O que originou a carta enviada por quaresma ao presidente

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, narra a trajetória de Policarpo Quaresma, um patriota ímpar, que causa estranheza nas pessoas pelos seus ideais e coragem. O livro é dividido em três partes. A primeira começa descrevendo a rotina do Major Policarpo Quaresma. Major que não era major realmente; era um apelido.

Policarpo era um homem respeitado pela vizinhança, mas ao mesmo tempo o estranhavam, por causa de seu amor pelos livros e pelo patriotismo exaltado. Começou a aprender violão, o que causou mais espanto em seus vizinhos. Seu professor de música se chamava Ricardo Coração dos Outros; seu amigo que irá lhe acompanhar até o fim. Além de aprender violão, também se dedicava aos estudos do tupi-guarani. Nem seus vizinhos, nem seus colegas de trabalho o compreendiam. Policarpo buscava coisas verdadeiramente brasileiras, desde comida, até a vestimenta. O auge de seu amor pela pátria foi quando fez um ofício para o ministro, escrito em tupi, defendendo que a língua oficial deveria ser então essa. Como consequência, foi internado por seis meses em um hospício, recebendo a visita apenas de Olga com seu pai.

Na segunda parte do livro, seguindo o conselho de sua afilhada Olga, Policarpo compra um sítio e se muda para lá com sua irmã. Chama o sítio de “O Sossego”. Retirado da cidade, surge uma nova paixão em Policarpo: a de estudar botânica e aproveitar ao máximo a terra brasileira, que segundo ele, era a melhor. Até que um dia o Tenente Antonino Dutra, escrivão, foi até a casa de Policarpo lhe pedir ajuda para a festa da Conceição. O major, contrário à política e das suas trocas de favores, nega ajuda. A partir de então os políticos da área começam a fazer de tudo para prejudicar o sítio; começam a cobrar taxas e impostos que não eram cobrados anteriormente, pedem para que seja capinado todo ao redor do sítio. Além disso, os lucros eram pequenos. Todos esses contratempos começaram a desanimar a Policarpo, que pensou que uma reforma agrária poderia até ser uma solução, mas que ainda era pequena diante de seus desejos de progresso para o Brasil. Policarpo queria uma mudança no governo.

Na terceira parte, Policarpo volta para a cidade assim que sabe que está ocorrendo uma revolta. O major faz um memorial acerca de suas experiências com a agricultura e entrega ao Marechal Floriano. Sem dar muita importância, Floriano convida Policarpo para ingressar na revolta. Policarpo aceita e é listado como Major. Com a revolta, o cotidiano do Rio muda e a guerra acaba fazendo parte do cotidiano dos brasileiros. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota rebelde, é convocado para fazer parte como voluntário recalcitrante. Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major, que não pode fazer nada. Triste por estar afastado de seu violão, Ricardo continua a servir. No decorrer da guerra, Policarpo dá ordens, vai para troca de tiros e mata um homem. Muito arrependido e não acreditando ter feito isso, escreve a sua irmã num sentimento de perdão e culpa. Acabou se ferindo, levemente, mas precisava de cuidados e precisou se afastar por um tempo. A revolta tem seu fim e Policarpo é levado para uma prisão, sem um motivo que justifique. Quaresma se questiona por que sendo ele tão patriota e tão apaixonado pelo país, teria aquele fim. Sabendo da notícia da prisão, Ricardo tenta salvar o major a todo custo; procura o tenente Albernaz, o coronel Bustamante, que, mesmo sendo amigos de Policarpo, para não ficarem mal vistos, não fazem nada. Até que tem a ideia de procurar Olga, que mesmo contra a vontade de seu marido, vai até a prisão tentar liberar seu padrinho. Ao chegar lá e ouvir que seu padrinho é um traidor e bandido, Olga reflete que é melhor deixa-lo morrer com seu orgulho, como um herói.

Sobre o autorAfonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881 no Rio de Janeiro. Órfão de mãe, tem uma brilhante trajetória na escola. Quando adulto, é jornalista, trabalha no Ministério da Guerra e escritor. É internado num hospício. Falece no Rio de Janeiro em 1922. Além de cinco romances publicados, publicou sátiras, contos, artigos e crônicas.

Importância do livro


O Triste Fim de Policarpo Quaresma, inicialmente, foi publicado no ano 1911 através de folhetins no Jornal do Comércio. Só após cinco anos é que foi publicado em forma de livro, custeado pelo próprio autor. Assim que publicado, foi aclamado pela crítica, diferentemente de sua primeira obra, Recordações do escrivão Isaías.

Período históricoAs histórias de Policarpo se passam durante os primeiros anos da República; precisamente durante o governo de Floriano Peixoto (1891 – 1894). Porém, a obra foi escrita e publicada por Lima Barreto em 1911, vinte anos após esse contexto. Os fatos histórico-sociais são bastante discutidos por Lima durante o enredo, já que o personagem principal é um engajado e revolucionário.

Análise

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance narrado em terceira pessoa, possui um narrador que não julga os fatos, deixando assim livre o leitor para assumir sua posição; ou de defesa ou de contrariedade. O narrador passa por papel de leitor de sua própria história, narrando e esperando os acontecimentos. Em discussões entre os personagens, o narrador não se posiciona, nem mesmo julga as suas atitudes. Assim, ao mesmo tempo que sentimos pena da ingenuidade de Policarpo Quaresma, sentimos graça ao vermos tantos projetos e preocupações incomuns. É a mesma visão que seus vizinhos possuem. Eles diziam que Policarpo não vivia a realidade e que era em vão e estranho um homem que não cursou a faculdade ler tantos livros. Policarpo não era compreendido e não se fazia compreender, pois não buscava isso. Seu principal objetivo era repassar a cultura brasileira e exaltar o que de melhor havia no Brasil. O texto faz uma intertextualidade com Dom Quixote; o autor faz essa comparação tendo em vista que ambos não viviam a realidade, viviam seus sonhos e objetivos, embora parecesse estranho para os outros.As três partes em que são separadas o livro representam os três grandes sonhos do personagem. Na primeira Policarpo começa a apreender violão. Ele busca nas modinhas brasileiras o resgate da cultura. Na segunda, ele se muda para o sítio, buscando assim retirar das terras brasileiras seu sustento e acreditando que com tanta terra fértil, o melhor a ser feito era ser aproveitado. Já na terceira e última parte, o Major busca através de sua participação na revolta transformar o país. Acontece que desde o título do livro já está anunciado que o desfecho não será feliz. O brasileiro Policarpo, que tanto acreditava em mudanças e melhoras, que tanto valorizava o que de mais brasileiro havia, acaba sendo acusado de traidor, e morre na prisão. Ele, antes de sua morte, chega a conclusão que toda a sua vida, sua luta e todos seus sonhos foram em vão. A pátria brasileira, pela qual ele tanto sonhou e lutou, não existia.

