lírico-amorosos, valorizando o idioma nacional; e) idealização da mulher, conduzindo o eu-lírico à depressão. 31.(PUC-RS) É correto afirmar que a produção poética de Álvares de Azevedo a) Evidencia a rejeição a temas relacionados à morte e ao medo. b) Rejeita a idealização do ser amado. c) Intensifica o tom confessional e subjetivo. d) Cultua o sentimento de brasilidade. e) Rompe com a tradição romântica. 32.(Fuvest-SP) Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica: a) Pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época. b) Repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura europeia: a dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias. c) Constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. d) Refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos. e) Cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da antiguidade clássica, representadas por suas ruínas. 33.(UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a letra (V) se a afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa. Observe que os textos a seguir representam a visão do amor em três autores do Romantismo. São momentos da poesia romântica coincidindo com três gerações. “Boa noite, Maria! Eu vou me embora, Castro Alves “Não acordes tão cedo! Enquanto dormes Álvares de Azevedo “Enfim te vejo – enfim posso, ( ) O amor em Gonçalves Dias é sempre ilusão perdida, e a experiência concreta é o fracasso e o sofrimento. ( ) Em Álvares de Azevedo, já aparece um misto de erotismo e medo, frustrando assim a realização da experiência amorosa. ( ) Na obra de Castro Alves prevalece a temática do amor sensual. ( ) O lirismo amoroso de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo inclui a falta de sensualidade presente em Castro Alves e também se descobrem, nos autores, os traços de donjuanismo. ( ) Os três autores apresentam, como ponto comum, a visão da mulher como uma musa inacessível. V, V, V, F, F. 34.(UFRGS-RS) Assinale a alternativa correta: a) Álvares de Azevedo, classificado na segunda geração do Romantismo brasileiro, deixou uma obra composta de poemas tipicamente indianistas e nacionalistas. b) Com Castro Alves, a poesia brasileira atingiu o seu apogeu, apesar do tom tímido que encontramos nos seus versos. c) Os poetas do Romantismo foram responsáveis pela consolidação do sentimento nacional e contribuíram para o abrasileiramento da língua portuguesa. d) Gonçalves Dias, autor da consagrada Canção do exílio, compôs também Os timbiras, se eu morresse amanhã e Meus oito anos. e) O saudosismo que caracteriza o lirismo luso-brasileiro não teve representantes no período romântico. 35.(UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre a obra de Castro Alves. I.A poesia amorosa do autor registra personagens femininas, algumas notáveis pela pureza e intangibilidade angelicais, outras destacadas pela sensualidade e disponibilidade satânicas. II.O poeta destacou-se pela poesia de protesto contra a injustiça e a violência presentes na sociedade brasileira em geral e evidentes nas condições de vida a que estava submetida a população escrava. III. A retórica grandiloquente rendia ao poeta autênticos poemas-discurso para serem antes ouvidos do que lidos, quer fossem denúncias contra a sociedade, quer fossem a exaltação da mulher amada. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 36. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue. Tirania
O tom ________ e ________ do poema de Castro Alves sugere uma ideia de amor ________ — elemento que o __________ dos poetas de seu tempo. a) Otimista/apaixonado/possível/diferencia. b) Otimista/sensível/possível/aproxima. c) Alegórico/sensível/impossível/aproxima. d) Intimista/apaixonado/impossível/distancia. e) Sentimental/retórico/possível/diferencia. 37.(Mackenzie-SP) Assinale o comentário que está corretamente associado a Gonçalves Dias. a) Com assunto quase contemporâneo à publicação — luta da tropa aliada, espanhola e portuguesa, contra os índios aldeados nas Missões jesuíticas do atual Rio Grande do Sul — o poema Uraguai o distingue do academicismo de contemporâneos como Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga. b) Cultivando, como os da sua geração, o pessimismo — e por isso atraído pela morte, o “humor negro”, a perversidade —, ao tratar do “homem selvagem”, o glorifica para, por oposição, recusar valores medievais. c) Envolvido intensamente com as injustiças sociais, é o símbolo da literatura participante; o poeta-orador faz sua poesia aproximar-se da oratória, meio enfático de lutar por igualdade social, como se vê no tratamento do tema do índio escravizado. d) Herdeiro de preocupações neoclássicas, repudiou exageros na expressão; no tratamento da temática, inventou recursos, como, em famoso poema indianista, romper a expectativa de valentia inquebrantável do herói e usar sua fragilidade para mais enaltecer sua bravura. e) Sua defesa do nativo contra os colonos que o escravizavam era realizada por retórica complexa e sutil, mais conceptista do que cultista, em busca de desenvolver e provar qualquer das assertivas feitas em sua tribuna. 38.(UFRGS-RS) Leia as afirmações abaixo, sobre Sousândrade. I.Trata-se de um autor maranhense do século XIX, cujo nome verdadeiro é Joaquim de Sousa Andrade, quase desconhecido dos contemporâneos românticos. II.O Guesa é um longo poema narrativo, composto sobre uma lenda quíchua que narra o sacrifício de um jovem imolado por sacerdotes. III. O poema O Guesa traz para a Literatura Brasileira temas do capitalismo mundial, entre os quais o da Bolsa de New York. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 39.(UFRS) Sobre a poesia de Gonçalves Dias é correto afirmar que a) Cantou a natureza brasileira como cenário das correrias e aventuras do indígena bravo e leal. b) Denunciou a iniquidade da escravidão em poemas altissonantes e repletos de metáforas aladas. c) Elogiou os esforços do colonizador português em suas campanhas militares. d) Cantou a bondade da mãe e da irmã, esteios femininos do núcleo familiar patriarcal. e) Elogiou a dissipação e os excessos do vinho em orgias noturnas marcadas pela devassidão e crueldade. 40. As afirmações abaixo referem-se ao Romantismo, exceto uma. Assinale-a: a) Tem como característica básica a expressão do “eu”, do mundo interior do artista. b) Teve início na Alemanha e na Inglaterra, no século XVIII. c) Representou um período decisivo no desenvolvimento da literatura brasileira. d) Sua fase mais importante no Brasil coincidiu com a permanência de D. João VI no Rio de Janeiro 41.(PUC/PR) Assinale a alternativa correta. A poesia brasileira do Romantismo do século XIX pode ser dividida em: a) três fases: a poesia da natureza e indianista, a poesia individualista e subjetiva, e a poesia liberal e social. b) duas fases: a histórica e indianista, e a fase subjetiva e individualista. c) três fases: a subjetiva, a nacionalista e a experimental. d) quatro fases: a histórica, a de crítica nacionalista, a experimental e a subjetiva. e) duas fases: a amorosa e sentimental e a fase nacionalista. 42.(UNIOESTE/PR) Assinale a alternativa que se relaciona, de forma correta, com o enunciado e com a autoria dos versos abaixo. Dentre os movimentos significativos da Literatura Brasileira, houve um que se destacou pela defesa dos ideais libertários, conforme atestam os seguintes versos: Não! Não eram dous povos que abalavam a) Indianismo – Gonçalves Dias. d) Conceptismo barroco – Gregório de Matos Guerra. b) Concretismo – Paulo Leminski. e) Parnasianismo – Olavo Bilac. e) Condoreirismo – Castro Alves 43. UFGO A poesia de Gonçalves Dias pode ser dividida em três grandes vertentes temáticas: a indianista, a saudosista e a lírico-amorosa. A produção poética desse autor pode ser caracterizada da seguinte forma: ( ) na poesia indianista, predomina uma sensibilidade plástica singular, moldada por um cenário natural tipicamente brasileiro, no qual está inserido o primeiro habitante do País, o índio, numa representação quase sempre épica. ( ) na poesia saudosista, o poeta demonstra acentuadas marcas do nacionalismo vigente no Romantismo, como a exaltação do pitoresco nacional, em que se sobressai o tratamento exótico da natureza tropical. ( ) na poesia lírico-amorosa, pode-se encontrar um ultraromantismo já convencional, detectado no sentimentalismo exagerado, que deforma os encantos da mulher amada, e em lamentos melodramáticos, provocados pelo sofrimento do amor irrealizado. ( ) em todas as vertentes da poesia de Gonçalves Dias, a natureza tem um caráter expressivo e dinâmico. Ela é o refúgio acolhedor e o ideal de evasão do eu-poético, estabelecendo, assim, uma interdependência entre paisagem e estado de alma. VVFV 44.(UFV-MG) Leia com atenção o texto crítico de Antônio Candido: “À maneira do Arcadismo, o Romantismo surge como movimento de negação; negação neste caso, e na literatura luso-brasileira, mais profunda e revolucionária, porque visava redefinir não só a atitude poética, mas o próprio lugar do homem no mundo e na sociedade. O Arcadismo se irmanava aos dois séculos anteriores pelo culto da tradição greco-romana; aceitava o significado literário da mitologia e da história clássica; aceitava a hierarquia dos gêneros […]. Os românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na Idade Média pretextos para desferir o voo da imaginação.” CÂNDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira. Com base nas informações contidas no fragmento acima. NÃO se pode dizer que o Romantismo: a) Concebeu de maneira nova o papel do artista através de uma visão mais antropocêntrica. b) Assimilou alguns valores árcades como o culto à tradição greco-romana e o retorno à história clássica. c) Procurou fixar novos valores que dariam à literatura uma dimensão mais atuante e revolucionária. d) Reestruturou a teoria clássica dos gêneros literários, quebrando a hierarquia existente e miscigenando as antigas formas. e) Redimensionou o sentido da obra de arte a partir da liberdade e da imaginação, princípios estes que nortearam os passos do escritor romântico. 45.(UNIFESP/SP) Tema bastante recorrente nas literaturas românticas portuguesa e brasileira, o amor impossível aparece em personagens que encarnam o modelo romântico, cujas características são a) O sentimentalismo e a idealização do amor. d) Os jogos de interesses e a racionalidade. b) O subjetivismo e o nacionalismo. e) O egocentrismo e o amor subordinado a interesses sociais. c) A introspecção psicológica e a idealização da mulher 46.(Mackenzie/SP) “Eu amo a noite Taciturna e queda! Assinale a alternativa incorreta. a) O ritmo regular dos versos decassílabos ajuda a construir a ideia da serena grandiosidade da noite. b) O quarto e o oitavo versos encerram cada sequência gloriosa que a noite abarca: aquele, os dons das fontes; este, a ação da brisa, da fonte e da música. c) A descrição das ações das fontes de vida, na primeira estrofe, faz-se com o auxílio sintático de um polissíndeto. d) doce e triste, no sétimo verso, podem ser lidos como docemente e tristemente, devido ao fato de permanecerem no singular. e) A repetição de então é fator de coesão textual, recuperando sempre o termo 47.(Unama) XV “[…] XVIII “[…] Nessas estrofes do poema Ainda uma vez, adeus, de Gonçalves Dias, o eu—lírico: a) Insatisfeito, evade-se da realidade por meio da morte. b) Transfere à poesia, o que ele próprio não conseguira, a missão de comover a amada. c) Rompe com o platonismo contemplativo e seduz a amada. d) Racionaliza a impossibilidade de viver com a amada. 48.(UTFPR/PR) Marque a alternativa que NÃO corresponde à obra de Gonçalves Dias. a) Canção do Exílio representa bem o seu ideal literário; beleza na simplicidade; fuga ao adjetivo, procura da expressão de tal maneira justa que outra seria difícil” (CÂNDIDO, 1981, p.81). (2011) b) “A partir dos Primeiros Cantos, o que antes era tema – saudade, melancolia, natureza, índio – se tornou experiência, nova e fascinante, graças à superioridade da inspiração e dos recursos formais.” (CÂNDIDO, 1981, p.83) c) “No poemeto I- Juca Pirama, a crítica, unânime, tem admirado a ductilidade dos ritmos que vão recortando os vários momentos da narração.” (BOSI, 3.ed.,p.118, s/d). d) “Tanto nos romances nativistas (…) como naqueles em que o bom selvagem se desdobra em heróis regionais, o selo da nobreza é dado pelas forças do sangue que o autor reconhece e respeita.” (BOSI, p.152) e) “Assim se explica a edição de Os Timbiras, em Leipzig, no ano de 1857, em língua portuguesa, pois dificilmente se poderia esperar que uma edição inteira em português fosse vendida na Europa.”(KOTHE, 2000, p.188). 49.(Ufam) O Romantismo foi introduzido no Brasil em 1836, com a publicação do livro: a) Os Timbiras, de Gonçalves Dias. b) Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães. c) A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. d) A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães. e) Primeiros cantos, de Gonçalves Dias. 50. (UEPG/PR-2006) Leia os textos 1, 2 e 3, retirados do livro Gonçalves Dias – Poesia Lírica e Indianista, organizado por Márcia Lígia Guidin. Estabeleça as relações com as afirmações apresentadas e assinale o que for correto. Texto 1 Se muito sofri já, se ainda sofro “Se muito sofri já, não mo perguntes”. p. 192. Texto 2 Em vão meu coração por ti se fina, “O amor”. p. 181. Texto 3 Quanto és bela, ó Caxias! – no deserto, “Caxias”. p. 48. 01) O subjetivismo é um dos traços fundamentais do Romantismo. A realidade é revelada através da atitude pessoal do escritor, o artista traz à tona o seu mundo interior. Isso pode ser observado nos textos 1 e 2 numa demonstração do sofrimento por amar. 02) No texto 2, o motivo do sofrimento é um amor que parece não ser correspondido. Isso pode ser comprovado pelos quatro primeiros versos. 04) Quanto ao aspecto formal, o verso livre, sem métrica e sem estrofação, e o verso branco, sem rima, caracterizam a poesia romântica. Essa característica pode ser observada nos três textos. 08) A derrota é um dos motivos que conduz a um tipo de evasão ou escapismo em que o eu-lírico procura, na morte, a solução para o impasse em que se encontra. Dos fragmentos apresentados acima, somente o texto 1 apresenta tal característica. 16) No texto 3, a descrição da natureza tem por objetivo celebrar Caxias, terra natal de Gonçalves Dias. SOMA: 19. 51.Em relação ao Romantismo brasileiro, todas as afirmações são verdadeiras. Exceto: a) expressão do nacionalismo através da descrição de costumes e regiões do Brasil. b) análise crítica e científica dos fenômenos da sociedade brasileira. c) desenvolvimento do teatro nacional. d) expressão poética de temas confessionais, indianistas e humanistas. e) caracterização do romance como forma de entretenimento e moralização. 52.(UA-AM) Leia o enunciado abaixo: A grande voz da poesia romântica foi, sem dúvida, a de um estudante paulista que morreu tuberculoso aos vinte anos. Pela sua inspiração e sentimento elevou a poesia brasileira, que vinha do verso medido e frio de Gonçalves de Magalhães e Porto Alegre, a alturas até então desconhecidas. Demonstrou talento precoce e grande capacidade de estudo, apesar das tentações de byronismo e de satanismo a que teria cedido integrando-se nos grupos boêmios do tempo ou tomando parte nos desmandos da Sociedade Epicureia. Ele só teve seus poemas reunidos em livro após a morte, quando então encontrou uma divulgação tão ampla quanto era possível no Brasil da metade do século XIX. O enunciado se refere a: a) Gonçalves Dias. b) Álvares de Azevedo. c) Castro Alves. d) Fagundes Varela. e) Cruz e Souza. 53.(ITA-SP) Observe as afirmações abaixo: I.O “Eu” romântico, objetivamente incapaz de resolver os conflitos com a sociedade, lança-se à evasão. No tempo, recriando a Idade Média Gótica e embruxada. No espaço, fugindo para ermas paragens ou para o oriente exótico. II.A natureza romântica expressiva. ao contrário da natureza árcade, decorativa. Ela significa e revela. Prefere-se a noite ao dia, pois sob a luz do sol o real impõe-se ao indivíduo, mas é na treva que latejam as forças inconscientes da alma: o sonho, a imaginação. III. No Romantismo a epopeia, expressão heroica já em crise no século XVIII, é substituída pelo poema político e pelo romance histórico, livres das peias de organização interna que marcavam a narrativa em verso. Renascem, por outro lado, formas medievais de estrofação e dá-se o máximo relevo aos metros livres, de cadência popular, as redondilhas maiores e menores, que passam a competir com o nobre decassílabo. Estão corretas; a)todas b) apenas a I c) apenas a I e a II d) apenas a II e a III. E) apenas a I e a III. 53.(FESP) As poesias de Álvares de Azevedo desenvolvem atmosferas variadas que vão do lirismo mais ingênuo ao erotismo, com toques de ironia, tristeza, zombaria, sensualidade, tédio e humos. Essas características demonstram: a)a carga de brasilidade do seu autor. b) a preocupação do autor com os destinos do país. c) os aspectos neoclássicos que ainda persistem nos versos desse autor. d) o ultrarromantismo, marcante nesse autor. e) o aspecto social de seus versos. 1.(FESP) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo: a)Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na poesia brasileira. b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período. c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e transformam a realidade em um quadro idealizado. d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político. e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada a expressão de ter ou não fé. 2.Sobre Bocage, assinale a informação incorreta: 3.Movimento
estético que gravita em torno de três diretrizes, Natureza, Verdade e Razão, buscando fazer da literatura a “expressão racional da natureza para, assim, manifestar a verdade”. Trata-se do: 4. (CESEP – PE) I – “O momento
ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta, ilustrada, aos abusos da nobreza e do clero.” 5.. (MACKENZIE) Sobre a obra de Bocage, é correto afirmar que: 6.(FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que: 7.(CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de alma”, podemos dizer que estamos diante de uma paisagem: a)tipicamente neoclássica.
