Como funciona o sistema de tempo em uma partida de vôlei

Como funciona o sistema de tempo em uma partida de vôlei

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FIVB / Divulgação

Há uma obsessão por encurtar o tempo dos jogos de vôlei nos últimos anos. Primeiro, foram os sets até 21 pontos na Superliga brasileira de 2014. Ano passado circulou uma ideia da Federação Internacional de Voleibol de disputar sets por tempo, não por pontos. Agora, jogos melhor de sete sets até 15 pontos serão testados nos Mundiais sub-23 – masculino em agosto, no Egito, e feminino em setembro, na Eslovênia.

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A justificativa é sempre a mesma: tornar os jogos mais "atrativos" para o "público". Público é uma metáfora muito utilizada pela federação para referir-se à televisão. Jogos muito longos atrapalham a grade de programação. Mas fico na dúvida sobre o que eles consideram atrativo. Não é a duração de um jogo que define sua atratividade, e sim seu nível de competitividade, seus picos de emoção.

Por exemplo, no domingo passado, a final do Mundial de Clubes de Vôlei Feminino durou uma hora e meia. Rapidinho, o VakifBank, da Turquia, fez 3 sets a 0 no Rio de Janeiro. Eu não diria que foi um jogo muito atrativo de se ver. Mesmo que a disputa fosse em melhor de sete, teríamos um provável 4 a 0 tão sem graça quanto. Nossos campeonatos nacionais não são monótonos porque demoram demais, mas porque temos duas ou três equipes muito acima da média, que atropelam os adversários nas fases classificatórias, sem precisar de muito tempo para isso. Ou seja, o problema não está no tamanho dos sets.

Em vez de focar no cronômetro, é preciso pensar no esporte em si. Isso inclui investimento na formação de atletas, clubes e ligas. Quanto mais competitividade, menos monotonia. É preciso estudar alternativas mais criativas, como quando se decidiu não apenas eliminar a vantagem, mas também validar saque que queima na rede, buscada com o pé e dois toques na primeira bola. Nesse sentido, outras sugestões dos treinadores à Federação, entre eles José Roberto Guimarães, seriam bem-vindas: melhorias no sistema de desafio, menos rigor em lances de dois toques e aumento do limite de substituições de seis para oito.

Mudanças nas regras do vôlei devem partir dele mesmo, dos elementos que definem sua prática e podem torná-la menos óbvia. É um erro submetê-las a fatores externos.

O vôlei já foi um esporte pouco valorizado no Brasil, especialmente até os anos 1980: naquela época, o esporte era considerado um “jogo de meninas”, enquanto o futebol era o “jogo de meninos”.

Com o tempo, essa ideia foi sendo apagada, e um marco importante na quebra desse paradigma foi a conquista da medalha de prata pela equipe masculina nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Dali em diante, a história do vôlei mudou no país.

Hoje, esse esporte está entre os preferidos dos brasileiros e é bastante praticado nas ruas e escolas. Mesmo assim, ainda existe muita gente que não sabe bem quais são as regras do vôlei.

Você as conhece? No post de hoje, explicar as regras desse esporte tão popular, além de explorar a fundo a história e curiosidades do vôlei. Confira!

A história do vôlei

O volleyball teve sua origem nos Estados Unidos da América, no ano de 1895. O propósito de seu criador, George Morgan, era criar um esporte de equipes em que os adversários não tivessem nenhum contato físico, a fim de reduzir o risco de lesões. Para isso, Morgan buscou mesclar os elementos do tênis e do basquete, resultando no vôlei.

Poucos depois da criação, foram surgindo as primeiras regras, que datam do ano de 1897, possibilitando que o esporte fosse praticado tanto em locais abertos, como parques e praias, quanto em lugares fechados, como quadras e ginásios. Em 1915, a prática do vôlei foi introduzida no Brasil pela Associação Cristã de Moços de São Paulo, espalhando-se então por todo o território nacional.