Personagens

Policarpo Quaresma: Conhecido por Major, era subsecretário no Arsenal de Guerra. Era um patriota apaixonado pelo Brasil. Pequeno e magro, era visto com muita curiosidade por todos, já que era um estudioso, mas não era valorizado por não se envolver com política. Vestindo sempre seu fraque preto, era muito respeitado por todos, até que é tido como louco ao propor que a língua nacional fosse o tupi. Participa como major na guerra, e acaba morto numa prisão.Ricardo Coração dos Outros: Tocava violão e cantava modinhas. É um artista admirado pela sociedade e torna-se amigo de Quaresma, pelo amor pelo violão e pelo comum patriotismo. Olga: afilhada de Policarpo, está sempre fazendo visitas ao seu padrinho. Era muito parecida com Policarpo em sentimentos revoltosos. Casou-se sem estar apaixonada, apenas para obedecer a uma ordem social.Ismênia: Vizinha do Quaresma, estava noiva há cinco anos, até que quando o casamento é marcado, seu noivo some. A jovem menina fica tão triste, que acaba adoecendo, psicologicamente e fisicamente. Morre e é enterrada com um vestido de noiva, como era seu desejo.General Albernaz: Pai de Ismênia e vizinho de Quaresma.Adelaide: irmã mais velha de Policarpo. Solteira, vivia com Policarpo e foi com ele para o sítio.Coleoni: Pai de Olga.Anastácio: Empregado negro de Policarpo Quaresma. Companheiro na solidão com seu patrão, foi com ele para o sítio. Era seu servo fiel.

Bustamante: Tenente-Coronel e amigo do General Albernaz. Participou da revolta.


Page 2

LIBRO I11. Cap. VI, PÁG. 84.

«RELAÇAO QUE O BISPO DO JAPPAÔ MANDA A SUA MAG.DE DA MORTE DE SEIS RELIGIOSOS DES

CALÇOS DA ORDE DE SAÔ FR.CO Y TRES DA COMP.A DE JESV CÔ OUTROS DESASETE JAPPÔES XPAÔS QUE TAYcoSAMA SENHOR DO JAPPAÔ MANDOU CRUCIFICAR Ê NANGASAQUI.