d) prenunciadora do Parnasianismo 8.(MACKENZIE) Sobre Bocage, é incorreto afirmar que: e) o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a confissão foram elementos frequentes em sua obra lírica. 9.(FUVEST) Bocage foi: 10.Bocage só não escreveu: 11.. Assinale a incorreta sobre Bocage: 12.(ITA) Dadas as afirmações: 13.(ITA) Uma
das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a: e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama. 14. Poema satírico sobre os desmando
administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a Capitania das Minas de 1783 e 1788: 15.Qual a alternativa que apresenta uma associação errada? 16.Entre os
escritores mais conhecidos do “Grupo Mineiro”, estão: 17.A respeito da época em que surgiu o Arcadismo: 18.Indique a alternativa errada: a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias do estilo barroco. 19.Assinale o que não se refere ao Arcadismo: 20.(MACKENZIE/SP-2006) Tomás Antônio Gonzaga, outro poeta árcade brasileiro, assim expressa o sentimento amoroso: Se não lhe desse, / compadecido, / tanto socorro / o deus Cupido; / se não vivera / uma esperança / no peito seu, / já morto estava / o bom Dirceu. Nesses versos, encontram-se índices que apontam para o fato de que a poesia brasileira do século XVIII I.preservou da cultura clássica as referências mitológicas. II.adotou explicitamente o “fingimento” poético, ao desenvolver motivos pastoris. III. apoiou-se também em padrões métricos mais populares, como o verso tetrassílabo. Assinale: a) se apenas a afirmação I estiver correta. d) se apenas a afirmação II estiver correta. b) se apenas a afirmação III estiver correta. e) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas. c) se todas as afirmações estiverem corretas. 21.(MACKENZIE/SP-2006) Assinale a alternativa que apresenta comentário crítico adequado à obra de Cláudio Manuel da Costa, poeta do Arcadismo brasileiro. a) … sua poesia prolonga uma atmosfera lírica e moral que descortinamos na poesia camoniana, evidente no emprego constante da antítese, do paradoxo e do racionalismo … b) … a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado ainda à Idade Média: os poemas respiram uma fé inabalável, intocada pelos ventos críticos da Renascença. c) … o sentimento amoroso se espraia livremente; nota-se que o poeta infringe os princípios clássicos da contenção e manifesta a emoção dum modo tal que seus versos acabam adquirindo foros de crônica amorosa. d) …é preciso ver na força desse poeta o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se verdade artística. e) … os seus versos agradaram, e creio que ainda possam agradar aos que pedem pouco à literatura: uma expressão fácil, uma sintaxe linear, uma linguagem coloquial e brejeira.. 22.(UFPB-2006) No Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles recria poeticamente os acontecimentos históricos de Minas Gerais, ocorridos no final do século XVIII. Nesta mesma época, circulavam, em Vila Rica, as Cartas Chilenas, atribuídas a Tomás Antônio Gonzaga. Aquele, Doroteu, que não é Santo Considerando as informações apresentadas e esse fragmento poético, é correto afirmar: a) O autor descreve as atitudes do governador de Minas sem fazer uso de um tom irônico. b) O autor critica algumas atitudes do governador de Minas, julgando-as dissimuladas. c) O autor descreve, com humor, o comportamento do governador de Minas, sem apresentar um posicionamento crítico. d) O tom satírico, presente nas Cartas Chilenas, não é observado nesse fragmento, pois, aqui, há apenas a descrição das práticas religiosas do Fanfarrão Minésio. e) O autor chama a atenção para o fato de que o governador de Minas age com fervor, longe dos olhos dos fiéis. 23.(PUC/PR/PAES-2006) É só a partir do Arcadismo, que começa a surgir no país uma relação sistemática entre autor, obra e público, que caracterizam um sistema literário. Aponte a alternativa que melhor descreve esse período. a) Busca da simplicidade, racionalismo, imitação da natureza, caráter pastoril, imitação dos clássicos, ausência de subjetividade. b) Individualismo e subjetivismo, culto à Natureza, evasão, liberdade artística, culto à mulher amada, sentimentalismo, indianismo, nacionalismo. c) Subjetivismo, efeito de sugestão, musicalidade, irracionalismo, mistério. d) Liberdade, de expressão, incorporação do cotidiano, linguagem coloquial, inovação técnica, ambiguidade, paródia. e) Racionalismo, incorporação do cotidiano, culto à mulher amada, imitação dos clássicos, efeito de sugestão. 24.(UFAC-2007) O Arcadismo brasileiro surgiu por volta de 1700, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa, só não se pode afirmar que: a) Tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e formas. b) Apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais do seu tempo, com a crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa. c) Legou a nós os poemas de feição épica Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão e O Uraguai, de Basílio da Gama, no qual se reconhece qualidade literária destacada em relação ao primeiro. d) Teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a motivação bucólica e os modelos camonianos da lírica amorosa. e) Em termos dos valores estéticos básicos, norteou a produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de estilo e de tratamento local dos temas pelo autor. 25.(PUC-CAMPINAS/SP-2007) A imagem mítica de uma natureza harmônica, capaz de inspirar o desejo do equilíbrio racional e da vida simples, constitui uma espécie de paradigma da poesia neoclássica, tal como se pode perceber nestes versos:
26. (UFV-MG) Todos os fragmentos abaixo representam, pela linguagem ou pela temática, o movimento árcade brasileiro, EXCETO:
27.(UFV-MG) Observe com atenção os textos abaixo, pertencentes a autores dos estilos árcade e barroco: Texto I “[…] Texto II “[…] Dentre as seguintes alternativas, assinale aquela que estabelece uma relação CORRETA entre a temática dos poemas transcritos, seus autores e os períodos literários a que pertenceram:
28.(Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito de poetas brasileiros do período colonial: I.O apego à felicidade do “lar, doce lar” e ao comodismo burguês perpassam sua lírica muitas vezes erótica, e esse último aspecto desfaz em parte o código da idealização platônica da mulher eleita. II.Seus versos, que nunca foram editados e circularam muito tempo em cópias volantes, até serem coligidos a partir do século XX, constituem um dos grandes problemas de autoria de nossa literatura. III. Sua grande contribuição à literatura reside na habilidade com que infundiu lirismo ao verso narrativo, tendo imprimido no confronto civilização versus natureza várias notas de simpatia pelo selvagem. Os enunciados se referem, respectivamente, a:
29.(Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a respeito do Caramuru, poema épico de Frei José de Santa Rita Durão: I.Possui inspiração devota e a vontade de celebrar em Diogo Álvares Correia um herói camoniano, capaz de dilatar a fé cristã e o Império português. II.Moema, preterida pelo Caramuru em favor de Paraguaçu, apostrofa o ingrato herói e morre agarrada ao leme do navio que o levará, com sua eleita, para a França. III. Emprega o verso branco, que o neoclassicismo, em seu duplo afã de austeridade e naturalidade, valorizava. IV.O alarido da glória bélica perde importância ante a sensibilidade amorosa registrada nas cenas de namoro entre o herói e sua eleita. Estão corretas: a) Apenas III e IV. b) I, II e III. c) I, III e IV. d) Apenas II e IV. e) Apenas I e II. 30.(Ufam) Todas as características de estilo abaixo relacionadas pertencem ao Arcadismo, exceto:
31.(Ufam) Considerando, principalmente, o nome da musa inspiradora, somente um dos trechos abaixo foi escrito por Tomás António Gonzaga. Assinale-o.
32. (UFPA)Convite a Marília “Já se afastou de nós o Inverno agreste BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos. Acerca do soneto, é correto afirmar: (A) Observa-se, devido à presença de uma natureza agreste, um afastamento das convenções árcades referentes ao “locus amoenus”. (B) O Pré-Romantismo, com sua valorização do sentimento, manifesta-se nas referências mitológicas, como “Zéfiros” e “Amores”. (C) “Locus amoenus” é configurado, nos quartetos, por expressões como “a fértil Primavera”, “o prado ameno”, “a cor celeste”, o que afasta o texto das paisagens noturnas do Pré-Romantismo. (D) A oposição entre “a vã grandeza” da corte e “as perfeições da Natureza” revela o conflito entre o eu lírico e os valores da sociedade, numa antecipação pré-romântica do sentimento da paisagem. (E) No primeiro terceto, dada a presença do tema campestre, evidenciam-se o bucolismo e o sentimento da natureza, típicos do Pré-Romantismo. 33.(Ufal) Considere as seguintes afirmações: I.Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga compuseram poesia lírica, mas o talento de ambos encontrou sua expressão máxima nas sátiras. II.Em Marília de Dirceu, o árcade mineiro buscou figurar um equilíbrio entre a vida rústica e a cultura ilustrada. III. Cláudio Manuel da Costa confronta a paisagem bucólica idealizada com a de sua terra natal. Está inteiramente correto o que vem afirmado SOMENTE em
34. (UEL-PR) A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por seu cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens de reconhecimento e informação da terra. São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima:
35.(Ufal) Considerando-se a produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que ambos:
36.(UFPE) “Basta senhor, porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós que roubais em uma armada sois imperador? Assim é. Roubar pouco é culpa, roubar muito é grandeza. O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam de que eu trato, são os outros… ladrões de maior calibre e mais alta esfera… Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos, os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros se furtam são enforcados, e o bucolismo estes furtam e enforcam.” Antonio Vieira. Sermão do bom ladrão. “Que havemos de esperar, Marília bela? Ah! Não, minha Marília, Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir. I.A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o “carpe diem” (gozar a vida presente), escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo. II.Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem rebuscada, usada pelo Barroco. III. O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo de difícil compreensão. IV.Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica, procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante. Está(ão) correta(s) apenas: a) I, II e III. b) I. c) II. d) I, II e IV. e) II, III e IV. 37.(PUC-MG) Texto I “Discreta e formosíssima Maria, Enquanto pois produz, enquanto cria Gozai, gozai da flor da formosura, Que passado o zenith da mocidade, Texto II “Minha
bela Marília, tudo passa; Ornemos nossas testas com as flores; O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, só não é correto afirmar que:
38.(UFV-MG) Sobre o Arcadismo, anotamos: I.Desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado. II.Composição do poema Vila Rica por Cláudio Manuel da Costa, o Glauceste Satúrnio. III. Predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente. IV.Propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga. V.Presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes. Considerando as anotações anteriores, assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas I e III são verdadeiras. d) Apenas II e IV são falsas. 39.(Ufla-MG) Apresentam-se em seguida três proposições: I, II e III. I.O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. II.O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem. III. Façamos, sim, façamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos. A característica que está presente nesses versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o “carpe diem” (“gozar a vida”). Marque: a) Se só a proposição I é correta. d) Se só a proposição II é correta. b) Se só a proposição III é correta. e) se só são corretas as proposições I e II. c) Se todas as proposições são corretas. 40.(UFV-MG) Os árcades, no Brasil, assimilaram as idéias neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das Cartas chilenas: “Pretende, Doroteu, o nosso chefe Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados, EXCETO:
41.U.F. Santa Maria-RS Autor de Obras Poéticas, apresenta, em suas composições, motivos árcades. Assinale a alternativa que identifica esse autor, associando, corretamente, seu nome à característica presente nessa obra.
42.Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir: 43.Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO: 44.Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que: 45.Assinale a alternativa que NÃO apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro. b) “Destes penhascos fez a natureza c) “Musas, canoras musas, este canto e) “Não vês, Nise, este vento desabrido, 46.:Leia atentamente o texto a seguir e assinale a alternativa INCORRETA. 47.Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que: (UFMT-2007) Leia o poema do poeta árcade Cláudio Manoel da Costa e responda às questões 48 e 49. VIII Este é o rio, a montanha é esta, 48(UFMT-2007) A respeito do texto, assinale a afirmativa verdadeira.
49.(UFMT-2007) 2. A respeito da construção do poema, assinale a afirmativa INCORRETA.
