Diarreia por 2 dias o que pode ser

Você sabe o que causa diarreia? Desde a primeira infância, a diarreia é um dos sintomas mais comuns que enfrentamos em algum momento frágil de saúde. O estado que a caracteriza é o aumento na frequência das idas ao banheiro para defecar e/ou no volume das fezes, ou ainda a diminuição da sua consistência, tornando-a aparentemente aquosa.

Na maioria das vezes, o quadro é passageiro e fácil de ser tratado, sem exigir uma interferência médica. Mas, dependendo dos sintomas que a acompanham, como mal-estar, dores, vômito ou a presença de sangue nas fezes, pode exigir um pouco mais de atenção. Então, como saber se o que causa diarreia é algo grave?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o sintoma pode ser classificado em dois graus: diarreia aguda, em que a duração é inferior a duas semanas, e crônica, associada a doenças mais graves e que perdura por mais de quatro semanas.

O diagnóstico correto do quadro só poderá ser confirmado por um profissional da área. Mas é preciso ficar atento aos sinais e à duração do sintoma para saber quando é a hora de procurar ajuda.

A diferença entre diarreia e disenteria

Diarreia: Neste caso acontece um aumento da frequência ou diminuição da consistência fecal. É considerada diarreia mais de três evacuações no período de 24 horas. A diarreia pode ser dividida em:

Aguda – que dura 14 dias;

Persistente – por mais de 14 dias;

Crônica – que dura mais de 4 semanas.

Disenteria: Para ser considerado uma disenteria, a diarreia está associada a dor, com muco e sangue nas fezes¹.

A diarreia pode trazer algumas complicações e a principal delas é a desidratação. A desidratação apresenta alguns sinais como a ausência de lágrimas, o afundamento da moleira, boca e língua secas, diminuição da quantidade de urina, olhos fundos e muita sede. Ao notar estes sintomas, é importante procurar um médico para iniciar o tratamento.

Diferença entre diarreia e disenteria

Apesar de nas duas situações poder ser observado o aumento no número de evacuações por dia e alteração na consistência das fezes, na disenteria é possível observar a presença de muco e sangue nas fezes, o que não acontece em caso de diarreia.

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O que causa diarreia? 5 causas comuns

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia afirma que um dos principais dilemas é decidir quando submeter o paciente a uma investigação mais específica e iniciar um tratamento. Por isso, o primeiro passo é entender o histórico clínico do quadro, o aspecto das fezes e o contato com possíveis agentes externos ou condições de saúde pré-existentes que podem ser desencadeantes.

Entre as causas mais frequentes da diarreia, podemos citar:

1. Vírus, bactérias ou parasitas

A diarreia infeciosa é classificada como aguda e pode ser causada por bactérias como a Salmonella e a Shighella, toxinas bacterianas como a do estafilococus ou infecções virais, que geralmente provocam também febre, desanimo e falta de apetite.

É muito mais comum em crianças e pode durar até uma semana, se não for devidamente tratada. A Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que a presença constante desse sintoma pode favorecer a desidratação ou a desnutrição do paciente.

Além disso, parasitas intestinais como a amebíase e giardíase, que são transmitidos por meio da ingestão de cistos presentes em alimentos ou água contaminados de fezes humanas, também podem causar infecções e provocar a diarreia, exigindo um tratamento específico.

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2. Alimentação

No caso dos alimentos, existem três situações que podem desencadear a diarreia. A primeira é o consumo excessivo de açúcar – que fermenta bastante no corpo – e gorduras, principalmente presentes nos industrializados, o que pode soltar o intestino dependendo da sensibilidade de cada organismo.

A contaminação ou intoxicação alimentar é outra opção muito frequente, em especial no verão, já que altas temperaturas podem comprometer a conservação de alimentos e favorecer a proliferação dos micro-organismos nocivos à saúde. Os principais vilões são as carnes (principalmente cruas), frutos do mar, ovos, maionese, verduras mal lavadas e leites e derivados fora de refrigeração.

Ainda, as intolerâncias e alergias a alimentos específicos são problemas comuns que afetam milhões de pessoas e provocam reações como a diarreia e gases. Podemos citar a doença celíaca (glúten) e intolerância à lactose como as mais presentes entre a população.

3. Medicamentos

O uso de antibióticos no tratamento de infecções, principalmente de forma excessiva, desnecessária ou inadequada, pode causar diarreia como um dos efeitos colaterais. O mesmo pode ocorrer diante de altas doses de vitamina C e alguns medicamentos para o coração e tratamento do câncer.