»Em Junho de mil e quinhentos e nouenta e tres uieraô das Philippinas a Nangasaqui, porto do Jappaô, quatro frades descalços da Prouincia de Saô Gregorio cuios nomes eraô, Frey Pedro Baptista comissario, e Frey Jeronimo sacerdotes de missa, Frey G.lo Gurai, e Frey Fr.co de Sao Miguel ambos leigos. Estes foraô enuiados pollo guouernador Guomes Perez das marinhas, com huâ embaxada e presente a Taicosama Sñor do Jappaô cô intêto de o penhorar pera o comercio entre Manilla e Jappaô e de o deuirtir da guerra que ameaçaua as Ilhas Filippinas. Esta embaxada aceitarao os frades de boa uontade porque deseiauað entrar no Jappaô e fazer assento nelle, e assi a deraô a Taycosama ê Gosa 24 leguoas de Nangasaqui: elle lhes respondeo que Deos do ceo o mandaua conquistar as terras uizinhas ao Jappa) e queria que das Philippinas le uiessê dar obediencia peito por terra. Ao que Frey G.lo interprete dos mais frades disse que obediencia nao podiaô dar porque tinhaô outro Rey, mas que folgariaô de ter amizade cô elle. Passadas estas e outras praticas, Taicosama lhes disse que se tornassê as Philippinas, porque nao queria a Ley dos Xpãos e sua terra, e que por essa causa tinha desterrado os P.es de Nabaa, que sað os da Comp. de JESV; e naô por ser ê maos. Os frades le disseraô que pois sua Alteza assi o queria, ao menos lhes desse licença pera uer os passos e grandezas do seu Reyno, de que tinhaò ouuido dizer maravilhas: elle como uảo que he e amigo de hörra lhes deu esta licença liberalmente e bastimento de arroz pera o tempo que estiuessê ê Meaco aonde se partiraô loguo; e chegando la assi elles, como Taycosama pouco depois, lhe pedirao chaò pera fazerê cazas aonde estivesse recolhidos: concedeolho elle, mas cô tal côdi çao que as cazas fossê baxas e de palha, e que nao pregassê a Ley dos xpãos; prometeraôlho assi os frades dandolhe disso, segundo dizem, hû papel assinado per elles; mas como su intento era outro, começaraộ logo a pregar e baptizar, e edesicaraô huâ Igreija cô tres altares e seu coro, e hû mosteiro tam fundado cô seus corredores, cellas e officinas, conio qualquer dos que tem ê Espanha, o qual eu uy de preposito quando fuy ao Meaco; é porque naô lhes faltasse nada, puseraộ publicamente na Igreija o Sanctissimo sacramento: e posto que fora ô muitas uczes auizados por los P.es da Comp.' que Olhassê o que faziaô porque se punhaò e grande perigo de algû trabalho grande que abrangesse a toda a Christandade, elles fundados mais e deuaçao que ê prudencia, taô necessaria pera estas couzas, especialmente estando entre gentios, faziaô pouquo caso destes auisos e cegos de seu seruor entendiaộ que se os P.es da Comp.a andauaò escondidos e naô.celebrauað ê Igreijas publicas senaô nas cazas dos xpãos mais nacia de couardia e fraqueza de animo que de outra couza; mas depois cô naô pequeno detrimento seu e de toda esta Christandade experimêtaraó o contrario e conheceraô a uerdade. Procedendo pois desta maneira tam publicamente contra a ordem e mandado de Taycosama foy auisado disso o Guouernador do Meaco e os amoestou que se retirassê, mas uendo que hiaô continuando ê seu modo de proceder, temeu que Taycosama o soubesse e o castigasse a elle crendo que era consentidor do que elles faziaô e assi os tornou auizar e ueudo que nao basta ua tudo isto ueio a desgostar assi delles como de dous Jappôes honrrados que os tinha trazido das Philippinas e algumas vezes os quis acuzar diante de Taycosama; mas os P.es da Comp." temendo que se o fizesse se tornaria Taycosama contra elles e contra todos os xpãos, de que resultaria grande daño, procurauaò por todas as uias aquietallo e tiralo daquelle proposito. Todauia posto que deixaua de fazer queixume a Tayco, sempre mostra ua mao rosto assi aos frades como aos Japôes que os trouxerao das Philippinas polo interese que nisso interueio, e como as couzas uiolentas naô podem durar muito tempo, e a nosso enemigo o diabo pezasse de uer crecer tanto a Christandade 110 Jappað semeou a zizania de seus ardis taô manhosamente, que, se Deos naô acodira cô sua misericordia, é pouco tempo se aruinara a Igreija deste Reyno cô perda do muito fruyto que ê tantos annos se tem feito nelle, o qual foy assi, que tendo Taycosama auiso como hua nao de Espanhoes uiera das Philippinas ao Porto de Tosa, e querendo auer pera si o ouro e fazêda que trazia, por lhe dizerê que uinha muy rica tomou por achaque pera isto de uirem a seus portos contra sua phibiçao, mostrandose indignado por esta causa contra os Espanhoes; achouse presente a isto hû medico seu capital enemigo da Ley de Deos, e parecendolhe que tinha boa opportunidade pera a desterrar do Japaô, disse a Taycosama que, sem embargo do que elle tinha mandado, os frades espanhoes nað deixauaồ de pregar e publicar liuremente a sua Ley: Taycosama ou por naô no entender bem, ou por dessimular, respondeo brandamente que elle poria remedio a isso. Socedeo logo que hî Sñor. grande por nome Zamanazoa, a quê Tayco tinha cometido o negocio da nao, lhe disse para o consirmar mais no que tinha mandado, que os espanhoes erað honiens belicozos e traziaô na sua nao muitas armas e pertrechos de guerra contra o Jappaô, e que vinhaô cô elles frades para fazerê xpãos e se aiậtarê cô os mais que estaua ô feitos, e se aleuâtarê cô todo o Reyno como tinhao feito nas Philippinas e e outras partes. Sintio isto Taycosania e dizendolhe que tinha rezaô começou a tratar dos frades de S. Fr.co que esta uaô no Meaco, cô a qual occasiaô uedo a hû mancebo filho de hû da quelles Jappôes principaes que tinhaô trazido das Philippinas ao Jappaô estes religiosos, le disse cô ira; nað sey pera que teu pay me trouxe ca estes frades, que me nao saô de nenhû proueito, antes entendo que deuê ser espias, e que os mandaraô diante a fazer xpãos pera uirê depois cô guerra e se fazerê Sñors, de Jappaô cô outras pallauras cheas de indignaçaô. O mancebo por desculpar a seu Pay disse a Taycosama: uerdade he, Sñor, que meu Pay trouxe a estes homens, mas ia esta quebrado cô elles, porque nao querê senaô pregar a Ley dos xpâos contra nosso mandado, e ja os tem auisado disto muitas uezes; nias elles naô querem senaô ir por diante e fazer Christaôs no Meaco. Indignouse Taycosama cô isto e disse ao mancebo; uayte loguo ao Meaco e poeme ê rol todos esses xpãos, porque quero saber quais saô: fello elle assi cô muita diligencia; e nao se contentando cô assentar os xpãos que os frades tinhaô feyto, assentou tambem todos os que tinhaô feito os P.es da Companhia, e procurou que o Ayaqui, que he a iustiça da terra e criado de Guouernador do Meaco, fisesse por guardar nas cazas dos frades e dos P.es da Comp.o, e nas de alguns xpãos pera que naô fugissem os que elle tinha assentados no rol que auia de leuar a Taycosama. Esta mesma diligencia fes tambê ê Ozaca, aonde entaô estaua Taycosama, procurando que o Guouernador da terra pusesse guardas na caza dos P. es da Comp." donde leuou prezos a tres Irmaos, e na caza dos Frades, donde leuou dous cô outros xpãos. Soube isto Zibonucho, e lendo que no rol yaô muitos xpåos antiquissimos, nao quis que se desse a Taycosama, entendendo que, se o uisse, se indignaria sobre maneira e madaria matar grande numero de xpãos: e para uer como estaua nisto, se foy a elle e lhe preguntou que era o que mandaua fazer aos xpâos. Taycosama lhe respondeo, que os auia de mandar matar a todos, cô outras pallauras cheas de indignaçao. Tornoulhe a preguntar que mandaua que se fizesse dos P.es e xpãos de Teusco, que he hû P.e da Comp. que serue a Taycosama de linguoa, e tinha muita entrada e ualia cô elle: respondeu Taycosama que se naô er.tendia o que elle mandaua senaô nos das Philippinas; que quâto aos P.es de Nangasaqui, que saô os da Comp.“, naò queria que se bulisse cô elles e cô a sua Igreija, pois tinhaô licença sua pera estar aly, porque cô estes se achaua bem e cô o Rey de Nubao, que assi chama ao Visorei da India, que o tinha mandado uisitar por mi, como he uerdade que mådou com hứ bô presente por lhe representare os P.es da Comp.' que conuinha assi pera bem daquella Christandade. E assi se uio depois que fora prouidencia de Deus leuarlhe en este presente naquella coniûçaô, que foy 15 dias antes deste sucesso que uou contando, porque cô isto ficou bem affecto, e se o naô tiuera recebido, he muy pưauel que nos leuara a todos cô os Frades, o qual redundara ê grandissimo daño de toda esta xpandade. Uendo pois Zibonucho que o mandado de Taycosama naô comprendia os P.es da Comp.“, mandou que lhetira'ssê os guardas, e assi se fez loguo, estando elles ia aparelhados pera receber o sancto martyrio cò tanto côtentamento que, pera o mostrar, se uestiraò todos das sobrepelizes que usauaô os dias das festas na celebraçaô dos officios diuinos, e da mesma maneira se aparelharað tambem tres Irmaôs Japôes da mesma Comp." que estauaô no Meaco, fazendo nisto grandes demostrações do muito que o Sñor tinha obrado e suas almas, e dos firmes alice[r]ces que tinhaô lançado è nossa sancta fee, como na carta annua que os P.es escriuê se vera largamente; e posto que Zibonucho os quizera tirar do rol que estaua feito pera Taycosama, nað se atreueo, porque, sendo achados na caza da Comp.“, o Guouernador de Ozaca os mandou prezos ao Meaco cô ordem que assi lhos entregassê a elle; e assi, alem dos frades e de outros quinze xpãos Jappôes, assentou tambem no rol que deu a Taycosama estes tres Irmaos da Comp.", tambê Jappôes, o qual fez cô temor que, se os tilasse do rol e Taycosama o soubesse, le ueria por isso algum mal, e Tayco o teria por sospeito nas couzas dos Padres da Comp. por lhe ter fallado muitas uezes é fauor delles.