50.(UNIFESP-2007) INSTRUÇÃO: Leia o poema de Bocage para responder às questões de números 50 a 53. Olha, Marília, as flautas dos pastores Vê como ali, beijando-se, os Amores Naquele arbusto o rouxinol suspira, Que alegre campo! Que manhã tão clara! 50.(UNIFESP-2007) A descrição que o eu lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor
51.(UNIFESP-2007) O emprego de Mas, na última estrofe do poema, permite entender que
52.(UNIFESP-2007) Leia os versos e analise as considerações sobre as formas verbais neles destacadas. I.Olha, Marília, as flautas dos pastores… — Como o eu lírico faz um convite à audição das flautas dos pastores, poderia ser empregada a forma Ouça, no lugar de Olha. II.Vê como ali, beijando-se, os Amores… — A forma verbal, no imperativo, expressa um convite do eu lírico para que a amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário. III. Mas ah! Tudo o que vês… — A forma verbal, também no imperativo, sugere que, neste ponto do poema, a amada já viu tudo o que o seu amado lhe mostrou. Está correto o que se afirma apenas em: A) I B.II C.I e II D.III E. I e III 53.(UNIFESP-2007). O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em
54.(Ufscar-SP) “Onde estou? Este sítio desconheço: Uma fonte aqui houve;
eu não me esqueço Árvores aqui vi tão florescentes, Eu me engano: a região esta não era Cláudio Manuel da Costa. Sonetos (VlI). O estilo neoclássico, fundamento do Arcadismo brasileiro, de que fez parte Cláudio Manuel da Costa, caracteriza-se pela utilização das formas clássicas convencionais, pelo enquadramento temático em paisagem bucólica pintada como lugar aprazível, pela delegação da fala poética a um pastor culto e artista, pelo gosto das circunstâncias comuns, pelo vocabulário de fácil entendimento e por vários outros elementos que
buscam adequar a sensibilidade, a razão, a natureza e a beleza. a) Indique qual a forma convencional clássica em que se enquadra o poema. b) Transcreva a estrofe do poema em que a expressão da natureza aprazível, situada no passado, domina sobre a expressão do sentimento da personagem poemática. Respostas: a) Trata-se de um soneto, cuja forma poética é constituída de dois quartetos e dois tercetos. (UFRJ-2007) Texto para as questões 1 e 2 A Maria dos povos, sua futura esposa Enquanto com gentil descortesia Goza, goza da flor da mocidade, Oh não aguardes, que a madura idade, MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos – Seleção de José Miguel Wisnik. 2a ed. São Paulo: Cultrix, [s.d.] (UFRJ-2007) 1. O poema se constrói por meio da oposição entre dois campos semânticos, especialmente no contraste entre a primeira e a última estrofes. Explicite essa oposição e retire, dessas estrofes, dois vocábulos com valor substantivo – um de cada campo semântico –, identificando a que campo cada vocábulo pertence. (UFRJ-2007) 2. O primeiro verso da 3ª estrofe apresenta-se como consequência de um aspecto central da visão de mundo barroca. Justifique essa afirmativa com suas próprias palavras. RESPOSTAS: 01. Os dois campos semânticos presentes na construção do poema contrastam aspectos positivos e negativos: juventude versus maturidade; beleza
versus decrepitude; nascimento versus morte; luminosidade versus sombra. Os vocábulos representativos desses campos semânticos são aurora, sol, dia, flor, beleza versus terra, cinza, pó, sombra, nada. 3.(Ufscar-SP)”Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse, perguntar-me-eis, e com muita razão, em que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído, os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz: Hic jacet. Estão essas praças no verão cobertas de pó: dá um pé-de-vento, levantase o pó no ar e que faz? O que fazem os vivos, e muito vivos. NÃO AQUIETA O PÓ, NEM PODE ESTAR QUEDO: ANDA, CORRE, VOA; ENTRA POR ESTA RUA, SAI POR AQUELA; JÁ VAI ADIANTE, JÁ TORNA ATRÁS; TUDO ENCHE, TUDO COBRE, TUDO ENVOLVE, TUDO PERTURBA, TUDO TOMA, TUDO CEGA, TUDO PENETRA, EM TUDO E POR TUDO SE METE, SEM AQUIETAR NEM SOSSEGAR UM MOMENTO, ENQUANTO O VENTO DURA. Acalmou o vento: cai o pó, e onde o vento parou, ali fica; ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar, ou no rio, ou no monte, ou na campanha. Não é assim? Assim é.”Antônio Vieira. Trecho do Cap. V do Sermão da Quarta-Feira de Cinza. Apud: Sermões de Padre Antônio Vieira. São Paulo: Núcleo, 1994, p.123-124. Em Padre Vieira fundem-se a formação jesuítica e a estética barroca, que se materializam em sermões considerados a expressão máxima do Barroco em prosa religiosa em língua portuguesa, e uma das mais importantes expressões ideológicas e literárias da Contrarreforma. b) Antes de iniciar sua pregação, Vieira fundamenta-se num argumento que, do ponto de vista religioso, mostra-se incontestável. Transcreva esse argumento. RESPOSTA:a)O Barroco é o movimento marcado pela oposição de ideias; assim, no poema encontram-se antíteses (“pó levantado”/ “pó caído”; paradoxos (“Distinguimo-nos os vícios dos mortos, assim como s distingue o pó do pó”); anáforas (pronome indefinido “tudo”) polissíndetos (ou) e outros. 4.O Padre Antônio Vieira (1608-1697), em cuja prosa oratória coexistem os princípios barrocos do cultismo e do conceptismo, é considerado um dos maiores oradores de todos os tempos, em Língua Portuguesa. Em seus sermões, se serve frequentemente do simbolismo das Sagradas Escrituras para desenvolver argumentos de raciocínio complexo, mas sempre de modo claro e preciso. No fragmento acima transcrito,
Vieira aborda fundamentalmente o tema do “amor”. Releia o texto dado e, a seguir, responda: quantas e quais são as espécies de “amor”, segundo Vieira? Leia atentamente o texto: Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te, Alerta, alerta, pois, que o vento berra. Todo o lenho mortal, baixel humano, 5.UFMG Leia o poema de Gregório de Matos. “Triste Bahia! Oh quão dessemelhante Estás, e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado Tanto negócio, e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote. Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote!” Com base nessa leitura, é incorreto afirmar que: a) o eu poético, no poema, mantém-se distanciado do objeto criticado; b) o poema compara o presente e o passado da cidade; c) o futuro desejado revela, no poema, a presença de uma voz moralizadora; d) o poema faz referência ao contexto da época. 6. U.F. Santa Maria-RS A respeito da poesia de Gregório de Matos, assinale a alternativa incorreta. a) Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu. b) A lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido. c) As composições satíricas atacam governantes da colônia. d) O lirismo amoroso é marcado por sensível carga erótica. e) Apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e salvação eterna. 7.:Foi um movimento literário do século XVII, nascido da crise de valores renascentistas. Caracteriza-se na literatura pelo culto dos contrastes, a preocupação com o pormenor e a sobrecarga de figuras como a metáfora, as antíteses, hipérboles e alegorias. Essa linguagem conflituosa reflete a consciência dos estados contraditórios da condição humana. Trata-se do: a) Romantismo. b) Trovadorismo. c) Humanismo. d) Realismo. e) Barroco. 8.Assinale a alternativa INCORRETA. 9.No colégio dos padres, Gregório de Matos escreveu: 10.Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir: 11.Assinale a alternativa INCORRETA. 12.Considere as afirmações que se seguem. Todas elas vinculam a poesia de Gregório de Matos aos princípios estéticos e ideológicos do
Barroco brasileiro, EXCETO: Leia atentamente o poema: Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Começa o mundo enfim pela ignorância, 14.Leia o soneto “15”, do livro “Muito soneto por nada”, de Reinaldo Santos Neves, e trechos do poema “Definição do amor”, de Gregório de Matos. A seguir, leia as afirmativas e responda à questão. TEXTO I TEXTO II “Definição do amor” Mandai-me, Senhores, hoje 15.(UFV-MG) Leia atentamente o fragmento do sermão do
Padre Antônio Vieira: 16.O poema abaixo do “Boca de Inferno” representa uma fase e um estilo da literatura brasileira. Leia o poema e as afirmativas seguintes e assinale a alternativa CORRETA. Seis horas enche e outras tantas vaza Desde a esfera primeira opaca, ou rasa, Muda-se o tempo, e suas temperanças, Só eu, que
todo o fim de meus pesares 17.Leia com atenção os juízos estéticos transcritos abaixo e marque: 18.”Nasce o sol, e não
dura mais que um dia, 19.(U.E. Londrina-PR )O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em confronto com a Contrarreforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o antropocentrismo. A alternativa que contém os versos que melhor expressam este conflito é: b) Temerária, soberba, confiada, c) Fábio, que pouco entendes de finezas! d) Luzes qual sol entre astros brilhadores, e) Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, 20.(UFRGS-RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) a afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro. ( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo. 21.. F.I. Viória-ES –“Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade!… A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória; eu discordo, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade”. O fragmento é próprio do estilo: a) medieval, por sua religiosidade; d) clássico-renascentista, pelas comparações; b) barroco, pelo conceptismo e cultismos; e) árcade, pelo bucolismo; c) romântico, pelo sentimentalismo 22.U.E. Ponta Grossa-PR O termo Barroco denominou manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. Entre as vozes do Barroco brasileiro figuram: 01. Cláudio Manuel da Costa 08. Tomás Antônio Gonzaga 02. Gregório de Matos 16. Padre Antônio Vieira 04. Manuel Botelho de Oliveira Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. ( 18) 23.F.M. Itajubá-MG Na fase quase inicial de nossa literatura, uma nova tendência, de traços bem definidos, fazendo ressaltar ……………, bem como aspirações religiosas, e que se convencionou chamar de ……………, tem como representante maior no Brasil o poeta baiano …………… . Marque a opção que preenche adequadamente o enunciado. a) Sonhos – Romantismo – Bento Teixeira. d) Figuras – Dadaísmo – Emiliano Perneta. b) Contraste – Barroco – Gregório de Matos. e) Silepses – Parnasianismo – Castro Alves. c) A métrica – Concretismo – Caetano Veloso. 24.F.M. Triângulo Mineiro-MG Sobre Gregório de Matos, é correto afirmar que: a) se insere no Arcadismo brasileiro, ao qual imprimiu características barrocas, por ser um poeta de transição; b) pertenceu ao Barroco brasileiro e tematizou, sobretudo, a natureza mineira; c) pertenceu ao Barroco brasileiro e sua veia crítica valeu-lhe a alcunha de “Boca do Inferno”; d) se insere no Barroco brasileiro e sua produção literária abrange, basicamente, textos em prosa; e) narra, nos seus poemas de contestação social, episódios da Inconfidência Mineira, da qual participou. 25.Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem. Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ………, movimento em
que o homem é conduzido pela …….. e que tem, entre suas características, o ………, com seus jogos de palavras, de imagens e de construção, e o ………, o uso de silogismo, processo racional de demonstrar uma asserção. 26:Discreta e formosíssima Maria Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora, 27.Foi um movimento literário do século XVII, nascido da crise de valores renascentistas. Caracteriza-se na literatura pelo culto dos contrastes, a preocupação com o pormenor e a sobrecarga de figuras como a metáfora, as antíteses, hipérboles e alegorias. Essa linguagem conflituosa reflete a consciência dos estados contraditórios da condição humana. Trata-se do: 28.São características do Barroco, EXCETO 29.O Barroco, estilo dominante no século XVII, relaciona-se à (ao) 30.Coloque no parêntese B ou A conforme a característica seja do Barroco ou do Arcadismo. 31.Associe os movimentos literários aos seus respectivos exemplos. ( ) “Em lugar delicioso e triste, ( ) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia, ( ) “Ah! minha Bela, se a Fortuna volta, ( ) “Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: 32.Assinale a alternativa cujos termos preenchem
corretamente as lacunas do texto inicial. 33.Quatro ignorâncias podem ocorrer em um amante, que diminuam muito a imperfeição e merecimento de seu amor: Ou porque não se conhecesse a si; ou porque não conhecesse a quem amava; ou porque não conhecesse o amor; ou porque não conhecesse o fim onde há de parar, amando. Se não conhecesse a si, talvez empregaria
o seu pensamento onde o não havia de pôr, se se conhecera. Se não conhecesse a quem amava, talvez quereria com grandes finezas a quem havia de aborrecer, se não o ignorava. Se não conhecesse o amor, talvez se empenharia cegamente no que não havia de empreender, se o soubera. Se não conhecesse o fim em que havia de parar, amando, talvez chegaria a padecer os danos a que não havia de chegar, se os previra. 1) “A uma freira, que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou “Pica-flor”Décima Se Pica-flor me chamais, Pica-flor aceito ser, mas resta saber, se no nome que me dais, meteis a flor, que guardais no passarinho melhor! Se me dais este favor, Sendo só de mim o Pica, e o mais vosso, claro fica, que fico então Pica-flor. Vocabulário: pica-flor – beija-flor, passarinho./décima – composição poética de 10 versos. 2) Aos Senhores Governadores do Mundo em Seco da Cidade da Bahia, e seus Costumes A cada canto um grande conselheiro, que nos quer governar cabana e vinha: não sabem governar sua cozinha, e querem governar o mundo inteiro! Em cada porta um bem frequente olheiro da vida do vizinho e da vizinha, pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha para a levar à praça e ao terreiro Muitos mulatos desavergonhados, trazendo pelos pés os homens nobres: posta nas palmas toda a picardia. Estupendas usuras nos mercados: todos os que não furtam, muito pobres: eis aqui a cidade da Bahia.” Vocabulário: vinha – terreno plantando de videiras (uvas). picardia – velhacaria, patifaria. usura – juro de capital, juro excessivo. MATOS GUERRA, Gregório de.In: MEGALE, Heitor e MATSUOKA, Marilena. s. 4. ed. São Paulo. Nacional, 1977, p. 179-80. 01. Os dois poemas pertencem à poesia cultista cultivada por Gregório de Matos Guerra. Neles, notam-se as seguintes características do Cultismo: a) linguagem rebuscada, culta, extravagante; b) valorização de pormenores (detalhes) mediante jogos de palavras. Tais características tornam-se evidentes no jogo poético realizado com o termo “Pica-flor”, no primeiro poema, e na utilização de palavras rebuscadas e extravagantes que caracterizam o segundo poema. 02. Os dois poemas pertencem, respectivamente, às poesias religiosa e lírica cultivadas por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, notam-se as seguintes características: a) o gosto por jogos de palavras; b) a tentativa de conciliar polos opostos da experiência humana (o sagrado e o profano); c) a tensão entre o teocentrismo e o antropocentrismo. No segundo, notam-se os seguintes recursos: a) a ênfase no uso do verso decassílabo para a composição de sonetos; b) a forte presença do paradoxo e do oxímoro, usados para expressar a tensa harmonia de aspectos contrários da vida humana; c) a técnica da disseminação e recolha, característica do Barroco. 04. Os dois poemas pertencem à poesia satírica cultivada por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, há um jogo poético com o termo “Pica-flor”, que ganha o sentido de um convite erótico claramente profano, já que é dirigido a uma freira. No segundo, a descrição dos tipos humanos e dos costumes que caracterizam a cidade da Bahia revela a ironia do poeta para com uma sociedade marcada pela incompetência dos governantes, pela prática cotidiana da fofoca e da bisbilhotice, pela desonestidade e pela prática generalizada do roubo no comércio. 08. Os dois poemas pertencem, respectivamente, às poesias religiosa e satírica cultivadas por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, há um jogo poético com o termo “Pica-flor” que marca a harmonia do relacionamento estabelecido entre o poeta (representante do mundo profano) e a freira (representante do mundo sagrado). No segundo, há uma crítica ácida aos tipos humanos e aos costumes que caracterizam a cidade da Bahia: incompetência das autoridades, gosto pela maledicência, corrupção e roubo generalizados. 16. No primeiro poema, ocorrem elisões nos versos 2, 9 e 10. Tais elisões fazem que o poema apresente versos isométricos, caracterizados pelo uso da redondilha maior (verso de 7 sílabas poéticas). A estrutura de rimas apresentada pelo poema é abbaccdde, estrutura comumente utilizada na composição da décima. As principais figuras de linguagem presentes no poema são a metáfora e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6. 32. No primeiro poema, ocorre elisão apenas no verso 2. Isso faz que o poema apresente versos heterométricos, que variam entre a redondilha maior (7 sílabas poéticas) e o verso de 8 sílabas poéticas. A estrutura de rimas apresentada pelo poema é abbaabbddb, estrutura característica da décima. As principais figuras de linguagem presentes no poema são a metonímia e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.( 04 ) 35.U.F. Santa Maria-RS Observe a charge de Chico Caruso: – Espelho meu, existe alguém mais ACM do que eu? Veja, 24 de maio de 2000. A crítica a personagens baianas com influência nos meios políticos pode também ser identificada na poesia satírica de: a) Padre José de Anchieta. d) Tomás Antônio Gonzaga. b) Gregório de Matos Guerra. e) Cláudio Manuel da Costa. c) Bento Teixeira Pinto. 36.(ITA-SP) Leia o texto abaixo e as afirmações que a ele se seguem. “Que falta nessa cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.” MATOS, Gregório de. Os melhores poemas de Gregório de Matos Guerra. Rio de Janeiro: Record, 1990. O poema I. mantém uma estrutura formal e rítmica regular. II. enfatiza as ideias opostas. III. emprega a ordem direta. IV. refere-se à cidade de São Paulo. V. emprega a gradação. Então, pode-se dizer que são verdadeiras a) apenas I, II, IV. b) apenas I, IV, V. c) apenas I, II, V. d) todas. e) apenas I, III, V. TEXTO PARA AS QUESTÕES 37 e 38 Leia o seguinte fragmento do “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda”, do Padre Antônio Vieira, para responder às questões 128 e 129: “Enfim, Senhor, despojados os templos e derrubados os altares, acabar-se-á no Brasil a cristandade católica; acabar-se-á o culto divino, nascerá erva nas igrejas, como nos campos; não haverá quem entre nelas. Passará um dia de Natal, e não haverá memória de vosso nascimento; passará a Quaresma e a Semana Santa, e não se celebrarão os mistérios de vossa Paixão. Chorarão as pedras das ruas como diz Jeremias que chorava as de Jerusalém destruída: chorarão as ruas de Sião, porque não há quem venha à solenidade. Ver-se-ão ermas e solitárias, e que as não pisa a devoção dos fiéis, como costumava em semelhantes dias.” 37.U.F. Santa Maria-RS O texto relaciona-se à invasão holandesa no Brasil, em 1640; nele, o orador: a) considera os holandeses hereges e violentos com aqueles que não fossem seus compatriotas; b) dirige-se a Deus e prevê o esvaziamento da religião católica, caso o Brasil fosse entregue aos holandeses; c) pede a Deus que evite a invasão de ervas nos templos, a fim de preservar o patrimônio da Igreja; d) é um profeta e previu o que realmente aconteceria com a religião católica no Brasil, quase três séculos depois; e) dirige-se ao rei de Portugal, a fim de salvar o país da invasão holandesa, que já começava a destruir as igrejas da cidade. 38.U.F. Santa Maria-RS Padre Antônio Vieira, ao afirmar que “Chorarão as pedras das ruas”, utiliza uma: a) ironia. b) onomatopeia. c) antítese. d) prosopopeia. e) gradação. 39.CEETPS-SP Sobre as características barrocas desse soneto, considere as afirmações abaixo: I.Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por pares antagônicos como Sol/ Lua, dia/noite, luz/sombra, tristeza/alegria, etc., que compõem a figura da antítese. II.Esse é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da forma fixa, que são: rimas ricas, interpoladas nas quadras (“A-B-A-B”) e alternadas nos tercetos (“AB- B-A”). III. O tema do eterno combate entre elementos mundanos e forças sagradas é indicado, ali, por “ignorância do mundo” e “qualquer dos bens”, por um lado, e por “constância”, “alegria” e “firmeza”, de outro. A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que: a) somente I está correta. d) somente II está correta. b) somente III está correta. e) somente I e III estão corretas. c) todas estão corretas. O texto abaixo refere-se às questões de 40 a 41. Trata-se de um sermão do quinto domingo da Quaresma, do Padre Antônio Vieira “Como estamos na corte, onde das casas dos pequenos não se faz caso, nem têm nome de casas, busquemos esta fé em alguma casa grande e dos grandes. Deus me guie. (…) Entremos e vamos examinando o que virmos, parte por parte. Primeiro que tudo vejo cavalos, liteiras e coches; vejo criados de diversos calibres, uns com libré, outros sem ela; vejo galas, vejo joias, vejo baixelas; as paredes vejo-as cobertas de ricos tapizes; das janelas vejo ao perto jardins, e ao longe quintas; enfim, vejo todo o palácio e também o oratório; mas não vejo a fé. E por que não aparece a fé nesta casa: eu o direi ao dono dela. Se o que vestem os lacaios e os pajens, e os socorros do outro exército doméstico masculino e feminino depende do mercador que vos assiste, e no princípio do ano lhe pagais com esperanças e no fim com desesperações, a risco de quebrar, como se há de ver a fé na vossa família? Se as galas, as joias e as baixelas, ou no Reino, ou fora dele, foram adquiridas com tanta injustiça ou crueldade, que o ouro e a prata derretidos, e as sedas se se espremeram, haviam de verter sangue, como se há de ver a fé nessa falsa riqueza? Se as pedras da mesma casa em que viveis, desde os telhados até os alicerces estão chovendo os suores dos jornaleiros, a quem não fazíeis a féria, e, se queriam ir buscar a vida a outra parte, os prendíeis e obrigáveis por força, como se há de ver a fé, nem sombra dela na vossa casa?” Vocabulário: libré: uniforme de criados de casas nobres os socorros do outro exército doméstico: a vestimenta dos outros serviçais jornaleiros: trabalhadores que recebiam pagamento ao final do dia a quem não fazíeis a féria: a quem não concedíeis dias de folga 40.FEI-SP O autor do texto, Padre Vieira, pertence à escola literária conhecida como: a) Baroco. b) Realismo. c) Trovadorismo. d) Romantismo. e) Arcadismo. 41.FEI-SP Não é característica da escola literária a que Padre Vieira pertence: a) emprego frequente de palavras que designam cores, perfumes e sensações táteis. b) uso constante da metáfora e da antítese. c) união de duas ideias contrárias em um único pensamento. d) composição de cantigas de amor e cantigas de amigo. e) utilização de muitas frases interrogativas. 42.FEI-SP O sermão pode ser definido como: a) composição em versos recitados nos palácios para divertir os nobres. b) texto curto, em que predomina o desenvolvimento de um único conflito. c) narrativa longa em que são apresentados diversos conflitos paralelos. d) soneto com versos decassílabos. e) discurso religioso cujo objetivo principal é a edificação moral dos ouvintes. 43.FEI-SP Sobre o fragmento do sermão acima transcrito, é possível afirmar que: a) o autor discorre sobre a inabalável fé da corte e da nobreza. b) Padre Vieira critica o povo por não ter a fé que os nobres possuem. c) o autor conclui que não é possível encontrar a fé em uma casa onde se encontram aqueles que exploram e maltratam os homens do povo. d) o sermão é um elogio à corte pela maneira como trata os seus serviçais, dignificando-os e humanizando as relações entre os nobres e o povo.