Isso porque alguns medicamentos em excesso acabam atuando na destruição indiscriminada das boas e das más bactérias dos intestinos, gerando um desequilíbrio.

Quem sofre de constipação intestinal e procurou ajuda médica para o uso de laxantes também precisa ter cuidado com sua constância e abuso, pois pode levar a um piora do quadro e provocar diarreia e fragilidade na parede do intestino.

4. Doenças inflamatórias do intestino

A Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn explica que essas duas doenças, que causam inflamação no trato digestivo, são muito conhecidas quando falamos sobre o que causa diarreia. Ambas precisam de atenção médica para controle dos sintomas.

A colite ulcerativa é uma inflamação e ulceração da camada mais superficial do cólon, provocando diarreia, sangramento retal e, às vezes, dor abdominal. Já a Doença de Crohn, que possui sintomas semelhantes, pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, se tratando de uma condição crônica, que exige um acompanhamento por toda a vida.

5. Síndrome do Intestino Irritável

Um distúrbio bem mais comum entre a população feminina, que gera episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e prisão de ventre. Sua causa ainda é desconhecida, mas os especialistas acreditam que se relaciona a contrações musculares no intestino, infecções e inflamações do órgão, alterações no sistema nervoso digestivo ou na microbiota intestinal.

Os principais gatilhos que desencadeiam as crises são a má alimentação e qualidade de vida, alterações hormonais (como nas mudanças da menopausa), estresse e ansiedade. O tratamento envolve uma mudança de hábitos, incluindo dieta rica em fibras e medicamentos que ajudam a soltar o intestino e diminuir as dores.

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Dicas para aliviar o quadro de diarreia

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade afirma que se automedicar pode ser prejudicial ao quadro e à saúde geral, pois a diarreia é um jeito de o corpo eliminar as toxinas que o estão adoecendo e os remédios podem interrompê-lo. Por isso, o ideal é esperar que ela pare sozinha, sem intervenção.

Durante os dias de desequilíbrio intestinal, é essencial se hidratar tomando bastante líquidos e se alimentar com comidas leves, dando preferência às carnes magras, frutas, bebidas isotônicas, sucos naturais e chás. Evite alimentos que afetam o intestino e agravam os sintomas, como café, refrigerantes, doces, comidas gordurosas e/ou picantes, leite e derivados.

Quando procurar ajuda médica?

Para os casos em que a diarreia é o único sintoma, a recomendação é procurar por um profissional da saúde de confiança se ela não desaparecer naturalmente após sete dias. Crianças e idosos se desidratam mais rapidamente, então vale reduzir esse tempo para 2 dias, principalmente quando há muitos episódios de diarreia sequenciais e o paciente está bebendo pouco líquido.

No entanto, se os episódios de diarreia forem alternados com crises de prisão de ventre ou o aspecto das fezes parecer diferente, com a presença de sangue ou traços evidentes de gordura (má absorção), a conduta muda e é preferível realizar uma avaliação profissional.

O mesmo é indicado se as idas ao banheiro forem muito repetitivas e o paciente começar a apresentar sinais de desidratação, como apatia, boca seca e choro sem lágrimas, antes do período de sete dias.

Já quando o quadro vem acompanhado de outros sintomas desde o início, como febre, palpitações, boca seca, cólicas, vômitos, sudorese, mal-estar geral, muco ou pus nas fezes, ou se apresentar de forma crônica é importante a consulta com um especialista imediatamente.

São grandes as chances de que a diarreia esteja relacionada a outras doenças graves, como úlcera gastrointestinal, doenças inflamatórias do intestino, cânceres intestinais, alterações da imunidade como AIDS ou patologias que acarretam a má absorção dos nutrientes.

Exames podem ser necessários

Para o diagnóstico correto para saber o que causa diarreia, além do exame físico abdominal, o médico pode solicitar exames laboratoriais complementares, como os de sangue. O hemograma avalia a presença de anemia e alterações na fórmula leucocitária e o ionograma, avalia a ureia e a creatinina, mostrando a perda de fluidos e eletrólitos e como está a função renal.

Além disso, um exame das fezes auxilia na detecção de parasitas e na escolha do tratamento para os casos de doença intestinais, enquanto os exames endoscópicos são utilizados apenas na suspeita de colite pseudomembranosa, colite isquémica, e doenças inflamatórias intestinais.

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