Principais regras do vôlei

Nos jogos de vôlei, a disputa acontece entre duas equipes, cada um com 6 atletas em quadra e mais 6 na reserva. Entre os jogadores de quadra, um deles pode ser o líbero, atleta responsável pelo recebimento e defesa da bola. Veja a seguir as principais regras desse esporte:

  • como padrão, um jogo de vôlei tem 5 sets, sem tempo definido em cada um deles ou no total;
  • para terminar um set, uma das equipes tem que alcançar 25 pontos, com 2 pontos de vantagem sobre o adversário. Caso não exista essa vantagem, a partida prossegue até que uma das equipes abra 2 pontos de diferença e vença o set;
  • no entanto, uma exceção no tamanho dos sets ocorre quando os dois times vencem, cada um, dois sets, empatando a partida em 2 x 2. Então, um quinto e último set é disputado, conhecido como tie break.
  • O tie break vai até 15 pontos, vencendo a equipe que atingir essa pontuação primeiro com uma vantagem de 2 pontos. Caso a vantagem não exista, a partida é jogada até que o desempate atinja esses 2 pontos, quando se conhece o vencedor por 3 sets contra 2.
  • a partida sempre começa com um saque e, após o apito do árbitro, o jogador tem até 8 segundos para efetuá-lo;
  • após o saque, cada equipe poderá tocar até três vezes na bola antes de passá-la para o lado adversário, com um ataque ou uma devolução simples, mas é proibido que um jogador dê dois toques seguidos na bola. É importante lembrar que o toque no bloqueio não conta;
  • toda vez que a equipe adversária sacar e sofrer um ponto, o outro time deve fazer um rodízio na posição dos jogadores que estão em quadra, o que dá movimento as peças em quadra e melhora a dinâmica e os embates do jogo;
  • no bloqueio, os jogadores podem tocar na bola além da rede, entretanto, essa ação não pode interferir no golpe de ataque do outro time, ou seja, invadir seu espaço, o que invalidaria a jogada e daria um ponto de graça para o adversário;
  • quando a bola cai fora das linhas demarcatórias ou toca nas antenas e nos cabos, ela é considerada fora. O mesmo acontece quando ela cruza o espaço de fora das antenas;
  • os atletas não podem pisar na quadra adversária ou tocar na rede. Em qualquer dessas hipóteses, o adversário pontua.

As posições no jogo de vôlei

Numa partida, cada time vai dispor seus jogadores em cinco posições básicas, ajustando-os de acordo com suas necessidades, qualidades e também pensando no estilo de jogo da equipe adversária.

No entanto, as funções não variam muito. Confira, abaixo, quais são elas:

Levantador

É o distribuidor das jogadas e responsável por armar os movimentos de ataque de sua equipe. É o cérebro do time, e, por isso, a efetividade ofensiva das jogadas realizadas passa por suas decisões. Assim, o levantador é uma posição-chave, normalmente de liderança dentro do time.

Meio de rede

São os atletas de maior estatura. A principal função dessa posição é fazer o bloqueio de meio, marcando as bolas rápidas e de diagonal do adversário, já que consegue cobrir um grande espaço com seu tamanho e envergadura, dificultando ao máximo os ataques adversários. Além de, claro, ser uma importante e segura arma ofensiva em bolas rápidas, usando novamente seu tamanho e potência nos ataques.

Oposto

É o jogador mais incisivo do ataque de força, o responsável por completar e aliviar o trabalho do levantador. Esse atleta normalmente apresenta velocidade e perícia nos ataques, domina os fundamentos ofensivos nas bolas de ponta, bolas rápidas e bolas de fundo. No geral, o oposto não se preocupa em passar a bola, mas sim pontuar, bloquear e auxiliar na defesa.

Líbero

Um personagem imprescindível do vôlei e uma peça chave em qualquer esquema, o atleta dessa posição é essencial na defesa e no primeiro passe. O mais comum é que entre no lugar do jogador de meio que estiver no fundo da quadra para defender o saque adversário e oferecer uma boa recepção, o que leva a um bom ataque.

Ponta

Ao lado do líbero, é mais um responsável pela qualidade nos passes do time. Os pontas precisam ter uma boa defesa, dominar bem a bola com a manchete, e então subir como uma opção no ataque rápido pelas laterais.

Pontuação do vôlei

No caso das competições oficiais, as vitórias por 3 x 0 ou 3 x 1 garantem 3 pontos ao vitorioso. Já as vitórias por 3 x 2 somam 2 pontos e derrotas por 2 x 3 dão ao time derrotado 1 ponto. No caso do time derrotado por 0 x 3, ele não recebe nenhum ponto. Em situações mais extremas, como o W.O. quando o time simplesmente não aparece para a partida, ele tem 2 pontos subtraídos de sua classificação.

Durante a partida

Já durante as partidas, alguns termos mais curiosos podem passar batidos, mas a seguir está um breve glossário dos mais comuns:

Condução

Quando um jogador carrega excessivamente a bola no seu toque, ou quando ele não deixa as mãos completamente abertas ao apoiar a bola. Isso caracteriza uma condução, o que é proibido no vôlei.