homens. 44.FEI-SP Verifica-se nesse fragmento a franca intenção de o autor: a) divertir a plateia. b) convencer e ensinar o seu público. c) afastar os homens da verdadeira fé cristã. d) provocar fortes emoções em seu público. e) confundir seus ouvintes. 45.(UEL-PR) Ao lado dos versos críticos e contundentes, em geral dirigidos contra os poderosos e os oportunistas, há os versos líricos, tocados pelo sentimento amoroso ou pela devoção cristã. Num e noutro casos, apuravam-se o engenho verbal, as construções paralelísticas, o emprego de antíteses e hipérboles, por vezes inspirando-se diretamente em versos ou fórmulas dos espanhóis Gôngora e Quevedo — mestres desse estilo. O trecho anterior está-se referindo à obra poética de: a) Cláudio Manuel da Costa. d) Gregório de Matos. b) Tomás Antônio Gonzaga. e) José de Anchieta. c) Antônio Vieira. 46.(UFRRJ) Moraliza o
Poeta nos Ocidentes do Sol “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Começa o mundo enfim pela ignorância, Um dos aspectos da arquitetura do poema barroco é aquele em que conceitos e/ou palavras são inicialmente citados ao longo do poema para, mais adiante, serem retomados conclusivamente. Esse recurso, no soneto de Gregório de Matos, acontece respectivamente: a) Nos dois quartetos e no 2º terceto. d) No 1º quarteto e no 2º quarteto. b) Nos dois quartetos e nos dois tercetos. e) No 2º quarteto e no 1º terceto. c) No 1º terceto e no 2º terceto. 47(Fatec-SP) As cousas do mundo “Neste mundo é mais rico o que mais
rapa: Mostra o patife da nobreza o mapa: A flor baixa se inculca por tulipa; Para a tropa do trapo vazo a tripa A alternativa que melhor exprime as características da poesia de Gregório de Matos, encontradas no poema transcrito, é a que destaca a presença de: a) Inversões da sintaxe corrente, como em “Com sua língua, ao nobre o vil decepa” e “Quem menos falar pode”. b) Conflito entre os universos do profano e do sagrado, como se vê na oposição “Quem dinheiro tiver” e “pode ser Papa”. c) Metáforas raras e desusadas, como no verso experimental “a Musa topa/Em apa, epa, ipa, opa, upa”. d) Contraste entre os polos de antíteses violentas, como “língua” —“decepa” e “menos falar” —“mais increpa”. e) Imagens que exploram os elementos mais efêmeros e diáfanos da natureza, como “flor” e “tulipa”. 48.(UEL-PR) O caráter essencial do Barroco está no apelo às emoções, na busca do movimento, na dramatização das expressões, nas colunas torcidas e nos panejamentos em “S” (sinuosos) das roupas dos santos. Com base nos conhecimentos sobre o Barroco, analise as imagens a seguir. Correspondem à arte barroca apenas as imagens: a) 1 e 2. b) 1 e 3. c) 2 e 4. d) 1, 3 e 4. e) 2, 3 e 4. 49.(UFPA) Soneto “Três dúzias de casebres remendados, In: DIMAS, Antônio (Org.) Literatura Comentada. São Paulo: Abril, 1981. A respeito do poema de Gregório de Matos, é correto afirmar que (A) Como representante dos poemas encomendados, elogia Sergipe, um dos centros urbanos que Gregório de Matos enalteceu, assim como o fez à Bahia, a Recife e a Lisboa. (B) Satiriza Sergipe, um dos centros urbanos que Gregório de Matos criticou, ressaltando a pobreza do local, o que dá ao poema um tom social, próprio da poética gregoriana. (C) Pertence à lírica filosófica do autor, que se caracteriza por tecer uma série de elogios a um local ou a uma pessoa, para em seguida lhe traçar os defeitos e pedir por sua redenção. (D) Os dois tercetos enaltecem a beleza da mulher e elogiam a boa alimentação local, por meio da perífrase, recurso linguístico muito utilizado pela estética barroca. (E) Presentifica-se no poema um dos recursos mais importantes do Barroco, o conceptismo, jogo de ideias constituído por analogias e por sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico. 50.(PSS/UEPG-2006) A partir do texto de estética barroca abaixo, assinale a alternativa correta. Definição de Amor a) Nos versos, evidencia-se o caráter de jogo verbal, próprio do estilo barroco, denotando a expressão lírica de arrependimento do poeta pecador. b) Nos versos, evidencia-se a ênfase na dualidade e na contraposição entre os elementos, bem como o uso de figuras de linguagem, marcas da poesia barroca. c) Nos versos, evidencia-se o caráter do jogo verbal, próprio do estilo barroco, em tom satírico e de crítica à sociedade da época. d) Nos versos, evidencia-se a definição de amor por seus aspectos físicos, o “eu-lírico” afasta-se da dualidade entre o amor carnal e espiritual, tão característica da poesia lírica barroca. e) Nos versos, evidenciam-se os ideais divergentes entre o humano e o divino, entre a mentalidade pagã e a religiosa. TEXTO PARA AS QUESTÕES 51 e 52 A Maria dos povos, sua futura esposa – Gregório de Matos Discreta e
formosíssima Maria, Enquanto com gentil descortesia, Goza, goza da flor da mocidade, Ó não guardes, que a madura idade, 51.Pode-se dizer, com relação ao soneto, que: a)as imagens “naturais” da vida sã, de fato, um perigo, já que conduzem “a morte. b) Preocupam o poeta os estados de plenitude que caminham para o nada. c) Percebe-se, pelo segundo quarteto, que Adônis é símbolo da morte. d) A eterna tensão da vida conduz à morte e) n.d.a. 52.Um importante símbolo do Barroco presente neste soneto é: a)a conclamação para o gozo total, já que a vida é breve. b) A tensão vida/morte, que leva o poeta a conclamar a amada para o gozo da flor da mocidade, antes que seja lesada pela ação do tempo. c) O desejo de satirizar a vida como uma defesa diante da morte. d) A referência clássica (Adônis, Aurora) e) n.d.a. 53.(Vunesp-SP)Ardor em firme coração nascido! Tu, que em um peito abrasas escondido, O texto pertence a Gregório de Matos e apresenta todas as características seguintes: a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta. b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo. d) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo. e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica 54.Assinale a questão cujo trecho apresenta características próprias do Barroco no Brasil: a) “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.” b) “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, descontente,/Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças daquele amor ardente/Que já nos ollhos meus tão puro viste.” c) “Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura;/Ouro nativo, que, na ganga impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.” d) “Parece até que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs coroa e nimbo…/Formosa a vejo assim entre meus sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.” e) “Lá na úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao braseiro, no chão,/Entoa o escravo o seu canto,/E ao cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.” 55.A exaltação da forma, o culto à linguagem permeada por metáforas, conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são características do: a) Classicismo. b) Arcadismo. c) Romantismo. d) Barroco. e) Condoreirismo. 56.(Faculdade Objetivo – SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta: a) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação. b) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos. c) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc. d) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia. e) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos. 57.(FEBASP) “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres… O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão mas que levam, de que eu trato, são os outros – ladrões de maior calibre e de mais alta esfera… Os outros ladrões roubam um homem; estes, roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco; estes, sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enforcam.” (Padre Antonio Vieira, Sermão do bom ladrão) Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho pode-se afirmar: a) O autor recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens. b) Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter o ouvinte. c) Padre Vieira emprega, principalmente, o Conceptismo, ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio. d) O pregador procura ensinar preceito religiosos ao ouvinte, o que era prática comum entre os escritores gongóricos. 58.(FUVEST-SP)”Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar á Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos…” A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa seiscentistas, a saber: a)O Sebastianismo, isto é, a aceleração do mito da volta de D.Sebastião ,rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir. b) A busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem. c) A exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeias. d) O lirismo trovadoresco, caracterizando por figuras de estilo passionais e místicas. e) O Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. 59. (FUVEST-SP) a respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar que: a)Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais. b) Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais. e) Mostrou-se tímido diante dos poderosos. 60.(F.C.Chagas-BA)Assinale o texto que, ela linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como representante da corrente barroca. a)”Brando e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os negros caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê do zéfiro, sobre suas faces…e ela também suspirava.” b)Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas a abóboda de garoa desabava os quarteirões.” c)”Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio continuou a caminhar lentamente, pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança e à influência do meio que o arrastavam para o pecado.” d)”De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os tênues vapores de um letargo…” e)Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade! A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras: eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória: eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento: eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade.” 61.Sobre as características da obra de Padre Antônio Vieira, estão corretas as proposições: I.Principal expressão do Barroco em Portugal, sua obra pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira. II.Maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica em nosso país, Padre Antônio Vieira, em pleno século XVII, foi um dos precursores da poesia moderna brasileira do século XX. III. A maior parte de sua obra foi escrita no Brasil e está relacionada com as inúmeras atividades que o autor desempenhou como religioso, como conselheiro de D. João IV ou como mediador e representante de Portugal em relações econômicas e políticas com outros países. IV.Sua poesia lírica pode ser dividida em três vertentes: poesia religiosa, poesia amorosa e poesia filosófica. Na poesia religiosa, tem como temas o amor a Deus, a culpa, o pecado e o perdão. A poesia amorosa é marcada pelo dualismo amoroso carne/espírito, e a poesia filosófica refere-se ao desconcerto do mundo e às frustrações humanas diante da realidade. V.Aliando sua formação jesuítica à estética barroca em voga no século XVII, pronunciou sermões que se tornaram ao mesmo tempo a expressão máxima do Barroco em prosa sacra e uma das principais expressões ideológicas e literárias da Contrarreforma. a) I e II. b) IV e V. c) II e IV. d) I, III e V. e) Todas estão corretas. 62.Todas as proposições dizem respeito a Padre Antônio Vieira, exceto: a) As qualidades de Padre Antônio Vieira como orador são incomparáveis. Entre sua vasta produção, destacam-se: “Sermão da sexagésima”, “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda”, “Sermão de Santo Antônio (aos peixes)” e “Sermão do mandato”. b) Seus sermões estavam a serviço de causas políticas que abraçava e defendia e, por isso, indispôs-se com muita gente. As ideias que Vieira pregava perturbavam o conforto do pensamento, e quanto mais era odiado pela Inquisição, mais a desafiava. c) Vieira teve um pouco de sonhador e profeta, chegando a escrever três obras com esse conteúdo, obras baseadas em textos bíblicos e nos textos e profecias do poeta português Bandarra. Vieira acreditava na ressureição do rei D. João IV, seu protetor, morto em 1656. d) Não tendo publicado nenhum livro, produziu, entretanto, inúmeros poemas de caráter religioso, amoroso e satírico. Foi chamado de Boca do Inferno graças à sua irreverente obra satírica. 63.(USF-SP) “Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te, Te lembra hoje Deus por sua Igreja; De pó te fez espelho, em que se veja A vil matéria, de que quis formar-te”. Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa: a)medo de ser infeliz; uma imensa angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos. b)a consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidadediante do poder divino. c)a percepção de que não há saídas para o homem; a certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça espiritual. d) a necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à vontade de fruir até as últimas consequências o lado material da vida. e) a revolta contra os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida na terra 64.(UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro: I.A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra. II.O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas. III. A oposição entre Reforma e Contrarreforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa. Quais estão corretas: a.Apenas I. b. Apenas II. c. Apenas III. d. Apenas I e III. e. I, II e II 65.(UFRS) Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a alternativa incorreta. a)Os Sermões, do Padre Antônio Vieira, elaborados numa linguagem conceptista, refletiram as preocupações do autor com problemas brasileiros da época, por exemplo, a escravidão. b)Os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco corresponderam, na forma literária, ao uso exagerado de paradoxos e inversões sintáticas. c)A poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos preceitos renascentistas de harmonia e equilíbrio, vigentes na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no século XVII, adaptados, então, à realidade nacional. d) Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, questão que foi tratada no dilema de viver o momento presente e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna. e) A escultura barroca teve no Brasil o nome de Antônio Francisco Lisboa, oAleijadinho, que, no século XVII, elaborou uma arte de tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla representativa do Barroco 66.(UFRS) “Três dúzias de casebres remendados, Seis becos, de mentrastos entupidos, Quinze soldados, rotos e despidos, Doze porcos na praça bem criados. Dois conventos, seis frades, três letrados, Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, Três presos de piolhos carcomidos, Por comer dois meirinhos esfaimados.” Sobre esses versos de Gregório de Matos Guerra são feitas as seguintes afirmações: I.O poema retrata criticamente a sociedade brasileira do século XVII, permitindo identificar um dos ramos da poesia desse poeta. II.O conteúdo satírico e a linguagem grosseira dos versos associam o poema à lírica amorosa e religiosa do autor. III. Falando em primeira pessoa, em tom confessional, o autor desses versos manifesta uma visão preconceituosa e unilateral da sociedade brasileira colonial. Quais estão corretas? a. Apenas I b. Apenas II c. Apenas III d. Apenas I e II e. Apenas I e II 67.(UFRS) Considere as afirmações abaixo: I.Barroco literário, no Brasil, correspondeu a um período em que o incremento da atividade mineradora proporcionou o desenvolvimento urbano e o surgimento de uma incipiente classe média formada por funcionários, comerciantes e profissionais liberais. II.Uma das feições da poesia barroca era o chamado conceptismo – exploração de conceitos e ideias abstratas através de evoluções engenhosas do pensamento. III. A ornamentação da linguagem, que caracterizou o Barroco brasileiro, pode ser identificada pelo uso repetido de jogos de palavras, pela construção frasal e pelo emprego da antítese. Quais estão corretas? a. Apenas I b. Apenas II c. Apenas III d. Apenas II e III e. I, II e III 1.(UESC-2006) E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se me alonguei um pouco, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, me fez pôr assim tudo pelo miúdo. E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer cousa de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser por mim muito bem servida, a Ela peço que por me fazer singular mercê, mande vir da Ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro — o que d’Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha CASTRO, Sílvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 98. (Série Visão do Paraíso, v. 4). […] Assim, antes de ir a qualquer agência pública, a norma e a “sabedoria” indicam sempre que se deve primeiro descobrir as nossas relações naquela área. Uma vez que isso é estabelecido, a atuação da agência muda radicalmente de figura. O resultado é que todas as instituições sociais brasileiras estão sujeitas a dois tipos de pressão. Uma delas é a pressão universalista, que vem das normas burocráticas e legais que definem a própria existência da agência como um serviço público. A outra é determinada pelas redes de relações pessoais a que todos estão submetidos e aos recursos sociais que essas redes mobilizam e distribuem. […] […] No fundo, vivemos em uma sociedade onde existe uma espécie de combate entre o mundo público das leis universais e do mercado; e o universo privado da família, dos compadres, parentes e amigos. É uma sociedade que tem formas diferenciadas de definição de seus membros, de acordo com o conjunto de relações que eles possam clamar ou demonstrar em situações específicas. DaMATTA, Roberto. A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. 5. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. p. 83-85. Estabeleça uma relação entre os dois textos, evidenciando em que aspecto o fragmento da carta de Caminha exemplifica o comportamento analisado por DaMatta. RESPOSTA: Roberto DaMatta destaca, em sua análise, aspectos da organização social brasileira que se assentam sobre uma estrutura de favores associada a relações familiares. Segundo ele, a tendência a misturar o universo privado (da família) com as questões de ordem pública, onde deveria imperar o princípio das leis universais e das leis de mercado, gera uma pressão indevida sobre as instituições sociais. Na carta de Caminha, tal comportamento é evidenciado pelo pedido final feito pelo escrivão da frota de Cabral ao rei português: “Vossa Alteza há de ser por mim muito bem servida, a Ela peço que por me fazer singular mercê, mande vir da Ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro — o que d’Ela receberei em muita mercê.” Nessa passagem, Caminha pede que o rei conceda um favor pessoal ao seu genro. 2.(MACKENZIE-2006) Esta gentilidade nenhuma cousa adora, nem conhece a Deus; somente aos trovões chama TUPANE, que é como quem diz “cousa divina”. E assim nós não temos outro vocábulo mais conveniente para os trazer ao conhecimento de Deus, que chamar-lhe PAI TUPANE. Manuel da Nóbrega O assunto do texto e a ideologia nele refletida revelam que pertence a um momento histórico-cultural em que a) escritores já nascidos e formados intelectualmente no Brasil-colônia revelam-se críticos contundentes do processo de colonização. b) a Bahia conheceu o espírito sagaz de Gregório de Matos, que, com seus improvisos e sua viola, caçoava de todos, inclusive das autoridades. c) os novos escritores buscam a simplicidade formal, intimamente ligada ao grande valor dado à natureza, como base da harmonia e da sabedoria. d) o ciclo do ouro propiciou o desenvolvimento da arquitetura, da escultura e da vida musical, principalmente em Minas Gerais. e) relatos manifestam não só as preocupações do colonizador, como também o deslumbramento diante da paisagem brasileira. Texto para as questões 3 e 4: “Senhor: Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que nesta navegação agora se achou, não deixarei também de dar minha conta disso a Vossa Alteza, o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba fazer pior que todos. Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre-Doiro-e-Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruito que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm nem entendem em nenhuma crença. Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e fruitos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, pois o desejo que tinha de tudo vos dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha.” 3.UnB-DF Evidenciando a leitura compreensiva do texto, julgue os itens abaixo. ( ) Diferentemente de outros documentos do século XVI acerca da descoberta do Brasil, hoje esquecidos, a carta de Pero Vaz de Caminha continua a ser lida devido à sua importância histórica e, também, por conter elementos da função poética da linguagem. ( ) A carta de Pero Vaz de Caminha é considerada pela história brasileira o primeiro documento publicitário oficial do país. ( ) A carta de Caminha é um texto essencialmente descritivo. ( ) Pero Vaz de Caminha foi o único português a enviar notícias da descoberta do Brasil ao rei de Portugal. ( ) Segundo Caminha, os habitantes da Ilha de Vera Cruz eram desavergonhados. RESPOSTAS : V – F – V – F – F 4. UnB-DF Ainda com relação ao texto, julgue os seguintes itens. ( ) Substituindo-se “Posto que” por Haja vista, mantêm-se as mesmas relações de ideias. ( ) O nono parágrafo do texto ressalta uma prática dos silvícolas brasileiros: o extrativismo vegetal, que era a única forma de obtenção dos alimentos necessários à subsistência. Ressalta também que, apesar dessa prática, os silvícolas aparentavam ser mais fortes e bonitos que os conquistadores, mesmo sendo estes mais bem alimentados. ( ) No nono parágrafo do texto, as expressões “inhame” e “semente e fruitos” são repetitivas, pois, para a Biologia, a primeira contém a segunda. Além disso, a associação estabelecida entre “semente e fruitos” e “trigo e legumes” é biologicamente incoerente, pois legumes são sementes e trigo é fruto. ( ) As expressões de tratamento com que a correspondência é aberta e fechada revelam o respeito e a sujeição do remetente ao destinatário. RESPOSTA: F – F – F – V Texto para as questões 5,6 e 7. “CARTA (Pero Vaz de Caminha) Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanho, que haver nela, bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes longas barreiras, umas vermelhas e outras brancas; e a terra de cima, toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda a praia muito chã e muito formosa. Pelo sertão, nos pareceu vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver, senão terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa. Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro, nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como o de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo de agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas, infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar, parece-me que será salvar esta gente, e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa alteza aqui esta pousada para esta navegação de Calicute bastava; quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentando da nossa fé! E desta maneira, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe, porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo. É pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que me elevo como em outra qualquer coisa que de Vossos serviços for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir a ilha de São Tomé a Jorge Osório, meu genro – o que d’Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza.Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.” 5.AEU-DF Julgue os itens abaixo em relação à compreensão e à interpretação do texto. ( ) O texto lido é uma descrição bem objetiva da terra descoberta. ( ) Nele, Caminha menciona as duas principais finalidades das expedições marítimas portuguesas: a expansão da fé católica e a descoberta de ouro e prata. ( ) Por não terem os portugueses se aventurado, até então, terra a dentro, as únicas informações que nos dá do interior são as transmitidas pelos indígenas. ( ) No entender do autor, mesmo que Portugal não explorasse e colonizasse a nova terra, tê-la unicamente como suporte das viagens às Índias, já seria uma grande dádiva. ( ) Para Caminha, o maior bem a que se deviam dedicar os portugueses é aquele que deriva das águas, tamanha a sua abundância na nova terra. ( ) O “será salvar a gente” é o que os soldados portugueses deveriam fazer para evitar que tribos indígenas mais fortes dizimassem outras menores e mais frágeis. RESPOSTA: F – V – F – V – F – F 6.AUE-DF Julgue os itens que seguem, em relação à teoria literária e aos estilos de época na Literatura Brasileira. ( ) Este texto, por se tratar de uma missiva, tem característica oratórias. ( ) A Carta, de Pero Vaz de Caminha, é o primeiro de uma série de textos no nosso primeiro século, que constituem a “Literatura de Informação” do Brasil. ( ) As constantes inversões e a sintaxe rebuscada da Carta é uma característica da literatura clássica do período, quase já uma transição do Renascimento para o Barroco. ( ) Ainda dentro do Humanismo renascentista, que tinha o homem no centro de tudo, vemos a preocupação de Caminha com o silvícola brasileiro e a preservação de sua cultura. RESPOSTA: F – V – F – F 7.AEU-DF Julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística. (Para esta questão, utilize o texto das questões 6 e 7.) ( ) Por “contra o sul vimos… contra o norte vem”, deduzimos que os conquistadores se movimentaram do litoral norte para o sul. ( ) A palavra chã que aparece no texto em “toda chã” e “muito chã” é a grafia da época para chão. ( ) Ao citar o “Entre-Douro-e-Minho”, para dar a ideia do clima da nova terra, estabelece- se um raciocínio analógico. ( ) Os termos “fruto” e “semente”, no texto, estão empregados em sentido figurado. ( ) A expressão “pelo miúdo” poderia, sem equívoco semântico, ser substituída por detalhadamente. RESPOSTAS: F – F – V – V – V 8.Cefet-RJ “A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estima nenhuma coisa cobrir nem mostrar suas vergonhas; e estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (…) Porém a terra em si é de muito bons ares, (…). E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.” O texto acima apresenta fragmentos: a) do “Diálogo sobre a conversão dos gentios”, do Pe. Manuel da Nóbrega. b) das “Cartas” dos missionários jesuítas, escritas nos dois primeiros séculos. c) da “Carta” de Pero Vaz de Caminha a El-Rey D. Manuel, referindo-se ao descobrimento de uma nova terra e às primeiras impressões do aborígene. d) da “Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, do jesuíta Fernão Cardim. e) do “Diário de Navegações”, de Pero Lopes de Souza, escrivão do primeiro colonizador, o de Martim Afonso de Souza. 9.U.F. Santa Maria-RS O Quinhentismo, enquanto manifestação literária, pode ser definido como uma época em que: I.não se pode falar, ainda, na existência de uma literatura brasileira, pois a cultura portuguesa estabelecia as formas de pensamento e expressão para os escritores na colônia; II.se pode falar na existência de uma literatura brasileira porque, ao descreverem o Brasil, os textos mostram um forte instinto de nacionalidade, na medida em que todos os escritores eram nativos da terra; III. a produção escrita se prende à descrição da terra e do índio ou a textos escritos pelos jesuítas, ou seja, uma produção informativa e doutrinária. Está(ão) correta(s): a) Apenas I. b) Apenas II e III. c) Apenas II. d) Apenas III. e) Apenas I e III. 10.UFRS Leia o texto abaixo, extraído da Carta de Pero Vaz de Caminha. “O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa* por estrado. (…) Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. (…) Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.” Vocabulário: *alcatifa – tapete. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I.As palavras de Caminha evidenciam o confronto entre civilização e barbárie vivenciado pelos portugueses na chegada ao Brasil. II.A interpretação que o escrivão dá aos gestos do índio em relação ao colar do Capitão corrobora a intenção dos portugueses em explorar as possíveis jazidas de ouro da terra recém descoberta. III. No trecho selecionado, Caminha sugere uma prática que viria a se tornar corrente nas relações entre portugueses e selvícolas: o escambo (a permuta) de produtos da terra por artigos manufaturados europeus. Quais estão corretas: a) Apenas I. b) Apenas II e III. c) Apenas II. d) I, II e III. e) Apenas I e II. 11.U.E. Londrina-PR Leia os fragmentos a seguir e assinale o que for correto. 1) “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, isso bastaria. Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.” Vocabulário: infindo – infinito, muito grande, muito numeroso. pousada – local onde se descansa durante uma viagem. Calecute – primeira cidade da Índia em que desembarcou Vasco da Gama, na sua viagem de descobrimento do caminho marítimo da Índia, em 1498. acrescentamento – aumento, adição, acréscimo. A Carta de Pero Vaz de Caminha. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998. 2) “À Santa Inês Cordeirinha linda, Como folga o povo Porque vossa vinda Lhe dá lume novo! Cordeirinha santa, De Jesus querida, Vossa santa vinda O diabo espanta. Por isso vos canta, Com prazer, o povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo.” Vocabulário: folgar: alegrar. lume: luz, orientação. ANCHIETA, José de. Poesia. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998.
Brasil do século XVI. Caracterizam esses fragmentos: 1) a beleza da nova terra descoberta; 2) a necessidade de revigorar a fé cristã do povo que aqui habitava. Tais características esclarecem os objetivos dos primeiros colonizadores portugueses: usufruir das riquezas e, ao mesmo tempo, catequizar os índios. 02.Os dois fragmentos pertencem à literatura informativa e jesuítica do Brasil do século XVI. No primeiro excerto, Pero Vaz de Caminha nos permite perceber as expectativas dos portugueses com relação ao Brasil (“dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”). No segundo excerto, José de Anchieta exalta a figura de Santa Inês e incentiva o povo a praticar a fé religiosa cristã (“Cordeirinha linda, / como folga o povo / porque vossa vinda / lhe dá lume novo”). Evidenciam-se, portanto, as informações que a Coroa Portuguesa desejava obter, confirmando, desse modo, as reais intenções de expansão do comércio, de conquista de novas fontes de riquezas e de trabalho escravo. 04.Nos dois excertos, evidenciam-se as primeiras manifestações literárias do Brasil- Colônia, denominado “ciclo dos descobrimentos”, compreendido por um conjunto de obras cujo objetivo era divulgar os descobrimentos marítimos e terrestres, a conquista e a colonização dos territórios ultramarinos, a vida no mar e as consequências morais e políticas desses fatos. 08.Nos dois excertos, fica muito evidente o objetivo maior do expansionismo marítimo de Portugal e da Espanha: “dilatar a fé e o império”. No primeiro, a terra brasileira confrontada com a paisagem desoladora da África, já conhecida dos portugueses, mais parecia um paraíso intacto (“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”). No segundo, a cruz do cristianismo e a preocupação em “dilatar a fé” escondem objetivos mercantilistas e expansionistas da coroa portuguesa. 16.Nos dois excertos, o primeiro escrito por Pero Vaz de Caminha e o segundo pelo Padre José de Anchieta, confirmam-se as afirmações dos historiadores: nos primórdios do século XVI, não se pode falar em literatura no Brasil. O que existia eram relatos de viagem (de escasso valor literário), informando sobre a natureza, o índio, documentando o processo de conquista e colonização; as obras dos jesuítas aparecem, paralelamente às obras dos cronistas e viajantes, igualmente ricas de informações, mas acrescidas de um dado novo: a intenção pedagógica, moral e cristã. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. RESPOSTA: 24 11.U.F. Santa Maria-RS Leia o texto a seguir. “Eles não usam barba, elas têm cabelos compridos e tranças. Esguios, alimentados a peixe moqueado com biju, mingau de amendoim e frutas. Falam baixo, dormem cedo e só têm uma conversa: índio. É a tribo dos brancos composta de cientistas sociais, médicos, pedagogos, enfermeiras, biólogas e engenheiros agrônomos, vindos de diversas regiões brasileiras. Boa parte da engenhosa engenharia social e cultural que mantém o Parque do Xingu funcionando em harmonia se deve ao trabalho desses especialistas. O foco agora é preparar os índios para o inevitável confronto com a civilização que um dia ocorrerá. As cidadezinhas vizinhas do parque vão transformar-se em municípios de porte médio, a urbanização baterá às portas da reserva. Os moradores do parque, cada vez mais, dependerão de produtos fabricados pelo branco. Em todos os momentos da humanidade, sempre que o choque ocorreu, o mais forte sobrepujou o mais fraco. Quase sempre de forma violenta. Neste canto do Brasil, um punhado de brancos está conseguindo driblar essa inevitabilidade. Procuram transformar o abraço sufocante em um caminhar de mãos dadas de culturas tão diferentes.”FERRAZ, Silvio. Do Xingu. In: Veja, 30 de junho de 1999. Relacione o texto com a carta de Pero Vaz de Caminha e indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas quanto à preocupação do homem branco em relação ao índio: ( ) O texto tem o mesmo objetivo da carta, pois ambos destacam, várias vezes, que o rei de Portugal deveria cuidar da salvação dos índios. ( ) O texto tem o mesmo objetivo que a carta de Caminha, na medida em que tanto a “tribo de brancos” quanto o escrivão da esquadra de Cabral mostram preocupação com os índios do Xingu. ( ) O texto não tem o mesmo objetivo da carta pois Caminha, ao destacar que o rei deveria cuidar da salvação dos índios, usa “salvação” no sentido religioso, de converter o índio à fé católica, ou seja, no sentido de salvação da alma. A sequência correta é: a) F – F – V. b) V – V – F. c) F – V – F. d) V – F – V. e) F – V – V. A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. 13.No período compreendido entre o descobrimento do Brasil e o ano de 1601, produziu-se, no Brasil a literatura informativa, cuja temática está