Page 3

Joao pobre diuirtio disso o general, dandolhe por rezaổ que a qualquier porto de Japaò que a nao fosse, como todo o Japaô era sogeito a Cambaco, e Cambaco era por dos frades de Saô Francisco que esta uaô no meaco, e lhe tinha dado casa e mantimentos, e fazia quanto elles queriaô, faria muito fauor a nao: mas bem mostrou no que lhe fez, se era seu Paj ou inimigo. A 4. causa de terem tað ruim successo foi naô recorrerem os frades nem espanholes a Genefoim, outro dos quatro gouernadores da Tença, pollo qual custumaô de correr os negocios de Manilha diante de Cambaco, senaô recorrerem a Gemonoxo, o qual lhe foi tredor e naô amigo, a causa de todo seu mal; e disto se queixaua o mesmo Genefoim, chamando aos frades bochefonas, por lhe naô darem conta daquelle negoçio, e lhe naô leuarem a chapa, que Cambaco tinha passado, do comerçio pera os Luçôes, pera elle a mostrar a Cambaco antes que mandasse Gemonoxo, a tomar o fato. Certisico mais, que he grandissima falçidade dizer, que os portuguezes foraô causa da tomada da nao, e que disseraò no Meaco que el Rej de Espagna naô era Rej dos portuguezes, e que os espanhoes uinhaô a conquistar a terra, e outras mintiras que Gemonoxo disse aos espanhoes em Urando, que os Portuguezes diseraô, porque quando a nao ueo a Urando, ia Antonio Gracez, e seus companheiros estauaô em Nangasaqui, e naò estauaô entaô no Meaco; e quando eu cheguei ao Meaco com os Portuguezes, que foraô conmiguo, ia Gemonoxo era ido a Urando a tomar o fato, e assi nem huma daquellas palauras podia naquelhe tempo da chegada da nao sair de Portuguezes, porque nem hum estava entaô no Meaco, antes pezou tanto aos portuguezes com a tomada da nao, que oie em dia a chorao na baixa que tiuerao suas fazendas que leuaraồ de Macao, porque oie em dia tem muitas por uender: e quanto aos Padres da Companhia serem causa, nem occasiaô da tomada da dita nao, nao me espantarei tanto de quem o disser, pois as lingoas andaô tao soltas, quanto de homem de entendimento, que o creer; e naò dou disto outra proua se nað o sentimento que ui no Meaco aos Padres que la residem, nem os espanhoes lhe darem conta de como lhe tomauað o fato, porque todas suas forças ouu em lho tornar a cobrar, ou gram parte delle, como po uezes ouui ao Padre Organtino Superior das partes do Meaco, o qual dizia: dizem os castelhanos que trazem naquella nao quinhentos mil taes; percaô o dor a quinze mil e dem nos aos priuados do Cambaco, e cobrarao sua nao: e mandando eu chamar os frades e a Xpouão de mercado dentro no Meaco, pera lhes dizer que Cambaco o diadantes, que eu visitei, diçerá ao Padre Joao Rodriguez, sua linguoa e muito priuado seu; pidime uosoutros esta nao, que eu a mandarei concertar de tudo, e a darei aos espanhoes, e o necessario pera a caminho em abastança; e que conforme a isto uissem, se queriaô que eu pedisse a nao, e se queriaò aiudar de mim naquelle negocio, porque estaua prestes, pera todas as cousas de seruiço de sua Magestade, assi tocantes a honrra como a fazenda: e uissem se queriam que fossemos por uia de misericordia, pedindolle primeiro a cangaria, e depois peças molhadas, e ir pouco a pouco, leuando antes presente que nada; me disseraô que o Padre Comissario tinha posto o negocio em bons terminos, e que nað era necessario. O mesmo ofericimento lle fizeraò ali os Padres do Miaco, e nem hum seu adiutorio quiseraô; e chamandohos a 2.da uez pera lhe fazer a mesma licença, a mesma reposta nos deraô; o porque ou naô, Deos, e elles o sabem; pois quanto os -Padres de Nangasaqui sintiraô a tomada da nao, e quanto deseiaraò de lhe acodir, ben se uee; que estando taô longe de Urando, o Padre Viceprouincial mandou la loguo, em sabendo que a nao ahi estaua, hun homem portugues con efresco e dinheiro pera os prouer, e com bem risco de sua pessoa; a este mançebo em Urando, e em Ozaca os proueo de galinhas e mais necessario que eu ouui aos proprios espanhoes em Nangasaqui, que aquelle mancebo pera elles fora hum Anjo: e o Padre Organtino do Meaco mandou 30 taees aos frades; e ca em baixo, em Nangasaqui, os Padres e portuguezes os agazalharaô, e prouerao de matalotagens, e nauios pera se irem; e eu por minha maò lhe tirei de esmola 300 taees, que saô seis centos patacões.