Invasão

O jogador de uma equipe não pode invadir a quadra adversária, seja tocando a rede por cima ou ultrapassando a quadra para o outro lado em busca de uma bola perdida. Invadiu, ponto para o adversário.

Cravar

Uma “cravada” ocorre quando um ataque explode no chão da quadra adversária com muita potência, normalmente quando o atacante sobe bastante para o ataque e consegue realizar um ataque com muita força mirando o chão, sem chances para o adversário defender.

Bola de segunda

Remete ao segundo toque na bola. O mais comum é a equipe realizar uma recepção no primeiro toque e o segundo ser do levantador, que vai preparar a jogada. Só que em vez de armar um ataque, o levantador pode simplesmente atacar — o que pega a defesa adversária de surpresa.

Dois toques

Cada jogador só pode tocar a bola por uma vez em cada lance. Caso toque mais de uma vez acidentalmente (um deslize da bola nas mãos, por exemplo), o lance é caracterizado como dois toques, e a equipe adversária pontua.

Match point

Significa o ponto do jogo, e ocorre quando uma equipe tem a vantagem necessária para vencer, só precisa marcar um último ponto.

Set point

É o mesmo que o match point, mas com uma importância menor. É a possibilidade de ponto final em um set, quando a equipe precisa pontuar naquela jogada para vencer o set.

Arbitragem no vôlei

A equipe de arbitragem numa partida de vôlei é responsável por cumprir com que a partida siga seu curso de acordo com as regras e o regulamento. Essa é sua composição:

1º árbitro

Fica sobre a cadeira de arbitragem, do lado oposto do apontador e em uma das extremidades da rede. É sua responsabilidade marcar faltas do sacador, de posicionamento, no toque de bola, de invasões e demais infrações.

2º árbitro

Permanece do lado de fora da quadra, em pé e próximo ao poste da rede, de frente para o 1º árbitro. Marca faltas de posição, contato faltoso com a rede, contato da bola com um objeto fora do jogo, contato da bola com o solo quando houver dúvida, e quando a bola cruza a rede total ou parcialmente por força do espaço de dentro das antenas.

Apontador

Pode ser encontrado na mesa do apontador, de frente para o 1º árbitro. Registra os pontos marcados, controla a ordem de saque das equipes, efetua as substituições com o uso das campainhas, anuncia o fim dos sets, registra advertências de condutas impróprias, controla o intervalo entre os sets, entre outros.

Juízes de linha

Atuam ao fundo das quadras, próximos as linhas de fundo e lateral do seu lado, na diagonal. São os responsáveis por sinalizar se a bola foi dentro ou fora, se tocou a antena, se o jogador pisou fora da quadra, faltas de saque, entre outras marcações.

Período de intervalo das partidas de vôlei

De acordo com as regras do vôlei, os intervalos entre os sets duram 3 minutos. Esse tempo pode sofrer algum tipo de alteração quando os confrontos forem televisionados, para se encaixar nos pedidos dos transmissores. Nesses casos, a duração dos intervalos precisa ser acordada entre os times ou seleções e a federação responsável pela competição, que no Brasil é a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), e internacionalmente a Federação Internacional de Voleibol (FIVB).

Os movimentos do vôlei

A seguir, estão listados os 5 principais movimentos que ocorrem em uma partida de vôlei. São eles:

  • saque: esse é o primeiro movimento da bola, a qual deve atravessar a quadra e atingir a equipe de adversária. Ultrapassando a rede, a bola está em jogo;
  • recepção: acontece quando a equipe defende o saque e recebe a bola, dando sequência à dinâmica de jogo e preparando o seu ataque;
  • levantamento: ocorre quando a bola é trocada entre os jogadores do mesmo time após a recepção. Nesse movimento, o levantador é o responsável por pensar a melhor jogada e preparar a bola para o atacante do seu time;
  • ataque: depois da recepção e do levantamento, o ataque ocorre. É quando a bola é lançada para o campo da outra equipe;
  • bloqueio: movimento feito pelos jogadores da rede para impedir o ataque adversário.

Agora sim! Você já está mais por dentro desse esporte, e, portanto, preparado para curtir os próximos jogos. O vôlei no Brasil é uma das modalidades mais movimentadas, com competições entre times e as seleções em grande frequência.

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