resumida na opção: 14.Leia o texto. 15.“As águas são muitas, infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve
alcançar.” 16.(UFSC) A carta de Pero Vaz de Caminha Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pero Vaz de Caminha descreve como foi o contato entre os portugueses e os tupiniquins, que aconteceu em 24 de abril de 1500: “O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés de uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, muito grande, ao pescoço […] Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a ninguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro da terra. E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra, e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! […] Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço, e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que não lho havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de esconder suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam raspadas e feitas. O Capitão mandou pôr por de baixo de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçava-se por não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e, consentindo, aconchegaram-se e adormeceram.” Coleção Brasil 500 anos, Fasc. I, Abril, São Paulo, 1999. De acordo com o texto, assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S): 01 ( ) Pero Vaz de Caminha, um dos escrivães da armada portuguesa, escreve para o Rei de Portugal, D. Manuel, relatando como foi o contato entre os portugueses e os tupiniquins. 02 ( ) Em “E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a ninguém”, fica implícito que os tupiniquins desconheciam hierarquia ou categoria social lusitanas. 04 ( ) Nada, na embarcação portuguesa, pareceu despertar o interesse dos tupiniquins. 08 ( ) O trecho “[…] e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos” evidencia que havia problemas de comunicação entre os portugueses e tupiniquins. RESPOSTA: 1. 01, 02 e 04 são verdadeiras. 03 é falsa. 17.(Ufla-MG) Todas as alternativas são corretas sobre o Padre José de Anchieta, EXCETO: a) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI. b) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos. c) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha sobre a gramática da língua dos nativos. d) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico. e) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos e diabos. 18.(UEL-PR) “José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, trouxe em sua bagagem, vindo da Canárias onde nasceu, mais do que seu pendor poético. Vinha ele com mais meia dúzia de bravos com a espantosa missão de converter e educar os índios, que seus olhos e dos outros, a princípio, não reconheciam qualquer cultura.”DELACY, M. Introdução ao teatro. Petrópolis: Vozes, Com base no texto e nos conhecimentos sobre a prática de catequização de José de Anchieta, considere as afirmativas a seguir: I.Para catequizar, Anchieta valeu-se de sua criatividade, usando cocares coloridos, pintura corporal e outros adereços que os indígenas lhe mostravam. II.Com a missão de levar Jesus àqueles “bugres e incultos”, Anchieta se afastou de suas próprias crenças convertendo-se à religião daquele povo. III. Com a finalidade de catequizar, Anchieta começou a escrever autos, baseados nos autos medievais, nas obras de Gil Vicente e em encenações espanholas. IV.Para implantar a fé como lhe foi ordenado, Anchieta representava os autos na língua pátria de Portugal. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 19.(UnB-DF) Senhor: I.”Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que nesta navegação agora se achou, não deixarei também de dar minha conta disso a Vossa Alteza, o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e falar -, o saiba fazer pior que todos.” II.”Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa.” III. “Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.” IV.”Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Doiro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.” V.” Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.” VI.”Porém o melhor fruito, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.” VII. “A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.” VIII. “Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e ele a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença.” IX.”Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.” X.”E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, pois o desejo que tinha de tudo vos dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.” XI.”Beijo as mãos de Vossa Alteza.” XII. “Deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.” Pero Vaz de Caminha Evidenciando a leitura compreensiva do texto, julgue os itens a seguir como verdadeiros ou falsos. I.( ) Diferentemente de outros documentos do século XVI acerca da descoberta do Brasil, hoje esquecidos, a carta de Pero Vaz de Caminha continua a ser lida devido à sua importância histórica e, também, por conter elementos da função poética da linguagem. II.( ) A carta de Pero Vaz de Caminha é considerada pela história brasileira o primeiro documento publicitário oficial do país. III. ( ) A carta de Caminha é um texto essencialmente descritivo. IV.( ) Pero Vaz de Caminha foi o único português a enviar notícias da descoberta do Brasil ao rei de Portugal. V.( ) Segundo Caminha, os habitantes da Ilha de Vera Cruz eram desavergonhados. RESPOSTAS: V, F, V, F, F. 20.(Ufam) A respeito das primeiras manifestações literárias no Brasil, NÃO é correto afirmar:
21.(Ufam) Leia as estrofes abaixo, que constituem o início de um famoso poema chamado A Santa Inês: “Cordeirinha linda, Pela religiosidade e pelo didatismo do poema, seu autor só pode ser: a) Frei Vicente do Salvador d) Pero Lopes de Sousa b) José de Anchieta e) Manuel da Nóbrega c) Gabriel Soares de Sousa 22.(Ufam) Caracteriza a literatura dos viajantes, no primeiro século de existência do Brasil:
23. (UFMG) Com base na leitura da Carta, de Pero Vaz de Caminha, é INCORRETO afirmar que esse texto
24.(UEPB) “A Carta de Caminha, que não foi escrita para ser publicada e cuja primeira edição é somente de 1817, tinha características adequadas para ocupar posto estratégico no que se queria que fosse a formação e a determinação do cânone da literatura brasileira, onde costuma ser vista como o seu grande momento inaugural. Isso é estranho, pois a Carta sequer é um texto literário nem de autor brasileiro. Descoberta no século XIX, ela não estava ‘no início’: este foi construído, inventado, ‘reconstruído’ a posteriori. Não estando no começo, mas nele posta, postada, determina uma visão e um caminho: colocada no começo, determina um perfil e uma orientação, a visão do Brasil como utopia portuguesa, documentando que, embora não seja verdade, o território foi descoberto primeiro por Cabral […] Se um texto é convertido institucionalmente em algo que não corresponde à sua natureza, é porque atende a uma secreta necessidade, que precisa ser definida, ainda que sua vocação íntima seja não se desvelar para, assim, ser mais eficaz.” Flávio Rene Kothe Considerando o fragmento citado: I.Textos literários são construídos em contextos políticos e econômicos e servem também como instrumento de propaganda de ideias das classes que os produzem para os estratos sociais consumidores de tal mercadoria. II.Textos literários condensam em si vários significados e valores construídos no tempo e no espaço por sujeitos que os querem com determinados propósitos, como ocorreu com a Carta de Caminha, texto não-autorizado para configurar como literário, de acordo com a natureza estética da arte, mas forçou-se a entrada de tal produção no rol do que é considerado literatura. III. Considerar a Carta de Caminha texto literário parece ser perigoso de um ponto de vista mais acurado e preciso porque se assim o for é possível que outros textos de igual “textura” tenham sido considerados literários e outros excluídos dessa relação, porque não atenderam às expectativas político-ideológicas de quem determina o que é literatura e qual texto deve servir como exemplo dessa produção. É correto afirmar que: a) Nenhuma proposição está correta. d) Apenas as proposições I e II estão corretas. b) Apenas as proposições II e III estão corretas. e) Apenas as proposições I e III estão corretas. c) Todas as proposições estão corretas. (Mackenzie/SP-2007) Texto para as questões 25 e 26 Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (…) mui bem lavada. Isto, porque creem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom lugar. (…) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dá-lhe a comer do que têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos. Padre Manuel da Nóbrega 25.(Mackenzie/SP-2007) Assinale a alternativa correta a respeito do texto. a) A narração acerca das festividades de um grupo indígena é verossímil na medida em que nasce da observação direta do autor, isenta de outros testemunhos que poderiam pôr em dúvida a credibilidade do relato. b) O autor disserta sobre as superstições, a bondade e a harmoniosa relação dos cônjuges de um grupo de indígenas que vivenciam um processo de aculturação. c) O texto tem como foco principal narrar os rituais praticados por uma sociedade que, embora de cultura diferente, adota os princípios religiosos do cristianismo. d) Ao escolher determinados aspectos do comportamento dos indígenas, como a hospitalidade, por exemplo, o jesuíta revela que a comunidade, embora não catequizada, lhe é simpática. e) No relatório sobre os índios brasileiros, o ritual funerário ao qual o jesuíta se refere reflete o tratamento igualitário que essa sociedade dispensa a seus membros. 26.(Mackenzie/SP-2007) O texto, escrito no Brasil colonial, a) pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico-literária brasileira, cujo objetivo principal era apresentar à metrópole as características da colônia recém-descoberta. b) já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os românticos brasileiros tiveram do indígena. c) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os dados de uma realidade objetiva. d) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII. e) insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros. (UFPB-2007) Texto para as questões de 27 a 30. Em que se declara o modo e a linguagem dos tupinambás. Ainda que os tupinambás se dividiram em bandos, e se inimizaram uns com outros, todos falam uma língua que é quase geral pela costa do Brasil, e todos têm uns costumes em seu modo de viver e gentilidades; os quais não adoram nenhuma coisa, nem têm nenhum conhecimento da verdade, nem sabem mais que há morrer e viver; e qualquer coisa que lhes digam, se lhes mete na cabeça, e são mais bárbaros que quantas criaturas Deus criou. Têm muita graça quando falam, mormente as mulheres; são mui compendiosas na forma da linguagem, e muito copiosos no seu orar; mas faltam-lhes três letras das do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que adorem; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua vontade; para dizerem Francisco dizem Pancico, para dizerem Lourenço dizem Rorenço, para dizerem Rodrigo dizem Rodrigo; e por este modo pronunciam todos os vocábulos em que entram essas três letras.(SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587- Capítulo CL – Em que se declara o modo e a linguagem dos tupinambás. In: VILLA, Marco Antônio e OLIVIERI, Antônio Carlos. Cronistas do Descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 144). 27.(UFPB-2007) Em seu texto, Gabriel Soares de Sousa a) limita-se à descrição dos costumes indígenas, sem emitir nenhum juízo de valor. b) destaca apenas qualidades negativas dos índios tupinambás, a quem chama de “bárbaros”. c) exalta à liberdade em que vivem os índios, reconhecendo-a, indiscutivelmente, como um valor intocável. d) reconhece a inferioridade da cultura dos tupinambás, ao compará-la com a de outros índios do Brasil. e) tece considerações críticas a respeito da liberdade excessiva dos índios. 28.(UFPB-2007) Leia o fragmento. “[…] nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem.” (linhas 7 a 9) A leitura desse fragmento permite afirmar que o autor a) considera eficaz a ação dos jesuítas na conversão dos indígenas. b) mostra surpresa diante do fato de os índios não terem fé em Deus, mesmo sendo doutrinados no cristianismo. c) defende, em princípio, que não se deve cobrar dos índios a fé em Deus. d) reconhece a obediência dos tupinambás à conversão cristã. e) ressalta a presença das doutrinas cristãs nas práticas religiosas dos índios. 29.(UFPB-2007) A ausência das letras F, L, R na linguagem dos tupinambás é comentada pelo autor do texto para a) justificar a natureza mais simples da linguagem dos índios. b) denotar apenas a diferença entre a língua dos brancos portugueses e a dos índios. c) enfatizar, sobretudo, a criatividade na expressão linguística dos povos indígenas. d) criticar, principalmente, a inexistência da fé, da lei e do rei na cultura tupinambá. e) revelar somente os aspectos pitorescos na maneira de falar dos índios. 30.(UFPB-2007) O texto de Gabriel Soares de Sousa filia-se à vertente da literatura brasileira conhecida como “manifestações literárias” (século XVI). Nesse texto, verifica-se o predomínio da a) função referencial da linguagem, embora se apresentem traços estilísticos comuns à produção literária da época. b) função emotiva da linguagem, registrando impressões e sentimentos de natureza lírica. c) função poética da linguagem, visto que se trata de um texto de cunho histórico. d) linguagem conotativa, por se tratar de um texto eminentemente literário. e) função apelativa da linguagem, uma vez que o receptor da mensagem é posto em destaque. 31.(PUC/PR/PAES-2006) Assinale a alternativa que contêm as obras consideradas os dois primeiros textos de informação, na literatura brasileira. Para a resposta, considere fatos históricos como o descobrimento do Brasil, a chegada dos primeiros colonizadores, a vinda dos jesuítas, a passagem de viajantes e de cronistas pela nova terra. a) Carta, de Pero Vaz de Caminha / Diário de Navegação, de Pero Lopes de Sousa. b) Diálogo sobre a Conversão dos Gentios, de Manoel da Nóbrega / Tratado da Terra do Brasil, de Pero Magalhães Gândavo. c) Tratados da Terra e da Gente do Brasil, de Fernão Cardim / Tratado Descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Souza. d) Diálogos das Grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão. e) História do Brasil, de Vicente do Salvador / Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões, de José de Anchieta. 32. (PUC/PR/PAES-2006) Dos textos de informação dos jesuítas, destacam-se, pela sua importância, aqueles produzidos por três autores: ______________ / ______________ / ______________ e a característica que diferencia esses textos, também tão ricos de informações sobre a nova terra e de análise sobre a gente do Brasil, daqueles da crônica leiga, é: _____________ a) Fernão Cardim / Manoel da Nóbrega / José de Anchieta / a intenção pedagógica e moral. b) Pero Magalhães Gândavo / Ambrósio Fernandes Brandão / Vicente do Salvador / a qualidade literária. c) Pero Lopes de Sousa / José de Anchieta / Pero Vaz de Caminha / o amor à nova terra e ao índio do Brasil. d) Pero Lopes de Sousa / Manoel da Nóbrega / Ambrósio Fernandes Brandão / a importância dos dados históricos. e) Fernão Cardim / Pero Magalhães Gândavo / Vicente do Salvador / o sentimento de religiosidade. 33.(MACKENZIE-2006) José de Anchieta faz parte de um período da história cultural brasileira (século XVI) em que se destacaram manifestações específicas: a chamada “literatura informativa” e a “literatura jesuítica”. Assinale a alternativa que apresenta um excerto característico desse período. a) Fazer pouco fruto a palavra de Deus no mundo pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. (Pe. Antônio Vieira) b) Triste Bahia! ó quão dessemelhante / Estás e estou do nosso antigo estado, / Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado, / Rica te vi eu já, tu a mim abundante.(Gregório de Matos) c) Uma planta se dá também nesta Província, que foi da ilha de São Tomé, com a fruita da qual se ajudam muitas pessoas a sustentar a terra. (…) A fruita dela se chama banana.(Pêro de Magalhães Gândavo) d) Vós haveis de fugir ao som de padre-nossos, / Frutos da carne infiel, seios, pernas e braços, / E vós, múmias de cal, dança macabra de ossos!(Alphonsus de Guimaraens) e) Os ritos semibárbaros dos Piagas, / Cultores de Tupã e a terra virgem / Donde como dum trono enfim se abriram / Da Cruz de Cristo os piedosos braços. (Gonçalves Dias) 34.As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a: a) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática, catequética (obra dos jesuítas). 35.A literatura de informação corresponde às obras: a) barrocas; d) arcádicas; b) de jesuítas, cronistas e viajantes; e) do Período Colonial em geral; c) n.d.a. 36.Qual das
afirmações não corresponde à Carta de Caminha? 37. (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história: 38.A importância das obras realizadas pelos cronistas portugueses do século XVI e XVII é: 39.Anchieta só não escreveu: 40.São características da poesia do Padre José de
Anchieta: 41.(UNIV. FED.