» Certesico mais, que a causa e occasiaô da morte dos frades, alem do que esta dito, elles mesmos a deraô pello modo, com que procederaô na conuersaô, he esta he a verdade; porque como se mostrarao desprezadores das prohibições de Cambaco contra a promulgaçao de nossa lei, e como tanbem nunqua fizeraô caso dos auisos que lhe derað Genefoim e Gebonoxo, gouernadores do Meaco, acerca disto que nao fizessem xpãos taô publicamente, uieraò a ter todos por seus inimigos; e como delles o Cambaco nað reçebia o proueito como elle mesmo disse, e foi induzido pollo Gemonoxo, que naô deixasse estar em sụas terras. os frades dos Luções, tanto que este Gemonoxo le disse, que os espanhoes diziaô que por lançarem primeiro religiosos nas terras, e elles fazerem os naturaes xpkos uieraô a conquistar as mesmas terras subitamente, se agastou contra os frades e deu sentença de morte contra elles, e os seus xpãos, que lhe deraô em Rol; e nað tendo diante de Cambaco amigos que os defendessem, antes o Gebonoxo, e Gemonoxo os acusauað; e atee os dous Japôes honrrados que os troxeraộ dos Luções os tinhaô acusado diante do Cambaco de naô quererem obedecer seus mandados, esta foi a uerdadeira e radical causa de sua morte; e porque eu sempre disto areçeei alguma perturbaçaô pera a xpândade, os auisei, que proçedessem com mais resgardo, por assi os xpãos o deseiarem, como por Tarazaua me pedir muito no Miaco, que os auisasse, do modo com que proçediaô: e serto que me pezaua de os uer taô aferrados a seu modo; e o resgardo contrario, que os Padres da Companhia leuauaô, tinhaô elles por couardia e fraqueza; mas realmente elle era prudencia muito necessaria pera o tempo, e aprouada pollo summo pontifice, o qual louou muito andarem os Padres em traijos de bonzos cultiuando, e conseruando aquella xpândade como oie em dia fazem disfrassados em Inglaterra; e em direito achamos determinado po lo Papa Innocencio, que Religiosos de diuersas ordens podem conuir, e tomarem todos hum nouo modo de traijo, se nas xpandades onde andarem com o seu podem causar algun escandalo: e contesta isto tanto com o lume natural, que Fazamburo, gentio que execotou esta iustiça, chegou a dizer em Nangasaqui, que os Padres da Companhia, por se auerem no fazer xpãos com prudencia e Resguardo, nao somente se conseruaraó assi aos seus xpãos por espaço de doze annos, que esta perseguiçaô dura, mas aynda sizeraô muitos de nouo; e que os frades, por naô terem o resguardo deuido, nað auendo ainda tres annos que estauaô em Japaô, nem se poderað conseruar a ssi nem aos seus xpãos. E postoque pera sy ganharaô coroas, foi muito a custa alhea, e com ariscarem tanto esta xpândade asse de destruir o feito de cinquoenta annos a esta parte em hun ponto, que Japao tem quedas subitas mui grandes, e serem occasia) de eu deixar minha igreia; porque palaura tinha de hum dos gouernadores principaes, que elle me faria ficar em Japaô; mas depois qué Cambaco se agastou contra os frades, e os mandou matar, nað ousou este gouernador, nem hum dos outros a falar por mim, nem consintir que ficasse; antes, assi elles como os senhores xpãos e os Padres entendiaô que, ficando, faria muito noyo a xpandade; e ia con este risco e desterro meu nos contentaramos, se oie em dia a naô tiueraô com a candea na maô, porque, conforme as nouas que agora vieraô de Japaô, estað os Padres da Companhia en tanto aperto, que dessizeraô as casas de criaçao, como saô o Collegio de Amacusa, e o Seminario; e tem o Cambaco mandado que, tirados alguns Padres que fiquem em Nangasaqui pera sacramentar os portuguezes e meneo da nao, todos os mais se uenhao de Japao pera a China e seus ministros andao nesta exucaçao tam açezos, que ia quizerað mandar huns uinte e çinquo, se naô fora ia partida a nao; mas confiamos em nosso Senhor, que ha de ter particular proteiçao desta xpandade e conseruaria os obreiros della, pois tal espirito dà aos Padres, que por nenhum caso a haô de desemparar, e custe lhe o que custar. O mais disto ui com meus olhos, e o demais sei de çerto, e assi o çertesico em Macao a 17 de Nouembro de 1597.) Bibl. Vitt.° Emm. Fondo gesuitico. Ms 1469-3598. Roma.


Page 4

» E parece que a causa de eni suas vezôes atirarem tantas vezes aos Religiosos da Companhia e porque se persuadem, e o querem tambem persuadir a outros que os ditos religiosos saô somente os que se querem por em campo, e tomar os passos aos religiosos de Manila pera nao iurem a estas partes da China, e de Japaô, e com falsas informaçoes que deraô a sua sanctidade alcançaraô primeiro o breue do Papa Gregorio XIII, no qual se prohibia que nenhun religioso fosse a Japaô exceituando os da Companhia e que tambem impetrarað outro breue que nouamente despachou a sanctidade do Papa Clemente Oitauo em Dezembro de 1600, no qual concedendo as religiôes mendicante que sendo necessario podessem hir as partes da China e Japaô polla uia de Portugal, e da India Oriental, prohibe por em que en nenhua maneira possaô hir polla uia das Feleppinas, e das mais partes pertencentes as Indias Occidentaes. De modo que querem os de Manila dar a entender ao mundo que toda esta contenda he com os Religiosos da Companhia, e quelles sos contradizem a sua tencao passando a cousa muyto ao contrario. Porque posto que tambem os religiosos da Companhia, sentindosse obrigaos aos Reys de Portugal que os sostentaô com tanta liberalidade nestas partes sizeraô as diuidas diligencias pera se fechar de todo a entrada dem Japaô, e China por uia das Feleppinas, tudo foy a sin de mas seruiço de Deos, e de se mostrarem gratos a Coroa de Portugal a quem tanto deue a Companhia e delhe conseruar o direito que tem neste, comercio, o que heja naô somente ponto de gratidaô, mas tambem da justiça em hum çerto modo.

DAo que auendo respeito toda a Companhia a seus proprios religiosos assy de Portugal como de Castella, e doutras partes fechou com nuoas ordens, e obediencias aquella porta no tempo ainda no breue de Gregorio XIII, que daua liçença franca aos religiosos da Companhia pera elles sos pera justas causas irem a Japað; e contudo sempre as de Companhia assy castelhanos como de outras naçôes uieraộ polla uia e comercio de Portugal, mas como uou dizendo esta controuersia, e contradiçao, nað somente he entre os Religiosos de Manila, e da Companhia, mas principalmente he com todos os Portugueses seculares e religiosos, prelados e fidalgos, e com todas as cidades, e estados da India, finalmente com os s’ors do conselho de sua Magestade da Coroa da Portugal, e com toda a naçao Portugueza; pois bem entendem todos que os Castelhanos de Manila seculares, e ecclesiasticos pretendem por pee nas terras pertencentes a conquista da Coroa de Portugal, e tirarlhes o trato de Japaô, e da China que os Portugueses tem com antiga e paçisica posse, a qual alcançaraô com im.mensos trabalhos, e derramamente de seu sange, pelejando contra os insieis gentios, e Mouras desta India Oriental enemigos de nossa sancta fee polla defenderem, e dilatarem por todo este Oriente, como polla misericordia de Deos dilataraó, e uaò continuamente dilatando cô grande gloria de Deos, proueito das almas que se conuertem e honra de sua naçaô.

