Exercícios sobre o fim da monarquia no Brasil 8 ano

(UFPA) "A enorme visibilidade do poder era sem dúvida em parte devida à própria monarquia com suas pompas, seus rituais, com o carisma da figura real. Mas era também fruto da centralização política do Estado. Havia quase unanimidade de opinião sobre o poder do Estado como sendo excessivo e opressor ou, pelo menos, inibidor da iniciativa pessoal, da liberdade individual. Mas (...) este poder era em boa parte ilusório. A burocracia do Estado era macrocefálica: tinha cabeça grande mas braços muito curtos. Agigantava-se na corte mas não alcançava as municipalidades e mal atingia as províncias. (...) Daí a observação de que, apesar de suas limitações no que se referia à formulação e implementação de políticas, o governo passava a imagem do todo-poderoso, era visto como o responsável por todo o bem e todo o mal do Império." Carvalho, J. Murilo de. TEATRO DE SOMBRAS. Rio de Janeiro, IUPERJ/ Vértice, 1988. O fragmento acima se refere ao II Império brasileiro, controlado por D. Pedro II e ocorrido entre 1840 e 1889. Do ponto de vista político, o II Império pode ser representado como:

a) palco de enfrentamento entre liberais e conservadores que, partindo de princípios políticos e ideológicos opostos, questionaram, com igual violência, essa aparente centralização indicada na citação acima e se uniram no Golpe da Maioridade.

b) jogo de aparências, em que a atuação política do Imperador conheceu as mudanças e os momentos de indefinição acima referidos - refletindo as próprias oscilações e incertezas dos setores sociais hegemônicos -, como bem exemplificado na questão da Abolição.

c) cenário de várias revoltas de caráter regionalista - entre elas a Farroupilha e a Cabanagem - devido à incapacidade do governo imperial de controlar, conforme mencionado na citação, as províncias e regiões mais distantes da capital.

d) universo de plena difusão das ideias liberais, o que implicou uma aceitação por parte do Imperador da diminuição de seus poderes, conformando a situação apontada na citação e oferecendo condições para a proclamação da República.

e) teatro para a plena manifestação do poder moderador que, desde a Constituição de 1824, permitia amplas possibilidades de intervenção políticas para o Imperador - daí a ideia de centralização da citação - e que foi usado, no Segundo Reinado, para encerrar os conflitos entre liberais e socialistas.

Lista de questões de vestibulares de história sobre o Império do Brasil e o período monárquico brasileiro.
Ler artigo Império do Brasil.

01. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (Enem/2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo (1883). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fm da escravidão no Brasil, no qual:a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais..c) optava pela via legalista de libertação.d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.

e) antecipava a libertação paternalista dos cativos.

02. (UFU) Considere o fragmento a seguir:

“O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade  brasileira. A empresa de anular essas tendências é superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser.”
Joaquim Nabuco. “O Abolicionismo”. 1883.

Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880, sugere que o fm da escravidão é necessário não apenas pela “barbaridade” que representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a necessidade de eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências da escravidão na sociedade brasileira. A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência.

03. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (UFRN) Durante o século XIX, no Brasil, desenvolveu-se uma campanha em favor da abolição da escravidão negra. A culminância dessa campanha deu-se com a Lei Áurea, em 1888. Ao ser extinta a escravidão, os libertos:

a) permaneceram nas mesmas condições de vida, dada a inexistência de uma política governamental que os integrasse à sociedade.

b) iniciaram negócios próprios, inserindo-se no mercado capitalista, graças a subsídios do governo.

c) ocuparam postos no mercado de trabalho capitalista, em razão da política governamental de educação formal.

d) foram alvo de atitudes segregacionistas da sociedade branca, dificultando-lhes a ascensão social em razão das disposições previstas nas leis abolicionistas.

04. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (UERJ)

Um segmento social que participou ativamente da derrubada da monarquia brasileira e uma das consequências políticas desse movimento estão indicados em:a) burguesia cafeeira paulista – implantação do federalismo.b) aristocracia rural fluminense – imposição do bipartidarismo.c) camadas populares urbanas – instituição do presidencialismo.

d) profssionais liberais urbanos – estabelecimento do parlamentarismo.

05. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (UFF) “A centralização, tal qual existe, representa o despotismo, dá força ao poder pessoal que avassala, estraga e corrompe os caracteres, perverte e anarquiza os espíritos, comprime a liberdade, constrange o cidadão, subordina o direito de todos ao arbítrio de um só poder, nulifica de fato a soberania nacional, mata o estímulo do progresso local, suga a riqueza peculiar das províncias, constituindo-as satélites obrigados do grande atraso da Corte – centro absorvente e compressor que tudo corrompe e tudo concentra em si – na ordem moral e política, como na ordem econômica e administrativa.”
Manifesto Republicano. A República. Rio de Janeiro, 3-12-1870.

Com base no trecho extraído do Manifesto Republicano, analise a correlação de forças políticas que deu origem ao Partido Republicano no Brasil em 1870.

06. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (PUCCamp-SP/2010) É correto afirmar que, na segunda metade do século XIX, no Brasil, o positivismo:

a) foi uma ideologia assumida pela oligarquia paulista em defesa de um governo centralizado e desenvolvimentista, empenhado em industrializar o país.

b) orientou o nascente movimento operário nas principais capitais brasileiras, ao ter vários de seus princípios fundidos ao marxismo e ao darwinismo social.

c) embasou as ações políticas da Maçonaria, como a proliferação de Irmandades Leigas voltadas ao assistencialismo, e à defesa da ordem e do progresso.

d) sustentou ideologicamente a política de conciliação executada pela “Liga Progressista” durante o final do Segundo Reinado.

e) influenciou o pensamento republicano e foi particularmente presente na formação dos militares que conformaram o Exército Brasileiro.

07. (Fuvest) “Firmemos, sim, o alvo de nossas aspirações republicanas, mas voltêmo-nos para o passado sem ódios, sem as paixões efêmeras do presente, e evocando a imagem sagrada da Pátria, agradeçamos às gerações que nos precederam a feitura desta mesma Pátria e prometamos servi-la com a mesma dedicação, embora com as ideias e as crenças de nosso tempo.”
Teixeira Mendes, 1881

De acordo com o texto, o autor:a) defende as ideias republicanas e louva a grandeza da nação.b) propõe o advento da república e condena o patriotismo.c) entende que as paixões de momento são essenciais e positivas na vida política.d) acredita que o sistema político brasileiro está marcado por retrocessos.

e) mostra que cada nova geração deve esquecer o passado da nação.

08. Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira: (Unesp/2014) A proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como chegaram a insinuar os monarquistas: não é tampouco o fruto inesperado de uma parada militar. Os militares não foram  menos instrumentos dos civis, nem foi um ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções republicanas e já vinham conspirando há algum tempo […]. Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos de que resolveriam os problemas brasileiros liquidando a Monarquia e instalando a República. (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república. 1987.)

O texto identifica a proclamação da República como resultado:a) da unidade dos militares, que agiram de forma coerente e constante na luta contra o poder civil que prevalecia durante o Império.b) da fragilidade do comando exercido pelo Imperador frente às rebeliões republicanas que agitaram o país nas últimas décadas do Império.c) de um projeto militar de assumir o comando do Estado brasileiro e implantar uma ditadura armada, afastando os civis da vida política.d) da disseminação de ideais republicanos e salvacionistas nos meios militares, que articularam a ação de derrubada da Monarquia.

e) de uma conspiração de civis, que recorreram aos militares para derrubar a Monarquia e assumir o controle do Estado brasileiro.

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Gabarito com as respostas das atividades sobre a Crise na Monarquia e o Surgimento da República Brasileira:

01. c;

02. Sociedade: A marginalização dos negros à condições de cativos, sob a perpectiva eurocêntrica de inferioridade dos povos africanos criou condições instituição de condutas racistas que ainda persistem na sociedade brasileira.

Política: As leis que iniciaram o processo abolicionista (Lei Eusébio de Queiróz – 1850, Lei do Ventre Livre – 1871 e a Lei do sexagenários – 1885), ao abolirem parcialmente a escravidão, evidenciam a timidez em relação ao tema, devido a forte dependência ao trabalho escravo no Brasil e ao caráter reacionário dos legisladores, por serem em maioria, representantes da aristocracia fundiária e escravocrata. Economia: A predominância da agroexportação apoiada no trabalho escravo, favorecia a prática do tráfico negreiro e também constituía um obstáculo à expansão de mercados consumidores no Brasil para indústria emergente na Inglaterra no século XVIII, decorrendo daí, no início do século XIX, as pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro.

03. a;

04. a;

05. O candidato deverá remeter à tensão existente entre o projeto da centralização Imperial, subordinado aos interesses do grupo Saquarema – respaldado, sobretudo, pelos barões do café da província fluminense e os interesses dos cafeicultores paulistas do novo Oeste, cuja riqueza e crescimento econômico viam-se ameaçados pela centralização exercida pela Corte, sobretudo a centralização na arrecadação tributária pelo Rio de Janeiro. A expansão cafeeira, além disso, dera origem ao crescimento das cidades e da indústria, gerando novos grupos sociais com interesses diversos dos tradicionais, dentre eles o empresariado industrial, setores médios urbanos mais dinâmicos. Os republicanos criticavam, ainda, o sistema eleitoral imperial, por sua excludência, posto que pautado pelo critério censitário. Responsabilizavam, ainda, a Coroa e o regime monárquico – sobretudo em função da existência do Poder Moderador do imperador – pelas vicissitudes e vícios do regime imperial, considerado pelos republicanos como uma “anomalia” na América onde somente existiam republicas e criticavam o desequilíbrio existente entre o poder político e o poder econômico que se observava nos fins do Império. Isto porque a prosperidade do Vale do Paraíba na primeira metade do século XIX dera origem à aristocracia do café que, juntamente com os senhores de engenho representavam a parcela dominante da sociedade, controlando a vida econômica, social e política da Nação, controle este que, com o passar do tempo e a expansão cafeeira nas terras novas de São Paulo, tornou-se decadente e politicamente insustentável, uma vez que a representação política das províncias economicamente menos dinâmicas ainda fosse maior. Vale ainda apontar que o cerne da plataforma do Partido Republicano era a descentralização política, a defesa do regime federativo, com maior autonomia às províncias, inclusive na gestão de seus próprios recursos tributários, proporcionalmente ao desempenho da agroexportação de cada região.

06. e;

07. a;

08. d;

Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL

Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína

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