DE SANTA MARIA) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: 42.(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados 43.(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista. e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível. 44.(UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: a)É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. 45.(UFMS) Assinale a única alternativa correta. As manifestações literárias no Brasil do século XVI foram fundamentalmente: a.relatos de viajantes e missionários estrangeiros e escritos catequéticos do padre José de Anchieta b.poemas épicos indianistas e poesia lírica de caráter religioso. c.teatro de sátira política e crônica sobre o cotidiano das pequenas cidades. d.obras de caráter pedagógico, de circulação restrita. 46.(UEL-PR) A curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista e domínio corresponde, inicialmente, o deslumbramento diante da paisagem exótica e exuberante da terra recém-descoberta, testemunhado pelos cronistas portugueses: 47.(FUVEST) Entende-se por literatura informativa no Brasil: a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros. b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI. c) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena. d) os poemas do Padre José de Anchieta. e) os sonetos de Gregório de Matos. 48.(MACK-SP) Desde seu descobrimento, escreveu-se sobre o Brasil. Alguns escritores, após tal evento, compuseram textos com o propósito fundamental de retratar, não só a terra recém-descoberta, como também as características de seus habitantes. Trata-se, pois, de uma literatura de teor informativo, apesar de se encontrarem, às vezes, algumas passagens onde se mostram elementos artísticos. Aponte a alternativa em que se encontra o nome de um texto que não se encaixe nessa tendência. a. “Carta do Descobrimento” b. “Tratado da terra do Brasil” c.”Tratado descritivo do Brasil” d. “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda” e.”História da província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil”. 49.(UNIMEP) “Esta virtude estrangeira / me irrita sobremaneira./ Quem a teria trazido/com seus hábitos polidos estragando a terra inteira? /Quem é forte como eu? / Como eu, conceituado? / Sou diabo bem assado,/ Boa medida é beber / cauim até vomitar. / Que bom costume é bailar! /Adornar-se, andar pintado, / tingir penas, empenado / fumar e curandeirar / andar de negro pintado”. (Auto de São Lourenço, José de Anchieta) Nestes versos aparecem características da produção poética de José de Anchieta, exceto: a.versos curtos de tradição popular; b.preocupação catequética; c. linguagem direta; d. tensão e elaboração artística renascentista; e. conflito entre o bem e o mal. 50.(FEI-SP) Dos oito (autos) que lhe são atribuídos, o melhor é o intitulado na festa de São Lourenço, representado, pela primeira vez, em Niterói, em 1583. Seu autor é: a.José de Anchieta b.Gregório de Matos. c.Bento Teixeira. d.Padre Manuel da Nóbrega. e.Gabriel Soares de Sousa. 1.(Unicamp-SP) Leia com atenção os poemas transcritos abaixo: Cantiga, partindo-se “Senhora, partem tão tristes Tão tristes, tão saudosos, Soneto “Aquela triste e leda madrugada, Ela só, quando amena e marchetada Ela só viu as lágrimas em fio, Ela viu as palavras magoadas. Ambos os poemas desenvolvem o tema da dor da separação, mas tratam-no de forma diferente. Exponha em que consiste esse tratamento diferenciado do tema, em cada poema. RESPOSTA No primeiro poema, de João Roiz de Castelo Branco, o eu lírico tem a amada como interlocutora e, metonimicamente, fala do sofrimento amoroso através de seus olhos. No poema de Camões, o sofrimento dos amantes é traduzido pela natureza, mais especificamente pela madrugada, que, testemunhando sua separação, reflete em suas características o sofrimento de ambos (“Aquela triste e leda madrugada”). 2.(UFF-RJ) Leia os dois textos para responder à questão a seguir: “Amor é
fogo que arde sem se ver; É um não querer mais que bem querer; É querer estar preso por vontade; Mas como causar pode seu favor Soneto do amor maior “Maior amor nem mais estranho existe E que só fica em paz se lhe resiste Louco amor meu que, quando toca, fere Fiel à sua lei de cada instante Vinicius de Moraes (séc. XX) e Luís de Camões (séc. XVI) se aproximam, nestes sonetos, em relação à forma poética. Compare os poemas de Vinicius de Moraes e Camões, destacando: a) Do soneto de Camões, uma antítese construída pela formação de nomes que tenham o mesmo radical. b) Do soneto de Vinicius de Moraes, uma antítese construída pela formação de nomes com radicais diferentes. RESPOSTAS: a)“É um contentamento descontente.” 3.(Fuvest) “Quando da bela vista e doce riso, Tanto do bem humano estou diviso, Em vos louvar, Senhora, não me fundo, Que de tanta estranheza sois ao mundo, a) Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto apresenta. b) Aponte duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente. RESPOSTAS a) A mulher é apresentada como um exemplo perfeito da criação divina, que eleva o pensamento do eu lírico e está acima das coisas terrenas. Em
resumo, é uma concepção platônica de mulher. (Ufscar-SP) Leia o trecho abaixo para responder às questões 4 e 5. “Os bons vi sempre passar 4.O poema está composto com versos de sete sílabas e na forma conhecida como “esparsa”, que, junto com outras, constituía o estoque de formas medievais que muitos poetas clássicos de Portugal, dentre os quais Camões, continuaram usando no século XVI e que se denominavam de “medida velha”. Além dessas formas, Camões usou as italianizantes ou clássicas, que se denominavam de “medida nova”. a) Cite outra forma de “medida velha” usada por Camões. b) Cite duas formas de “medida nova”. 5.Este curto poema de Camões compõe-se de partes correspondentes ao destaque dado às personagens (o eu poemático e os outros). Quanto ao significado, o poema baseia-se em antíteses desdobradas, de tal maneira trançadas que parecem refletir o “desconcerto do mundo”. Posto isso: a) Identifique a antítese básica do poema e mostre os seus desdobramentos. b) Explique a composição do texto com base nas rimas. RESPOSTAS: a) A forma de “medida velha” em Camões é o vilancete, modalidade poética composta por um mote (proposta de um motivo ou tema) e glosa ou volta (desenvolvimento do tema proposto no mote). A cantiga é outra forma utilizada por Camões. Genericamente, as composições em “medida velha” podem ser chamadas de redondilhas. b) O soneto é a forma de “medida nova” mais frequente em Camões. Além dessa, há ainda as seguintes formas: elegia, ode, sextina, écloga, oitavas, etc. a) A antítese básica do poema se constrói a partir do choque entre o bem e o mal, presente na dualidade entre “os bons” e “os maus”. Os desdobramentos da antítese são punição e recompensa, explicada pelo fato de serem premiados
aqueles que mereceriam punição e punidos aqueles que mereceriam a recompensa. Por isso é que o mundo está desconcertado, falta-lhe harmonia ou coerência. Sete anos de pastor Jacó servia Sete anos de pastor Jacó servia Os dias na esperança de um só dia Vendo o
triste pastor que com enganos Começou a servir outros sete anos, 6. O racionalismo é uma das características mais frequentes da literatura clássica portuguesa. A logicidade do pensamento quinhentista repercutiu no rigor formal de seus escritores, e no culto à expressão das “verdades eternas”, sem que isto implicasse
tolhimento da liberdade imaginativa e poética. Com base nestas observações, releia os dois textos apresentados e; RESPOSTAS: a) Preferência pelo soneto
petrarquista com rimas e versos decassílabos. 7:Quando da bela vista e doce riso, Tanto do bem humano estou diviso, Em vos
louvar, Senhora, não me fundo, Que de tanta estranheza sois ao mundo, Tomando mantimento – tomando consciência. a) Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto
apresenta. a) A mulher é vista não como uma companheira mas como um ser angelical. A beleza converte-se em Beleza pura, que leva ao “mundo das ideias” e à divindade. 8.”Amor é fogo que arde sem se ver; “Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo. Mal de te amar neste lugar de imperfeição Aproximam-se pelo tema do amor e pela utilização de anáforas. 9. (UFRGS-RS) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões. “Um mover de olhos, brando e piedoso, Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações. I.O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina. II.O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade. III. O poeta sugere o desejo erótico ao referir a figura mitológica de Circe. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 10.(UFV-MG) Leia o soneto a seguir, de autoria do poeta quinhentista Luis de Camões: “Verdade, Amor, Razão,
Merecimento, Dentre as alternativas abaixo, apenas uma NÃO interpreta corretamente o poema. Assinale-a: a) O soneto camoniano confirma a persistência de valores cristãos num momento em que se sentia a forte presença do racionalismo quinhentista. b) O eu lírico mostra-nos que, se valores como a Verdade e o Amor podem fortalecer a alma do homem, outros como o Tempo e a Sorte podem definir-lhe o destino e governar o mundo c) O homem renascentista, já capaz de conhecer o mundo e a si próprio, não consegue elucidar os mistérios da vida e da morte. d) O texto confirma que o homem do século XVI também vivenciou os conflitos existentes entre o racionalismo antropocêntrico e a religiosidade teocêntrica. e) O poema de Camões denuncia a existência de um eu lírico totalmente convencido de que a Verdade, a Razão, o Amor e o Merecimento são os grandes valores que regem o destino da humanidade. 11.(Unifap) “Ao desconcerto do mundo Os versos acima revelam um dos temas desenvolvidos por Camões em sua construção lírica. A afirmação que evidencia a temática sugerida pelo poeta no texto é o(a): (A) acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística. (B) instabilidade e fugacidade da vida e dos bens materiais. (C) desproporção entre o merecimento humano e o destino. (D) sofrimento pela indiferença e pela espiritualização do amor. (E) a desordem do mundo diante da indiferença e da rejeição. (PUC-SP) Leia o texto a seguir para responder às questões 12 e 13. “Um mover de olhos brando e piedoso, Um despejo quieto e vergonhoso; Um encolhido ousar; uma brandura; Esta foi a celeste formosura 12.O soneto acima é de Luís de Camões e se enquadra em sua poesia lírica. Releia-o atentamente e indique a alternativa errada a respeito dele. a) Pinta o retrato da mulher amada, composto de traços físicos e de caráter e realçado por imagens construídas por antíteses. b) Apresenta uma sucessão de frases nominais que, no conjunto, caracterizam uma clara função descritiva. c) Marca-se por uma força poética que atravessa o texto e alcança seu ápice no nome Circe, núcleo da nomeação e metáfora da mulher amada. d) Configura, sintaticamente, os quartetos e o primeiro terceto como apostos da proposição contida no segundo terceto. e) Apresenta regularidade sintática porque tanto os quartetos quanto os tercetos se constroem da idêntica estrutura lógico-oracional. 13.O lirismo é uma das vertentes da poesia camoniana e perpetua o poeta na história da sensibilidade humana. Desse lirismo é incorreto afirmar: a) Se mostra em sonetos, cujos versos são marcados pelo “doce estilo novo”, trazido do Renascimento italiano por Sá de Miranda. b) Dialoga com a sensibilidade e com a inteligência do leitor, mas é possível separar nele emoção e razão, já que o desconcerto amoroso inexiste neste gênero poético camoniano. c) Se expressa em sonetos de construção racional e que combinam com o estilo de Camões, que é, não apenas de confissão afetiva, mas questionador da própria emoção. d) Apresenta tensão entre os chamados do amor físico, isto é, os desejos e as paixões, e os do amor platônico, ou seja, o vislumbre do transcendental e a busca da unidade divina do ser no reino das ideias. e) Desenvolve pluralidade de temas, como a transitoriedade da vida, a fugacidade do tempo e da beleza, a precariedade do destino, a necessidade de fruir o instante que passa e o desconcerto do mundo. 14.Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmação seguinte: Texto 1: “Sôbolos rios que vão Texto 2: “Enquanto quis Fortuna que tivesse Porém, temendo Amor que aviso desse Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos Verdades puras são e não defeitos. 16Sobre os textos acima, é correto afirmar que: 17.Na LÍRICA de Camões, 18.UFRS Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões. “Um mover de olhos, brando e piedoso, sem ver de quê; um riso brando e honesto, quase forçado, um doce e humilde gesto, de qualquer alegria duvidoso; um despejo quieto e vergonhoso; um desejo gravíssimo e modesto; uma pura bondade manifesto indício da alma, limpo e gracioso; um encolhido ousar, uma brandura; um medo sem ter culpa, um ar sereno; um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura da minha Circe, e o mágico veneno que pôde transformar meu pensamento.” Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações. I.O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina. II.O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade. III. O poeta sugere o desejo erótico ao referir a figura mitológica de Circe. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III e) I, II e III. 19.Identifique a alternativa que não contenha
ideais clássicos de arte: 20.O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a forma aproximaram o
Classicismo de duas escolas literárias posteriores. Aponte a alternativa que identifica essas escolas: 21.Assinale a incorreta sobre Camões: a) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e dramático. 22.Ainda sobre Camões, assinale a incorreta: 23. O lirismo é uma das vertentes da poesia camoniana e perpetua o poeta na história da sensibilidade humana. Desse lirismo é incorreto afirmar: a) Se mostra em sonetos, cujos versos são marcados pelo “doce estilo novo”, trazido do Renascimento italiano por Sá de Miranda. b) Dialoga com a sensibilidade e com a inteligência do leitor, mas é possível separar nele emoção e razão, já que o desconcerto amoroso inexiste neste gênero poético camoniano. c) Se expressa em sonetos de construção racional e que combinam com o estilo de Camões, que é, não apenas de confissão afetiva, mas questionador da própria emoção. d) Apresenta tensão entre os chamados do amor físico, isto é, os desejos e as paixões, e os do amor platônico, ou seja, o vislumbre do transcendental e a busca da unidade divina do ser no reino das ideias. e) Desenvolve pluralidade de temas, como a transitoriedade da vida, a fugacidade do tempo e da beleza, a precariedade do destino, a necessidade de fruir o instante que passa e o desconcerto do mundo. 24.(Insper 2012) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía*. Luís Vaz de Camões *soía: Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões. a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com as suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte. b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da instabilidade se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas. c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se baseia no postulado da imutabilidade. d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada. e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma ilusão. 25.(UNOPAR-PR) Desenvolvimento do comércio de reduzida importância na Idade Média; crescente utilização do dinheiro, invenções e melhoramentos técnicos decorrentes das grandes navegações. Os dados anteriores integram o painel histórico do: a. Classicismo b.Barroco c.Romantismo d.Arcadismo e.Modernismo 1.O teatro de Gil Vicente caracteriza-se por ser fundamentalmente popular. E essa característica manifesta-se, particularmente, em sua linguagem poética, como ocorre no trecho a seguir, de “O Auto da Barca do Inferno”. Ó Cavaleiros de Deus, No texto, fala final do Anjo, temos no conjunto dos
versos 2.(UESPI) Sobre o Humanismo, assinale a alternativa INCORRETA: 3.(UFPI/2006-1ª ETAPA) Sobre Gil Vicente e sua obra, assinale a alternativa correta. 4.(UFPA) Os temas do teatro vicentino são diversos, mas vale ressaltar que nada foi mais impressivo e atual, na obra de Gil Vicente, do que a crítica contundente à sociedade da época. (A) O motivo mais destacado da obra em questão é o da cobiça, que levou muitos portugueses ao Oriente, descuidados dos perigos das viagens marítimas. (B) Embora o tema da peça trate de assunto sério e de grande relevância moral, Gil Vicente repassa-o por meio de uma sátira leve e muito divertida. (C) “Virtuosa esta minha ama! Esses versos correspondem à fala da Moça, responsável pelos serviços domésticos da casa, e, por meio deles, é possível observar a carga de ironia com que Gil Vicente constrói os diálogos dos personagens. (D) Lemos: “Que dizeis, senhora minha?” Essas falas são uma amostra das atitudes da mulher que se cercava de amantes, na ausência do marido, e necessitava escondê-los para evitar encontros desagradáveis. (E) O Auto da Índia consta sob a denominação de farsa. Essa categoria caracterizava-se por tratar dos vícios da sociedade quinhentista portuguesa. 5.(UFPA) VELHA “E o lavrar [o trabalho], Isabel? VELHA Aprende logo a tecer. VICENTE, Gil. Farsa de “Quem tem farelos”. In: Obras de Gil Vicente. Sobre o fragmento transcrito, é correto afirmar: (A) Isabel, embora aceite a submissão dos filhos aos pais, não o admite alguns tipos de trabalhos manuais que possam comprometer a sua aparência física . (B) Trata-se de um fragmento da discussão final entre a Velha e a Isabel (vv. 451-538), por meio da qual o leitor contrapõe conceitos opostos sobre o trabalho feminino da época. (C) A Velha repudia as atividades relacionadas ao fiar e ao tecer, defendendo que apenas as moças pobres devem dedicar-se a trabalhos domésticos. (D) A discussão final entre a Velha e a filha marca duas posições opostas e irreconciliáveis, o que as torna personagens individualizadas em oposição ao tipo do fidalgo pobre, representado por Aires Rosado. (E) A sátira à sociedade portuguesa vincula-se a uma crítica de personagens, representando Isabel uma geração superada historicamente. 6.(PSS/UFPA-2007) Sobre as personagens femininas do Auto da Índia, de Gil Vicente, é CORRETO afirmar: a) A Ama simboliza o modelo tradicional de esposa e permite estabelecer uma crítica severa ao adultério feminino. b) A Ama, personagem principal do auto, apresenta-se como “moça e fermosa” e vale-se disso para justificar sua conduta na ausência do marido. c) A Moça, por criticar o comportamento incorreto da Ama, foge à tipificação característica do teatro vicentino. d) A Moça é a personagem principal, girando em torno dela toda a ação. Vale-se da mentira e da astúcia para enganar a Ama. e) Constança representa o tipo dos dependentes domésticos, que não ousam questionar a autoridade dos patrões. 7. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa: 8.Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta: 9.Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa: 10.O Cancioneiro Geral não contém:
12.(FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente: 14.(Unitau-SP).Em relação a Gil Vicente, é incorreto dizer que 15.( MACK-SP) Marque a alternativa incorreta a respeito do Humanismo: (MACK – SP) Na passagem da Idade Média para o Renascimento, dois escritores portugueses se destacaram, por apresentar características que já previam uma nova tendência filosófica e artística. Trata-se de: a)Fernão Lopes e Gil Vicente d)Camões e Bocage b)D. Dinis e Paio Soares de Taveirós e) Padre Antônio Vieira e Gregório de Matos c)Garcia de Resende e Aires Teles 17.( UM-SP ) Assinale a alternativa em que se encontra uma afirmação incorreta sobre a obra de Gil Vicente. a)Sofre a influência de Juan del Encina, principalmente no teatro pastoril de sua primeira fase. b)Seus personagens representam tipos de uma vasta galeria de estratos da sociedade portuguesa da época. c)Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média. d)Um dos maiores valores de sua obra é ter contrabalançado uma sátira contundente como pensamento cristão. e)Suas obras-primas, como a Farsa de Inês Pereira, são escritas na terceira fase de sua carreira, período de maturidade intelectual. 18.Todo o Mundo: Folgo muito em enganar e mentir nasceu comigo. Ninguém: Eu sempre verdade digo sem nunca me desviar. Belzebu: Ora escreve lá compadre, não sejas tu preguiçoso. Dinato: Que? Belzebu: Que Todo o Mundo é mentiroso e Ninguém diz a verdade. O texto afirma que: a)todo o mundo é mentiroso. d)ninguém diz a verdade. b)Ninguém é mentiroso. e)Todo o Mundo é mentiroso. c)todo o Mundo diz a verdade. 19.Sobre o teatro de Gil Vicente, é correto afirmar: a)não tem como objetivo a moralização dos costumes. b)foi todo escrito em português. c)segue fielmente o modelo do teatro clássico grego. d)apresenta um rico painel da sociedade portuguesa do início do século XVI. e)apresenta personagens e situações fora do contexto social de sua época. 20.Das obras abaixo, assinale aquela que não faz parte da chamada trilogia das barcas: a) Auto da barca do céu d) Auto da barca do inferno. b) Auto da barca da glória e) Auto da barca do purgatório e) Nenhuma das anteriores 21.Sobre o Humanismo português, julgue os itens a seguir: I.No seu contexto histórico, o Humanismo marca uma fase de transição entre o teocentrismo medieval e o antropocentrismo renascentista. II.Também no plano histórico, podemos constar ainda o renascimento urbano, crises na Igreja e no Feudalismo. III.Para fins didáticos, podemos dividir as produções literárias do Humanismo em três grupos: o teatro vicentino, a prosa palaciana e a poesia historiográfica. IV.Gil Vicente escreveu principalmente autos e farsas, nos quais ele tecia críticas à sociedade através do humor, respeitando a máxima do teatro da época: ridendo, castigat mores, ou seja, “rindo, corrigem-se os costumes. Estão corretas todas as afirmativas, com exceção de: a) I, III, IV b) III c) I, III d) II, IV e) I, II, III 22. (Mackenzie-SP) – Gil Vicente, autor representativo do Humanismo em Portugal, (1) revela-nos, em sua obra lírica, (2) uma ambivalência típica desse período (3) de um lado, a ideologia teocêntrica do mundo medieval; (4) de outro, influenciado pelo antropocentrismo emergente, (5) é o analista mordaz da sociedade portuguesa do século XVI. É esse ambivalência que o situa como autor de
transição: (6) entre o humanismo e o antropocentrismo. (7) Dos fragmentos destacados: 23.(UniCOC-SP) Considere as seguintes asserções sobre o teatro de Gil Vicente. I.Autos pastoris, autos de moralidade e farsas são gêneros cultivados pelo autor. II.O espírito crítico cultivado pelo teatro vicentino são poupa o clero corrupto, que é ridicularizado. III.As personagens do autor representam tipos sociais como alcoviteiras, velhos ridículos, maridos ingênuos, nobres pedantes, entre outros. Deve-se afirmar que: a) I, II e III estão corretas d) apenas I e II estão corretas b) apenas I e III estão corretas e) apenas II está correta c) apenas II e III estão corretas (Unesp) Instrução: As questões de números 1 a 3 tomam por base uma cantiga do trovador galego Airas Nunes, de Santiago (século XIII), e o poema Confessor medieval, de Cecília Meireles (1901-1964). Cantiga “Bailemos nós já todas três, ai amigas, Bailemos nós já todas três, ai irmanas, Por Deus, ai amigas, mentr’al non fazemos, So aqueste ramo frolido bailemos, Airas Nunes. In: SPINA, Segismundo. Confessor medieval (1960) Se te dera apenas um anel de vidro Irias à bailia sem teu amigo, Irias com ele se te houvessem dito Sem a flor no peito, sem saia de sirgo, Irias à bailia, já sem teu amigo, Cecília Meireles. Poesias completas de Cecília Meireles. v. 8. Tanto na cantiga como no poema de Cecília Meireles, verificam-se diferentes personagens: um eu-poemático, que assume a palavra, e um interlocutor ou interlocutores a quem se dirige. Com base nesta informação, releia os dois poemas e, a seguir: 1.a) Indique o interlocutor ou interlocutores do eu-poemático em cada um dos textos. b) Identifique, em cada poema, com base na flexão dos verbos, a pessoa gramatical utilizada pelo eu-poemático para dirigir-se ao interlocutor ou interlocutores 2.A leitura da cantiga de Airas Nunes e do poema “Confessor medieval”, de Cecília Meireles, revela que este poema, mesmo tendo sido escrito por uma poeta modernista, apresenta intencionalmente algumas características da poesia trovadoresca, como o tipo de verso e a construção baseada na repetição e no paralelismo. Releia com atenção os dois textos e, em seguida, considerando que o efeito de paralelismo em cada poema se torna possível a partir da retomada, estrofe a estrofe, do mesmo tipo de frase adotado na estrofe inicial (no poema de Airas Nunes, por exemplo, a retomada da frase imperativa), aponte o tipo de frase que Cecília Meireles retomou de estrofe a estrofe para possibilitar tal efeito 3.As cantigas que focalizam temas amorosos apresentam-se em dois gêneros na poesia trovadoresca: as “cantigas de amor”, em que o eu-poemático representa a figura do namorado (o “amigo”), e as “cantigas de amigo”, em que o eu-poemático representa a figura da mulher amada (a “amiga”) falando de seu amor ao “amigo”, por vezes dirigindo-se a ele ou dialogando com ele, com outras “amigas” ou, mesmo, com um confidente (a mãe, a irmã, etc.). De posse desta informação: a) Classifique a cantiga de Airas Nunes em um dos dois gêneros, apresentando a justificativa dessa resposta; b) Identifique, levando em consideração o próprio título, a figura que o eu-poemático do poema de Cecília Meireles representa. Respostas1.a) Na cantiga, o eu lírico se dirige a duas outras moças, que são chamadas ora de amigas, ora de irmãs. No poema de Cecília Meireles, o eu lírico apresenta-se como um confessor ou confidente que se dirige a uma moça apaixonada. 2.No poema de Cecília Meireles, a oração subordinada adverbial condicional que aparece no 2 o verso da 1ª estrofe (“Se ele não te dera saia de sirgo”) é retomada de estrofe a estrofe com alterações. Na 2ª e 3ª estrofes as orações são: “Se te dera apenas um anel de vidro” e “Se ele não pudesse ir bailar contigo”. Na penúltima estrofe, a oração aparece com estrutura mais simples, com a condição veiculada por meio da preposição sem: “Sem a flor no peito, sem saia de virgo”/Irias sem ele, e sem anel de vidro”. Assim, o paralelismo se constrói pela repetição de períodos interrogativos (sempre com o verbo irias), dentro dos quais há sempre um elemento condicional. 3.a) A cantiga apresentada é uma das mais conhecidas do cancioneiro medieval, classificada como “cantiga de amigo”. Os elementos que justificam a resposta são: presença de eu lírico
feminino, estrutura paralelística (repetição quase integral dos versos) e refrão. (Unicamp-SP) Leia com atenção os poemas transcritos abaixo: Cantiga, partindo-se “Senhora, partem tão tristes Tão tristes, tão saudosos, João Roiz de Castelo Branco. Cancioneiro geral de 1516. Soneto “Aquela triste e leda
madrugada, Ela só, quando amena e marchetada Ela só viu as lágrimas em fio, Ela viu as palavras magoadas. Luís de Camões 4.Ambos os poemas desenvolvem o tema da dor da separação, mas tratam-no de forma diferente. Exponha em que consiste esse tratamento diferenciado do tema, em cada poema. Resposta:No primeiro poema, de João Roiz de Castelo Branco, o eu lírico tem a amada como interlocutora e, metonimicamente, fala do sofrimento amoroso através de seus olhos. No poema de Camões, o sofrimento dos amantes é traduzido pela natureza, mais especificamente pela madrugada, que, testemunhando sua separação, reflete em suas características o sofrimento de ambos (“Aquela triste e leda madrugada”). Ai flores, ai flores do verde pinho Ai flores, ai flores do verde ramo, Se sabedes novas do meu amigo, Se sabedes novas do meu amado, (…) D. Dinis 5.Identifique o tipo de cantiga e justifique sua resposta. ______________________________________________________ Resposta: cantiga de amigo, eu-lírico feminino 6.(Unifesp) Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade. “Un cavalo non comeu Seu dono non lhi buscou Seu dono non lhi quis dar CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. Harmonia Mundi, USA, 1995. A leitura permite afirmar que se trata de uma cantiga de: a) Escárnio, em que se critica a atitude do dono do cavalo, que dele não cuidara, mas graças ao bom tempo e à chuva, o mato cresceu e o animal pôde recuperar-se sozinho. b) Amor, em que se mostra o amor de Deus com o cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva que cresceu graças à chuva e ao bom tempo. c) Escárnio, na qual se conta a divertida história do cavalo que, graças ao bom tempo e à chuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde, então, fugir do dono que o maltratava. d) Amigo, em que se mostra que o dono do cavalo não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa do mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se. e) Maldizer, satirizando a atitude do dono que ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de alimentá-lo, deixando-o entregue à própria sorte para obter alimento. 7.(UFPA) “Bailemos agora, por Deus, ai velidas [formosas], ZORRO, João. In: CARDOSO, Wilton; CUNHA, Celso. Acerca do poema, é correto afirmar: (A) Trata-se de uma cantiga de amor de refrão, visto que o sujeito é feminino e o objeto, masculino. (B) Observa-se o acatamento às regras do amor cortês, sobretudo, no que diz respeito à vassalagem amorosa. (C) O cenário, extremamente convencional, indica a presença da cantiga de amor em que a natureza não se apresenta como amiga e confidente. (D) Embora haja uma caracterização da donzela como “velida” [formosa] e “loada” [louvada] , o sentimento amoroso manifesta-se como “coita” de amor e amor infeliz. (E) Explora-se a temática d a alegria de amar e de ser amada, ocorrendo relacionamento entre o sujeito e o objeto num plano de igualdade. 8.(Ufam) Leia o poema abaixo, de autoria de D. Dinis, rei de Portugal, antes de responder à questão abaixo: “En gran coita, senhor, A respeito do poema acima fazem-se as seguintes afirmativas: I.É uma cantiga de escárnio, pois o poeta ridiculariza a mulher amada. II.É uma cantiga de amigo, pois o eu lírico é feminino. III. Possui versos paralelísticos, como “Vi polo meu gran mal” e “Polo meu gran mal vi”. IV.É uma cantiga de amor, pois o eu lírico, além de ser masculino, sofre intensamente um amor impossível. V.É uma cantiga de refrão, o qual possui a particularidade de ver o seu sentido completado na estrofe seguinte. VI.É uma cantiga de maldizer, pois o poeta não se conforma com o fato de não conquistar a mulher que ama. Estão corretas: a) Apenas III e VI. d) Apenas I e V. b) Apenas II e III. e) III, IV e V. c) Apenas II e V. 9.(PSS/UFPA-2007) Leia atentamente o texto abaixo, considerando a sua temática e forma: Ondas do mar de Vigo, Ondas do mar levado, Se vistes meu amigo, Se
vistes meu amado, (In: NUNES, José Joaquim. Cantigas […]. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973. v. 2, p. 441.) Acerca do poema, é CORRETO afirmar: a) O uso de refrão e o paralelismo justificam a classificação como cantiga de amor. b) A referência à natureza é meramente convencional, não expressando intimidade afetiva. c) A expressão do sofrimento amoroso — “por que ei gram cuidado!” — está de acordo com os padrões da cantiga de amor. d) A enamorada, saudosa, dirige-se às ondas em busca de notícias do amigo que tarda. e) Versos como “se vistes meu amado!” traduzem uma atitude de vassalagem amorosa. COMENTÁRIO: Alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque o refrão é uma características das cantigas de amigo; a natureza é o interlocutor do eu-lírico; esta expressão é um apelo para que o amigo volte; a vassalagem amorosa é característica das cantigas de amor. 10.(UNIFAP-2007) Sobre as cantigas de escárnio do trovadorismo português, é correto afirmar que a) apresentam interesse, sobretudo histórico através da voz lírica feminina. b) revelam detalhes da vida íntima da aristocracia através das convenções do amor cortês. c) apresentam uma linguagem velada, sem deixar de lado o humor sobre a vida social da época. d) utilizam-se de sátiras diretas, revelando a vida campesina e urbana. e) fazem a crítica rude, direta, muitas vezes enveredando para a obscenidade. COMENTÁRIO: Alternativa C. Nas cantigas de escárnio o eu lírico é masculino, não são respeitadas as convenções do amor cortês, as sátiras são de modo indireto, por meio de trocadilhos e ironias. É a cantiga de maldizer que apresenta críticas de modo direto. 11.(PROSEL/UEPA-2006) Leia com atenção, os textos A e B para avaliar se são corretas as afirmativas que se lhe seguem. Texto A Per ribeira do alto Vi remar o navio Texto B Dizia la bem
talhada: Sabor hei – estou contente Apud BELLEZI, Clenir. Arte Literária Brasil – Portugal. I.Tanto no texto A quanto no texto B estão presentes eu-líricos femininos. São corretas somente: a) I e IV b) I e II c) II e III d) I e III e) III e IV COMENTÁRIO: Alternativa A. Os dois textos são cantigas de amigo que tratam do sofrimento de um eu-lírico feminino que sofre pela ausência do amado. 12.(PROSEL/UEPA-2007) Texto I Por que as fez Deus tan Por que Deus fez tan (Julião Bolseiro) Texto II O
calor das cobertas Volta, vem viver outra vez (Adaptado de canção de Lupicínio Rodrigues, interpretada por Gal Costa). A respeito dos textos I e II, julgue as afirmativas a seguir. I.São confissões amorosas de um eu lírico feminino que ficou sozinho. São corretas: a) I, II, III e IV. d) I, II e III, somente. b) I e IV, somente. e) II e III, somente. c) I, III e IV, somente. COMENTÁRIO: 13.(PRISE/UEPA-2006) Leia a Cantiga reproduzida abaixo e, em seguida, responda à questão proposta no comando. Cantiga Afonso Sanches Dizia la fremosinha: Dizia la bem talhada: Com’estou d’amor ferida! Com’estou d’amor coitada! In Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa. Lisboa. Editorial Comunicação, 1983. Sobre a cantiga acima, de D. Afonso Sanches, é correto afirmar: a) A voz que fala na cantiga é do homem apaixonado que sofre por amor e dirige-se a Deus. b) A fremosinha (formosinha) lamenta seu sofrimento pela ausência do amado. c) O paralelismo “ai, Deus, vai! (ai, valha-me Deus!) é muito comum nas cantigas de amor medievais. d) O homem sente-se muito ferido pela não correspondência amorosa da fremosinha (formosinha). COMENTÁRIO: Alternativa B. Trata-se de uma cantiga de amigo, portanto, o eu lírico feminino sofre pela ausência do amado. O paralelismo é uma característica das cantigas de amigo. 14.Assinale a afirmação falsa: 15.(UFRS) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal: a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música. e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. 16.(PUC-RS) O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em: a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade. b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia. c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro. d) reduzir todo o refrão a um dístico. e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente 17.(UFMG) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante / mulher amada, ou mulher amante/ homem amado, pode-se afirmar que: a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento. b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista. c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo. d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais. e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval. 18.(UFMG) Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se: a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente. b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam). c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado. d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras. e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã. 19. (PUC-SP) As narrativas que descrevem as lutas dos cruzados envolvem sempre um herói muito engajado na luta pela cristandade, podendo ser a um só tempo frágil e forte, decidido e terno, furioso e cortês. No entanto, com relação à mulher amada , esse herói é sempre: a) pouco dedicado. b) indelicado . c) infiel. d) devotado. e) n.d.a. 20.Sobre a
poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. c) pode ser dividida em lírica e satírica. d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal. e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino. 21.Assinale a afirmativa correta sobre o texto. Ondas do mar de Vigo, 22.A poesia, na Idade Média: ( ) era independente da música ( ) confundia-se com a prosa, pelo primitivismo da língua e dos recursos técnicos ( ) era acompanhada de música ( ) originou-se das antigas canções de gesta 23.“Estes meus olhos nunca perderán, Senhor, gran coita, mentr’eu vivo for, E direi-vos, fremosa mia senhor, Destes meus olhos a coita que hán: Choran e ceganquando’alguen non veem E ora cegam por alguem que veem. O texto acima é um(a): a.soneto b. cantiga de amor c. cantiga de amigo d.cantiga satírica 24.Sobre as cantigas de escárnio do trovadorismo português, é correto afirmar que (A) apresentam interesse, sobretudo histórico através da voz lírica feminina. (B) revelam detalhes da vida íntima da aristocracia através das convenções do amor cortês. (C) apresentam uma linguagem velada, sem deixar de lado o humor sobre a vida social da época. (D) utilizam-se de sátiras diretas, revelando a vida campesina e urbana. (E) fazem a crítica rude, direta, muitas vezes enveredando para a obscenidade Ondas do mar agitado, Acaso vistes meu amigo, Acaso vistes meu amado, TEXTO II 25.(ARL) De acordo com o texto I, analise as afirmações abaixo: 26. Com relação ao texto I, é INCORRETO dizer que: D)Pertence ao gênero lírico. 27. Assinale a alternativa correta sobre o texto I. 28. Leia e observe com atenção a composição seguinte: 29.Alguns elementos formais eram frequentemente utilizados pelos trovadores nas cantigas de amigo. Quais os elementos formais presentes neste trecho? “ Sedia la fremosa seu sirgo torcendo Sa voz manselinha fremoso dizendo Cantigas d’amigo Sedia la fremosa seu sirgo lavrando, Sa voz manselinha fremoso cantando Cantigas d’amigo.” a)refrão, parelelismo d) verso e prosa b)rima e versos com cinco sílabas poéticas e) eu-lírico feminino c)eu-lírico masculino 30.Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) ( ) No inicio do século XIII, a intransigência religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores, mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia ocidental com a beleza melódica e a delicadeza emocional de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do amor e da mulher. ( ) A canção associava o amor-elevação, puro, nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos. ( ) A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram. ( ) Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e à coreografia e protagonizada por um homem, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus RESPOSTA: VVVF 31.(PSS/UFPA-2007) Leia atentamente o texto abaixo, considerando a sua temática e forma: Ondas
do mar de Vigo, Ondas do mar levado, Se vistes meu amigo, Se vistes meu amado, (In: NUNES, José Joaquim. Cantigas […]. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973. v. 2, p. 441.) Acerca do poema, é CORRETO afirmar: a) O uso de refrão e o paralelismo justificam a classificação como cantiga de amor. b) A referência à natureza é meramente convencional, não expressando intimidade afetiva. c) A expressão do sofrimento amoroso — “por que ei gram cuidado!” — está de acordo com os padrões da cantiga de amor. d) A enamorada, saudosa, dirige-se às ondas em busca de notícias do amigo que tarda. e) Versos como “se vistes meu amado!” traduzem uma atitude de vassalagem amorosa. 32.(Fuvest-SP) “Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos a primeira grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto.” C. Primão a) Qual é essa “primeira época lírica”? ______________________________________________________ b) Que tipos de composições poéticas se cultivaram nessa época? Respostas: a. Trovadorismo b. Líricas: amor e amigo e Satíricas: escárnio e maldizer. Qual foi a decisão tomada pelo amor em relação ao sujeito lírico?a) Qual foi a decisão tomada pelo Amor, em relação ao sujeito lírico? O Amor decidiu dominá-lo.
Qual é a causa da perplexidade?Em geral, a perplexidade acontece perante um facto que causa comoção. Trata-se de situações que causa surpresa ou impacto e que, por conseguinte, impedem que o indivíduo reaja de forma rápida ou fluida.
Qual é a causa da perplexidade do sujeito lírico expressa na primeira estrofe do soneto?Na primeira estrofe, o eu lírico parece perplexo com o fato de que, meio a penhascos de pedras tão duras, pode ter nascido alguém como ele, tenro e delicado. 8. Não podemos confirmar elementos neoclássicos no poema. O Neoclassicismo prezava por elementos idealizados, suaves e artificiais, como um jardim.
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