»Os Castelhanos porem de Manila pretendendo por seus intereçes particulares entrar na conquista dos Portuguezes, e usurpalhes este comercio, e entendendo as grandes dificultades que nesta empreza auiaô de achar nos estados da India, e nos mais pertencentes a Coroa de Portugal, buscaraô esta inuençao de emprender conquista tam prohibida por uia de religiosos de sua naçaô, e so capa, e com deirem pregar nossa sancta fee, e socorrer as almas de Japaô que dizen estarem desemparadas, quizeraô mittere falcem in segetem alienam, parecendolhes que com pretexto de zelo da saluaçao das almas poderiaô alcançar justo titulo da conquista, pertencente a Coroa real de Portugal, e usurparlhes o trato da China, e Japaò que tanto desejaò. Pello que naồ caindo esta sua traça no chao aos Portugueses assy seculares como Ecclesiasticos contradizem, e contradirao sempre a esta entrada, naô porque naò desesejem que se dilate nossa sancta fee por estas partes, pois esta he a sua prinçipal tençaô, mas porque querem com he justo, e a rezaô assy o pede defender, e conseruar seu direito, que com antiga posse de mais de cem annos ganharaô abrindo tanto a sua custu a força darmas o comercio destas partes concedido com tað justas causas pellos summos Pontisices aos Rejs

. e coroa de Portugal.

»E que os Castelhanos de Manila pretendað o comerçio, como esta, se ue claramente, pello que dizem e fazem, por todas as uias. Porque hauendolhe sua Magestade tam grauemente prohibido este trato, e comerçio, elles quasi todos os annos, con uarias escuzas, e capa de necessidades, mandaô seus nauios ao porto de Macao: nem basta teremlhes os Portuguezes pèr muytas uezes notisicado as prouizôes de sua Magestade athé chegare a lhes defender este comercio, com as armas nas mãos, tomandolhes, e queimandolhes algûas embarcações, como sua Magestade manda en suas prouizões, naô basta, como digo, pera desistirem destes seus intentos, mas antes continuaô o trato con os Chinos, detendose nas ilhas adiacentes, e vizinhas ao porto de Macao, e intentando com embaixadas, c groças peitas per uia de Religiosos, e seculares este comercio, mandaô cada anno seus nauios a Japaô, com achaque de mandar Religiosos, procurando a sombra delles uzurpar o dito trato e cômercio.

»E como tudo isto seja em prejuicio do dr.to da naçaô Portugueza, de sua honra e fazenda, perdas das Alfondigas de sua Magestade e do todos os estados da India, que ficarao perdidos cô a


Page 5

REALES CÉDULAS Y ORDENES DIRIGIDAS A LAS AUTORIDADES Y PARTICULARES DE FILIPINAS,

DESDE EL GOBIERNO DE LEGASPI HASTA EL DE ACUÑA 1568-1606..

A. del, 105. — 2.-11.-L.'1.'

1. R. C. al Gobernador de Filipinas Miguel López de Legaspi en respuesta a dos Cartas suyas de 15 y 23 de Junio de 1567, dándole instrucciones para el gobierno de las Islas descubiertas y que se descubran.-El Escorial, 16 de Noviembre de 1568. - F.° 1.

R. C. al Virrey de la Nueva España, dándole instrucciones para el socorro que ha de enviar á las Islas Filipinas. 1568. —- ibid. F.° 2, vuelto. 3.

R. C. al Provincial de la Orden de San Agustín, para que envíe religiosos de su Orden á Filipinas, para fomentar la Religión Católica. 1568. — Ibid. F.° 4.

4. Carta a los vecinos y moradores de las Islas Filipinas, concediéndoles la merced de las alca. balas y tributos por tiempo de treinta años. Escorial, 16 de Noviembre de 1568. F.° 6.

5. Instrucción al Capitán Juan de la Isla, para el viaje que había de hacer para el descubrimiento de las Indias.--Escorial, 30 de Octubre de 1568. — F.' 10, vuelto.

6. Relación de los géneros que se habían de comprar en Vizcaya para la provisión de la armada de Filipinas. Sin fecha. - F.° 12, vuelto.

7. Relación de los despachos que se dieron á Juan de Isla, Capitán de la armada de Filipinas, para conducirlos á su destino. Sin fecha. — F.° 16.

8. R. C. á los Oficiales Reales de Filipinas, para que hagan saber a los vecinos y moradores de las Islas, la merced que les hace S. M. de no pagar más el diezmo del oro y plata que sacasen. Madrid, 15 de Diciembre de 1568, – F.0 17.

9. R. C. ordenando, que todo lo que llevase Juan de la Isla, Capitán de la armada que va al descubrimiento de las Indias, vaya libre de derechos.—Madrid, 8 de Enero de 1569.-F.° 19, vuelto.

Respuesta á Juan de Peñalosa sobre la pólvora para la provisión de su nao, que va en la armada al descubrimiento de las Indias. -- F.° 24.

R. C, al Virrey de la Nueva España para que envíe ciento cincuenta hombres de socorro á Filipinas. —- F.° 36.

Instrucciones dadas por S. M. á Miguel López de Legaspi, de lo que ha de hacer y ejecutar en la gobernación descubrimiento y población de las Islas de los Ladrones. Madrid, 26 de Agosto de 1569. — F.° 36, vuelto.

13. R. C. á los Oficiales de la Contratación de Filipinas de Sevilla, sobre algunas cosas que se han de enviar á Filipinas. Pardo, 2 de Noviembre de 1570. —- F.° 37.

14. R. C. para que las Islas Filipinas estén subalternas á la Audiencia de México. San Lorenzo, 1.o de Junio de 1574. - F.° 49.

15. R. C. al Consejo, Justicia y Regimiento de la Ciudad de Manila, confirmando el título de insigne y siempre leal, que el Gobernador Miguel López de Legaspi dió á aquella Ciudad y otros particulares sobre el gobierno de la misma. Madrid, 21 de Junio de 1574. - F.° 50.

16. R. C. al Gobernador de Filipinas para que los españoles que en ellas residen, no puedan tener por esclavo á ningún indio en manera alguna.-Madrid, 7 de Noviembre de 1574.-F.° 50, v.

17. R. C. al Gobernador de Filipinas para que ordene, que los Religiosos que allí residen, entiendan en corregir y enmendar a los españoles en sus ruines costumbres. Madrid, 7 de Noviembre de 1574. - F.° 58.

18. R. C. para que hagan monasterios en las Islas Filipinas, por haber falta de ellos.—Madrid, 7 de Noviembre de 1574. — F.°:59.

19. Carta al Gobernador de Filipinas, dándole instrucciones de lo que ha de ejecutar en cuanto á la conquista de la China y otros particulares. San Martín de la Vega, 29 de Abril de 1577. - F.0 80.

R. C. al Gobernador de Filipinas, ordenándole se dé á Prudencio Arestizabal cierta encomienda y repartimientos de Indios, en premio de los servicios que él y su hermano Juan Martínez de Arestizabal (los cuales se relacionan) hicieron á S. M. – San Lorenzo, 23 de Junio de 1578.


Page 6

de Manila pide, que los Regidores que una vez nombrase el Gobernador, no los pueda remover sin orden de S. M. - Barcelona, 22 de Junio de 1599. — F.° 21,

vuelto.
107. R. C. al Virrey de Nueva España, el Conde de Monterrey, para que informe sobre que los
vecinos de las Islas Filipinas piden, que se suspendan las cobranzas de ciertos derechos, que pagan allí de las mercaderías de China. Barcelona, 22 de Junio de 1599. -- F.° 22, vuelto.

108. R. C, á la Audiencia de la Ciudad de Manila de las Islas Filipinas, para que informe so-
bre si convendrá, que la Cofradía de la Misericordia de aquella Ciudad se encargue del Hospital
Real de ella; y entre tanto, que provean lo que convenga, para que haya buen recaudo y hospita- lidad en él. Barcelona, 22 de Junio de 1599. — F.° 23.

109. R. C. al Gobernador de Filipinas, para que avise la demostración que hubiere hecho con
una persona, que desam paró la gente que quedó á su cargo en la jornada de Mindanao, y de aquí adelante se castiguen estas cosas con severidad. Barcelona, 22 de Junio de 1599. — F.° 25.

R. C. á los Oficiales de las Islas Filipinas, que no habiendo cumplido la Cédula en que
se les ordena, que descontasen 300 ducados cada año al Gobernador D. Francisco Tello de su sala-
rio, para en cuenta del alcance que se le hizo; la cumplan y avisen. - Barcelona, 28 de Junio de 1599. — F.° 25,

F.° 25, vuelto.

R. C. á D. Francisco Tello, Gobernador de Filipinas, en respuesta de su carta de 28 de
Junio de 1598; sobre el castigo que se dió á los indios Zambales que se revelaron. Denia, 26 de Agosto de 1599.- F.° 26.

R. C. al Arzobispo de Manila, para que informe acerca de la provisión del Decanato
de aquella iglesia en el Maestre-escuela de ella.-Denia, 26 de Agosto de 1599. — F.° 27,

R C. al Gobernador de Filipinas para que informe, sobre si se podrían aumentar más los
derechos de las mercadurías.-Denia, 16 de Agosto de 1599. - F.° 27. 114.

R. C. á D. Pedro de Acuña, Gobernador de las Islas Filipinas, para que llegado que sea á
ellas, haga que los Oficiales reales de las mismas, le den relación de lo que han cobrado de su an-
tecesor, á cuenta del alcance que se le hizo, del tiempo que fué tesorero de la Contratación

y estuviere debiendo, lo cobren de él y de sus bienes y lo envien á estos Reinos. Madrid, 16 de Enero de 1600. - F.° 28, vuelto.

115. R. C. á los Oficiales de la Real Hacienda de México, para que paguen á Agustín de Arceo,
que va por Maese de Campo de las Islas Filipinas, 1,000 ducados, con que S. M. le manda socorrer á cuenta de su salario, para ayudarle á aprestarse de algunas cosas necesarias. --Toledo, 4 de Marzo de 1600. - F.° 29.

116. R. C. á los Oficiales de las Islas Filipinas, para que del salario que hubiere de haber
Agustín de Arceo, Maestre de Campo de aquellas Islas, le descuenten 1,000 ducados, que S. M. le mandó prestar en la caja de México, á cuenta de dicho salario. – Toledo, 4 de Marzo de 1600. – F.° 30, vuelto.

117. R. C. al Gobernador de Filipinas, sobre la pacisicación de algunos reinos de la China y
que provea lo que convenga para la conservación de lo pacísico y extensión del Evangelio. - San
Lorenzo, 13 de Octubre de 1600. — F.° 36.

118. R. C. á D. Pedro de Acuña, que va por Gobernador y Capitán General de Filipinas, para
que vea la disposición que habrá en las dichas Islas de tripular las galeras; que advierta, que será
bien que haga para la defensa de aquella costa y hallando que podrán ser de servicio y utilidad, las haga fabricar y armar.-Valladolid, 6 de Abril de 1601. - F.° 30.

119. R. C. á D. Pedro de Acuña, Gobernador de Filipinas, para que no quite a las naos que
fueren allí de la Nueva España la artillería y armas que llevaren para su defensa.–Valladolid, 15 de Julio de 1601. - F.° 30, vuelto.

R. C. al Virrey de Nueva España, el Conde de Monterrey, sobre ciertas cosas en que se ha entendido hay excesos en la navegación de las Islas Filipinas. – Villalpando, 7 de Febrero de 1602.-F.° 31.

R. C. á D. Pedro de Acuña, Gobernador de las Islas Filipinas, comunicándole lo que se
ha resuelto sobre algunas cartas, que se han recibido de dichas Islas y que las haga ejecutar. — Za- mora, 16 de Febrero de 1602.-F.° 31, vuelto.

R. C. al Gobernador de las Islas Filipinas, con la copia de una carta que de ellas se escri- bió á S. M., sobre el descubrimiento de unos estrechos. Zamora, 16 de Febrero de 1602.--


Page 7

Filipinas; y aviéndolos, que avise con qué salario querrán ir. Valladolid, 3 de Abril de 1605. - F.° 1. 181.

R. C. al Gobernador de Filipinas, para que informe lo que se le ofrezca, acerca de que la Ciudad de Manila ha pedido se le haga merced dei río de Tondo.- Lerma, 3 de Julio de 1605. - F.° 1, vuelto.

R. C. al Gobernador de Filipinas, para que tenga cuidado de gratisicar á los soldados,
que en aquellas Islas sirvieron á S. M. y á sus hijos, en los oficios y empleos cuya provisión fuere á su cargo, conforme á su título é instrucciones, con toda justisicación. — Lerma, 3 de Julio de 1605. F.° 2, vuelto.

183. R. C. á D. Pedro de Acuña, advirtiéndole de cierta orden que se ha dado al Marqués de Montesclaros en materia de guerra.—Burgos, 3 de Agosto de 1605. – F.° 3.

184. R. C. á D. Pedro de Acuña, para que informe lo que se le ofrezca, sobre las cosas que por
parte del Castellano de Manila se ha significado conviene proveer, para que aquella fuerza esté
con la defensa y custodia que es debido. Valladolid, 22 de Diciembre de 1605. — F.° 3, vuelto.

185. R. C. á la Audiencia de Filipinas, para que informe, qué Cofradía es la que en Manila se ha fundado y cuándo y con qué licencia y orden se constituyó, y qué renta tiene y en qué y cómo

se distribuye y el beneficio que de ella ha resultado y qué constituciones tiene, enviando copias de

ellas. – Aranjuez, 16 de Agosto de 1606. — F.° 5, vuelto.

186. R. C. á la Audiencia de Filipinas, para que informe, quién, de qué orden y cómo quiere fundar un monasterio, para cuya fundación ha pedido licencia el Cabildo de Manila.-Madrid, 7 de Junio de 1606. - F.° 6, vuelto.

. 187. R: C. á D. Pedro de Acuña, con aviso del recibo de ciertas Cartas suyas. San Lorenzo,

19 de Agosto de 1606. — F.° 7.


188. R. C. al Gobernador de Filipinas, á fin de que tenga la mano en dar licencia para que de
allá puedan venir á estos reinos y á la Nueva España, por lo mucho que conviene la conservación de los vecinos en aquellas Islas.--San Lorenzo, 29 de Agosto de 1606. — F.° 8.

189. R. C. al Gobernador de las Islas Filipinas para que informe, si conviene que él envíe
hecho el repartimiento de los 500,000 pesos, que los regidores de ellas han de contratar cada año en la Nueva España, conforme lo inandado. San Lorenzo, 29 de Agosto de 1606. — F.° 8.

190. R. C. al Marqués de Montesclaros, para que haga buscar á Juan Vizcaíno, General de los
navíos que fueron al descubrimiento del puerto de Monterrey en la mar del Sur, ó á su Almirante;
y luego que se haya hallado, se disponga á ir á Filipinas, por General de los navios que han de ir
á la contratación de ellas el año de 1607. San Lorenzo, 29 de Agosto de 1606. — F.° 9.

191, R. C. al Gobernador de Filipinas, con aviso de lo que S. M. ha ordenado al Virrey de la Nueva España, acerca del nuevo puerto de Monterrey, para la seguridad de las naos de la contrata-

ción y con orden de que, con Sebastián Vizcaíno, que ha de ir de Capitán General el año de 1607,


envie dos personas de satisfacción, para que de vuelta del viaje, les deje industriados en la navega- ción del dicho puerto, haciendo escala en él.--San Lorenzo, 29 de Agosto de 1606. – F.° 14.

192. R. C. al Gobernador de Filipinas, para que provea á la Iglesia Catedral de la Ciudad de
Cáceres de dos clérigos, de buena vida y ejemplo, que asistan en ella y ayuden al Obispo en los actos pontificales; señalándoles alguna cantidad moderada para su sustento, en la Caja Real. -- San Lorenzo, 5 de Octubre de 1606. - F.° 19.

193. R. C. respondiendo al Gobernador de Filipinas sobre materias de hacienda y gobierno. - Ventosilla, 4 de Noviembre de 1606. - 7.0 19.

194. R. C. al Gobernador de Filipinas, respondiendo a una carta suya de 15 de Julio de 1604,
sobre que le enviara 30,000 pesos que había gastado en cosas del Real servicio y otras materias.- Ventosilla, 4 de Noviembre de 1606. – F.° 22.

195. R. C. á la Audiencia de Filipinas, para que no se entremeta en ir a la mano al Goberna-
dor de ella, en cosas tocantes á materias de guerra y gobierno; y que cuando se ofrezca caso. en que
haya duda, se ejecute lo que el dicho Gobernador ordenare y que la Audiencia avise á S. M. de lo
que se le ofreciere.--Ventosilla, 4 de Noviembre de 1606. -- F.° 23, vuelto.

196. R. C. á D. Pedro de Acuña, respondiendo á su Carta de 5 de julio de 1604, sobre las cosas ocurridas con los religiosos de Camboja.-Ventosilla, 5 de Noviembre de 1606.- F.° 24, vuelto.

197. R. C. á la Audiencia de Filipinas, para que informe, por qué razón se entremete en hacer prisiones y conocer de causas tocantes á gente de guerra. Ventosilla, 4 de Noviembre de 1606. -

198. R. C. á la Audiencia de Filipinas, para que se abstenga de tener a su cargo y de tratar de
cosas tocantes al parian de los chinos sangleyes; porque es la voluntad de S. M. que solo esté á cargo y cuidado del Gobernador y Capitán General.-Ventosilla, 4 de Noviembre de 1606.-F.° 26.


Page 8

SUPLEMENTO AL TOMO PRIMERO.

Magallanes.

Discusiones entre España y Portugal acerca del derecho de posesión de las

Malucas .

Expedición de Frey García Jofre de Loaisa

Reales Cédulas, Cartas é Instrucciones existentes en el Archivo de Indias, con-

cernientes á las primeras expediciones de Castellanos, verificadas ó desti-

nadas al Maluco con las fechas y lugares de su expedición, asuntos de que

tratan y puntos donde se hallan

«Copia de vna carta venida de Seuilla á Miguel Saluador de Valencia. La qual

narra el venturoso descubrimiento que los Mexicanos han hecho, naue-

gando con la armada que su Magestad mandó hazer en México. Con otras

cosas marauillosas, y de gran prouecho para toda la Christiandad: son dig.

nas de ser vistas y leydas. En Barcelona. Per Pau Cortey, 1566. (Hay un

escudo, debajo del cual se lee) Plys VLTRA.».

Carta de Fray Diego de Herrera (agustino) dando cuenta de su viaje á Filipi-

nas, su llegada á Cebú, lo que pasó con los portugueses y objeto de su

regreso á Nueva España. México, 16 de Enero de 1570.

Copia de Carta de fray Diego de Herrera dirigida al Virrey de Nueva España,

dando cuenta de un viaje desde Nueva España á. Filipinas, con Juan de la

Ysla: malas condiciones del sitio (Panay) en que estaba el Governador

por

miedo á los portugueses: desorden en que encontró la tierra. Escrita á

fines de Julio de 1570.

Carta de Fr. Martín de Rada al Virrey de Nueva España, dando cuenta de la

gran miseria y destrucción á que ha venido aquella tierra, por los daños y

robos que se hacen á los naturales. Panay, 31 Julio 1570

Copia de algunos capítulos de carta de Legaspi al Virrey de Nueva España:

dice volverá á Cebú, conforme se le manda, y que si S. M. pretende que

se extiendan hacia la China, sería conveniente hacer asiento en Luzón, en

un puerto descubierto cerca de Manila, etc. Refiere los muchos cañones y

fundición que tenían los habitantes de Luzón. Panay, 25 de Julio de 1570.

Carta de Miguel López de Legaspi á S. M. sobre los mismos asuntos tratados

en la precedente, dirigida con igual fecha y desde el mismo punto al Vi-

rrey de Nueva España. Recomienda á su hijo y nieto y á Juan de la Isla.


Page 9